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terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Brumadinho: a correlação entre a tragédia e a importância do profissional de relações governamentais


Brumadinho já se tornou uma das piores tragédias sociais e ambientais que vivenciamos em nossa história. O rompimento da barragem, que aconteceu no interior do estado de Minas Gerais, na tarde do dia 25 de janeiro de 2019, destruiu casas e lavouras, deixando um dano ambiental sem precedentes e centenas de mortos. Os impactos do desastre ainda levarão dias, meses e até anos para serem totalmente mensurados. Diante desse cenário, nós como sociedade nos sentimos completamente perplexos e totalmente impotentes.

Mas, apesar dos prejuízos irreparáveis, do ponto de vista das empresas e dos governos certamente ficam muitas lições e perguntas importantes a serem feitas, no sentido de criar medidas e ações de prevenção e combate aos agentes de risco em um cenário futuro. Partindo desse ponto, gostaria de trazer a minha visão sobre a importância do profissional de relações governamentais nos dias de hoje, e o papel que ele pode ter diante de uma tragédia como essas.

Em primeiro lugar é importante elucidar que o profissional de relações governamentais tem se tornado, cada vez mais, uma peça fundamental dentro das empresas. Seja pelo fato de que, no Brasil, o governo tem um caráter totalmente intervencionista nas atividades empresariais (independentemente do segmento da empresa), como também graças aos recentes acontecimentos políticos e escândalos de corrupção no país.

Nesse contexto, o principal papel desse profissional é fazer a intermediação das relações entre as empresas e os órgãos governamentais em todas as suas esferas (Executivo, Legislativo e até o Judiciário em alguns casos) e instâncias (municipal, estadual e federal), incluindo as entidades de classe e agências reguladoras.

Imagine, como exemplo, o cenário onde uma indústria deseja construir uma nova planta fabril. A negociação com os órgãos do governo vai desde à adequação do terreno, impacto ambiental, definição de impostos, criação de infraestrutura, segurança etc. Essa negociação precisa ser gerenciada com a prefeitura local, com o estado e, em alguns casos, até mesmo com o governo federal. Sem falar na interlocução constante com as agências reguladoras e comunidade do entorno.

Além disso, o gerenciamento desses interesses, por ambos os lados, deve ser feito de maneira lícita, cumprindo com todas legislações e requisitos pré-estabelecidos pelos órgãos públicos e reguladores, bem como mantendo a empresa dentro das regras de Compliance e transparência.

Assim, podemos destacar como características comportamentais essenciais à profissão, a habilidade de comunicação, poder de persuasão, resiliência e criatividade, ótimo relacionamento interpessoal, diplomacia e, acima de tudo, caráter ético.

Importante elucidar, também, que para desempenhar essa interlocução entre as empresas e os governos de forma mais efetiva e eficaz, o profissional de relações governamentais precisa desenvolver, em sua rotina básica de trabalho, as seguintes atividades e competências: profundo conhecimento com relação ao mercado/segmento em que a empresa atua e sobre o cenário político brasileiro, identificando quem são seus principais stakeholders internos e externos; mapeamento de todas as agendas reativas e criação de agendas positivas; construção dos melhores caminhos e estratégias para execução dos projetos e defesas dos interesses da empresa, bem como monitoramento de legislação e projetos de lei que possam impactar o negócio.

Outra atividade importante e inerente ao cargo, e que está diretamente relacionada à tragédia referida nessa matéria, é a prevenção e gestão de crise, visando defender a imagem e reputação da empresa no mercado. Também faz parte do escopo de todo profissional de relações governamentais, com base num conhecimento profundo do negócio ao qual a empresa está inserida, o levantamento e identificação de todos os seus potenciais riscos, visando criar, juntamente com as áreas técnicas, medidas preventivas e reativas de segurança.

Como principais ações preventivas, podemos destacar: mapeamento e listagem de todos os riscos inerentes ao negócio, criação de medidas e protocolos de segurança dentro do Compliance da empresa, bem como monitoramento e controle constante, por parte de um grupo específico de stakeholders, desses fatores de riscos.

Quando todos os mecanismos de prevenção falham e uma crise é instaurada, novamente o papel do profissional de relações governamentais ganha importância dentro e fora da empresa, pois ele será um dos principais protagonistas por fazer a gestão da crise.

Suas atribuições nesse momento vão desde a participação na criação de um comitê de gestão de crise, passando pela construção de todas as medidas reativas e de redução dos danos (no curto, médio e longo prazo), em conjunto com outros stakeholders importantes da empresa, até a interlocução e relacionamento com todos os agentes públicos, órgãos reguladores e sociedade.

Importante ressaltar, também, que é fundamental em todo processo de gestão de crise o estabelecimento de uma comunicação clara e de total transparência por parte do porta-voz escolhido pelo comitê, bem como a colaboração total da empresa com os órgãos públicos para que, o quanto antes, seja descoberto o tamanho do problema e se consiga atuar na causa do problema, e não apenas nos sintomas.

Assim, como conclusão desse artigo, conseguimos enxergar a relevância do profissional de relações governamentais perante as corporações, governo e sociedade, bem como o impacto do seu papel e atuação em tragédias como essa.

Não obstante possíveis adversidades que podem driblar os mais rigorosos mecanismos de prevenção à riscos, quanto mais as empresas enxergarem a necessidade de tornar suas áreas de relações governamentais cada vez mais robustas, com profissionais altamente qualificados e dentro dos padrões de Compliance, certamente veremos menos casos como o de Brumadinho.







Raul Cury Neto - advogado especializado em recrutamento e seleção e sócio da VITTORE Partners, consultoria de recrutamento especializada nos mercados Jurídico, Tributário, Compliance e Relações Governamentais.



Prédios residenciais também precisam combater o Aedes aegypti


Enfrentamento do mosquito que transmite dengue, chikungunya e zika vírus deve se estender às áreas comuns, como jardins, piscina, caixa d’água e fosso de elevadores


       Devido à grande concentração de pessoas e à quantidade de áreas externas que podem acumular água, os condomínios residenciais podem conter focos de proliferação do Aedes Aegypti, mosquito transmissor de arboviroses como dengue, chikungunya e zika vírus.

O alerta é da Lello, empresa líder em administração de condomínios no Estado de São Paulo com 18 filiais na capital paulista, ABC, litoral e interior.
Segundo a administradora, a melhor forma para evitar a proliferação do Aedesé conscientizar os moradores e funcionários sobre a importância de adotar medidas de prevenção dentro e fora do condomínio.

O síndico tem papel fundamental nesse trabalho e sua responsabilidade é zelar pelas áreas comuns do condomínio e garantir que todos os objetos que podem acumular água sejam cobertos e/ou removidos.

“Piscinas, calhas, lajes, marquises, ralos, caixas d’água e fossos de elevadores também devem ser inspecionados regularmente”, recomenda Angélica Arbex, gerente de Relacionamento com o Cliente da Lello Condomínios.

Para orientar a população condominial sobre os principais cuidados que devem ser tomados para evitar criadouros do Aedes aegypti, a Lello produziu um mural, disponível no blog da administradora na Internet, que pode ser impresso e fixado em lugares de grande circulação de pessoas dentro do condomínio, como, por exemplo, no hall de entrada, elevadores e portaria.

“Nos prédios residenciais os cuidados para evitar focos do Aedes aegypti precisam ser redobrados porque há uma concentração de pessoas por metro quadrado maior do que nas residências, o que pode tornar o condomínio mais vulnerável”, conclui Angélica.

Conforme dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, somente no mês de janeiro foram confirmados no Estado 4.595 casos de dengue no Estado.


O colapso da advocacia no Brasil


O mercado profissional do advogado no Brasil precisa de um novo caminho. 

Acabamos de eleger novos presidentes da Ordem do Advogados do Brasil (OAB), no Conselho Federal e também nas regionais estaduais, mas o assunto mais importante da advocacia foi deixado de lado pelos candidatos. O exponencial crescimento do número de advogados cria, hoje, uma série de problemas de empregabilidade. E o atual ritmo de expansão vai levar a classe ao colapso.

Não se tem notícia, de uma classe profissional com diploma de nível superior que cresça tanto, no mundo inteiro, como crescem os advogados no Brasil. Em uma progressão geométrica, chegaremos a 2 milhões de advogados, em breve. E a consequência desse crescimento desordenado é a falta de oportunidade e um mercado incapaz de assimilar tantos novos profissionais.

Salários achatados, honorários prostituídos pelo excesso de competição, poucos clientes e o advento da inteligência artificial já fazem parte do presente da advocacia, e com viés de piora do quadro. Hoje, temos um nítido crescimento de serviços de advogados correspondentes, que acabam sendo servos dos grandes escritórios do país.

A questão é lógica, hoje no Brasil 93% das empresas são micro e pequenas, soma-se também a esse número, os microempreendedores individuais (MEIs), contra apenas 7% de médias e grandes empresas. Quando a OAB, por exemplo, a do Estado de São Paulo coloca em sua tabela o mínimo para advocacia de partido (contratação pela empresa de escritório ou advogado) o valor de R$ 2.041,00 ela exclui praticamente 14 milhões de empresas, que não podem pagar por esse serviço, deixando de dar oportunidade para milhares de advogados.

Levando-se em consideração que o país tem apenas 15% de famílias com renda acima de R$ 5 mil, ao analisar a tabela da OAB do estado de Santa Catarina, em que a média dos serviços é em torno de R$ 6 mil, notamos claramente a exclusão da classe C do acesso a serviços jurídicos, a não ser que em situações emergenciais onde parcelamentos a perder de vista já são práticas usuais no mercado.

Está na hora de revolucionarmos o mercado. Abrir novos horizontes e acabar com os feudos da advocacia brasileira. Os dirigentes da OAB devem abrir, rapidamente, os olhos para esse problema com vontade de solucioná-lo. Não se pode falar em valorização da advocacia, sem acesso da massa aos advogados.

Cobrança de consulta é luxo para a minoria dos profissionais do país, a grande massa está em um leilão de honorários.

A democratização da advocacia é o caminho urgente para uma mudança no quadro, caso isso não aconteça, em um futuro próximo estaremos colocando no mercado uma imensa quantidade de profissionais com o rótulo do fracasso pela escolha do curso errado.






Jorge Calazans - advogado criminalista, sócio do escritório Yamazaki, Calazans e Vieira Dias Advogados, conselheiro federal da Associação Nacional dos Criminalistas (Anacrim) e diretor-executivo da Plataforma AstreiaJus



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