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quinta-feira, 4 de agosto de 2022

De volta à essência dos homens


A política, assim como a filosofia, surgiu na Grécia por volta do século VI a.C. Foi quando o homem expandiu o foco de interesse, deixando de entender a realidade por meio de mitos para atentar ao que acontecia aqui e agora, e entre quem lhe era semelhante. Havia, sim, uma atitude filosófica a ponto de a política ser considerada como o ápice da existência humana, a principal qualidade do homem livre. 

Porque a política, para quem vivia na Grécia Antiga, tinha por fim último a justiça comum. E justiça, enfatize-se, era a ordem natural que governava o mundo. Os tempos são outros, com certeza. A tal ponto que, em um país como o Brasil, um dos assuntos que mais atrai a atenção do Congresso Nacional, instituição que representa o Poder Legislativo, é o tamanho da assistência financeira aos partidos políticos -- em especial, em ano de eleições como o de 2022. 

O Fundo Eleitoral, também conhecido por Fundão, foi criado em 2017, decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para dar cobro à dinheirama que corria solta pela falta de regras no financiamento empresarial das campanhas políticas. A iniciativa do STF deu em nada, contudo. Porque o Fundão, agora composto essencialmente de dinheiro público -- ou seja, dinheiro que se origina dos impostos pagos pelos brasileiros nos produtos que consomem --, tem alcançado montantes estratosféricos a cada nova eleição. 

Em miúdos: do total de R 1,7 bilhão aferido no pleito (presidencial) de 2018, o Fundão passou a ser de R 2 bilhões em 2020 (eleições municipais) para ser contabilizado em R 4,9 bilhões por causa das eleições gerais de outubro próximo. Consequência? O Brasil domina, absoluto, o ranking mundial entre os países que mais gastam dinheiro público com campanhas eleitorais.

E pensar que essa montanha de dinheiro poderia ter outra finalidade, como, por exemplo, financiar Bolsa Família para 12 milhões de lares brasileiros; construir 245 mil salas de informática nas escolas Brasil afora; erguer 30 mil moradias populares; ou, ainda, bancar o programa de Combate à Fome por dez anos! 

Fazendo isso, a classe política mostraria que se preocupa em encontrar respostas às necessidades prementes da população -- e não em defender a própria reeleição com unhas e dentes. 

Afinal, que país desejamos construir? Tem-se de pensar no que é melhor para os brasileiros que nos colocaram aqui, quatro anos atrás. E reencontrar o caminho virtuoso, apontado pelos gregos, que faz da política a essência do homem.

Não é papel do Estado financiar campanhas eleitorais; o Estado tem de cuidar do cidadão que paga a conta e está sofrendo com a falta de gestão. O Partido NOVO é contra receber o dinheiro do Fundão. Por isso, a cota a que o partido tinha direito, cerca de R 87 milhões, acaba de ser devolvida para o Tribunal Superior Eleitoral que, por sua vez, deverá repassar ao Tesouro Nacional para ser depois investido -- oxalá! -- em Saúde, Segurança e Educação.

Não fizemos nada além do que é obrigação.


Adriana Ventura - deputada federal e professora de gestão e empreendedorismo na FGV-EAESP

 

Copom anuncia novo aumento de Selic em busca de estabilidade futura

O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou, nesta quarta-feira, aumento de 0,5 ponto percentual da Selic, para 13,75%, com o objetivo de reduzir o avanço da inflação. Foi a décima-segunda alta consecutiva da taxa básica de juros. Diretamente atrelado aos rumos da economia do país, o mercado imobiliário tende a ser, novamente, impactado por financiamentos mais restritivos e com juros maiores, que levam parte das pessoas a postergar a compra de uma casa ou de um apartamento e a optar pelo aluguel neste momento.  

O custo efetivo total (CET) do financiamento imobiliário aumenta 1 ponto percentual a cada 2,3 pontos percentuais de alta da Selic, considerando-se a busca de 80% de crédito para a compra de unidade de dois dormitórios com valor de R$ 250 mil, segundo cálculos da Fundação Getulio Vargas (FGV). Na prática, 4 milhões de famílias deixaram de ter renda qualificada para acessar o financiamento habitacional com os 11 pontos percentuais de aumento gradual da Selic de 2% para 13%. 

O cenário mais desafiador para a aquisição da casa própria — maior sonho de consumo de boa parte da população – não é exclusivo do Brasil. Nos Estados Unidos – maior economia do mundo – o mercado habitacional também tem sentido os efeitos, nas prestações, de juros mais elevados em decorrência dos aumentos anunciados pelo Federal Reserve (FED). 

Na semana passada, o FED anunciou incremento de 0,75 ponto percentual, na taxa básica de juros do país, para a faixa de 2,25% a 2,5%. Quando se soma o impacto de taxas maiores com preços de moradias em alta, fica claro que está muito mais difícil para o americano médio comprar um imóvel. 

A isso se acrescenta a queda de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, no segundo semestre, após a retração de 1,6% de janeiro a março. Após a divulgação do PIB, o presidente americano, Joe Biden, disse não ver como surpresa a desaceleração da economia do país enquanto o FED age para tentar reduzir a inflação.

Nem a Europa escapou de ter de anunciar medidas mais restritivas para tentar conter a inflação. No último dia 21, o Banco Central Europeu (BCE) fez o primeiro aumento de juros, em 11 anos, na zona do euro. Ou seja: também no velho mundo, onde vários países, como Portugal, vivem momento de alta de preços dos imóveis residenciais, o anúncio de ajuste da taxa tende a afetar os financiamentos para a compra de moradias.

Um dos efeitos das subidas de juros dos Estados Unidos e da Europa é que essas regiões têm atraído parte dos recursos de investidores internacionais que estavam aportados em países emergentes, como o Brasil. O novo aumento anunciado pelo Copom torna o país interessante, de novo, para o capital de curto prazo, que busca retornos mais elevados. 

Caso os esforços para diminuir o ritmo inflacionário buscados pelo Banco Central surtam efeito, a pressão de custos de produção de moradias tende a cair, contribuindo para que as incorporadoras interrompam as altas de preços dos imóveis. Isso tende a estimular a liquidez das vendas de unidades habitacionais.  

Se alcançada, a desaceleração da inflação ajudará a tornar o cenário macroeconômico do país mais atraente, outra vez, também para o capital de investidores com perfil de longo prazo. 

Para o potencial comprador de um imóvel, a perspectiva de um ambiente previsível, quando vislumbrada, será favorável à tomada da decisão de adquirir uma unidade para moradia, considerando-se o endividamento de longo prazo que costuma ser atrelado à compra do bem mais caro da vida. Do lado de quem produz, a estabilidade facilita bastante a definição de investimentos em novos terrenos, projetos e obras.

Na prática, a elevação dos juros torna o cenário mais desafiador, no curto prazo, mas pode contribuir para que o setor imobiliário tenha um crescimento sustentável no médio e longo prazos. 

A experiência dos fundadores da UBlink de décadas de atuação no mercado imobiliário mostra que momentos do ciclo mais difíceis para a venda de imóveis beneficiam a busca por locação e vice-versa. Mas, para quem conta com o suporte de uma empresa criada por profissionais que já viveram todo o tipo de oscilações do mercado imobiliário, boas oportunidades podem ser encontradas mesmo em fases menos favoráveis à aquisição ou ao aluguel.


Rogério Santos - um dos fundadores da UBlink


UBlink
www.ublink.com.br

 

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

PROJETO “DO PEITO AO PRATO” DEBATE OS DESAFIOS DO ALEITAMENTO MATERNO E DA INTRODUÇÃO ALIMENTAR, NO SESC SÃO CAETANO

Durante a Semana Mundial do Aleitamento Materno, unidades do Sesc oferecem uma extensa programação, presencial e on-line, que amplia a discussão sobre questões políticas e sociais relacionadas à alimentação nos primeiros anos de vida 

 

 

A alimentação adequada e saudável nos primeiros dois anos de vida é decisiva para a saúde da criança e tem reflexos em toda a vida adulta. Até 07 de agosto, durante a Semana Mundial do Aleitamento Materno, o Sesc São Paulo realiza a quarta edição do projeto Do Peito ao Prato, iniciativa que leva ao público uma programação com ações relacionadas ao tema, em unidades da capital, interior e litoral, além das atividades on-line. Toda a programação é gratuita. 


A relação entre o ser humano e a comida inicia-se com a amamentação. O leite materno é o primeiro alimento da criança, contém anticorpos e outras substâncias que protegem o organismo na infância. Porém, amamentar ainda é um ato repleto de desafios sociais. A programação de Do Peito ao Prato tem como objetivo ampliar esse debate e abordar questões acerca da sociedade.  


Rodas de conversa, bate-papos, vivências, oficinas, cursos e exibições de filmes lançam luz sobre a prática do aleitamento materno, que é construída a partir de influências políticas, econômicas e científicas. Entre os assuntos que serão abordados, destaque para a importância da rede de apoio de uma lactante e o estímulo aos pais e outros familiares a participarem ativamente do processo de cuidar dos bebês; a amamentação e os desafios da mãe ao retorno ao trabalho; a importância da introdução alimentar adequada; banco de leite e muito mais, serão temas dos especialistas. 


"É fundamental realizarmos um projeto como esse e compartilharmos conhecimentos com base no saber científico e em vivências pessoais enriquecedoras. Com isso, contribuímos com a saúde e a qualidade de vida desde os seus primeiros anos, fortalecendo a missão do Sesc de atender os seus públicos em cada etapa da sua existência. Também empoderamos mães, pais e a sociedade em geral, difundindo as informações necessárias às melhores escolhas alimentares”, declara Marcia Bonetti Sumares, Gerente da Gerência de Alimentação e Segurança Alimentar, no Sesc São Paulo. 

 

A unidade do Sesc São Caetano participará da ação realizando o encontro Amamentação e introdução alimentar: para adultos e bebês”, dia 6/8, às 11h, presencial no Espaço de Teologias e Artes. A palestrante convidada é a nutricionista Shirlei Tessarini, que parte das dúvidas mais práticas sobre a amamentação, como as redes de apoio a amamentação em todo o seu ciclo. Como coletar e armazenar o leite materno, como amamentar no retorno ao trabalho, a importância dos bancos de leite no apoio as mães, até a introdução alimentar. As atividades são livres e gratuitas com inscrições pelo sescsp/incricoes.  


Shirlei Tessarini é nutricionista formada pelo Centro Universitário São Camilo, pós-graduada pelas Faculdades Integradas Coração de Jesus e mestra no ensino em ciências de saúde pela Anhanguera. É docente em cursos de graduação e pós-graduação para nutricionistas, enfermeiros, farmacêuticos e outros profissionais da área da saúde no Centro Universitário Anhanguera. Implantou e coordenou os dois Bancos de leite humanos existentes no município de Santo André - Hospital Mário Covas e Hospital da Mulher. Em sua carreira, atuou como nutricionista clínica, como gestora, coordenadora técnica de equipes multidisciplinares de terapia nutricional em conceituados hospitais. Atualmente, além de assessoria de educação em saúde, atua na área acadêmica. 


 

História da Amamentação no Brasil 

 

No Brasil, a amamentação também tem uma história. Partindo de 1500, é possível estabelecer uma cronologia, desde quando os portugueses ficaram impressionados ao verem indígenas amamentando por dois anos, ou mais. Com o passar do tempo, novas tecnologias e a entrada da mulher no mercado de trabalho, na década de 1930, leites industrializados começaram a ser produzidos, e em 1970 o país enfrentou uma epidemia devido ao desmame precoce. Iniciaram-se na mesma década estudos científicos sobre a importância do leite materno. Posteriormente, importantes leis relacionadas ao assunto começaram a surgir, como a regulamentação dos Bancos de Leite (1988), a licença maternidade (1988), o direito da criança ao aleitamento materno segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), além de outras relevantes iniciativas, como a criação da Semana Mundial de Aleitamento Materno (1992) e o Agosto Dourado (2017).  


 

Cronologia: A Amamentação ao longo dos séculos 

 

1500: Ao chegarem ao Brasil, os portugueses se depararam com indígenas com o hábito de amamentar por dois ou mais anos. Foi um susto! Os europeus estavam acostumados a interromperem o aleitamento em um período inferior.  

 

1869: O Jornal do Commercio publica: “Vende-se uma crioulla de 18 anos de idade, sem o menor defeito, muito ellegante e propria para ama de leite por ter um filho recemnascido.” O anúncio da ama-de-leite, como tantos do período, é um registro de um Brasil marcado pela comercialização do peito.   

 

1930: Com a industrialização e o fortalecimento da entrada da mulher no mercado de trabalho, a indústria passou a investir em tecnologias de desenvolvimento de leite artificial para bebês.   

 

1970: Com o fortalecimento das fórmulas e mamadeiras, o país enfrenta uma epidemia causada pelo desmame precoce.  

 

1974: Em Pernambuco, uma portaria estadual proíbe a propaganda de fabricantes e distribuidores realizada por meio da doação de leite em pó a mães em hospitais. O documento é um dos primeiros do gênero no país.  

 

1970 e 1980: Estudos científicos apontaram que o leite materno é único, inigualável e insubstituível.  

 

26 de maio de 1988: O Ministério da Saúde publica a portaria 322, aprovando normas voltadas à regulamentação, à instalação e ao funcionamento de Bancos de Leite Humano.  

 

5 de outubro de 1988: É promulgada a Constituição Cidadã, que garante à mulher o direito a 120 dias de licença maternidade e 5 dias ao pai.  

 

20 de dezembro de 1988: O Conselho Nacional de Saúde publica a Norma de Comercialização de Alimentos para Lactentes (NBCAL), um conjunto de diretrizes sobre a propaganda e a rotulagem de produtos voltados a recém-nascidos e crianças de até três anos de idade.  

 

1990: Estatuto da Criança e do Adolescente é publicado pela lei federal n° 8.069 e garante que toda criança tenha direito ao aleitamento materno.  

 

1992: A Organização Mundial de Saúde, por meio do Unicef, cria a Semana Mundial de Aleitamento Materno, de 1 a 7 de agosto, dedicada à sensibilização sobre a importância do aleitamento materno.  

 

1994: São estabelecidas as diretrizes e normas para uma instituição ser considerada uma IHAC (Iniciativa Hospital Amigo da Criança), certificação de qualidade conferida aos hospitais que cumprem os Dez passos para o sucesso do Aleitamento Materno.  

 

1998: É criada a Rede Brasileira de Bancos de Alimentos (rBLH-BR), com o objetivo de promover, proteger e apoiar o aleitamento materno, coletar e distribuir leite humano com qualidade certificada e contribuir para a diminuição da mortalidade infantil.   

 

2003: O Ministério da Saúde estabelece 01 de outubro como o Dia Nacional de Doação de Leite Humano.  

 

2006: A NBCAL é sancionada (Lei n° 11.265) e regulamenta a comercialização de alimentos para lactantes e crianças na primeira infância.  

 

2006: São definidos os parâmetros pela RDC n° 171 para a criação de salas de apoio nos locais de trabalho. Entre eles, está a metragem mínima, a instalação de pontos de água fria e a presença de freezer ou refrigerador com congelador e termômetro.  

 

2017: A Lei n 13.435 instituiu o Agosto Dourado, um mês no qual são realizados cursos, palestras e diversas outras ações a respeito do tema. A cor dourada é eleita porque o leite materno é considerado um alimento “padrão ouro”, não existe outro igual.  

 

Confira mais informações em De Gota a Gota: A História da Amamentação no Brasil 

 


Serviço 

Do Peito ao Prato 

Até  07 de agosto 

Onde: em 24 unidades do Sesc São Paulo, além de atividades online 

Programação completa: https://www.sescsp.org.br/dopeitoaoprato 

 

Sesc São Caetano 

Rua Piauí -554 Santa Paula – São Caetano do Sul 

Dia: dia 6/8, às 11h 

Recomendação etária: Livre 

Ingressos:  grátis 

Telefone para informações: (11) 4223-8800 

Para informações sobre outras programações acesse o portal sescsp 

 

Varíola dos macacos pode lesar olhos

 Contaminação causa nove alterações nos olhos e 74% das sequelas mais graves ocorrem em pessoas não vacinadas.

 

O Brasil vive hoje um surto epidêmico da varíola dos macacos ou monkeypox, infecção viral causada por um vírus do mesmo nome que já infectou mais de 1 mil brasileiros nos últimos três meses.   A doença que chegou por aqui em maio, coloca o Brasil entre os 10 países com maior número de contaminações entre as 75 nações que notificaram à OMS (Organização Mundial da Saúde) 16 mil casos da varíola dos macacos até final de julho. 

Pior: Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, oftalmologista do Instituto Penido Burnier de Campinas, o novo surto é um perigo à  saúde ocular. Os principais grupos de risco são crianças, imunossuprimidos e gestantes. “A doença já é bem conhecida pela comunidade médica. Uma evidência disso são os diversos estudos científicos que vem sendo realizados desde que a varíola dos macacos surgiu na África”, comenta. 

O oftalmologista afirma que as nove alterações oculares decorrentes da monkeypox e suas respectivas frequências elencadas pela comunidade científica são:

·         Aumento dos gânglios linfáticos perioculares - 75%

·         Formação de vesículas na órbita e ao redor dos olhos – 25%

·         Blefarite – 30%

·         Conjuntivite - 30%

·         Lesão foco conjuntival – 17%

·         Úlcera na córnea – 4%

·         Fotofobia ou aversão à luz – 22,5%

·         Ceratite (inflamação da córnea) 3,6% a 7,5%

·         Perda da visão – 10% nas contaminações primárias e 5% nas contaminações secundárias.

 

Vacina protege olhos

Queiroz Neto afirma que o mais preocupante na nova epidemia é o hábito de automedicação entre brasileiros. Isso porque, um colírio inadequado no tratamento da conjuntivite pode causar uma perfuração na córnea, uma emergência médica que sem atendimento imediato leva à perda da visão. Por isso, toda  pessoa com suspeita de varíola dos macacos e desconforto nos olhos deve passar por consulta oftalmológica.  Os estudos revelam que a vacina reduz de 30% para 7% o risco de desenvolver conjuntivite (inflamação da conjuntiva) e blefarite (inflamação das pálpebras). A incidência de lesões no foco conjuntival caem de 17% para 14% e os casos de úlcera na córnea de 4% para 1%. O problema, comenta, é que as vacinas desenvolvidas na Europa para a monkeypox são escassas e a vacina para varíola humana, embora seja eficaz pela similaridade genética entre os dois vírus, deixou de ser fabricada depois que a doença foi erradicada.

 

Transmissão

Queiroz Neto explica que após o contato com roedores ou pessoas contaminadas pelo monkeypox, o vírus ficar encubado de 5 a 21 dias. O contágio também pode ocorrer através de fronhas, lençóis, toalhas e talheres utilizados por um doente ou pelo contato com secreção das lesões da pele, saliva ou gotículas das vias respiratórias. “Basta tocar um desses elementos e levar as mãos aos olhos para contrair o vírus e contaminar o globo ocular”, afirma. Os primeiros sinais da varíola dos macacos podem ser confundidos com uma gripe: febre, dor no corpo desânimo, dor de cabeça. Até 5 dias depois desses sintomas surgem manchas vermelhas na pele chamadas de rash cutâneo que coçam. Estas manchas se transformam em vesículas cheias de um líquido viscoso que contém o vírus, e evoluem para pústulas cheias de pus que secam formando uma crosta. O médico alerta que o contato com uma pessoa que foi contaminada pelo monkeypox só se torna seguro para sua saúde e olhos quando todas as crostas já foram eliminadas.

 

Tratamento

O oftalmologista afirma que o tratamento das alterações oculares varia de acordo com a avaliação oftalmológica. O mais indicado é a instilação de colírio lubrificante para melhorar o conforto. O uso de colírio com corticoide aumenta a resistência do vírus, pode afinar a córnea e provocar perfuração. Casos de infecções resistentes podem ser tratados com antivirais, sempre com supervisão médica pelo risco do medicamento. A varíola dos macacos é uma doença autolimitada e como todas as viroses o sistema imunológico geralmente elimina o vírus.

 

Prevenção

As dicas de Queiroz Neto para prevenir a monkeypox e a contaminação dos olhos são:

·         Lave as mãos com frequência.

·         Evite levar as mãos aos olhos.

·         Mantenha os olhos lubrificados.

·         Em caso de diagnóstico de monkeypox ou desconforto nos olhos consulte um especialista.

·         Não use colírio por conta própria. Todo medicamento tem efeitos colaterais que podem ser perigosos.

 

Envelhecimento do cérebro: Dez mitos e verdades sobre o assunto


Como qualquer outro órgão do corpo humano, o cérebro também passa por alterações e mudanças ao longo dos anos e envelhece com o tempo. As alterações são não apenas estruturais, mas também funcionais. Nos cérebros idosos, por exemplo, ocorre uma perda de sintonia entre as regiões. 

Para esclarecer algumas curiosidades sobre a saúde do cérebro e o envelhecimento cerebral, o Dr. Marcelo Valadares, médico neurocirurgião da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e do Hospital Albert Einstein elencou alguns mitos e verdades sobre o tema. Veja abaixo:

 

1) O tamanho do cérebro pode diminuir com a idade. VERDADE. 

A redução do volume do cérebro com a idade é comum durante o envelhecimento. Isso se deve à diminuição no número de células, entre elas, os neurônios, que são os principais responsáveis pelo funcionamento do órgão. “Além disto, acontece também uma diminuição das conexões entre os neurônios. Esta alteração do volume cerebral também é chamada de atrofia e pode ser maior ou menor, de acordo com outras condições de saúde, que variam para cada pessoa”, explica o Dr. Marcelo Valadares.

 

2) Exames preventivos podem contribuir para evitar o envelhecimento do cérebro. MITO.

Até o momento, não existem exames que possam prevenir o envelhecimento do cérebro. As recomendações são relacionadas a prevenção de problemas de saúde. Exames podem ser úteis quando existem alterações neurológicas perceptíveis, como problemas de memória e de atenção.

 

3) Os neurotransmissores - substâncias que levam a informação de um neurônio ao outro ou a um tecido - também sofrem com mudanças durante o envelhecimento. VERDADE.

Dentro do próprio neurônio a transmissão se dá por meio de energia, como acontece com o sistema elétrico de uma casa, por exemplo. Como os cabos de energia, os neurônios são compridos e podem ter mais que 1 metro de extensão. Entre as células, são os neurotransmissores que se comunicam, passando a mensagem adiante. “Hoje conhecemos mais de 60 tipos de neurotransmissores e, com a idade, a concentração de cada um pode variar; isso pode estar associado a problemas de saúde”, ressalta o neurocirurgião.

 

4) Já existem formas de frear o desenvolvimento das doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. MITO.

Infelizmente, ainda não existe uma forma clara de frear processos degenerativos no cérebro, principalmente quando doenças como Alzheimer e Parkinson já forma identificadas. Porém, segundo o neurocirurgião da Unicamp e do Hospital Albert Einstein, existem condições de saúde que podem reduzir o risco do desenvolvimento destas doenças. “Adotar um estilo de vida mais saudável desde cedo, com alimentação balanceada, prática de atividades físicas e evitando o excesso de bebidas alcoólicas, por exemplo, pode reduzir o risco de doenças neurodegenerativas”, diz o médico.

 

5) O estilo de vida de um jovem pode influenciar, no futuro, no envelhecimento do seu cérebro. VERDADE.

Um cérebro jovem deve ser estimulado e bem cuidado. “A forma como se estimula o cérebro hoje, impacta diretamente no amanhã. O cuidado deve ser físico, mental e emocional, uma vez que as emoções e a cognição estão ligadas às conexões entre os neurônios. Hábitos de vida saudáveis associados a um sono regular, evitando estresse e ansiedade, são cuidados essenciais”, afirma o Dr. Marcelo Valadares.

 

6) Pessoas que mantêm hábitos relacionados à atividade intelectual, como ler e estudar, têm uma menor predisposição a desenvolver demência. VERDADE.

Sim, é verdade: manter vivos hábitos como ler e estudar parecem estar relacionados a um menor risco de desenvolver demências ou, ao menos, de resistir aos sintomas em seu início. O neurocirurgião explica que a principal hipótese para explicar o mecanismo é chamada de reserva cognitiva. “Estudos indicam que, quem estimula o cérebro, teria mais conexões entre seus neurônios e maior capacidade de processamento da informação. Essa reserva seria fundamental diante da morte de neurônios ligada ao envelhecimento ou a doenças, suprindo a função que seria perdida normalmente”, afirma.

 

7) A qualidade do sono é importante para porque o cérebro desliga e, assim, estaremos descansados para o próximo dia. MITO.

Segundo o Dr. Valadares, o sono de qualidade é um dos principais elementos para manter a saúde do cérebro em dia. “Enquanto dormimos, em vez de ‘desligar’, nosso cérebro inicia um dos seus momentos de maior atividade. Enquanto nossa consciência está ausente e sonhamos, os neurônios processam e arquivam as informações recebidas durante o dia. Além disso, acreditamos que boa parte da ‘limpeza’ de resíduos de atividade cerebral ocorra durante o sono. Esse trabalho noturno é o que garante a qualidade e a limpeza, garantindo que o órgão esteja apto às atividades no próximo dia”, diz o médico.

 

8) A prática de atividades físicas que desenvolvam a musculatura corporal também pode contribuir para o cérebro. VERDADE.

Por mais estranho que pareça, é verdade. Diversas pesquisas apontam que a atividade física moderada está associada com menores índices de atrofia do cérebro. Ou seja: o cérebro de quem faz exercício físico pode ser maior daqueles que não fazem. Pesquisadores também acreditam que isso também signifique um risco menor de doenças neurodegenerativas.

 

9) Alimentação desregulada e excesso de álcool podem influenciar diretamente no envelhecimento do cérebro. VERDADE.

Tanto o consumo excessivo de álcool, quanto açucares e alimentos processados em excesso podem influenciar o cérebro. Entre mudanças possíveis estão: alterações na capacidade cognitiva em qualquer idade; aumento na atividade inflamatória, afetando especialmente especial pessoas idosas. De acordo com médico da Unicamp, pesquisas apontam que evitar alimentos do tipo em excesso pode preservar a estrutura e as funções cerebrais. No caso do álcool, especificamente, podem ocorrer alterações profundas nos neurotransmissores.

 

10) Suplementação com DHA é essencial para prevenção do envelhecimento cerebral. MITO.

O DHA é um ácido-graxo que faz parte do chamado ômega 3, complexo de 3 tipos diferentes de substâncias muito importantes para o organismo. Ele pode ser obtido por meio do leite materno e de alimentos como óleos de peixes. Porém, a decisão de suplementar ou não DHA além do que já é obtido naturalmente na alimentação, deve ser avaliada caso a caso, com orientação médica e nutricional. “O DHA está presente em nosso corpo e é parte essencial de nosso cérebro, mas ainda não está claro se consumi-lo pode ajudar no funcionamento do organismo. Como dito anteriormente, é importante ressaltar que também não existe, até o momento, uma forma de prevenir o envelhecimento do cérebro”, finaliza o Dr. Valadares. 

 

Dr. Marcelo Valadares - médico neurocirurgião e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e do Hospital Albert Einstein.  A Neurocirurgia Funcional é a sua principal área de atuação, sendo que o neurocirurgião trabalha em São Paulo e em Campinas. Seu enfoque de trabalho é voltado às cirurgias de neuromodulação cerebral em distúrbios do movimento, cirurgias menos invasivas de coluna (cirurgia endoscópica da coluna), além de procedimentos que envolvem dor na coluna, dor neurológica cerebral e outros tipos de dor. O especialista também é fundador e diretor do Grupo de Tratamento de Dor de Campinas, que possui uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e educadores físicos. 


Distúrbios Respiratórios do Sono: O impacto no dia a dia dos portadores

Gleison Marinho Guimarães, médico especialista em Pneumologia e Medicina do Sono, revela estudos que comprovam os malefícios das noites mal dormidas 

 

Muitas pessoas não levam em consideração o papel fundamental de uma boa noite de sono no desempenho profissional. Isso porque atenção, coordenação motora, ritmo mental e principalmente o alerta são influenciados diretamente pelo estado de fadiga de um sono não reparador.

De acordo com Gleison Marinho Guimarães, médico especialista em Pneumologia pela UFRJ e em Medicina do Sono pela ABMS, esta necessidade de repouso varia de pessoa para pessoa e pode levar a consequências tanto na saúde física, quanto mental. “Distúrbios neurais, cansaço, sonolência, irritabilidade, ansiedade, depressão, problemas sexuais e estresse são sintomas comuns de noites mal dormidas ou a falta de um sono adequado, que aumenta o risco de erros e acidentes nos mais diversos locais de trabalho”, alerta.

Um estudo realizado pelo Departamento de Medicina Respiratória da University of British Columbia, publicado pela Sleep Medicine em dezembro de 2007, mostra que pacientes com Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) podem ter impacto negativo sobre sua performance no trabalho. Neste documento, foram usados métodos para avaliar a sonolência diurna e a limitação para atividade no trabalho. Em determinado grupo de trabalhadores, evidenciou-se diferença entre portadores de apneia leve e grave em relação ao tempo de capacidade administrativa e interações mentais e pessoais.

A pesquisa seguiu em busca de evolução nos pacientes. “Aproximadamente 50 pessoas foram avaliadas novamente e 33 usaram o aparelho de CPAP (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas), mostrando uma melhora significativa entre a primeira avaliação com relação ao tempo de capacidade administrativa, mental, relação interpessoal e produtividade. A conclusão deste estudo revelou que existe forte relação entre sonolência excessiva e redução da capacidade laborativa em uma população propícia a ter apneia do sono”, pontua Guimarães.

Houve uma explosão na busca por tecnologias para rastrear a duração e outras métricas quantitativas de sono. De acordo com uma pesquisa, 25% dos americanos adultos usaram um smartphone ou dispositivo para rastrear sua duração do sono. Embora o interesse em rastrear o sono entre a população sugira maior interesse e conscientização sobre o sono, as avaliações quantitativas não capturam uma avaliação holística e qualitativa do sono, não oferecendo caracteres de um sono restaurador. Segundo uma pesquisa publicada pelo Frontiers in Sleep, em julho deste ano, apenas um terço dos adultos dos EUA relataram sono restaurador, o que é alarmante.

Para confirmar que a presença de distúrbios respiratórios durante sono causa impactos negativos nos gastos em saúde, uma pesquisa publicada pelo Journal of the American Geriatrics Society, em fevereiro de 2008, revelou que gastos em saúde dois anos após diagnóstico de apneia foram quase duas vezes maiores que no grupo de controle. “A conclusão desse estudo mostra que pacientes com o distúrbio possuem uma alta taxa de utilização dos serviços de saúde por comorbidade cardiovascular e uso de medicações com propriedades psicoativas”, relata o especialista em Medicina do Sono.

A apneia obstrutiva do sono (AOS) é altamente prevalente e é um fator de risco reconhecido para acidentes automobilísticos. Assim, regulamentos europeus oficiais relativos à aptidão para dirigir levou a Sociedade Respiratória Europeia a estabelecer uma força-tarefa para abordar o tema da apneia do sono, sonolência e direção, com o objetivo de fornecer uma visão geral aos médicos envolvidos no tratamento de pacientes com o distúrbio, além de estabelecer regulamentos que restringem a capacidade dos pacientes com AOS de dirigir até serem tratados, mesmo reconhecendo  o difícil acesso ao diagnóstico dos distúrbios respiratórios do sono.

Essa publicação da European Respiratory Society sobre apneia do sono, sonolência e risco de condução foi publicada em 2021 no European Respiratory Journal e avalia a epidemiologia dos pacientes com AOS, os mecanismos envolvidos nesta associação, o papel de questionários de triagem, uso de simuladores de direção e outras técnicas para avaliar sonolência e comprometimento da vigilância; o impacto do tratamento com pressão positiva contínua nas vias aéreas no risco de acidentes nos motoristas afetados; e ainda destaca as dificuldades na identificação de pacientes com apneia do sono.

De acordo com o pneumologista, o impacto econômico provocado pelo distúrbio não se limita aos gastos na área da saúde. “A apneia do sono quando não tratada está associada à baixa performance laborativa, doenças ocupacionais e o impacto econômico desse quadro envolve bilhões DE DÓLARES POR ANO. É IMPORTANTE QUE OS ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS DIVULGUEM OS GRANDES BENEFÍCIOS DA TERAPIA ADEQUADA COM CPAP, POR EXEMPLO, MELHORANDO A VIDA E O DIA A DIA DE PESSOAS PORTADORES DA APNEIA DO SONO”, FINALIZA.  

 

GLEISON MARINHO GUIMARÃES - MÉDICO ESPECIALISTA EM PNEUMOLOGIA PELA UFRJ E PELA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA (SBPT), ESPECIALISTA EM MEDICINA DO SONO PELA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MEDICINA DO SONO (ABMS) E TAMBÉM EM MEDICINA INTENSIVA PELA ASSOCIAÇÃO DE MEDICINA INTENSIVA BRASILEIRA (AMIB). POSSUI CERTIFICADO DE ATUAÇÃO EM MEDICINA DO SONO PELA SBPT/AMB/CFM, MESTRE EM CLÍNICA MÉDICA/PNEUMOLOGIA PELA UFRJ, MEMBRO DA AMERICAN ACADEMY OF SLEEP MEDICINE (AASM) E DA EUROPEAN RESPIRATORY SOCIETY (ERS). É TAMBÉM DIRETOR DO INSTITUTO DO SONO DE MACAÉ (SONNO) E DA CLINICAR – CLÍNICAS E VACINAS, MEMBRO EFETIVO DO DEPARTAMENTO DE SONO DA SBPT. ATUOU COMO COORDENADOR DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS NO MUNICÍPIO DE MACAÉ (2013) E PELA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MACAÉ (FUNEMAC), GESTORA DA CIDADE UNIVERSITÁRIA (FEMASS, UFF, UFRJ E UERJ) ATÉ 2016. PROFESSOR ASSISTENTE DE PNEUMOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – CAMPUS MACAÉ. PARA MAIS INFORMAÇÕES, ACESSE HTTPS://DRGLEISONGUIMARAES.COM.BR/ OU PELO INSTAGRAM @DR.GLEISONGUIMARAES E NO TWITTER @DRGLEISONPNEUMO.


Quanto Mais Creme Dental Melhor? Conheça os Efeitos do Excesso de Pasta de Dente.

Escolher um bom creme dental é uma etapa importante para uma boa escovação dos dentes, além de ser um item indispensável e essencial para a rotina de higiene da boca. Porém, ainda existem muitas dúvidas de qual a quantidade adequada para essa limpeza ser eficiente.


“Existem algumas substâncias na pasta como o flúor que ajudam na proteção dos dentes. Mas colocar muito creme dental na escova não é sinônimo de uma limpeza mais eficiente e esse hábito pode ser até mesmo prejudicial para a higiene bucal.” esclarece a cirurgiã dentista e especialista em saúde bucal Dra. Bruna Conde.

O abuso do uso desse produto, pode até trazer problemas para a saúde bucal desde a infância. Quando a criança está passando pela formação dentária e os pais exageram no creme dental, os pequenos correm o risco de ter uma fluorose, aquelas manchinhas brancas nos dentes.

“Além disso, o excesso de creme dental juntamente com o hábito de molhar o creme e a escova causando grande quantidade de espuma, faz com que o paciente tenha uma falsa sensação de limpeza, e com isso diminua o tempo necessário de escovação, que deve durar pelo menos 2 minutos.” destaca a dentista.

Quando molhamos o creme dental, o deixamos mais diluído, acarretando a formação de mais espuma do que o necessário.

A Dra. Bruna Conde ressalta que muita gente pensa que a quantidade maior de espuma quando molha o creme dental com água, reflete em uma higiene melhor. Porém, o que acontece é o contrário, todo esse processo faz o creme perder as suas características originais e, consequentemente, acaba não realizando seu efeito total.
 
Molhar o creme dental não é indicado. Essa conduta pode atrapalhar a sua higiene bucal e colocar toda sua limpeza por água abaixo.

O correto é colocar a quantidade recomendada de creme nas cerdas, em adultos, o que corresponde ao tamanho de uma ervilha, e não molhar a escova, muito menos o creme dental.

Mas afinal, como saber a quantidade correta de creme dental a ser usada no dia a dia?


Consumimos flúor de uma maneira diferente todos os dias sem perceber. Essa substância está presente na água encanada, em muitos alimentos, como o peixe, e também na maioria dos cremes dentais. O flúor é muito importante para equilibrar a flora bucal e manter seu sorriso forte e protegido das cáries. Mas você precisa tomar cuidado com a quantidade que usa ao longo do dia. A toxicidade aguda do elemento pode causar mal-estar, ânsia e vômitos.

O uso em excesso do creme dental é apenas um desperdício. Além disso, a aplicação em excesso de creme dental aumenta a chance desse material ser engolido, especialmente em crianças. Para uma escovação ideal, não é necessária uma grande porção de creme dental. A quantidade é de acordo com a idade de cada pessoa. Para crianças a quantidade deve ser do tamanho de um grão de arroz.

Quando houver dúvidas, não deixe de consultar um profissional de confiança para esclarecer todas elas. Mantenha a saúde da sua boca protegida com as ferramentas certas de higiene e o bom uso de cada uma delas. "Vale também informar que uma frequência exagerada da escovação, junto com hábitos e estilo de vida, pode provocar com o tempo, o desgaste do esmalte dental e alteração na posição da gengiva.

"Saber a quantidade e frequência da escovação de forma particular e personalizada para cada paciente faz toda a diferença. Consulte com seu dentista especialista em saúde bucal." finaliza a especialista em saúde bucal Bruna Conde.

 

Dra. Bruna Conde - Cirurgiã Dentista.

CRO SP 102038


Com idosos cada vez mais ativos, Hospital Paulista alerta para os danos físicos e sociais da perda auditiva

Shutterstock
Baixa audição prejudica interação social com amigos e familiares, podendo levar à depressão


Seja pela experiência de vida ou simplesmente pela relação afetuosa com os netos, existe um consenso sobre o papel importante que os avós exercem na manutenção das famílias. A população 60+ evoluiu e tem um perfil bastante diferente do conceito do que é a imagem de idoso, muito mais ativo e buscando, sobretudo, a qualidade de vida.  

A fonoaudióloga Christiane Nicodemo, do Hospital Paulista, alerta para os sintomas que podem indicar problemas auditivos nesta população. Segundo a especialista, o mau funcionamento das habilidades cognitivas pode impactar diretamente na forma com que as pessoas se comunicam e realizam suas atividades diárias, muitas vezes, inclusive, ainda precisam e/ou desejam estar no mercado de trabalho. 

“No processo de envelhecimento, a boa comunicação entre os mais velhos e os demais depende da manutenção das habilidades, como memória e linguagem, o que inclui a boa saúde e qualidade de vida. É importante que netos e familiares tenham em mente que o referencial de idade dos avós é subjetivo e variável, a depender de cada indivíduo”, orienta.  

Segundo a fonoaudióloga, a má qualidade auditiva pode induzir os idosos a quadros emocionais como o isolamento social, por exemplo. “A não compreensão faz com que os idosos deixem de participar de reuniões de amigos e até mesmo em família. Além disso, impacta nas emoções, podendo levar ou agravar quadros de depressão”, explica.  

Entre outros problemas, a má audição pode interferir no equilíbrio do idoso, além de provocar a dificuldade de localização da fonte sonora. “Este pode ser um grande perigo ao atravessar ou andar na rua, acentuando quadros de demência senil, por exemplo”, alerta.

 

Prevenção  

A especialista explica que é possível chegar a esta etapa da vida ouvindo bem. Para a especialista, chegar à terceira idade e conseguir estar atento às mudanças naturais, bem como praticar o autocuidado, pode ajudar na prevenção de problemas auditivos. 

Christiane chama a atenção aos sinais que podem identificar a perda auditiva. Em alguns casos, o idoso pode parecer esquecido, mas, na verdade, não está ouvindo o que lhe disseram. 

“Pedir para falar mais alto, aumentar o volume da televisão, manter-se isolado e usar frequentemente expressões como ‘o que?’ ou não ‘entendi’ estão entre as mudanças de comportamento a serem observadas”, indica Christiane.

 

Reabilitação

As perdas auditivas podem ter diversas arquiteturas de curva, diferenciando de grau e intensidade. No entanto, a reabilitação auditiva deve ser individualizada.  

“Cada paciente tem o seu processo de reabilitação e/ou adaptação. O trabalho é feito de forma multidisciplinar, com o apoio de otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos, que trabalham em sincronia para o bem-estar do vovô e da vovó. Atualmente contamos com diversos dispositivos eletrônicos de alta tecnologia que minimizam o efeito da perda auditiva”, reitera.

De acordo com a especialista, a reabilitação fonoaudiológica vai além da seleção e adaptação do dispositivo eletrônico, e os médicos devem estar atentos ao processamento das informações recebidas pelos pacientes, já que simultaneamente ao uso do dispositivo eletrônico, existem outras terapias que auxiliam no processo de reabilitação e facilitam o uso do aparelho.

 

Grupo de Apoio ao Usuário de Aparelho Auditivo 

Atualmente existem muitos programas capazes de identificar um problema auditivo em pessoas mais velhas, no entanto, a forma mais eficiente é fazendo um check-up para averiguar a acuidade auditiva (audiometria) e visual, além de um teste de cognição.

O Hospital Paulista de Otorrinolaringologia conta com um programa específico para orientar pessoas que precisam de próteses, o GAUAA - Grupo de Apoio ao Usuário de Aparelho Auditivo. Nele, o paciente participa de workshops com uma equipe multidisciplinar de saúde, que divide informações sobre audição e treinamento auditivo, explorando ritmos e estimulando a expressão facial. Assim, é possível ampliar a atenção e melhorar empatia e comunicação.

“Também devemos ter ciência da grande influência de fatores que podemos modificar no nosso dia a dia, como alimentação, prática de atividades físicas e bons pensamentos, que influenciam diretamente na nossa qualidade de vida. Este olhar sensibilizado pode ser a chave para a qualidade de vida da população que está envelhecendo”, finaliza.


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