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quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Dia Nacional da Saúde: uma reflexão sobre a evolução tecnológican e os perigos que vêm com ela

 


A inovação na área da saúde está se expandindo cada vez mais e com possibilidades extremamente promissoras. Isso se deve principalmente às tecnologias atuais e futuras que estão sendo aplicadas no dia a dia de clínicas, consultórios e hospitais, ajudando a melhorar o atendimento e a assistência ao paciente. Dessa forma, a tecnologia permite a tomada de decisões de forma mais precisa.

A tecnologia é de extrema importância, pois gera muitos impactos na forma como as doenças são tratadas, e também na gestão da saúde e no acompanhamento dos pacientes. Com tais ferramentas, a área da saúde pode coletar informações sobre os pacientes, bem como conhecer as ações preventivas que precisam ser tomadas para reduzir o risco de doenças.

No mês em que se comemora o Dia Nacional da Saúde, é importante mostrar que tanta tecnologia também traz preocupações. Alguns desses dispositivos deixam informações médicas e dados de pacientes expostos online, permitindo que sejam usados por cibercriminosos. Diante desse cenário, é fundamental que as organizações aumentem os investimentos em cibersegurança e trabalhem nisso, para que os dados armazenados na nuvem estejam protegidos, e que todas as informações sejam seguras e privadas.

"À medida que os ambientes de saúde se tornam cada vez mais conectados, a segurança e a confiança são cada vez mais essenciais para garantir a integridade dos dados do paciente e a operação confiável dos aplicativos", explica Dean Coclin, Diretor Sênior de Desenvolvimento de Negócios da DigiCert.

 

Entendendo os riscos

O cenário de ameaças está em constante evolução, e uma pesquisa recente observou que mais de 500 instalações de saúde foram afetadas por ataques de ransomware no ano passado. Para proteger comunicações e sistemas de saúde sensíveis, os provedores precisam de confiança, confidencialidade, integridade e disponibilidade. Pacientes e médicos precisam ter certeza de que podem confiar nos serviços online que acessam e usam, e que confiam na miríade de dispositivos que acessam seus próprios ambientes. Eles também precisam confiar nas interações diárias do computador em seus ambientes, como atualizações de software, mensagens e outras funções regulares.

 

Nesse caso, o tipo de ataque mais comum utilizado pelos cibercriminosos é o ransomware, um tipo de malware que criptografa os arquivos e restringe seu acesso a eles em troca de um resgate econômico. Embora a única ameaça não venha apenas de ataques de computador, também pode haver uma violação da privacidade dos dados devido ao abuso de um funcionário interno que pode acessar as informações do paciente e transmiti-las para o exterior com fins lucrativos ou por erros não intencionais. A confidencialidade é o princípio básico de uma política de segurança do ambiente sanitário, que obriga os profissionais de saúde ou qualquer outra pessoa a não divulgar as informações fornecidas pelo paciente.

 

O segundo problema é que, mesmo dentro de um único hospital, a segurança é uma responsabilidade compartilhada. Quando um recurso é comumente compartilhado, o incentivo de cada parte é obter o maior benefício possível e, ao mesmo tempo, incorrer no menor custo possível. Esse problema é conhecido como a "tragédia dos bens comuns". "Tome o exemplo de um profissional de saúde que depende de uma bomba de infusão para tratar pacientes diabéticos. A responsabilidade de garantir esse dispositivo recai sobre os ombros do fabricante ou do profissional de saúde? Quem é o proprietário para garantir a transmissão de dados da bomba? A resposta a essas perguntas depende de quem você pergunta ", diz Dean Coclin.

 

Para aumentar ainda mais a complexidade, uma rede de saúde pode usar dispositivos de 50 fabricantes diferentes. Quem é o responsável neste caso? Infelizmente, as perguntas não param por aí. Os provedores de software EHR fornecem atualizações seguras? Você confia na integridade do código carregado nos dispositivos? Que medidas são implementadas para garantir que apenas as pessoas certas tenham acesso aos dados do paciente? Lamentavelmente, os humanos tendem a fazer mudanças apenas quando são apresentados incentivos atraentes ou quando o problema que enfrentam se torna doloroso o suficiente.

 

O caminho para a segurança

 

As conexões móveis podem ser inseguras, a autenticação do usuário pode ser insuficiente e a criptografia de transporte pode ser inexistente ou mal implementada. A infraestrutura de chave privada (PKI) provou ser uma solução de segurança confiável que pode fornecer segurança robusta para dispositivos conectados. Permite principalmente:


 

1. Integridade dos dados: os certificados de assinatura de código podem ser usados ​​para assinar quaisquer dados que sejam transmitidos entre dispositivos, incluindo atualizações do firmware do dispositivo, para garantir a integridade total das informações confidenciais de saúde.

 

2. Autenticação de usuários, sistemas e dispositivos: a autenticação é mais sobre autenticação mútua de um dispositivo para um gateway ou outro dispositivo, um aplicativo móvel ou outro tipo de serviço. O que a PKI faz é autenticar as conexões de back-end para garantir que nada que conecte o dispositivo seja malicioso.

 

3. Criptografia de informações confidenciais: registros de pacientes e outros dados confidenciais precisam ser tratados de forma confidencial por meio do uso de criptografia para garantir que essas informações em repouso e em trânsito sejam mantidas fora do alcance de hackers e outros agentes mal-intencionados. 

A PKI também é uma solução de segurança altamente escalável e flexível. Em organizações com milhares de conexões e dispositivos, uma plataforma de gerenciamento de certificados pode permitir que os administradores implantem ou modifiquem rapidamente grandes volumes de certificados. Ao usar certificados digitais, a PKI autentica usuários, sistemas e dispositivos sem a necessidade de tokens, políticas de senha ou outros fatores desconfortáveis ​​iniciados pelo usuário.



Fique de olho no futuro 

 

A autenticação de ponta a ponta não se materializa no setor de saúde até que fabricantes de dispositivos, hospitais, seguradoras, fornecedores de software e provedores de segurança reconheçam sua responsabilidade compartilhada e comecem a trabalhar de forma colaborativa. Devido ao crescente número de danos na assistência médica, a segurança cibernética está se tornando um ponto de dor para aqueles que trabalham no setor. Essa dor está fazendo com que alguns ajam e ponham mais segurança no lugar. 

Portanto, mais do que nunca, o setor de saúde precisa se preparar para o futuro. Comece fazendo um inventário de todos os dispositivos usados ​​em sua organização de saúde - incluindo locais de atendimento remoto. "Entenda seu risco e tome as medidas apropriadas para reduzir esse risco. A PKI é um bom ponto de partida para proteger conexões remotas. Ela aborda as armadilhas de segurança comuns da autenticação forte, criptografia de dados e garantia da integridade dos dados", conclui Dean Coclin.


DigiCert

@digicert


Agosto Dourado: Mês de incentivo ao aleitamento materno

Médico do primeiro laboratório especializado em triagem neonatal dos Erros Inatos da Imunidade por meio do teste do pezinho faz alerta para a importância da amamentação nos primeiros anos de vida dos bebês

 

As campanhas mensais utilizando cores como símbolos estão se tornando cada vez mais fortes. Agosto é reconhecido por algumas cores, como o verde claro, referente ao combate ao Linfoma, o lilás, com o enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher, e o laranja, voltado à conscientização e combate contra a Esclerose Múltipla. No entanto, o mês também possui outra cor de destaque: o dourado, que está relacionado ao incentivo ao aleitamento materno.

A campanha Agosto Dourado foi criada em 1992 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno e por essa razão, o mês é dedicado à intensificação de ações de promoção e apoio ao aleitamento materno. Entre 01 e 07 de agosto, ocorre a Semana Mundial da Amamentação, que destaca a importância da amamentação para o desenvolvimento das crianças.

De acordo com Antonio Condino-Neto, Presidente do Departamento de Imunologia da Sociedade Brasileira de Pediatria e Coordenador do Laboratório de Imunologia Humana do ICB-USP, o leite materno é o melhor alimento para os bebês, pois é sua única fonte de alimentação, devendo ser fornecido de maneira exclusiva até os 6 meses de idade. Após esse período, o leite materno precisa ser complementado com adição de alimentos variados até os 2 anos ou mais.

Condino-Neto, que também é sócio-fundador da Immunogenic, primeiro laboratório especializado em triagem neonatal dos Erros Inatos da Imunidade por meio do teste do pezinho, explica que a amamentação traz benefícios tanto para o bebê quanto para a mãe, ajudando a aumentar o vínculo entre eles. “O leite materno contribui para a melhora nutricional dos bebês e também auxilia no desenvolvimento de questões imunológicas, neurológicas e metabólicas. Já para as mães, promove melhor recuperação do parto e menos risco de câncer de mama”, afirma.

No entanto, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 39% das crianças são amamentadas de maneira exclusiva com o leite materno e em demanda livre até o sexto mês de vida. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, apenas 9% das crianças se beneficiam do aleitamento materno exclusivo ao longo desses seis meses iniciais de vida.

Entre as dificuldades encontradas, estão os casos das mães que, por algum motivo, não conseguem produzir leite para os filhos. Para ajudar a resolver a situação, existem os Bancos de Leite Humano espalhados pelo país, que coletam as doações, processam o leite e distribuem para os bebês que não podem ser alimentados pelas próprias mães ou que são prematuros e de baixo peso.

Para Condino-Neto, melhorar os índices de aleitamento materno pode salvar a vida de várias crianças com menos de seis meses de idade. “O aleitamento materno é uma forma de garantir que bebês que ainda estão em seu primeiro mês de vida tenham a saúde no melhor estado possível, pois nutre, hidrata, transmite anticorpos e outros fatores imunoprotetores”, finaliza.

 

 Immunogenic 

https://www.immunogenic.com.br/


Dez fatos sobre as síndromes de Klinefelter e Turner

De problemas cardíacos a infertilidade, doenças genéticas causadas por alterações cromossômicas afetam a saúde de homens e mulheres em todo o mundo, mas a maioria dos pacientes não chega a receber o diagnóstico 

 

A síndrome de Klinefelter é uma alteração cromossômica que afeta de 1 a cada 600 homens no mundo, sendo que apenas 25% a 50% dos pacientes recebem o diagnóstico em algum momento na vida. A doença é associada, principalmente, com deficiência na produção de testosterona e infertilidade. Conhecida também como “síndrome XXY”, ela ocorre quando o conjunto cromossômico (na biologia, chamado de cariótipo) apresenta um cromossomo X extra. O conjunto cromossômico do homem é composto apenas por um cromossomo X e um cromossomo Y. As mulheres, por sua vez, não possuem cromossomo Y, mas apresentam duas cópias do cromossomo X.

Quando os dois cromossomos X não estão presentes ou quando há uma deleção de uma parte deles, a mulher apresenta a síndrome de Turner, também conhecida como monossomia X. O cromossomo X é o cromossomo sexual feminino, por isso, essa monossomia afeta somente as mulheres, que apesar de terem somente um cromossomo sexual, não sofrem alteração do seu gênero, ou seja, são 100% femininas. As principais características da síndrome são baixa estatura, alteração no desenvolvimento sexual como ausência de ciclo menstrual e problemas cardíacos. A síndrome afeta uma a cada 1 mil mulheres.

Tanto os homens quanto as mulheres possuem 46 cromossomos, mas algumas pessoas podem ter aneuploidias, que são alterações nesta composição cromossômica, causando síndromes, como as duas citadas acima. Apesar de síndromes cromossômicas serem responsáveis pela manifestação de diversos sintomas, nem sempre o diagnóstico e a realização de exames para a identificação são realizados, por isso preparamos uma lista com os dez principais fatos sobre as síndromes de Turner e Klinefelter, respondidos pela geneticista da Igenomix Brasil, Cristina Carvalho. 


1 -
Quais fatores determinam que uma pessoa tenha a síndrome Turner ou Klinefelter, já que elas não são hereditárias? 

As síndromes de Turner e Klinefelter são causadas por falhas na separação dos cromossomos (na divisão meiótica) no momento da formação dos gametas, conhecidos como óvulos e espermatozoides. Os gametas possuem metade da informação genética de um indivíduo, portanto precisam ter 23 cromossomos. Um desses cromossomos é o sexual X para as mulheres ou X e Y no caso dos homens. Esses erros durante a formação dos gametas ocorrem naturalmente em homens e mulheres com cariótipo de constituição normal. Por esse motivo, essas síndromes, apesar de serem de origem genética, na grande maioria dos casos (80%-90%) não são herdadas. Na síndrome de Klinefelter, sabemos que 50% a 60% dos casos são resultados de uma falha de divisão do óvulo materno, uma falha espontânea, que aumenta de acordo com a idade da mãe, assim como 30% a 40% dos casos ocorrem a partir de uma falha de divisão do espermatozoide e, em menor proporção (10% a 15% dos casos) o erro acontece após a fecundação, gerando indivíduos chamados mosaicos, ou seja, parte das células do corpo da pessoa possui um cariótipo de constituição normal (46,XY) e outra parte das células possui a aneuploidia 46, XXY. Já na síndrome de Turner, em cerca de 80% dos casos o erro acontece na formação do espermatozoide. Há muitos casos de mulheres com a monossomia X em mosaico, que podem apresentar sintomas muito brandos da síndrome de Turner e até mesmo não ter qualquer sintomatologia, a depender do grau de mosaicismo existente.


2 – A partir de qual momento as aneuploidias que causam as síndromes de Turner e Klinefelter podem ser detectadas?

As alterações cromossômicas que causam as síndromes de Turner e Klinefelter podem ser detectadas de forma precoce a partir da décima semana de gestação, sem colocar em risco a gravidez. Pode ser feita uma triagem por meio do teste pré-natal não invasivo (NIPT), no qual se analisa o DNA Fetal presente no sangue materno. O teste é capaz de rastrear estas e outras alterações cromossômicas no feto, porém é preciso lembrar que o NIPT não é um teste diagnóstico e, portanto, será necessária a confirmação pelo teste de cariótipo. O diagnóstico também pode ser feito após o nascimento através do exame de cariótipo, que analisa a quantidade e estrutura dos cromossomos da pessoa. O diagnóstico após o nascimento geralmente ocorre durante a infância ou início da adolescência, quando há o atraso do desenvolvimento da puberdade. Quando o diagnóstico não é realizado nessa fase, pode ocorrer na fase adulta, após procura por tratamento de infertilidade. A principal característica da síndrome de Klinefelter em homens adultos é a azoospermia (ausência completa de espermatozoides no sêmen). Portanto, o resultado do exame espermograma poderá levantar a suspeita, que deve ser confirmada com a análise do cariótipo.


3 - E no caso da mulher, como identificar a síndrome de Turner? 

No geral, estas meninas têm uma estatura mais baixa (em torno de 1´40 metros de altura) do que a esperada durante o crescimento. Outro fator importante de identificação é a ausência da primeira menstruação, chamada de amenorreia primária, no período regular de desenvolvimento das características sexuais secundárias. Esta ausência da menstruação está normalmente ligada a alteração da formação dos ovários nestas meninas, os chamados ovários em fita, que condicionam a correlação com a infertilidade. Além disso, são comuns as alterações cardíacas e, em alguns casos, podem ser mais graves. Vale ressaltar que não são todos os casos que seguem o mesmo padrão de sintomas. 


4 – É possível que essas síndromes sejam causadas por alterações cromossômicas presentes nos pais?

Apesar dessas alterações genéticas não serem herdadas na grande maioria dos casos, as síndromes em questão podem decorrer de alteração no cariótipo de um dos indivíduos do casal. A maior frequência de alteração presente em um dos genitores é o mosaicismo em baixo grau, ou seja, um dos dois no casal já apresenta uma das condições de forma extremamente leve, por exemplo um mosaico para Turner presente em 15% das células avaliadas no cariótipo. Neste caso a mulher não tem qualquer sinal ou sintoma da síndrome de Turner e engravida naturalmente. Aqui podemos ter a passagem da doença com um risco maior do que o populacional. O mesmo raciocínio é válido para o caso da síndrome de Klinefelter. A maioria esmagadora de casos de Turner e Klinefelter são de erros de divisão durante a formação dos gametas, ou seja, na meiose.


5 - Tanto a síndrome de Turner quanto a de Klinefelter podem ser detectadas assim que o bebê nasce? 

O exame para identificar as alterações de Klinefelter e Turner é o cariótipo. O teste do pezinho não consegue identificar estas síndromes. O que nós geneticistas gostaríamos é que todos já pudessem nascer e ter o cariótipo feito na maternidade. Este é um teste antigo, que atualmente está se tornando é mais acessível em termos financeiros. Sendo assim, não vejo porque não o incluir como um padrão igual ao teste do pezinho. Isso seria muito importante, pois evitaria muita dor de cabeça para casais no futuro em termos reprodutivos.


6 - É possível para o homem contornar a infertilidade provocada pela síndrome de Klinefelter? 

Quando você faz uso de técnicas mais avançadas de Urologia, isso se torna mais fácil. É possível, por exemplo, realizar uma microcirurgia para a retirada do material espermático da bolsa escrotal, chamada de microTESE. Com este procedimento, os urologistas conseguem reverter alguns casos, em outros, não. A microTESE precisa ser seguida do procedimento de fertilização in vitro. É altamente recomendado que os embriões gerados nesse procedimento sejam testados geneticamente antes da sua transferência, pois homens com Klinefelter apresentam risco aumentado de obter embriões com aneuploidias envolvendo os cromossomos sexuais.


7 - Há avanços tecnológicos para ajudar na questão da infertilidade na síndrome de Turner? 

Para as meninas que são Turner puras (todas as células apresentam a alteração), a alternativa é uma recepção de óvulos. Então a mulher pode adquirir o óvulo de um banco de óvulos, realizar a fertilização in vitro e transferir o embrião para o útero dela. Lembrando que, em cada caso, o médico que está acompanhando a paciente vai precisar investigar se o útero dela está com todo o tecido preservado, se este não tem alguma alteração estrutural que possa dificultar ainda mais a implantação embrionária. É preciso avaliar caso a caso, mas temos opções bem factíveis nos dias de hoje.  


8 – Quais são as principais manifestações clínicas que alertam para a possível ocorrência da síndrome de Turner?

As principais são baixa estatura e a alteração no desenvolvimento sexual. Neste caso, não precisa de nenhum exame muito aprofundado, basta fazer o exame do cariótipo. Para meninas, o ponto chave, que chama a atenção, é a ausência de menstruação. Dos 11 aos 14 anos, geralmente é a época da primeira menstruação, por isso o acompanhamento ginecológico é importante desde o início. Caso a menina não tenha menstruado dentro desse período, é indicado o ultrassom para verificar a situação dos ovários e a confirmação da síndrome se dá por meio da realização do exame do cariótipo. 


9 - Entre as principais manifestações clínicas da síndrome de Klinefelter está a alta estatura. Isso dificulta que o menino seja encaminhado – antes de crescer – para realização de um teste genético?

De forma geral, o período do estirão de crescimento – que ocorre na transição entre a infância e adolescência pode levantar a suspeita do pediatra, pois estes meninos costumam estar sempre acima do limite superior da escala, chamado de percentil 90. A puberdade ocorre na idade correta, mas o desenvolvimento dos testículos não, permanecem pequenos e as características sexuais secundárias não se desenvolvem. Diante da dificuldade de identificar as manifestações clínicas precocemente, os pacientes acabam descobrindo a síndrome de forma tardia ou em alguns casos nunca recebem o diagnóstico. Em média, 50% dos pacientes recebem o diagnóstico em algum momento na vida, perdendo a oportunidade de realizar tratamento de reposição hormonal e ter uma melhor qualidade de vida.


10 – Quais são as características mais frequentes nas síndromes de Turner e Klinefelter?

Na síndrome de Turner, as características mais frequentes são estatura baixa; nascimento de cabelo baixo, na parte posterior do pescoço; deficiência no funcionamento do hormônio da tireoide (hipotireoidismo); pressão arterial alta (hipertensão); problemas renais; malformações cardíacas congênitas; leve desenvolvimento dos seios, anomalias esqueléticas e peso elevado. Já as características frequentes das pacientes com síndrome de Klinefelter são azoospermia (ausência completa de espermatozoides no sêmen); estatura maior que o considerado dentro da normalidade, com grande estirão de crescimento na adolescência; ginecomastia (desenvolvimento de glândulas mamárias); na fase adulta, alguma deposição de gordura na região abdominal, como as mulheres geralmente fazem como consequência da presença de um cromossomo X e outra característica é a dificuldade na maturação dos caracteres sexuais secundários, como a formação de pelos no corpo.

 

 Igenomix


Mês de Agosto traz importância da amamentação para a saúde e desenvolvimento do bebê

Ginecologista dá 5 dicas sobre aleitamento materno. Confira.

 

Durante todo o mês de agosto é realizada a campanha “Agosto Dourado” para lembrar à população sobre a importância do aleitamento materno desde a primeira hora de vida do bebê, fortalecendo assim o vínculo afetivo entre mãe e filho.

Além disso, a campanha chama atenção também sobre a importância da doação para os bancos de leite.

A data foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por considerar o leite materno como um dos alimentos mais importantes para a saúde do bebê.

O aleitamento materno é tão importante que é um direito assegurado à criança que está no artigo 9º do Estatuto da Criança e do Adolescente. E todas as mães têm o direito de amamentar seus filhos, mesmo aquelas que estejam privadas de liberdade.

A seguir, a Doutora Flávia do Vale, Obstetra e Coordenadora da Maternidade do Hospital Icaraí em parceria com a Perinatal dá 5 dicas sobre o aleitamento materno.

1 – Até que idade, o bebê deve ser amamentado?
O bebê deve ser amamentado de forma exclusiva até os 6 meses. Mas o aleitamento de forma complementar de ser encorajado até os 2 anos de idade.

2 – É verdade que o aleitamento materno reduz a mortalidade infantil? De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o aleitamento materno reduz em 13% a mortalidade até os 5 anos. Reduz a mortalidade por doenças como diarreia e alergias.

3 – Quais as outras doenças que o aleitamento materno ajuda a evitar?
Além das diarreias e alergias, diminui o risco de desenvolver hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade na vida adulta.

4 – Se a mãe estiver contaminada por Coronavírus (COVID-19) ela deve continuar amamentando?

A recomendação da Organização Mundial de Saúde, Ministério da Saúde do Brasil e Sociedade Brasileira de Pediatria é manter o aleitamento materno. Cuidados como o uso de máscara durante a amamentação e higiene das mãos devem ser redobrados nesses casos.

5 – Caso a mãe não consiga amamentar, qual o melhor substituto do leite materno?

A primeira orientação é buscar ajuda junto ao seu médico, pediatra, banco de leite ou profissional da área para a orientação adequada da pega e estímulos a produção de leite. Se nada funcionar, pode se oferecer o leite em pó adaptado para o bebê, respeitando a indicação do pediatra, sempre!


As dietas causam mau hálito?

Como lidar com as dietas de início de ano sem sofrer mau hálito.

 

Algumas pessoas começaram a adotar novos modos de comportamento, como comer mais, ser mais sedentário… O que pode gerar problemas de saúde como diabetes e hipertensão.

Visando levar uma vida mais saudável, algumas pessoas adotaram, então, dietas para ajudar no emagrecimento. Entretanto, algumas dietas, mesmo que indicadas por nutricionistas, podem gerar mau hálito nas pessoas, em decorrência dos alimentos que são continuamente consumidos e também dos que não são.

Nas dietas que o consumo de carboidratos é pequeno ou quase nulo, o corpo começa a utilizar como fonte de energia a gordura já armazenada e não a glicose, que é a quebra preferida do organismo. Segundo a Presidente da Associação Brasileira de Halitose, Dra. Cláudia Gobor, “Emagrecendo desse modo, o organismo entra no processo conhecido como cetose. Nele, o corpo converte a gordura em três tipos de cetose, incluindo a acetona, que confere à boca o mau hálito”.

Mesmo com essa alteração no hálito, a especialista em halitose afirma: “A dieta com menos carboidratos além de beneficiar o corpo como um todo, apesar do meu hálito, também ajuda na saúde bucal, já que não se consome açúcares e evita cáries”.

Para evitar o mau hálito nas dietas, a Dra. Cláudia Gobor recomenda:

  • Mascar chicletes sem açúcar para ajudar na salivação;
  • Manter uma boa higiene bucal;
  • Adicionar ervas frescas à água e ao chá.

Mesmo com dificuldade, é importante sempre tentar manter um estilo de vida saudável. A Dra. ainda reforça que “Para lidar com o mau hálito excessivo que aparentemente não tem causa, procure um dentista especialista em halitose para fazer o devido tratamento.” 



Dra. Cláudia Christianne Gobor - Cirurgiã Dentista especialista pelo MEC no tratamento da Halitose. Ex-Presidente da Associação Brasileira de Halitose e Atual Conselheira Consultiva
https://www.bomhalitocuritiba.com.br/
Instagram: @bomhalitocuritiba
Facebook: @bomhalitocuritiba


Dia Nacional da Saúde: “busca por ajuda psicológica e psiquiátrica só aumenta”, revela especialista

No dia 5 de agosto é comemorado o Dia Nacional da Saúde no Brasil. A data, que tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância da educação sanitária e a ter um estilo de vida mais saudável, foi escolhida em homenagem ao médico e sanitarista Oswaldo Gonçalves Cruz, que nasceu em 5 de agosto de 1872.


Falando sobre uma das áreas mais debatidas atualmente, a neuropsicóloga Dra  Roselene Espírito Santo Wagner apontou que, na questão da Saúde Mental, a busca por ajuda psicológica e psiquiátrica só aumenta no país.

“É preciso compreender que a relação da procura com o aumento de casos não é absoluta. Isso porque percebemos que, gradativamente, a doença mental não é mais um tabu, um motivo de vergonha que deve ser ocultado”, iniciou.
 
Segundo Dra Leninha, como é mais conhecida, o estresse nos dias de hoje é mais perigoso que um vírus.

O constante estado de atenção, de perigo, segundo ela, colocam o sistema nervoso simpático em alerta, que envia mensagem a todo organismo.

“A glândula adrenal provoca a secreção de adrenalina, principal mensageiro químico de alerta. A recepção do sinal de perigo se traduz em diversas modificações fisiológicas, o ritmo cardíaco se acelera, a pressão sanguínea se eleva e as artérias se dilatam para que os músculos e o cérebro sejam mais irrigados. A respiração se torna mais rápida e o consumo de oxigênio aumenta. O processo de digestão é interrompido e o fígado produz açúcar. O sangue se coagula mais rápido, prevenindo um eventual rompimento de vasos. A transpiração aumenta para refrescar  o organismo superaquecido. As pupilas se dilatam, para que a visão possa capitar qualquer perigo a volta”, detalhou.

Conforme a especialista, é assim que todos os mamíferos reagem automaticamente para enfrentar ou evitar um obstáculo inesperado, na luta ou na fuga.

“Assim reagia o homem das cavernas ante um mamute, assim reagem homens e mulheres imobilizados dentro do automóveis nos engarrafamentos urbanos, dos escritórios, fábricas, shoppings (…)
O modo de vida dos seres humanos mudou, mas as reações do organismo que eram adequadas tornaram-se inócuas e desadaptadas à maior parte das situações da vida urbana moderna”, alertou.

Ainda conforme Dra Leninha, caso o estresse moderado se prolongue, sem que o animal ou ser humano tenham a possibilidade de dispersá-lo, somente se evitará a morte recorrendo a uma “fuga psicológica”, como por exemplo: fugas obsessivas, ilusórias, representação.

“Uma técnica de fuga psicológica  são ‘sintomas de conversão’, como a laringite do cantor, os problemas de visão do aviador, lesões do jogador, labirintite da bailarina, rouquidão do locutor, rotas de fuga inconsciente para fugir do estresse”, disse.

Para a neuropsicóloga, as doenças psicossomáticas têm origem psicológica, mas são bastante “reis”.

“A dor de cabeça, a asma, a artrite provocadas pelo estresse são verdadeiras doenças. Contudo se a dor de cabeça causada em geral por uma tensão nervosa prolongada dos músculos dos ombros e da nuca pode desaparecer com uma simples massagem, há  infelizmente, doenças provocadas pelo estresse que são praticamente irreversíveis, como a hipertensão.
 
“Um acesso de raiva ou de forte emoção podem desencadear uma crise cardíaca, em consequência do estado de alerta, o sangue se coagula mais rápido para evitar uma eventual ruptura, podendo assim formar facilmente os coágulos mortais. Uma outra doença associada ao estresse é a úlcera, que é uma lesão na mucosa do estômago, causada por um processo de superacidez gástrica, também provocada pelo estresse”, reforçou.

Na vida urbana moderna, segundo Dra Leninha, a convivência nos grandes condomínios, o barulho excessivo e permanente, a falta de privacidade, o desgaste de locomoção provocados pelas grande obras públicas, os engarrafamentos, a inversão de valores, a concentração de poder, a inflação, crises financeiras, pandemia, insegurança, deixam claro que o ambiente em que vivemos precisa urgentemente de políticas públicas preventivas, para o cuidado da saúde mental.

“Estamos caminhando para uma crise pandêmica de doenças mentais que irá impossibilitar avanço da evolução humana”, prognosticou.
 
A especialista destacou ainda, como sempre, algumas maneiras para escapar do estresse:

1- Atividade física;
2- Penumbra e silêncio- distância de ambientes profusamente iluminados e barulhentos;
3- Alimentação sadia – Isenta de gordura superflúas que causam no organismo forte sobrecarga;
4- Baixo consumo de sal – Pesquisas recentes demonstram que o consumo excessivo de sal aumenta a vulnerabilidade ao estresse;
5- Banho- Preferencialmente morno e de imersão;
6- Contato com a natureza- Bosque, jardins, campo, praia.


Dra. Roselene Espírito Santo Wagner -  também conhecida como Dra. Leninha, é PhD em Neurociências, Dra em Psicologia e Neuropsicóloga especialista no tratamento de diversos transtornos, além de ser habilitada para aplicação de testes psicométricos reconhecidos mundialmente. Dra. Leninha tem participação em diversos programas de rádio e televisão, assim como periódicos e revistas nacionais e internacionais.


Conheça as diferenças entre leite materno e fórmula infantil

Criadas com o objetivo de substituir o leite materno, as composições industrializadas não se igualam às propriedades fisiológicas do leite materno e só devem ser utilizadas seguindo recomendação médica 

 

Considerada uma das prioridades pelo Ministério da Saúde, o incentivo à amamentação materna vem apresentando resultados em termos de estatística no país. Segundo uma avaliação dos índices do aleitamento materno dos últimos 34 anos, entre 1986 e 2020, houve um aumento de cerca de 1,2% ao ano na amamentação exclusiva de crianças de até seis meses de idade.

O alimento, considerado completo pelos especialistas e recomendado pela entidade, pode reduzir em até 13% a morte de crianças até os 5 anos de idade por causas preveníveis.

“O leite materno é a primeira vacina do bebê, devido aos seus fatores imunológicos e nutrientes que suprem todas as necessidades da criança e, ainda, protege contra diversas infecções”, explica Dr. Hamilton Robledo, pediatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

O médico, que também integra o Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria São Paulo (SPSP), reforça a importância de campanhas de conscientização sobre os benefícios da prática.

“O leite materno é tão importante que a ONU e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), apoiadas pela Sociedade Brasileira de Pediatria, recomendam iniciar a amamentação nos primeiros 60 minutos de vida, como forma exclusiva de alimentação até 6 meses de idade e de maneira complementar, quando possível, até os 2 anos de idade”, destaca.

O especialista explica que, para situações em que a amamentação não é possível, pode ser recomendado o uso de fórmulas infantis. No entanto, vale reforçar que essas composições, embora tenham sido desenvolvidas para serem semelhantes ao leite materno, não podem ser comparadas ao levar em conta todos os seus benefícios.

De acordo com a nutricionista Maria das Dores Mota da Rede de Hospitais São Camilo de SP, para o preparo da fórmula, a indústria utiliza geralmente leite de vaca ou de cabra, acrescenta nutrientes, e altera sua composição tendo como modelo o leite humano.

“São modificados componentes nutricionais como, por exemplo, o teor de proteína, ferro, vitaminas e minerais fundamentais para o desenvolvimento do bebê, no entanto não substitui o valor do leite humano, considerado o padrão ouro de alimentação”, frisa.

Ela explica que, apesar de serem parecidos na composição dos lipídios, a absorção de gordura do leite materno é maior à absorvida pelos bebês alimentados com fórmulas infantis, uma vez que a estrutura de triacilgliceróis é diferente e mais adequada à alimentação humana.

Além disso, a nutricionista destaca que o leite humano tem níveis maiores de ácido docosahexaenóico (DHA), elemento crucial na formação e desenvolvimento do cérebro, e a quantidade de proteína se adequa à velocidade do crescimento do bebê, variando ao longo dos meses.

Outro ponto fundamental tem relação aos anticorpos fornecidos pela mãe na amamentação. Ela explica que o leite materno é rico em IgA secretória, componente que atua contra microorganismos presentes nas superfícies mucosas, além de outras substâncias como IgM e IgG, macrófagos, neutrófilos, linfócitos B e T, lactoferrina, lisosima e fator bífido.

“Este último favorece o crescimento do Lactobacilus bifidus, uma bactéria não patogênica que acidifica as fezes, dificultando a instalação de bactérias que causam diarreia, tais como Shigella, Salmonella e Escherichia coli.”

Entre todas essas vantagens, Maria das Dores reforça que, apesar da evolução das fórmulas infantis, o leite materno continua sendo a primeira opção para a nutrição de recém-nascidos e lactentes e deve ser priorizado sempre que possível.

Ambos os especialistas da Rede de Hospitais São Camilo SP defendem a amamentação como principal meio para favorecer o desenvolvimento dos ossos e dos músculos da face, facilitando o desenvolvimento da fala, regulando a respiração e prevenindo problemas na dentição.

“Vale destacar que o ato de amamentar contribui para o fortalecimento do vínculo afetivo entre a mãe e o bebê”, finaliza o pediatra.




Hospital São Camilo

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Suplementação com vitamina D pode prevenir infecções respiratórias agudas, aponta estudo científico

Administração do suplemento não apresenta riscos de eventos adversos 

 

Uma abordagem estatística desenvolvida por pesquisadores da Queen Mary University of London, da Inglaterra, que combina resultados de estudos relevantes para vitamina D demonstrou que a suplementação desta vitamina apresenta segurança e proteção contra infecção aguda do trato respiratório, doença comum nos meses mais frios do ano. O estudo1 foi publicado no periódico The British Medical Journal, uma das revistas científicas mais relevantes do mundo. 

A pesquisa, que contou com 11.321 pacientes, de 0 a 95 anos, constatou que pacientes com maior carência de vitamina D e aqueles que não receberam doses em bolus -- modo de administração do suplemento para aumentar rapidamente a concentração da vitamina no organismo -- foram os mais beneficiados. Os efeitos protetores foram observados naqueles que receberam vitamina D diariamente ou semanalmente. De acordo com o estudo, a dosagem em bolus pode fazer oscilar a concentração de vitamina D no corpo e, consequentemente, desregular as enzimas responsáveis pela síntese e degradação dos resíduos remanescentes da vitamina. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), as infecções respiratórias agudas são a terceira causa mundial de morte em adultos, sendo a pneumonia a grande representante. No Brasil, somente em 2021, foram mais de 400.000 hospitalizações por conta da doença. 

“Os resultados desta pesquisa são muito valiosos para a definição de medidas de cuidado em saúde em momentos de maior incidência dessas doenças. A vitamina D é conhecida por sua importante ação nos ossos e músculos. Mas, ela também pode proporcionar benefícios na imunidade por sua ação imunomoduladora, reduzindo os riscos e melhorando a evolução das infecções respiratórias. Sabe-se que no inverno há menos exposição à radiação solar e redução dos níveis de vitamina D e a suplementação diária ou semanal com cápsula ou comprimido pode ser uma importante aliada na reposição e manutenção da vitamina”, comenta o médico, ex-secretário de saúde Campinas SP e consultor de saúde. 

As análises foram feitas em subgrupos, definidos de acordo com o status basal de vitamina D, regime de dosagem de vitamina D (diário ou semanal sem dosagem em bolus versus regime incluindo pelo menos uma dose em bolus), tamanho da dose, idade (≤1 ano, 1,1-15,9 anos, 16-65 anos, >65 anos), índice de massa corporal (< 25 v ≥25), e presença comparada com ausência de asma, doença pulmonar obstrutiva crônica e vacinação prévia contra influenza. 

 

Referências:

1Vitamin D supplementation to prevent acute respiratory tract infections: systematic review and meta-analysis of individual participant data. The British Medicine Journal 

2Observatório do Clima e Saúde. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fiocruz.


Alimentos podem minimizar os efeitos do tempo seco

O tempo seco dos últimos dias favorecido pela combinação do ar frio e baixa umidade, atrapalha a saúde como um todos. Mas, a alimentação pode ajudar nesse combate

 

Se o tempo seco e os dias frios já aumentam naturalmente os casos de gripes e resfriados, em época de pandemia os alertas ficam em nível máximo. Nos últimos dias o país todos registrou níveis de umidade baixas e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, o ideal para a saúde humana é que a umidade do ar seja superior a 60%. Para driblar o problema, o cirurgião do aparelho digestivo, Dr. Rodrigo Barbosa, de SP, ensina como minimizar os malefícios desse clima através da alimentação. 

Engana-se quem acha que a regra de ingestão de dois litros por dia é a solução para tudo. “A real quantidade de consumo ao dia varia de acordo com alguns padrões individuais e não adianta encher a barriga de água junto com as refeições. O consumo deve ser feito entre os intervalos e nunca durante para não comprometer a absorção dos nutrientes e aumentam ainda o consumo de bons alimentos ricos em água na alimentação”, alerta o médico. 

Por isso que alguns cuidados são fundamentais para atravessar o clima e essa fase de contágio sem esquecer da dieta e da saúde. “A melancia e o melão, por exemplo, apresentam cerca de 90% de concentração de água, além de serem ricas em vitaminas e minerais, que colaboram para manter a hidratação, inclusive a da pele”, diz. 

Para Dr. Rodrigo, alguns alimentos ricos em enxofre ajudam a descongestionar as vias respiratórias nesses dias secos do ano, pois evitam o muco provocado pela poluição. “O enxofre, junto com o consumo de água, torna mais fácil a eliminação desse muco nas vias respiratórias. São eles: gengibre, cebola, alho, batata doce, salinha e cebolinha”, finaliza. 

 

Dr Rodrigo Barbosa - Médico graduado pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba com internato médico pelo Hospital Sírio-Libanês - SP. Cirurgião geral pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e cirurgião do aparelho digestivo pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Especialista em coloproctologia pelo Hospital Sírio-Libanês-SP.


Seconci-SP orienta sobre prevenção da Varíola dos Macacos

Isolamento e afastamento do trabalho devem ser mantidos até a cicatrização da pele

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou em 23 de julho a Monkeypox (Varíola dos Macacos) como emergência sanitária global. Dada a importância da prevenção da doença nos locais de trabalho, residências, transportes e locais públicos, o Seconci-SP (Serviço Social da Construção) elaborou abaixo uma série de informações e orientações que devem ser divulgadas aos trabalhadores e seus familiares. 


O que é? A Varíola dos Macacos é uma doença causada por vírus e a transmissão se dá através de contato direto com lesões, sangue, fluidos corporais, gotículas respiratórias ou contato com material contaminado. A transmissão entre humanos ocorre, principalmente, por meio de contato próximo com lesões de pele de pessoas infectadas (beijos, abraços, relações sexuais, massagens ou secreções respiratórias) ou por contato com objetos (roupas, roupas de cama e/ou toalhas). 

Apesar de receber a nomenclatura dos macacos, o surto não tem participação destes animais na transmissão para seres humanos e, por isso, é importante que esses animais não sofram nenhuma retaliação ou maus tratos por parte da população. 

A incubação, tempo entre o primeiro contato com o vírus até o início dos sintomas, ocorre geralmente de 6 a 13 dias (podendo variar de 5 a 21 dias). 


Sintomas mais comuns: dor de cabeça, febre, dor no corpo, fadiga, mal-estar, dor nas costas e aumento de gânglios, que evoluem com lesões e/ou feridas avermelhadas na pele no local da infecção e que se espalham rapidamente pelo corpo (principalmente em boca, genitália e olhos). Quando a crosta da lesão desaparece, é sinal de que a pessoa deixa de infectar outras pessoas. 

A maioria dos seres humanos apresenta sintomas leves ou moderados. Quantos aos sintomas graves, as complicações podem incluir encefalite (inflamação do cérebro), infecções bacterianas, desidratação, conjuntivite, ceratite e pneumonia. De forma geral, a evolução é boa e o cuidado com as lesões é o tratamento para casos sem complicações. 


Prevenção: evitar o contato com materiais infectados (como roupas e objetos de uso pessoal) e contato com pessoas infectadas. A higienização das mãos também evita o contágio. 


Casos confirmados: isolamento social até que as erupções estejam totalmente resolvidas, ou seja, até que todas as crostas tenham caído e a pele esteja intacta. O isolamento social inclui não sair de casa (exceto em casos emergenciais), não praticar atividade sexual, não compartilhar itens contaminados e de uso pessoal, usar máscara cirúrgica ajustada e cobrindo nariz e boca, limpeza e desinfecção de superfícies contaminadas e higiene das mãos. 


Cuidados: as lesões na pele devem ser cobertas o máximo possível e os curativos trocados quando úmidos, para evitar infecção de outras pessoas. Deve-se evitar o contato com as feridas e levar as mãos à boca e/ou olhos. 


Sinais de alarme: piora dos sintomas, incapacidade de alimentar-se, dificuldades respiratórias, confusão mental ou lesões de pele doloridas e/ou infectadas, procurar imediatamente o serviço de saúde. 

Tratamento: não há um tratamento específico para a doença. São receitadas medicações apenas para tratar os sintomas. 


Recomendação: não compartilhar objetos de uso pessoal e de trabalho. 

Em caso de suspeita, procure o serviço de saúde para o diagnóstico correto e rastreio dos contatos.


Transplante de fezes ajuda pacientes com um tipo de colite que afeta principalmente idosos internados


O transplante de microbiota fecal ajuda a reequilibrar a flora intestinal de pacientes com colite pseudomembranosa e é alternativa terapêutica recém reconhecida pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo como eficaz nos casos refratários e recorrentes da doença

 

O intestino é um dos maiores órgãos do corpo humano e nele habitam mais de 1000 espécies de bactérias distintas. Essa grande flora intestinal, essencial para inúmeras funções relacionadas ao equilíbrio e à boa saúde, tende a permanecer estável ao longo da vida adulta, mas algumas condições como o envelhecimento, o uso de antibióticos, alterações do estilo de vida podem trazer perturbações com potenciais impactos no dia a dia. 

Cada vez mais, esse tem sido objeto de estudo de inúmeras pesquisas no mundo interno, em diversas áreas da medicina, como câncer, alterações de humor, obesidade e doenças infectocontagiosas. Uma das situações mais conhecidas relacionadas a essas perturbações é colite pseudomembranosa. Esse tipo de infecção intestinal acomete, pincipalmente idosos internados, geralmente submetidos a tratamentos com antibióticos. “Ao eliminar os micro-organismos naturais da região com o uso de antibióticos para tratar outras condições infecciosas, abre-se oportunidade de uma bactéria mais patogênica popular a microbiota intestinal, atacando o organismo e levando ao desenvolvimento do quadro de colite”, explicam os Drs. Lucio Rossini e Matheus Franco, responsáveis pelos serviços de endoscopia digestiva do Sírio-Libanês em São Paulo e de Brasília. 

Nessa população, é a causa de diarreia dentro do hospital mais comum e pode implicar, não apenas no prolongamento da internação, mas também em possíveis complicações, como dor, distensão abdominal, febre, desidratação e, em casos mais graves, até perfuração intestinal e morte. 

O tratamento padrão desta condição prevê o uso de antibióticos específicos, mas ainda que eles sejam tomados de forma correta, o quadro pode não ceder ou recorrer. Sabe-se que nessas situações a chance de resposta com outros antibióticos ou mesmo com novos cursos do mesmo antibiótico diminui ao longo do tempo. Desde de a década de 50 estuda-se uma alternativa que pode parecer um tanto quanto estranha, mas que, ao longo do tempo se consolidou como um tratamento de bastante eficácia para os pacientes que tenha a doença recorrente ou refratária: o transplante de fezes (microbiota fecal). Essa técnica consiste em levar fezes, após rigorosa triagem e preparo, de um indivíduo saudável, portanto com uma flora bacteriana “normal”, para alguém doente, dando-lhe a chance de recolonizar o intestino e, portanto, tratar a condição. “Trata-se de um procedimento simples, por endoscopia ou colonoscopia, e que pode trazer a cura, quando os antibióticos falharam no tratamento. Os riscos de complicação, na maioria das vezes, são muito inferiores ao benefício da técnica, mas o procedimento precisa ser cautelosamente avaliado e conduzido por profissionais médicos capacitados”, explicam a dras. Juliana Drigo e Thicianie Fauve, gastroenterologistas dos serviços de endoscopia do Sírio-Libanês em São Paulo e em Brasília.

Apesar de já ser prática em muitos países no mundo, esse tipo de tratamento, até muito pouco tempo, não era validado pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CREMESP), que, após cuidadosa avaliação por sua câmara técnica especializada, reverteu seu parecer para permitir a realização desse tipo de procedimento. “O Hospital Sírio-Libanês trabalhou em parceria com o CREMESP para chegarmos à autorização desse tipo de procedimento, visto que ele é muito importante para idosos com esse tipo de colite e muito eficiente”, afirma o dr. Felipe Duarte, gerente de Pacientes Internados e Práticas Médicas do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A partir de agora, com reconhecimento pelos órgãos reguladores da prática médica no Brasil, os centros de saúde poderão ofertar este serviço, atendendo aos requisitos de qualidade e segurança descritos no parecer divulgado. O Sírio-Libanês, que passou a oferecer esse tipo de procedimento desde então, se orgulha da sua trajetória de excelência e de pioneirismo no cuidado.


Agosto azul e vermelho - 30% dos óbitos no Brasil são causados por doenças cardiovasculares

 

A Campanha Agosto Azul Vermelho é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) para informar a população sobre os cuidados com a saúde vascular e incentivar a prevenção e tratamento. A escolha das cores Azul Vermelho para representar o mês de cuidado com a saúde vascular, inspirou-se em como são geralmente representadas as veias (azul) e as artérias (vermelho). O médico Dr. Caio Focássio, cirurgião vascular da capital paulista ressalta que 30% dos óbitos no Brasil são causados por doenças cardiovasculares e três delas estão no topo das que mais matam.
 

Trombose venosa

Ainda com dados do Ministério da Saúde a cada mil brasileiros, um ou dois já sofreu com trombose - doença causada por uma formação de coágulos de sangue nas veias das pernas. “Um dos agravantes é que ela pode levar a uma embolia pulmonar, que é quando uma artéria do pulmão é obstruída, e daí a falta de ar é um dos primeiros sintomas”, alerta o médico.
 

Aneurisma da aorta

Sem sintomas, ao primeiro sinal do problema cerca de 80% das pessoas morrem, sendo que 50% chegam vivas aos hospitais e apenas 50% sobrevivem a cirurgia que reverte o caso. O aneurisma de aorta mata 6,5 mil pessoas por ano só no Brasil. “Essa taxa de mortalidade é tão alta porque a aorta - que é a principal artéria do corpo -- pode dilatar e se romper, e isso pode ser fatal”, afirma Dr Caio que lembra alguns fatores de risco: idade, o uso de tabaco, a hipertensão e o histórico familiar. 

A boa notícia é que até por exame físico clínico já é possível identificar o problema e o grande risco não está em ter aneurisma de aorta, mas sim em deixa-la chegar até as últimas consequências que é quando essa artéria se rompe. O primeiro sintoma de um aneurisma da aorta pode surgir apenas na hora da sua ruptura e daí já levar à morte em muitos casos. Em outros, antes de romper, a pessoa pode ter dor abdominal ou lombar, ou sentir um incômodo pulsátil na barriga, compressão dos órgãos ou isquemia dos pés e nas pernas, ou não sentir absolutamente nada. Mas, quando se rompe, a dor abdominal e/ou lombar é forte, seguida de um mal estar intenso, queda da pressão arterial, taquicardia, palidez e sudorese.
 

Doença arterial periférica

Um dos primeiros sinais da doença é o surgimento de feridas dolorosas de difícil cicatrização, além de dor ao caminhar. A doença arterial periférica acontece devido à má circulação sanguínea que entope as artérias dos membros inferiores. “Nesse caso, um dos principais riscos é a amputação dos membros”, explica o médico.

Para todas as doenças, Dr. Caio alerta que existe prevenção que pode ser feita com o check up anual. “As doenças vasculares mais graves geralmente são silenciosas, o ideal é agir antes que elas ocorram e isso é possível apenas com um exame clínico feito em consultório e com a ajuda de um ultrassom podem medir o grau de insuficiência venosa, verificar o grau de calcificação das artérias e ainda permite uma análise dos vasos sanguíneos por imagem. Assim, fica mais fácil indicar qualquer problema que o paciente possa vir a desenvolver e já iniciar o tratamento antes que surjam maiores complicações”, finaliza o médico. 

A boa notícia é que as doenças vasculares mais graves geralmente são silenciosas, mas dá pra agir antes que elas ocorram através do simples check up vacular. É um exame clínico e um ultrassom que mede o grau de insuficiência venosa, verifica o grau de calcificação das artérias e ainda permite uma análise dos vasos sanguíneos por imagem. “Assim, fica mais fácil indicar qualquer problema que o paciente possa vir a desenvolver e já iniciar o tratamento antes que surjam maiores complicações”, alerta o médico. Além dos exames, Dr. Caio salienta que uma conversa sobre o histórico de vida e hábitos diários também podem ajudar na descoberta precoce de diversas doenças.

 

FONTE: Dr. Caio Focássio - Cirurgião vascular formado pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e Membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. Pós graduado em Cirurgia Endovascular pelo Hospiten -- Tenrife (Espanha). Médico assistente da Cirurgia Vascular da Santa Casa de São Paulo.

Instagram: @drcaiofocassiovascular


INSEGURANÇA ALIMENTAR E AS NOVAS DOENÇAS

Um grande problema do Brasil atual é o fato de ter que lidar com as novas doenças ao mesmo tempo em que o país atravessa uma situação de insegurança alimentar que atinge parcela significativa da população. Assim foi com a Covid-19, em consequência da qual mais de 620.000 pessoas morreram, grande parte em razão da precariedade no atendimento básico oferecido à época, que foi alvo de políticas ideológicas e outros problemas de gestão, principalmente pelo descaso por parte do governo no início da pandemia no tocante à estrutura de vacinação e atendimento.

O mapeamento do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar, no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil aponta que a pandemia agravou a fome no país, que soma atualmente 33,1 milhões de pessoas que não têm o que comer. Em comparação com 2020, são 14 milhões de brasileiros a mais em situação de insegurança alimentar grave em 2022, sendo as regiões do Norte e Nordeste as mais impactadas, segundo dados revelados pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.

Ao analisarmos o número de cidadãos vulneráveis no contexto da Saúde Pública, não nos resta a menor dúvida de que estamos fragilizados em termos estruturais e impossibilitados de salvaguardar o atendimento médico através do SUS àqueles que não têm acesso aos planos de saúde. A fome, com efeito, propicia um aumento das doenças de base, além das que estão ainda afetando a população em geral, como a Covid-19 e, mais recentemente, a varíola dos macacos.

Em relação a essa última, a OMS decretou emergência de saúde, e o próprio Ministério da Saúde já confirma mais de 1369 casos da varíola dos macacos até o dia 1 de agosto de 2022. Só em São Paulo já temos 1031 infecções confirmadas, o que faz o estado liderar o “ranking”. O Rio de Janeiro aparece na sequência, com 169 registros. Desde maio o mundo enfrenta o maior surto do vírus fora da África. Segundo estudo publicado esta semana no New England Journal of Medicine, a doença provocou até agora cinco mortes e é transmitida principalmente pelo sexo, mas pode também ser transmitida por meio de qualquer tipo de contato físico. Como se não bastasse, a OMS alerta para um novo tipo de hepatite: a aguda, que causa inflamação do fígado.

Isto posto, resta-nos esperar a atenção devida à Saúde Pública no Brasil, mantendo todas as políticas já adotadas anteriormente, durante a pandemia de Covid-19, e ampliando os investimentos em saúde, valorização do SUS, melhoria na gestão dos estoques de vacinas, formação e valorização dos profissionais da saúde e, acima de tudo, o combate à miséria e a implementação de projetos visando minimizar a insegurança alimentar, ao mesmo tempo informando a população sobre as novas doenças e formas de preveni-las; afinal, mais importante do que as eleições que estão por vir é a saúde do povo brasileiro, neste momento de imensa vulnerabilidade imunológica e econômica.


Fernando Rizzolo - advogado, jornalista, mestre em Direitos Fundamentais


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