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domingo, 5 de setembro de 2021

Ciranda do Nordeste é reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil

Considerada uma expressão cultural democrática e de divertimento coletivo, a manifestação recebeu o título em reunião do Conselho

Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC)da Ciranda: Encontro de Ciranda Paulo Maia (Ferreiros-PE)/Acervo Iphan


A Ciranda do Nordeste foi reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil. A decisão foi tomada na manhã desta terça-feira (31) em reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo. A partir de agora, o Brasil tem, em sua lista, 50 bens registrados como patrimônio imaterial.

A Ciranda do Nordeste é uma manifestação cultural que une música e poesia para embalar uma dança de roda, elemento central de sua expressão.  Possui singularidades estéticas, poéticas e musicais que a diferenciam de outras modalidades de Ciranda praticadas no Brasil, como o baile popular de Paraty.

“Com mais um registro, reconhecemos a relevância da Ciranda do Nordeste em âmbito nacional, na medida em que aporta elementos importantes para a memória, identidade e grupos formadores da sociedade brasileira”, declarou a presidente do Iphan, Larissa Peixoto. “Os saberes, modos de fazer e valores dessa expressão coletiva estão sendo constantemente reiterados, transformados e atualizados, o que constitui uma tradição vital enquanto canal de expressão e fortalecimento de laços de pertencimento”, completou.

Durante a 97ª reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, órgão colegiado composto por representantes de instituições públicas e privadas, bem como por representantes da sociedade civil, foi apresentado parecer do pedido de registro da Ciranda do Nordeste. Por unanimidade, o conselho decidiu pelo reconhecimento do bem como Patrimônio Cultural do Brasil, sendo inscrito no Livro de Registro das Celebrações.


Ciranda do Nordeste

A ciranda do Nordeste é uma forma de expressão que une música, poesia e dança de roda, e é vivenciada como um modo coletivo de celebrar a vida, sem distinções pessoais, delimitações e temporalidades rígidas. A Ciranda está rodeada de significados que envolvem o balanço do mar, os ciclos da vida e as brincadeiras de criança. A dança é um elemento central para vivenciar a Ciranda e, em geral, acontece com os dançantes dando as mãos em um círculo fechado e dançando em uma única direção.

Existem variações de passos complexos, porém o mais importante no cirandar não é a dificuldade dos passos, mas a simplicidade e a união. A roda pode acontecer em diferentes contextos como carnaval, encerramento de uma atividade pedagógica ou em festejos juninos; em espaços abertos ou fechados, como ruas, bares e praças.  Na roda de ciranda, são trazidos à tona sentimentos de celebração e pertencimento a um lugar e a uma história, seja das cirandas à beira mar, seja das noites de festa nos engenhos da Zona da Mata Norte de Pernambuco (composta por 19 municípios do estado).

                        Quadrilha Tradição - coreografia ciranda (Recife-PE). Foto: Paulo Maia  


Processo de registro

A solicitação de registro da Ciranda do Nordeste foi apresentada pela Secretaria de Cultura do Governo do Estado de Pernambuco com amplo apoio da população, demostrado por meio de abaixo-assinado encaminhado ao Iphan. A instrução da solicitação, que contou com a parceria da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), incluiu pesquisa de identificação com aplicação do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC), mobilização da comunidade e produção de dossiê de registro, material audiovisual e fotográfico.

A pesquisa de referência para o registro foi realizada em Pernambuco, especificamente na Zona da Mata Norte e Região Metropolitana de Recife, mas há indícios de que essa expressão ocorra em outros estados do Nordeste, em especial nos estados vizinhos de Alagoas e Paraíba. Por isso, apesar da solicitação se referir à “Ciranda do Estado de Pernambuco”, o parecer técnico considera que o nome “Ciranda do Nordeste” seja o mais adequado uma vez que essa forma de expressão pode vir a ser identificada em outras localidades.

O registro de bens culturais de natureza imaterial foi instituído pelo Decreto 3.551/2000. Com o reconhecimento, a Ciranda do Nordeste passa a ser acautelado pelo Iphan, que atuará na salvaguarda da manifestação, coordenando a execução de políticas públicas para a reprodução e sustentabilidade da expressão cultural.


Pinturas ao vivo das esculturas de onças-pintadas no Pátio Savassi: é a Jaguar Parade BH 2021

Foto: Luan Almeida


Está chegando a hora do público de Belo Horizonte ter a oportunidade de acompanhar, ao vivo, as esculturas de onças-pintadas em tamanho real da Jaguar Parade BH ganhando cor. Isso mesmo, os artistas locais selecionados pela gestão da mostra começam a “dar vida” às obras na próxima segunda-feira, 6 de setembro, no Pátio Savassi e seguem até o dia 5 de outubro. Durante o mesmo período, haverá a exposição de 35 obras do acervo da mostra dentro do shopping.  Os artistas ficarão trabalhando por quatro semanas no empreendimento, em locais estratégicos para que as pessoas possam acompanhar o dia-a-dia da transformação das obras. Entre os dias 7 de outubro e 15 de novembro, todas as 61 esculturas estarão expostas pelo shopping.

A Jaguar Parade BH é a maior exposição de arte ao ar livre que a capital mineira já recebeu. A intervenção artística urbana reúne mais 60 obras do projeto do animal em vibra de vidro (35 delas do acervo da Jaguar Parade e 26 que serão pintadas no Pátio Savassi) e vai surpreender o público e trazer entretenimento aliado à cultura e também à questão da extinção dos animais. De Belo Horizonte, a Jaguar Parade segue para uma edição em Nova York em 2022, em parceria com as Nações Unidas.


Onça para todo lado!

Já entre os dias 16 de novembro e 5 de dezembro, as onças tomarão conta da cidade e poderão ser apreciadas pelas ruas, praças, parques. “Queremos impactar o maior número de pessoas sobre a causa das onças-pintadas, entendemos que quanto mais levarmos as informações em forma de entretenimento para as pessoas, maior será o engajamento de toda a sociedade”, diz Carolina Barreto, diretora da Artery, empresa responsável pela concepção e organização da Jaguar Parade.

A Jaguar Parade BH 2021, realizada pela Artery,  conta com o Patrocínio Master da Unidas. O Pátio Savassi é o shopping oficial da mostra que também conta com o patrocínio do BTG Pactual, Fairfax, Usina Laguna, Nutrire, CDL e Novotel. Chamar a atenção para a degradação da fauna silvestre do país, em especial da onça-pintada, que corre risco de extinção, por meio da democratização da arte é o principal objetivo do evento. Segundo o IBAMA, no Brasil essa espécie é considerada vulnerável e já se enquadra na categoria "quase ameaçada" de extinção.

A Artery trouxe a Jaguar Parade para o Brasil, é responsável também pela Ear Parade, em defesa da saúde auditiva, além de ser a idealizadora e realizadora da Jaguar Parade, que é 100% nacional.


Jaguar Parade BH 2021 – Calendário atividades em BH

  • 6/09 a 05/10: pinturas ao vivo e exposição no Pátio Savassi
  • 7/10 a 15/11: exposição Pátio Savassi e abertura leilão online
  • 16/11 a 05/12: exposição nas ruas de BH + Pátio Savassi e encerramento do leilão online

Facebook e Instagram: @jaguar.parade

Site: jaguarparade.com


Setembro Verde é tema de exposição no Atrium Shopping

 


Fotos de morador de Santo André retratam a importância da doação de órgãos


No mês de setembro, quem passar pelo Atrium Shopping pode conferir a exposição Setembro Verde, do Instituto IPES (Instituto de Projetos Educacionais e Sociais), que retrata através de fotos de Marcelo Cavallari Militelli a espera na Fila Única de Transplantes do SUS.

A mostra, com doze fotos, apresenta de forma muito sensível e humanizada a vida do jovem que aguarda há oito meses, desde 11 de dezembro de 2020, por um transplante de rim. Entre os dias 1º e 30 de setembro, a exposição fica no Piso Térreo do empreendimento e convida visitantes para a reflexão tão importante que é a doação de órgãos e tecidos para salvar vidas através dos transplantes.


Sobre o Instituto

O Instituto de Projetos Educacionais e Sociais Instituto (IPES) fica em Santo André, no Grande ABC e tem como missão apresentar projetos sociais inovadores e ações estratégicas com foco em resultados na saúde e qualidade de vida de seu público-alvo. Com experiência profissional na área de projetos e Educação para a Saúde, traçou novas diretrizes, rumo ao progresso da associação. O caminho escolhido foi a inserção global dos temas de Saúde Pública nos projetos pedagógicos, na apresentação das oficinas de promoção de saúde, onde o intuito de contribuir na mudança de paradigmas para o universo da Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes.

 

Exposição Setembro Verde
De  até 30 de setembro
Piso Térreo

Atrium Shopping
Rua Giovanni Battista Pirelli, 155 - Vila Homero Thon, Santo André
Telefone e WhatsApp: (11) 3135-4500
Estacionamento visitantes: 9 reais até 2 horas + 2 reais a cada 2 horas adicionais.


Exposição inédita da artista Yuko Mohri traz esculturas cinéticas à Japan House São Paulo


Desde 31 de agosto, o trabalho da artista - que também é convidada da 34ª Bienal de São Paulo - estará exposto no segundo andar da instituição. Com crescente reconhecimento no circuito artístico, Yuko já apresentou suas obras no Japão, França e Inglaterra, além do Brasil


Até 14 de novembro de 2021, a Japan House São Paulo apresenta exposição individual inédita da artista visual Yuko Mohri, sob o nome "Parade – um pingo pingando, uma conta, um conto". As delicadas, porém potentes, instalações da artista japonesa apresentam ideias como transitoriedade e impermanência, conceitos muito presentes na cultura nipônica, criando ecossistemas compostos por esculturas cinéticas e sonoras. Esta exposição integra a rede de colaborações da 34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto, que acontece a partir de 4 de setembro.

Tendo como ponto de partida duas de suas principais obras: Parade e Moré Moré, Parade – um pingo pingando, uma conta, um”, instalação criada especialmente para a Japan House São Paulo exalta a filosofia japonesa do [you no bi], ressignificando objetos e utensílios comuns em suas obras, ressaltando o belo no ordinário. Do filósofo japonês Soetsu Yanagi (1889-1961), o conceito [you no bi] valoriza a “beleza dos objetos cotidianos”.

O delicado equilíbrio presente nas obras da jovem artista, que hoje leciona na Universidade de Artes de Tóquio, é fruto de anos de pesquisa em colaboração com profissionais de diversas áreas. Parade consiste em uma máquina desenvolvida pela artista com ajuda de engenheiros, baseada em uma placa de prototipagem eletrônica de código aberto que lê os desenhos de uma toalha de mesa estampada com frutas coloridas. As imagens são traduzidas em correntes elétricas que percorrem diversos fios, provocando reações inesperadas como uma luz que liga e desliga, espanadores que pulam no chão, um acordeão que parece ganhar vida própria. Os diversos objetos que compõem o trabalho são fruto das coletas de Yuko ao redor do mundo.  Esse ecossistema criado pela artista foi inspirado no jardim botânico que Yuko costumava frequentar quando criança e onde observava a natureza semiartificial e sua transformação nas diferentes épocas do ano.

Ainda dentro das questões envolvendo a impermanência e a transitoriedade, temas recorrentes na trajetória da artista, a obra incorpora elementos da série Moré Moré, na qual Yuko causa vazamentos propositalmente para, então, tentar obstruí-los e fazer com que a água circule novamente pelo sistema danificado. A ideia surgiu a partir dos registros fotográficos que a artista fez dos frequentes vazamentos de água no metrô de Tóquio, em 2009. As equipes das estações atingidas usaram uma variedade de recipientes incluindo garrafas, baldes, guarda-chuvas e tubos para conter o fluxo. A observação deste acontecimento, inspirou  Yuko a criar suas próprias esculturas, que se tornaram cada vez mais elaboradas ao longo dos anos.

Como uma homenagem à composição de Tom Jobim, Parade – um pingo pingando, uma conta, um conto” é uma releitura da artista de sua própria obra, uma versão tropicalizada feita a partir da relação estabelecida por ela entre os objetos de sua instalação e a letra da famosa canção. Para a Diretora Cultural da Japan House São Paulo e curadora da individual, Natasha Barzaghi Geenen, “os projetos de Yuko exploram ideias de energia e força intangível, investigam a gravidade, o magnetismo e a luz como fatores de presença perceptível em espaços antes inocupados. A ideia é causar curiosidade e maravilhamento, com os objetos retirados de suas funções primárias e costurados numa teia poética, valorizados nessa colagem espacial, nos deixando mais conscientes do nosso entorno”. Buscando criar oportunidades equitativas para todos os públicos, a exposição “Parade – um pingo pingando, uma conta, um conto conta com recursos de acessibilidade como audiodescrição, libras e elementos táteis.

A arte peculiar de Yuko Mohri lhe conferiu um reconhecimento em países como Japão, França e Inglaterra, algo que só tem crescido nos últimos anos. Entre as apresentações, destaque para as individuais SP. by yuko mohri (Ginza Sony Park, Tóquio, 2020) e Voluta (Camden Art Centre, Londres, 2018) e a sua participação nas coletivas Japanorama: New Vision on Art since 1970 (Centre Pompidou-Metz, França, 2017), e na Biennale d’Art Contemporain de Lyon 2017 (França). Em 2015 ganhou o grande prêmio no “Nissan Art Award” e, em 2016, conquistou o “Culture and Future Prize” no “Kanagawa Culture Award”. No ano seguinte, recebeu o Prêmio de Melhor Artista Jovem do “67º Prêmio do Ministro da Educação para Belas Artes” do governo japonês. Em 2018, foi escolhida como representante japonesa do Programa de Intercâmbio Cultural para o Leste Asiático da Agência de Assuntos Culturais do governo japonês, quando passou uma temporada na China.

 

Artista convidada da 34ª Bienal de Arte de São Paulo


Este ano, Yuko também é uma das artistas internacionais convidadas para integrar a 34ª Bienal de Arte de São Paulo, que acontece de 4 de setembro a 5 de dezembro, no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera. A artista também esteve presente na exposição coletiva Vento, realizada em 2020 como parte da programação da 34ª Bienal.

Mais do que um reconhecimento à relevância da jovem artista, a parceria entre as duas instituições culturais representa um reconhecimento à relevância do trabalho desenvolvido pela Japan House São Paulo na difusão da cultura nipônica e da arte japonesa no Brasil, já que desde 2006, a Bienal não trabalha mais com representações nacionais. “Esta é uma oportunidade dupla para o público poder ter um entendimento e um contato mais amplo com as obras de Yuko, tanto na exposição da Japan House São Paulo ainda em agosto, quanto na exibição da 34ª Bienal”, comenta Natasha Barzaghi Geenen.

 

Serviço:


“Parade - um pingo pingando, uma conta, um conto”, de Yuko Mohri
Período: até 14 de novembro de 2021
Segundo andar
Entrada gratuita
Reserva online antecipada (opcional): https://agendamento.japanhousesp.com.br/
A exposição conta com Recursos de Acessibilidade

Japan House São Paulo – Avenida Paulista, 52
Horário de funcionamento:
Terça a sexta-feira, das 10h às 17h
Sábados, domingos e feriados | das 9h às 18h
Entrada gratuita
Devido ao coronavírus, estamos funcionando com capacidade reduzida. Para mais informações, acesse o site da Japan House São Paulo.

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Paulo Pasta: LUZ

 

“A pintura é boa, para mim, quando faz silêncio”

 


 

Museu de Arte Sacra de São Paulo - MAS / SP, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, abre “Paulo Pasta: Luz”, exposição do artista plástico Paulo Pasta, sob curadoria de Simon Watson. A mostra apresenta 19 telas dos últimos 10 anos, com dimensões que oscilam entre mural e laptop. “Pasta cria pinturas que são meditações físicas sobre a metafísica e mais palavras e emoções quando sabemos o que estamos mostrando ...”, define o curador.

Paulo Pasta: Luz é a vigésima mostra individual institucional do artista e a primeira após a “Projeto e Destino”, no Instituto Tomie Ohtake de 2018, com curadoria de Paulo Miyada. Desde a sua primeira individual em 1983, Paulo Pasta faz exposições continuamente e suas obras são aceitas e abraçadas por instituições públicas e coleções privadas. Ao longo dos anos, sua prática de pintura evoluiu para uma meditação silenciosa sobre cor, espaço e luz. Poucas opções de cor – de três a seis matizes por tela, todos com valores tonais semelhantes - seus campos de composição sugerem um enquadramento com pilares arquitetônicos, entablamentos e vigas. Os contrastes sutis entre cores semelhantes fazem com que vibrem e se movam sutilmente para a frente e para trás no espaço. Eles sugerem elegantemente a captura de luz e alude às formas como a luz muda suas características ao longo do dia.

O aspecto formal das telas de Paulo Pasta sugere um diálogo permanente com Giorgio Morandi e Alfredo Volpi, bem como com Old Masters onde, de uma forma semelhante, possuem uma consciência populista. Eles nos levam para a rua. Eles nos convidam a conhecer o mundo ao nosso redor, de paredes e fachadas pintadas em cores vivas que podem ser encontradas no dia a dia e em todos os locais no Brasil. Exuberantes em cores e serenas em estrutura, as pinturas de Paulo Pasta são profundamente meditativas e afirmativas da vida.

Destacada por uma instalação mínima e iluminação dramática, a exposição Paulo Pasta: Luz é composta por quatro grandes pinturas em escala muralista (duas verticais e duas horizontais), cada uma ladeada por pinturas de tamanho médio que dialogam com suas cores e composições. A segunda, no espaço do claustro, são instalações do próprio estúdio do artista, onde em uma parede corrida você encontra um salão de meditação que interage de forma alegre a íntima.

“As pinturas de Paulo Pasta são uma manifestação física da presença da luz, como em um reflexo durante um passeio matinal. São também etéreas, sugerindo a imaterialidade da luz. Luz do espírito e da imaginação, luz que irradia e eleva.”

Simon Watson

 

Projeto LUZ Contemporânea

LUZ Contemporânea é um programa de exposições de arte contemporânea que se desdobra em eventos e ações culturais diversas, públicas e privadas. Desenvolvido pelo curador Simon Watson, o projeto, atualmente, encontra-se baseado no Museu de Arte Sacra de São Paulo. Nesse espaço, LUZ Contemporânea apresenta exposições temáticas de artistas convidados, de modo a estabelecer diálogos conceituais e materiais com obras do acervo histórico da instituição. Embora fortemente focada no cenário artístico brasileiro atual, LUZ Contemporânea está comprometida com uma variedade de práticas, cultivando parcerias com artistas performáticos e organizações que produzem eventos de arte.

O primeiro ano de programação de LUZ Contemporânea, no Museu de Arte Sacra, foi concebido como uma trilogia que visa responder à pandemia. O ciclo teve início com João Trevisan: Corpo e Alma, sendo seguida por Esperança, coletiva com 12 artistas, e culmina com Paulo Pasta: Luz. A trilogia vai do escuro ao claro, dos noturnos de João Trevisan à meditação de Paulo Pasta sobre a luz.

 

 

Exposição: “Paulo Pasta: Luz

Artista: Paulo Pasta

Curadoria: Simon Watson

Duração: até 08 de novembro de 2021

Local: Museu de Arte Sacra de São Paulo || MAS/SP

Endereço: Avenida Tiradentes, 676 – Luz, São Paulo (ao lado da estação Tiradentes do Metrô)

Tel.: 11 3326-5393 – informações adicionais

Horários: De terça-feira a domingo, das 11 às 17h (entrada permitida até as 16hs)


5 dicas de manutenção para poupar combustível e detectar gasolina adulterada

Aumento dos combustíveis, redução dos ganhos, manutenção do carro cara são as principais reclamações dos motoristas de aplicativos, taxistas, profissionais de logística e – na verdade – de todo mundo que tem carro.

Para tirar dúvidas, dar dicas e mostrar quais serviços são desnecessários, o engenheiro mecânico Denis Marum escreveu um ebook e montou um curso de mecânica básica para diminuir os custos com o carro.

As principais dicas do que fazer são:


1.     Óleo do Motor - não deixe passar a data de troca, seja por quilometragem ou tempo de uso. Utilize sempre o óleo indicado no manual do proprietário e evite ser convencido pelos atendentes ou frentistas que insistem em vender produtos diferentes. Atenção: o óleo do motor NÃO precisa de aditivo.


2.     Vazamentos - fique atento aos vazamentos de óleo do motor, da direção hidráulica e de água. Observe a coloração: óleo do motor é marrom escuro (quando novo, a tonalidade é um pouco mais clara), óleo da direção hidráulica ou do câmbio automático é vermelho, vazamento de água é transparente, mas se o tom é o rosado, pode ser que o sistema de arrefecimento do veículo esteja comprometido.


3.     Amortecedores - quando for trocar o amortecedor, opte por uma peça nova, esqueça as recondicionadas. Amortecedor cansado pode estragar as buchas da suspensão e os pneus.


4.     Velas - responsáveis por queimar o combustível que entra no motor, quando desgastadas parte do combustível é eliminado pelo escapamento, fazendo com que você jogue dinheiro fora.


5.     Alinhamento e balanceamento - adiar esse ajuste faz com que haja gastos com combustível, desgaste prematuro dos pneus e desconforto na direção.

E quais são as pegadinhas da manutenção do veículo? “Motorista tem que saber o que importa, por isso o curso e o ebook com preço popular. Imagina que ainda tem muitos motoristas que são convencidos a fazer Cambagem. Será que precisa fazer? Assim como a limpeza de bicos, que nem sempre é necessário. Fica esperto: Sensor Lambda é a última peça a ser substituída e existe a gang do Catalizador”, adverte Denis Marum.

E se o motorista desconfiar se a gasolina está batizada, tem um teste rápido e fácil: em um copo plástico, coloque a gasolina. Se estiver adulterada, o fundo do copo vai derreter. Combustível adulterado pode estragar a bomba, a boia de combustível, os bicos injetores e até o catalizador do escapamento.



Curso de Mecânica Básica

Vendas: www.denismarum.com.br

 https://go.hotmart.com/C55386626W

 https://bit.ly/3mDvGxh




Cédula de crédito bancário inova e promove fomento e socialização do serviço


Algumas coisas são universalmente aceitas como valores desejáveis em qualquer relação negocial na sociedade contemporânea - entre elas, a praticidade, economia e segurança. Se você tivesse que escolher entre a contratação de um produto financeiro, um empréstimo, por exemplo, indo à sua agência bancária munido de uma tonelada de documentos ou a partir do conforto de seu lar, por meio da simples escolha de algumas opções no seu dispositivo eletrônico preferido, qual você escolheria? Atrevo-me a perguntar ainda qual seria a sua escolha se tivesse que decidir entre dois produtos financeiros semelhantes, mas com o primeiro com uma taxa de juros 50% inferior à taxa do segundo.

Todos nós escolheríamos o produto mais barato e mais acessível na contratação, afinal, numa sociedade em que nos é requerido atender todos os dias a tantas e cada vez mais complexas demandas, o que desejamos em nossas relações comerciais é praticidade, economia e segurança.

É por isso que, nos últimos anos, as instituições financeiras e o poder público têm buscado desenvolver soluções financeiras e jurídicas que permitam a utilização dos recursos tecnológicos para facilitar a contratação de crédito dentro de um ambiente digital, ao mesmo tempo seguro e acessível, tanto para o consumidor quanto para a entidade fornecedora do crédito.

Entre essas inovações estão as Cédulas de Crédito Bancário Eletrônicas, contratos que fundamentam diversos produtos financeiros que não dependem mais da existência em meio físico ou da assinatura tradicional para terem validade jurídica. Tais produtos, que se tornam cada vez mais populares, ganharam sua validade jurídica a partir da evolução do entendimento jurisprudencial sobre o tema e do consequente avanço legislativo, que proporcionou segurança jurídica às instituições financeiras para trabalharem com o formato digital de contratos de crédito, ganhando agilidade e eficiência, e diminuindo custos, o que permite a disponibilização ao público de produtos mais acessíveis, do ponto de vista da contratação e do custo financeiro.

A segurança jurídica para o agente financeiro na emissão de cédulas de crédito bancário em formato digital ocorreu de forma gradual, desde a edição da MP 2.200-2/2001, que regulamentou a validade da assinatura digital, até chegar à Lei 13.986/2020, que alterou e acrescentou diversos artigos à Lei 10.931/2004, permitindo, de maneira expressa, a escrituração eletrônica de diversos produtos financeiros, em especial a Cédula de Crédito Bancário. Assim se acabou de vez com qualquer dúvida quanto à executividade de tais títulos, não somente aqueles que são assinados digitalmente, mas até mesmo os que são contratados totalmente em formato eletrônico.

Na esteira de tais avanços, o Banco Central emitiu a Circular de Nº4.036, de 15 de julho de 2020, que, em seu art. 5º, no parágrafo único, assevera o seguinte:

“Para fins da assinatura eletrônica da Cédula de Crédito Bancário e da Cédula de Crédito Rural emitidas sob a forma escritural, admite-se a utilização de certificação digital, assim como de outros métodos seguros de identificação, como senha eletrônica, código de autenticação emitido por dispositivo pessoal e intransferível e identificação biométrica, desde que previamente aceitos por credor e devedor”.

Dessa forma, os benefícios de tal modalidade de produtos financeiros se tornaram inegáveis: a) maior segurança da assinatura eletrônica, se comparada à assinatura tradicional, especialmente quando a assinatura eletrônica se dá por meio de certificação digital devidamente credenciada; b) diminuição de custos na contratação, com o aumento da eficiência dos produtos e serviços disponibilizados aos clientes; e c) possibilidade de execução do débito pelo agente financeiro, em caso de eventual inadimplência por parte do contratante.

Pode-se dizer que a recente evolução legislativa que concedeu definitiva força executiva, não somente aos contratos bancários assinados digitalmente, mas também aos contratos bancários totalmente formalizados em sistemas digitais, proporcionou às partes que compõem a relação negocial evidente redução nos custos da transação, que resultará em benefício para toda a sociedade, na medida em que os efeitos dessa redução atingem os custos do negócio como um todo. Isso facilita o fomento à concessão do crédito, que se torna mais barato e acessível, tanto para quem o concede quanto para quem o recebe.

E todo mundo sai ganhando: o banco, que agiliza e diminui o custo do serviço, com maior segurança de que poderá receber, em caso de inadimplência; e o cliente, que tem acesso ao crédito sem maiores burocracias, sem a necessidade de comparecer à agência, e com a garantia de autenticidade do documento por meio da certificação digital.

           


Adriano Henrique Coelho - advogado-sócio e coordenador do Núcleo de recuperação de crédito do Machiavelli, Bonfá e Totino Advogados, especialista em Direito Bancário.

 

Modernização das relações de trabalho faz com que o trabalho remoto, teletrabalho ou home office tenham normas revistas

Sidocal esclarece diferença entre ambos e formas legais de preservar direitos em ambas as modalidades


     O teletrabalho e o trabalho remoto em esquema “home office” estão em pauta muito antes da pandemia, e uma prova disso é o artigo 60 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que foi alterado em 2011, e que diz que não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego.  E no Parágrafo único, esclarece ainda: “Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio". Ou seja, os direitos devem ser preservados e respeitados, independentemente do modus operandi para a realização de sua atividade.

Como explica o assessor jurídico do Sidocal (Sindicato da Indústria de Doces e Conservas Alimentícias no Estado de São Paulo), o advogado trabalhista Wolnei Tadeu Ferreira, essa modalidade não presencial das atividades ganhou notoriedade e força durante o início da pandemia, quando cerca de 1,8 bilhão de pessoas (segundo a OIT – Organização Internacional do Trabalho), no mundo, antes do isolamento social, já trabalhavam remotamente ao menos uma vez por semana. “O cenário anterior já vinha se desenhando ainda que timidamente para o formato de home office pelo menos uma vez por semana em alguns cargos, mas com a pandemia, alguns países precisaram editar suas leis para se adequarem a essa nova realidade, como foi o caso da Argentina, Bolívia, Chile e Paraguai”, diz. “No Brasil, elas foram reforçadas, com a MP 927, de 22/3/2020, que dispunha sobre as medidas trabalhistas para enfrentamento do estado de calamidade pública reconhecido pelo decreto legislativo 6, e da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, tendo sido reforçada com a recente MP 1046/2021 que reforçou a adoção do teletrabalho e permitiu às empresas suspenderem por 120 dias a realização dos exames ocupacionais e periódicos de quem estivesse em regime de trabalho remoto”, entre outras medidas, esclarece Ferreira.

Há algumas cautelas jurídicas que precisam ser consideradas em ambas as modalidades, que incluem a duração do trabalho, o fornecimento dos equipamentos, custeio de despesas, a ergonomia, a conveniência da negociação coletiva e a segurança da informação.

“Acreditamos que haverá uma compatibilização do formato híbrido, ou seja, tanto presencial como no modelo remoto que devem ser analisadas caso a caso”, defende a secretária executiva do Sidocal, Vanessa Acunzzo, que lembra a importância de regras escritas e diferenciadas entre home office e teletrabalho.

Lembrando que a principal diferença entre o teletrabalho e o home office é que o primeiro está na lei, logo tem regras próprias, já o segundo regime de trabalho obedece às mesmas regras que o trabalho presencial. “Fato é que as normas sindicais devem ser seguidas independentemente da modalidade adotada, e que os direitos e deveres devem ser seguidos à risca e de ciência de todos os envolvidos, empresa e colaborador”, diz.

O Sidocal pode auxiliar e interceder por meio de acordos coletivos, que deixam todas as condições de trabalho predeterminadas, preenchendo lacunas na lei que podem impactar negativamente a relação entre empregado e empregador, atuando em ações relacionadas a negociações coletivas de trabalho, revisão dos tributos e questões relacionadas à sustentabilidade das corporações por meio de seus comitês especializados para atender as mais variadas demandas, a saber: Fiscal/Tributário; Qualidade/Tecnologia; RH; Agrícola; CEOs/Empresários.

 


Sindicato da Indústria de Doces e Conservas Alimentícias no Estado de São Paulo - Sidocal

www.sidocal.com.br

 

Consultoria organizacional: uma opção de carreira

As mudanças nas relações de trabalho, o enxugamento das estruturas organizacionais, a incorporação de novas tecnologias e a possibilidade de ser dono do próprio negócio estão entre os motivos pelos quais cada vez mais profissionais deixam os quadros das empresas pela possibilidade de empreender. E, dentre as alternativas viáveis, está atuar como consultor(a) ou assessor(a) organizacional. Contudo, é importante compreender por que uma organização contrata uma consultoria ou um consultor.

Destaco alguns motivos principais. Um deles é para ajudar o cliente quando ele não sabe fazer (aplicar metodologias para a resolução de problemas complexos, por exemplo), ou para ajudá-lo com mão de obra qualificada para operacionalizar o que ele sabe que precisa fazer, mas “não tem braços” (realizar auditorias na rede de distribuição ou filiais do cliente, por exemplo).

Há ainda casos em que é preciso ajudar o cliente a chegar aonde ele (ainda) não sabe que pode chegar, aplicando uma metodologia de elaboração e desdobramento de planejamento estratégico que seja ambidestra, por exemplo, focando nos resultados de curto prazo e ainda mirando no que a empresa quer se tornar daqui há cinco anos. Outro exemplo é no combate a desperdícios que o cliente não havia detectado, que podem torná-lo mais eficiente e competitivo.

No entanto, para atuar em consultoria organizacional, independentemente do tema ou nicho, se faz necessário possuir as famosas hard e soft kills. As hard skills são um conjunto de conhecimentos específicos, além de formação ou educação formal e vasta vivência nos temas que serão objeto da consultoria. Já as soft skills são diferenciais em termos de habilidades humanas e comportamentais, forte capacidade de comunicação e de adaptação a novos contextos, setores, segmentos e culturas de empresas.

Estes dias, um ex-colega de trabalho, que está há alguns meses no mercado de trabalho buscando recolocação, me confidenciou que possui muito conhecimento e experiência acumulados em determinado tema, mas acha que lhe falta coragem para se tornar um consultor. Respondi que até a prestigiada e experiente atriz brasileira Fernanda Montenegro, revelou sentir até hoje, antes de entrar em cena, “friozinho na barriga”. Isso denota responsabilidade e precisamos canalizar esta preocupação para foco no preparo.

De 1999 a 2010, atuei como consultor em paralelo às minhas atividades de executivo empregado, desde que não houvesse conflito ético. Atuei também na docência por mais de cinco anos. Desde 2010, somos uma empresa de consultoria com consultores parceiros para diversos temas. Hoje, estamos nos transformando em uma consultoria de resultados – queremos ser vistos pelos nossos clientes como uma consultoria estratégica que lhes ajuda a conquistar resultados concretos.

Consultoria é assim, temos que evoluir sempre. Observando minha trajetória até aqui, elaborei na forma de método, um caminho seguro, o qual resolvi batizar de “A Técnica dos 4 P’s” e que vai permitir a você e a outros profissionais também mapear suas competências e, quem sabe, lhe ajudar a dar os primeiros passos em consultoria, com segurança.

O primeiro P é de problema. Mapeie quais problemas de potenciais clientes que você pode ajudar a resolver com seu conhecimento, experiência e habilidades. Identificar oportunidades e problemas a serem resolvidos, alinhados com o que você gosta de fazer, é o primeiro passo.

O segundo P é perfil. Autoconhecimento é muito importante. Não nascemos sabendo e completos. Maximize seus pontos fortes e trate os pontos fracos, incluindo as soft skills.

O terceiro é de preparo. Nos primeiros treinamentos que eu ministrava aos sábados, eu acordava às 4h30 da manhã para revisar todo o material e ir mentalizando cada etapa do curso, assim como falas e dicas importantes que teria que abordar ao longo do treinamento. A cada vez que fazia isso e a cada novo treinamento, eu conquistava mais segurança ao passo que os feedbacks positivos também aumentavam.

O quarto é de persistência. Diz respeito a perseverar, se autoavaliar, não desistir, ouvir feedbacks e melhorar sempre.

O objetivo de qualquer empresa, e na consultoria não é diferente, é primeiramente a sobrevivência e, assim que possível, a criação de valor para as partes interessadas, bem como criar relações de longo prazo com os clientes. Para que isso seja possível, precisamos construir três pilares: 

Autoridade: conquistamos autoridade a partir de nossas competências colocadas em prática, as quais se baseiam, como já mencionamos, em conhecimento, habilidades e experiência. Ao aplicar tais competências, auxiliamos os clientes a atingir os resultados definidos em cada projeto em que atuamos. Realizar lives, eventos, escrever artigos complementa e viabiliza que sejamos indicados para novas oportunidades.

Confiança: a confiança passa pelo item anterior (realizações) e também por princípios éticos reforçados a cada projeto. Por exemplo, a confidencialidade – nenhuma informação pode vazar de projetos sem a anuência dos clientes.

Relacionamento: prezar pelas interações com clientes, que não se restrinjam a projetos nos quais se esteja atuando. Realizar reuniões, visitas e contatos periódicos com clientes e potenciais clientes.

Assim, guiando clientes por caminhos viáveis e melhores, mapeando e reduzindo riscos, mostrando oportunidades e novos cenários, a consultoria pode ser a chave para o sucesso tanto para organizações quanto para profissionais que queiram contribuir e fazer a diferença nas próximas décadas.

 

Serviço

FestQuali - Festival de Qualidade e Inovação

Data: 08; 09 e 10 de novembro de 2021

Endereço: Rua Edístio Pondé, 342 - FIEB – Salvador/Bahia)

Inscrições e informações: www.festquali.com.br

 


Rafael Mottola Rocha - administrador de empresas, engenheiro de produção, diretor, consultor e mentor na HORUS Consultoria e Treinamento.

 

Inteligência é aumentada quando unimos Ser Humano e Máquina

Sandra Avila
Divulgação
Lição foi transmitida em evento promovido pela Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS)

 

Prever a idade em que o paciente vai morrer ou diagnosticar um câncer de pele sem tocar no corpo do paciente são alguns dos grandes paradigmas que a tecnologia tem proporcionado no mundo da medicina. Os exemplos fizeram parte do Webinar AMRIGS realizado na noite de segunda-feira (30/08) sobre Machine Learning na Medicina.

“O ser humano não é melhor nem pior que a máquina. A inteligência é amplificada quando há uma soma desses dois elementos”, afirmou a palestrante Sandra Avila que é professora Doutora I (MS-3.1) do Instituto de Computação (IC) da Universidade Estadual de Campinas  (UNICAMP). 

Ao longo da história a tecnologia revolucionou a nossa forma de viver. Entre os exemplos mais conhecidos, chamados Tecnologias de Propósito Geral, estão a descoberta da máquina a vapor, da eletricidade, do veículo motorizado e dos computadores. Hoje a inteligência artificial é a Tecnologia de Propósito Geral do momento, destacou a fulana de tal. Durante sua fala, a especialista também mostrou a metáfora com o aprendizado da criança que aprende por  repetição a partir de informações que os adultos emitem.

“É exatamente assim que ensinamos as máquinas. Estamos mostrando vários exemplos de forma repetida, para que a máquina aprenda. Por isso dados são fundamentais", exemplificou. 

O palestrante, Felipe Kitamura, que é coordenador de inovação em operações diagnósticas da Dasa, responsável pelo desenvolvimento, validação, integração e monitoramento de algoritmos  de Machine Learning, trouxe outras aplicações da tecnologia na medicina, destacando  características dos estudos atuais.

“Não podemos achar que a tecnologia é uma caixa preta que faz mágica. O estudo da parte técnica precisa ser feito a fundo. Tudo está relacionado com álgebra e cálculo”, disse. 

Durante sua abordagem, Felipe também explicou a diferença entre inteligência artificial restrita e geral. 

“A restrita faz uma tarefa específica como por exemplo, saber se o e-mail é spam ou não. Outra tecnologia identifica o rosto de uma pessoa. Ambas são excelentes, mas uma não faz o que a outra faz e vice-versa. É diferente da inteligência artificial geral que cria máquinas que entendem sentimentos e interagem como se fossem uma pessoa. Apesar de existirem muitos  estudos, nestes casos não temos ainda uma previsão e nem certeza se conseguiremos chegar lá”, afirmou. 

O evento foi uma realização da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS) e DENEM (Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina), representado pelo CLEV (Coordenação Local de Estágios e Vivências) da Faculdade de Medicina da FURG. 

 


Marcelo Matusiak


Simplificar, sinônimo em Brasília para precarizar as relações de trabalho

Antes de entrar em recesso, a Câmara dos Deputados aprovou, por votação simbólica, uma Medida Provisória que mais parece um monstrengo, digno de Victor Frankenstein. Isso porque, com a justificativa de simplificar a abertura e funcionamento de empresas, e a partir de uma série de emendas que ajudaram a criar um substitutivo ainda pior do que a versão original, a MP 1040/2021 estendeu seus tentáculos a várias atividades, interferindo em legislações já consagradas e, no frigir dos ovos, subtraindo direitos dos trabalhadores, notadamente os profissionais que atuam no setor de engenharia.

A MP 1.040 poderia ser chamada de mais um jabuti, mas isso seria uma ofensa para o dócil quelônio. Ela ganha contornos de uma criatura maligna, ao invocar um processo de “desburocratização para aumento de competitividade e modernização do ambiente de negócios no país”. 

Para empresas e profissionais da engenharia, há enormes riscos na aprovação da matéria. Entre outras mudanças, o texto extingue, por meio do artigo 57, o piso salarial da categoria – formados em agronomia, arquitetura, engenharia, química e veterinária –, questão regulamentada por lei federal desde 1966 (Lei 4950- A/66). O revogaço do piso é uma emenda do deputado Alexis Fonteyne (Novo/SP). 

Dentro do espírito da lei, esse artigo destoa completamente. Revoga-se um direito adquirido como se o piso dos engenheiros fosse um empecilho à simplificação pretendida. Na verdade, sabemos que o piso da engenharia já vem sendo vilipendiado por “empreendedores” inescrupulosos que não estão interessados em contar com a segurança e o conhecimento de um profissional qualificado. A precarização das relações trabalhistas é aliada desse tipo de “simplificação“.   

O que causa espanto é o fato de a aprovação de uma MP como essa tomar de surpresa os conselhos federais dessas profissões. Eles deveriam estar preparados para evitar tais dissabores. 

A MP 1040 chega ao Senado sem uma discussão ampla pela sociedade, demonstrando o acirramento de um sentimento apolítico que não é de interesse público. Evidencia o quanto a pandemia ampliou a passividade de setores representativos das categorias profissionais diante do necessário debate sobre as implicações das leis em suas respectivas áreas de atuação.  

Em um espectro mais amplo, falta à sociedade uma participação mais intensa e efetiva na vida política do país. Persistir nesse marasmo é um erro. Um atraso que vai ser difícil recuperar no futuro.

Precisamos estar próximos da vida política e exigir do Legislativo e do Executivo ações que de fato sejam de interesse público. E isso vale não apenas para momentos críticos, como o que estamos vivendo agora, mas ao longo do tempo, a fim de garantir bem-estar social e oportunidades para todos.

 


José Manoel Ferreira Gonçalves - engenheiro, jornalista, advogado, professor doutor, pós-graduado em Ciência Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, integrante do Engenheiros pela Democracia e presidente da Ferrofrente e da Aguaviva, Associação Guarujá Viva.

 

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