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terça-feira, 22 de setembro de 2020

As dificuldades na obtenção de benefícios previdenciários por doenças psiquiátricas

As doenças de natureza psiquiátrica têm aumentado exponencialmente. Por influência dos tempos modernos, com a aceleração da comunicação e a pressão social, as crises de ansiedade, angústia, depressão, bipolaridade, pânico, psicoses e esquizofrenias têm se tornado cada vez mais comuns dentro dos requerimentos de benefícios por incapacidade do INSS.

Como se não bastasse, a situação se agravou no período de pandemia, aumentando os casos de suicídio e tentativa de suicídio, conforme avaliação dos socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O pânico instaurado durante o período pandêmico, tanto por conta do número de doentes e mortes ocorridas, como pela situação de desemprego, falência e depressão econômica, acrescido à intensa solidão proporcionada pelo isolamento social, deram lugar, infelizmente, a um crescimento exponencial de pessoas que sofrem com as doenças psiquiátricas.

Os impactos à saúde mental trazem consequências também ao orçamento previdenciário: o número de requerimentos de benefícios previdenciários no INSS de natureza psiquiátrica está entre os primeiros colocados. Para isso, inclusive, há o fornecimento de uma estatística pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho em que se observa que a demanda para a concessão desta espécie de benefício tem sido alta, muito embora haja uma certa dificuldade em sua concessão, tendo em vista o entendimento preconceituoso da sociedade, inclusive a médica, sobre o assunto.

Ainda segundo estatísticas da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, entre 2016 a 2018, os pedidos de auxílio doença e benefícios assistenciais, em decorrência de transtornos mentais, só possuem menor incidência em relação aos de natureza ortopédica. Em 2018, por exemplo, houve a concessão de 102.458 requerimentos referentes a transtornos mentais e comportamentais, atrás, somente, de pedidos relacionadas às enfermidades osteomusculares (233.365). Ademais, de modo mais gravoso, foram cessados 230.666 benefícios de natureza psiquiátrica.

E mesmo com o aumento, em plena pandemia, do número de pedidos do INSS por conta dos transtornos mentais, o cenário não é de alento quanto à proteção social que o Estado deveria garantir a essas pessoas, pois o governo irá revisar mais de 1,7 milhões de benefícios por incapacidade. Tal medida, conhecida popularmente como pente-fino, foi iniciada no governo Temer e continua na gestão atual por meio da revisão administrativa prevista na Lei 8.212/91, e reforçada pela Lei 13.846.

Por meio de tal revisão pericial relativa aos benefícios por incapacidade, os segurados receberão uma carta comunicando sobre a revisão e terão 60 dias para enviar os documentos. Caso não o façam, terão os benefícios suspensos, sendo que após 30 dias de suspensão, caso o beneficiário não faça os procedimentos, terá o pagamento bloqueado.

Frisa-se, todavia, que tal procedimento se dá de forma unilateral e, para tanto, a oportunidade de defesa do segurado fica prejudicada, uma vez que os métodos e critérios utilizados para a revisão de tais benefícios são muito subjetivos. Assim, é bastante comum as cessações injustas e que trazem um prejuízo financeiro e psicológico significativo ao segurado, com uma grande diminuição na qualidade de vida e nas condições essenciais para a manutenção de uma existência digna.

Convém lembrar, em que pese ser alto o número de requerimentos de benefícios por incapacidade no que se relacionam às doenças mentais e psiquiátricas, a dificuldade que o segurado do INSS tem de pleitear e de ter aceito o seu benefício. O número de negativas ou de cessações injustas são tão grandes quanto o despreparo de uma sociedade que não está acostumada a lidar com as dificuldades psicológicas, com as imperfeições, as profundas tristezas, e que podem, naturalmente, acometer qualquer um que se encontra em uma situação desesperadora ou de crise existencial.

Afinal, como cita a filósofa e psicanalista Viviane Mosé: “o sofrimento mais intenso é próprio da vida, da formação dos corpos, não há como negá-lo. Eliminar o sofrimento é o mesmo que eliminar a vida”.  Por isso, as doenças mentais se perpetuam em uma comunidade pouco acolhedora. Ainda por extensão, as psicoses, esquizofrenias e bipolaridades também se inter-relacionam com as influências externas, em combinação com as características biológicas.

Por isso, vale a reflexão que Mosé, em “Nietzsche Hoje”, nos deixa a respeito do suicídio e das doenças mentais: “Vivemos uma exaustão ambiental em consequência de um modo predatório de lidar com os recursos naturais, vivemos uma exaustão econômica, em função das imensas desigualdades sociais, do desemprego. E, por fim, enfrentamos a exaustão humana, ou melhor, a exaustão do modelo de ser humano que que criamos”.

 



Carla Benedetti - advogada, mestre em Direito Previdenciário pela PUC-SP, associada ao IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), coordenadora da pós-graduação em Direito Previdenciário e Direito do Trabalho do IDCC (Instituto de Direito Constitucional e Cidadania) e da pós-graduação em Direito Previdenciário do Estratégia Concursos.


COVID-19 acelera a digitalização das pequenas empresas brasileiras

 Levantamento da Intuit QuickBooks revela que ferramentas de comunicação e e-commerce contribuíram para manter empresas funcionando durante a crise

 

Um levantamento realizado pela Intuit QuickBooks, fintech americana desenvolvedora de software de gestão para PMEs e escritórios contábeis, identificou que quase metade das pequenas empresas brasileiras (49,7%) está mais digital agora, pós crise da COVID-19, do que antes da pandemia. Entre as ferramentas escolhidas para o período de isolamento estão aplicativos que facilitam a comunicação remota e a criação de comércio eletrônicos (e-commerce).

De acordo com os entrevistados, a adoção de ferramentas possibilitou migrar a operação das empresas para o home-office (53,5%) e contribuiu para melhorar o relacionamento com cliente, ter processos mais ágeis e capturar novos clientes (55%).

Para Lars Leber, country manager da Intuit QuickBooks no Brasil, no primeiro momento de adaptação ao cenário de trabalho remoto e ainda sem ter todas as ferramentas necessárias, pode haver uma percepção de perda de ganhos e de produtividade para os empreendedores.  “No entanto, sabemos que há uma enorme oportunidade digital para as pequenas empresas, pois além de reduzir o tempo necessário para cuidar de tarefas administrativas, a tecnologia permite que o tempo seja usado em atividades mais estratégicas, que agregam mais valor para o negócio no longo prazo”, afirma.

Chama a atenção, ainda, o fato de que mesmo com 72.9% dos empreendedores terem sido impactados negativamente pela crise, apenas 30,2% dos empreendedores tinha planos de investir em novas ferramentas antes da crise. “Precisamos cada vez mais falar sobre digitalização e contribuir para educar o mercado de empreendedores sobre os benefícios da tecnologia para que no futuro eles não sejam pegos desprevenidos – há uma variedade gigantesca de soluções e sistemas em nuvem, por exemplo, que são mais acessíveis e trazem muita facilidade e controle para as pequenas empresas, mas é necessário também que haja comprometimento do empreendedor com a gestão do seu próprio negócio”, comenta.

Entre as principais preocupações e desafios dos empreendedores na hora de adotar novas tecnologias, estão achar ferramentas que funcionem bem em qualquer dispositivo (25.9%), integrar as informações entre vários sistemas diferentes (24,8%), mudar um processo de trabalho que já funciona atualmente (24.2%), ter um preço acessível e custo benefício (23.8) e garantir a segurança dos dados (22.6%).

A Intuit ouviu 1.128 proprietários e decisores de pequenas e médias empresas durante dez dias em junho. 63,2% deles mantém um negócio no Estado de São Paulo e 62,6% são do segmento de serviços.


Brasil gasta 132 bilhões por ano com acidentes de transporte

Relatório apresenta uma radiografia do problema no Brasil e traz propostas de soluções em nível nacional, estadual e municipal


O país perdeu 479.857 vidas no trânsito entre 2007 e 2018. O custo desses acidentes chegou a R$ 1,584 trilhão, segundo o estudo Impactos Socioeconômicos dos acidentes de transporte no Brasil, divulgado nesta terça-feira (22) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A análise, feita em parceria com a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), utiliza dados de mortalidade do Datasus, do Ministério da Saúde - que inclui internações e reembolso de gastos - e aplica o Valor Estatístico da Vida (VEV), estimado em R$ 2,26 milhões a valores de dezembro de 2018.

A pesquisa contabiliza pedestres, motociclistas, acidentados em automóveis, ciclistas, e ainda meios de transporte aquaviários, ferroviários e aéreos. A avaliação considera uma série de fatores, como quantidade de indenizações pagas por morte e por categoria de veículos. A maior parte das vítimas são jovens de 18 a 34 anos, mas também foram constatados dados bastante elevados de acidentes com idosos, principalmente devido à reduzida capacidade em atravessar a rua com segurança, por exemplo.

O número de mortes de crianças caiu com a obrigatoriedade do uso de cadeirinhas infantis, a partir de 2008. Por outro lado, os acidentes fatais associados às motocicletas ultrapassaram os óbitos dos automóveis a partir de 2009, quando as vendas de motos subiram consideravelmente - menores preços, isenções tributárias, gastos em combustíveis e manutenção fizeram da motocicleta uma opção de transporte de baixo custo para famílias de baixa renda.

O estudo analisa custos sociais e financeiros dos acidentes e apresenta propostas de políticas de transporte em nível federal, estadual e municipal. Os pesquisadores sugerem, por exemplo, privilegiar os vulneráveis (pedestres, ciclistas e motociclistas) no traçado de vias, em vez de veículos. Outra proposição é rever a regulamentação de equipamentos de segurança individual dos diversos meios de transporte.

Entre os problemas identificados está também a profusão de regras federais, estaduais e municipais - a exceção são os setores aéreo e aquaviário, que seguem regulamentações internacionais. Os pesquisadores recomendam a adoção de um modelo único de registro das ocorrências e posterior investigação dos peritos, para evitar novos acidentes. De acordo com o estudo, novas diretrizes para as políticas de transporte também impactariam os sistemas de saúde e previdenciário brasileiros.


O que podemos aprender com o Dia do Contador?

Dia 22 de setembro, é comemorado o Dia do Contador, profissional que estuda e avalia atividades financeiras, tributárias, econômicas, trabalhistas e patrimoniais, e que é o braço direito da empresa na tomada de decisões, traçando as melhores estratégias para fazer o melhor caminho possível.

O dia foi escolhido em homenagem à criação do primeiro curso de ensino superior de Ciências Contábeis no Brasil, que foi regulamentado e se tornou oficial em 22 de setembro de 1945, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Até então, só existiam cursos técnicos e profissionalizantes de contabilidade.

Com amplas áreas de atuações, o contador pode trabalhar como professor, consultor contábil, perícia contábil, contabilidade empresarial, gestão financeira, auditoria contábil, entre outros.


A importância do contador no caminho próspero de uma empresa

O profissional de contabilidade tem um papel de extrema importância na organização da empresa, planejamento financeiro, e todas as outras informações necessárias para que qualquer empreendimento cresça de forma segura e saudável, pois é por meio deste profissional que as empresas conseguem ter uma visão geral sobre suas finanças e entender se o negócio está dando lucros.

E foi por esses motivos, que escolhi esta profissão. Desde muito nova, sempre quis ser consultora, tanto para ser independente, quanto para poder prestar ajuda as pessoas, e desse desejo nasceu a Fharos Contabilidade e Gestão Empresarial, que significa: Fé, Honestidade, Amor, Razão, Organização e Sucesso. Prestando consultorias financeiras para empresas e pessoas, com anos de aprendizagem e aperfeiçoamento, a Fharos sempre se pautou nos princípios básicos de valorização e respeito a cada cliente e colaborador.

Com um contador, a empresa terá melhor controle financeiro, além de menores custos tributários, visto que, o profissional irá buscar as melhores alternativas para menor custo de impostos dentro da legislação e a redução de custos internos. A organização contábil é um fator imprescindível, em questões de dados e documentações. E por isso é importante que o profissional especialize-se e tenha qualificação para procurar as melhores soluções para os clientes, pois um profissional que não atua de forma correta, não colabora para crescimento e prosperidade da empresa, pois além de números, o contador faz parte de toda a trajetória da companhia.

Algumas habilidades e competências imprescindíveis de um bom contador são:

  • Qualificação: pois é importante estar constantemente atualizado, investir em especializações, palestras e cursos para adquirir mais conhecimento, dão maior visibilidade ao profissional.
  • Organização: imprescindível para qualquer área, mas por lidar com diversos dados, documentos e números, a organização é essencial para que o contador não perca e nem confunda informações.
  • Solução de problemas: afinal, é preciso saber colocar seus conhecimentos teóricos em prática e saber o melhor caminho para resolver os problemas, buscando as melhores escolhas contábeis.
  • Ética: é essencial que o profissional atue com ética e aplique os códigos morais da profissão, não cometendo deslizes de conduta ou atos imorais, mesmo que seja para ajudar o cliente ou a empresa, a honestidade deve se manter em primeiro lugar.
  • Trabalho em equipe: o contador pode participar ou até gerir equipes e projetos compostos por outros profissionais, de outras áreas também. Por isso o trabalho em equipe e o relacionamento interpessoal são fundamentais.

Mais do que essencial, a contabilidade está presente em todos os setores, o que mostra sua devida importância. Segundo dados do Conselho Federal de Contabilidade, atualmente no Brasil, existem 354.977 de contadores ativos nos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRC), órgão responsável e regulador da profissão – dados de setembro de 2020. O contador ainda conta com Código de Ética Profissional do Contador (CEPC), que deve seguir atentamente, zelando pelo patrimônio das empresas.

Desse modo, com um profissional da contabilidade, sua empresa pode gerar grandes resultados. E este é um dia para homenagear a todos nós profissionais dedicados a buscar as melhores estratégias para a vida financeira.




Dora Ramos - consultora contábil com mais de 30 anos de experiência. Empreendedora desde os 21 anos, é CEO da Fharos Contabilidade e Gestão Empresarial.

 

Semana do Brasil não resultou em aumento de vendas para 60% dos lojistas, diz ALSHOP

Setor varejista tinha boa expectativa para a segunda edição do evento, mas o consumidor se mostrou tímido na hora das compras por conta das restrições da pandemia


Para celebrar a semana da pátria, o governo federal criou em 2019 a Semana do Brasil, que antecede o dia das crianças e a Black Friday, com o objetivo de movimentar as vendas do varejo em setembro. Uma pesquisa realizada pela ALSHOP (Associação Brasileiras de Lojistas de Shopping), entre os dias 15 e 18 de setembro, com varejistas pequenos, médios e grandes que representam cerca de 1.400 pontos de venda espalhados por todo o país, mediu como foi a performance desta campanha que ofereceu descontos para impulsionar as vendas neste momento de recuperação, após o período mais agudo da pandemia.

O resultado da pesquisa mostra que para 60% dos lojistas a ação comercial não resultou em alta nas vendas. Para 20% dos lojistas o aumento chegou a 20% e para outros 20% o crescimento foi de até 30% por conta da Semana do Brasil.


Fluxo de pessoas e itens mais procurados

Todos os 577 shoppings do país estão abertos, mas em boa parte dos estados essa abertura ainda é parcial como em São Paulo onde os centros de compra funcionam das 12h às 20h. Essa restrição reduz a circulação de pessoas, movimento já esperado pela ALSHOP.

40% dos lojistas registraram aumento do fluxo de pessoas nos shoppings por conta da Semana do Brasil, enquanto para 60% o movimento não cresceu. O item mais procurado pelos consumidores durante este período foram os calçados com 40%, seguido de vestuário e cosméticos com 20% da preferência, enquanto eletrônicos nem foram citados pelos varejistas. 

“Quando falamos em circulação de pessoas em lojas ou shoppings, sabemos neste momento que muita gente vai aos shoppings, pois sabem que estes estabelecimentos estão seguindo rigorosamente as medidas de distanciamento, higiene e segurança, deixando os consumidores mais seguros.  Mas vale ressaltar que existem pessoas que se deslocam até lá, para terem um momento de lazer e entretenimento, já que outros serviços estão fechados, mas acabam não comprando nada nas lojas”, afirma Nabil Sahyoun. O presidente da ALSHOP destaca ainda que o fechamento dos locais de entretenimento como cinemas, parques temáticos e áreas de recreação ajudam a reduzir o interesse do consumidor pelos centros de compra neste momento.

Em relação ao e-commerce  que trabalhava com uma expectativa alta para alavancar as vendas, cerca de 60% dos entrevistados mostraram que não houve aumento no faturamento nesta modalidade de venda. Apenas para  20% dos empresários deste ramo houve aumento de mais de 50% nas vendas e outros 20% notaram um aumento de até 30% do total no comércio via internet.

A ALSHOP seguirá em defesa do setor varejista e segue em diálogo com governos estaduais e municípios para elevar o tempo de abertura das lojas para o horário normal que prevê o funcionamento 12 horas por dia, de segunda a sábado, e oito horas por domingo, bem como a retomada de atividades de recreação e entretenimento como cinemas, teatros e áreas infantis tomando os devidos cuidados recomendados pelas autoridades de saúde.



Índice Cielo

Acompanhando outros índices como o da Cielo, divulgado recentemente, é possível fazer uma comparação entre os dados. As vendas no comércio eletrônico tiveram um aumento de cerca de 10%, em relação ao primeiro ano da Semana do Brasil. Por outro lado, as vendas no varejo físico registraram uma queda de 10%, em relação ao mesmo período do ano passado.




ALSHOP

www.institutounidospelobrasil.com.br e @institutounidospelobrasil.

 

Como inovar com foco na realização de valor?

O que antes era diferencial, hoje virou consenso. A inovação se tornou fundamental para empresas de quaisquer portes ou segmentos, um processo que só se acelerou com a pandemia. Permanecer com as mesmas estratégias, produtos, serviços ou modelos de negócio dificilmente trará resultados diferentes. Mas sair atirando para todos os lados, submeter-se a reuniões e encontros estressantes ou, ao contrário, ficar horas em ambientes de descompressão para tentar extrair uma única boa ideia não são os melhores caminhos para inovar.

A inovação deve caminhar de mãos dadas com a gestão. Para além de uma metodologia que valoriza a criatividade e o ineditismo, inovar requer processos, métricas, análises e muita tentativa e erro, buscando sempre que eles sejam grandes fontes de aprendizagem.

Para isso, o primeiro passo é entender como essa combinação funciona. Este processo é chamado de gestão da inovação e reúne as melhores práticas de ambas as áreas, buscando estabelecer possibilidades de acompanhar a inovação, de modo a entender como ela pode gerar valor para uma empresa, sem engessá-la.

Para auxiliar as empresas nessa empreitada, foi publicada a ISO 56002, que já certificou mais de 100 empresas em todo o mundo apenas um ano. No Brasil, quatro companhias possuem o atestado de conformidade à norma e há outras 85 interessadas em implementar esse modelo internacional de gestão já no próximo ano.

A norma ajuda a estabelecer quais são os objetivos da empresa ao inovar. Ela pretende atrair mais clientes por meio da melhoria de um produto ou serviço? A inovação será implementada em apenas uma área que precisa de otimização? Ou é hora de reinventar o próprio negócio antes que uma tecnologia disruptiva o faça? Antes de dar qualquer passo, as metas precisam estar bem claras – especialmente para os gestores.

Os líderes tem um papel fundamental, disseminando todos os valores e propósitos da empresa para os colaboradores. A cultura de inovação precisa permear todos os níveis hierárquicos e setores. É preciso criar um ambiente favorável à geração de ideias e alguns fatores são fundamentais para que isso se viabilize. O engajamento e a participação da equipe são importantíssimos para que as estratégias tenham sucesso. Além disso, um gestor precisa ser responsável por conduzir o projeto, extraindo o melhor de cada colaborador e suas ideias.

Finalmente, é hora de estruturar os processos que conduzirão a empresa aos melhores resultados. Nesse momento, será preciso validar as ideias de forma multifatorial. Há tecnologia suficiente para viabilizar o projeto? É financeiramente possível? A proposta tem aderência no mercado? Apesar da demanda existente, de que forma é possível apresentar essa ideia ao público de forma persuasiva e comerciável? Quando essas e outras perguntas relacionadas tiverem sido respondidas, é hora de finalmente tirar a ideia do papel e transformá-la em um MVP (Produto Minimamente Viável).

Durante todo o processo, é preciso ter em mente a realização de valor. De nada adianta uma empresa ter a ideia mais inovadora do mundo se ninguém quiser pagar por ela – ou ela for tão cara que ninguém possa pagar por ela. Todo o processo deve ser tecnológica, financeira e humanamente sustentável. Assim, a inovação se torna muito mais assertiva e rentável para o negócio. É como sempre dizemos aqui na PALAS: inovação é a criatividade emitindo nota fiscal!

 



Alexandre Pierro - sócio-fundador da PALAS e um dos únicos brasileiros a participar ativamente da formatação da ISO 56.002, de gestão da inovação.

www.gestaopalas.com.br 

 

Quatro mitos X verdades sobre prescrição de dívidas

Você sabe como funciona as prescrições de dívidas? O advogado e especialista em Direito do Consumidor e sócio-fundador da Holtz Associados, Plauto Holtz, esclarece as principais questões sobre o assunto

 

Muitas pessoas não sabem gerenciar suas finanças e acabam contraindo dívidas que fogem do orçamento. Durante a pandemia do novo coronavírus, o número de inadimplência dos consumidores aumentou, atingindo 26,3% no mês de julho, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Há quem pense que nunca mais estará livre das dívidas, mas isso não é verdade. Se o fornecedor não entrar em um acordo ou cobrar o valor da dívida por meio da justiça, em cinco anos a dívida prescreve e o consumidor não é mais obrigado a pagá-lá. O advogado e especialista em Direito do Consumidor e sócio-fundador da Holtz Associados, Plauto Holtz, defende a importância de manter-se atento às cobranças das dívidas, principalmente se elas acontecerem após o tempo de prescrição.

“A principal dica é verificar se a dívida realmente existe. Além disso, também é importante se certificar se já passou 05 anos do vencimento. Não forneça dados pessoais, bancários e muito menos endereço via telefone. Nunca se sabe quem está do outro lado da linha, se realmente é a Instituição ou se são golpistas”, explica.

Para não cair em falsas informações sobre o assunto, o especialista lista quatro mitos e verdades sobre prescrição de dívidas. Confira: 

 

1 - O fornecedor pode continuar cobrando após a prescrição da dívida: MITO.


“As dívidas têm um prazo de cinco anos a partir do vencimento para serem cobradas na justiça, após esse tempo e a dívida for prescrita, os fornecedores não podem cobrar o consumidor novamente. Mesmo após a prescrição, muitos consumidores continuam sendo cobrados de dívidas por mais de 10, 15 anos. Isso é algo que não pode acontecer”, defende Plauto.

 

2 - Mesmo com dívida, o consumidor continua tendo direitos que não podem ser violados: VERDADE.


“Mesmo quando estamos falando de dívidas, existem direitos do consumidor que não podem ser esquecidos. O fornecedor não pode cobrar o consumidor publicamente, pelas redes sociais, por exemplo. Além disso, ele também não pode ter seu horário de descanso e nem de trabalho violado com cobranças insistente”, explica.

 

3 - O consumidor não pode entrar com ação judicial se o fornecedor continuar cobrando a dívida após anos dela estar prescrita: MITO.


“A continuação das cobranças após anos acontece muitas vezes. Por exemplo, se você está sendo cobrado de uma dívida vencida há mais de 5 anos, o fornecedor fica ligando várias vezes em um único dia para cobrar, enviam cartas de cobranças com ameaças judiciais e penhoras de bens, o consumidor está no direito de entrar com uma ação para cessarem as cobranças. Além de estarem cobrando algo que não existe mais, ações como essas configuram perturbação rotineira”, complementa.

 

4 - O consumidor pode sofrer golpes por meio de dívidas que já foram prescritas: VERDADE.


“Às vezes é difícil acreditar que golpes podem acontecer por meio de dívidas que são ou foram reais, mas isso é uma realidade. Os estelionatários se valem de informações de bancos de dados para aplicarem golpes, cobrando o consumidor de dívidas prescritas, ou muitas vezes, que sequer existem e já foram pagas. Por conta disso, é necessário manter a atenção e nunca passar dados pessoais ou bancários”, conclui o especialista.

 



Plauto Holtz - advogado, ex presidente da comissão de direito do consumidor da OAB Sorocaba. Também é sócio fundador do Holtz Associados .

 

Mesmo com todas as restrições impostas pela pandemia, 46% dos consumidores preferem comprar material de construção presencialmente.

Fazer o negócio migrar para o digital: o grande desafio do segmento

A chegada da pandemia pegou o segmento de materiais de construção um tanto despreparado para lidar com a realidade virtual.


Com mais de 140 mil estabelecimentos espalhados pelo Brasil, o varejo de material de construção é formado, em sua maioria, por pequenos negócios com baixíssimo grau de digitalização, perfil de gestão familiar, fundamentado na indicação e no relacionamento pessoal do dono da loja com seus clientes.

Uma pesquisa* realizada entre julho e agosto de 2020 pela Oficina de Estratégia apontou que 28% dos consumidores que compraram material de construção durante o período de isolamento social optaram pelo canal online, por meio de lojas virtuais e de ecommerce. 46% dos consumidores preferiram manter suas compras presencialmente e o restante utilizou o whatsapp e o telefone da loja como meio para realizar suas aquisições.

O alto índice de compras presenciais na categoria evidencia a preferência pelo deslocamento até a loja de material de construção, mesmo com todas as restrições impostas pelo isolamento social, e indica a dificuldade do uso de canais digitais no segmento.

Já na pesquisa** realizada com os pequenos varejos de material de construção em São Paulo, no mesmo período, a preferência do cliente pelo atendimento via whatsapp e telefone merece destaque. 75% dos varejista indicam o whatsapp como canal de preferência de seus clientes durante a pandemia, 68% indicam o contato telefônico e 41% a preferencia pela continuidade do atendimento presencial na loja.

Na ausência de soluções virtuais que gerem uma experiência de compra próxima à presencial, o whatsapp acaba se tornando um boa opção para o lojista, uma vez que não exige altos investimentos e treinamento da equipe. Mas será que oferece a melhor experiência de compra para o consumidor?

Podemos afirmar que a pandemia deixou evidente a dificuldade do segmento na oferta de soluções virtuais de atendimento ao consumidor. A transformação digital certamente será pauta para a cadeia de material de construção nos próximos anos e pode redefinir o cenário competitivo. Quem serão os protagonistas e visionários? E quem serão os seguidores?



* Pesquisa “Você, sua casa e a pandemia”, realizada pela Oficina da Estratégia entre julho e agosto de 2020 (250 consumidores: 72% moradores da cidade de São Paulo; 80% entre 30 e 60 anos; 86% entre dois a quatro moradores na mesma casa)

** Pesquisa “Lojas de Material de Construção e a pandemia”. (100 donos de lojas de material de construção de São Paulo).


Metodologia pode ajudar empreendedores a lidar com a rapidez do mercado


No Dia Internacional da Comunicação, conheça o SCRUM


O Dia Internacional da Comunicação,  17 de maio, traz o levantamento da questão sobre a comunicação em empresas e o quanto a rapidez do marcado está deixando a maioria dos empreendedores para trás. 

“Para uma organização ou projeto pessoal serem bem sucedidos é necessário que o fluxo de atividades em todos os âmbitos seja concatenado e convergente e ocorram com uma adequada fluidez e agilidade sem a perda da qualidade, ou seja, cuidada rapidez”, aponta Penha Pereira, economista e gestora de carreira. 

O verdadeiro empreendedor atua em qualquer lugar e situação. É alguém que reúne todas ou quase todas as competências de um líder e caso não as possua na totalidade, por seu espírito de conquista, com certeza perseguirá todas as oportunidades de aprendizado que lhe surgirem as quais trar-lhe-ão o que eventualmente lhe falte para alcançar os resultados que busca. 

“Nos dias atuais vemos como as transformações e inovações levaram as organizações e pessoas que desejam pôr em prática um projeto de trabalho próprio, a “correrem” para se adequar às mudanças que esta nova revolução industrial já começou a exigir, sendo que esta exigência está alterando profundamente as relações profissionais e até a qualificação que as pessoas que buscam seus postos de trabalho devem ter”, afirma Penha. 

A questão é que a velocidade da solicitação do mercado não é a mesma que a dos profissionais que estão iniciando sua jornada profissional, ou a dos que buscam uma nova chance de trabalho por terem perdido seu posto, em muitos casos por reestruturação das Instituições por conta do advento de novas tecnologias que cortaram inclusive algumas profissões. 

E como as empresas poderão proceder para que o alinhamento de suas plantas, seus processos e seus times ocorram em tempo hábil para não serem engolidas pelas transformações que estão acontecendo com cada vez mais rapidez? Uma das opções se chama SCRUM. 

O Scrum é uma metodologia de trabalho usada para implementação do desenvolvimento ágil de qualquer projeto, grande ou pequeno, corporativo ou não, profissional ou pessoal. Esse desenvolvimento ágil (muitos apreciam a expressão em inglês Agile”) é um conjunto de práticas e métodos que estão baseados em alguns princípios e valores.

A estrutura apresenta 5 itens que, quando seguidos, auxiliam enormemente a condução de um plano estratégico, uma criação de novo produto ou a melhoria da performance de um profissional:

1)    Comprometimento: esta postura é definida como a dedicação integral a uma causa, um projeto, não estando apenas relacionada ao resultado final, ou seja, quando você se compromete com uma causa, não está apenas pensando no que obterá, mas está aberto a dedicar-se como uma opção livre sua a todas as situações boas ou más que advirem de sua escolha;

2)    Foco: o Scrum busca a objetividade em um projeto, a dedicação aos itens que realmente são importantes e críticos para o atingimento do goal neste momento, sem que se perca tempo com elementos que poderão vir a ser importantes no futuro, pois esta preocupação desvia o profissional daquilo que hoje ele tem certeza e que necessita ser posto em prática rapidamente para que inclusive seja criada a experiência necessária para aquisição de conhecimentos que serão críticos no futuro.

3)    Abertura: o verdadeiro empreendedor e gestor de excelentes produtos e times pratica a abertura, a honestidade e a transparência, não escondendo problemas, questões, dúvidas e é aberto e flexível a realizar ajustes quando e onde for necessário e é acessível às pessoas que com ele atuam uma vez que todos carregam algum tipo de problema ou tem alguma dúvida os quais precisam ser sanados.

4)    Respeito: No ambiente do Scrum, é  necessário o respeito às pessoas, suas experiências pessoais e profissionais, mesmo que aparentemente não tenham ligações diretas com o produto/projeto/time a ser desenvolvido, bem como em relação à diversidade de personalidades, competências, opiniões e ideias pessoais..

5)    Coragem: o valor da coragem não está na força. A coragem é uma atitude de quem age com o coração e não com a força ao contrário do que parece.  Este é um valor que se origina em uma força da inspiração e não da violência e que se traduz pelo comportamento de ter a disposição para demonstrar que a mudança, a correção de rota é uma fonte de inspiração e de renovação. 

“Hoje temos já exemplos de Organizações que ao invés de ficarem apenas na percepção, viram no Scrum uma grande arma de mudança de comportamentos e atitudes os quais se não corrigidos criariam gargalos em termos de competitividade, participação no mercado o que mais adiante acabaria refletindo-se na manutenção do emprego de seus milhares de colaboradores”, explica a especialista.

Com o maior acesso à comunicação, não se pode deixar que o empreendedor continue a andar no mesmo ritmo. É preciso se adequar à rapidez do mercado para ter sucesso. 

 

Penha Pereira - Economista, Master Coach e gestora de carreira

mariadapenhaapereira@gmail.com

https://www.linkedin.com/in/mariadapenhapereira

 

Campanha Bora Testar apresenta primeiros dados sobre a Covid-19 após testagem em Paraisópolis

 

Infográfico Resultados de Paraisópolis
LATAM Intersect PR


O projeto Bora Testar, criado para levar testes de diagnóstico às maiores favelas do país com o objetivo de ajudar na prevenção da saúde dessa população e gerar dados que traduzam a realidade desses territórios, finalizou a primeira etapa da campanha ao atender moradores de Paraisópolis, em São Paulo e apresenta os resultados dessa primeira operação.

Dividida em sete quadrantes compostos por 42 setores censitários, os mesmos utilizados pelo IBGE para mapear a região, três equipes compostas por enfermeiros e entrevistadores se organizaram para visitar as casas, realizar a triagem para os testes e, quando necessário, aplicar os exames diagnósticos. A ação ocorreu entre os dias 8 e 12 de setembro.

As equipes percorreram os sete quadrantes de Paraisópolis e fizeram a triagem com 400 moradores. Desse total, 28% foram encaminhados para os exames e 6,3% tiveram resultado positivo para a Covid-19. “Esta é uma amostra probabilística que trabalha com o número de entrevistas correspondentes aos locais, os quais são divididos de maneira proporcional ao número de domicílios e nos dá confiança de resultados”, explica Emilia Rabello, sócia-fundadora da OutDoor Social, uma das idealizadoras do projeto. 

A partir do questionário também é possível traçar um perfil dos moradores. Entre os que apresentaram resultado positivo para o coronavírus, 48% têm renda familiar até R$ 1045. Não há distinção entre o grau de instrução, foram contaminados igualmente 40,7% dos que têm o fundamental incompleto e os que têm ensino médio e superior incompletos.  Mas o contágio se deu com maior incidência entre os moradores que saem de casa para trabalhar (51,9%). 

O levantamento deixa claro que pessoas que trabalham com atendimento presencial (serviços) estão mais suscetíveis à contaminação com 40% dos resultados positivos e 50% que servem na área de saúde.

A triagem traz também perguntas sobre sintomas apresentados anteriormente à data do questionário e no dia da visita, e esses dados apresentam mudanças. Entre os sintomas anteriores (entre março e agosto), a falta de olfato e paladar eram as principais manifestações e afetaram 23% das pessoas, além de tosse 22% e febre e calafrios 21%. Na data da visita, apenas 4% apresentavam os sintomas mais conhecidos da doença: a ausência de olfato e paladar, enquanto a tosse e nariz congestionado eram 6,5%. Entre os que tiveram sintomas, apenas 11% disseram ter procurado orientação médica.

O formulário utilizado para triar e encaminhar as pessoas para o diagnóstico foi criado por um grupo de médicos, parceiros do Bora Testar, e desenvolvedores da plataforma Ciente (https://app.ciente.net/covid/), por meio da qual os comunitários são questionados sobre seus sintomas. A partir destas informações é possível o cruzamento de dados para retratar a pandemia nas favelas brasileiras, de comunidade em comunidade, até o final da campanha.

“A testagem é uma das principais ferramentas para zelar pela saúde e pela vida dessas pessoas, mas a triagem é fundamental para otimizar a utilidade e o desempenho dos testes para que os resultados sejam mais fidedignos – como funciona melhor, com maior precisão e maior confiabilidade”, explica a médica infectologista Juliana Arruda de Matos, uma das desenvolvedoras da plataforma Ciente.


Censo das Favelas - No Brasil, existem mais de 6.300 favelas, segundo o IBGE, que abrigam 13,4 milhões de pessoas, retratando uma grande desigualdade social de acesso à saúde. Por isso, uma das maiores preocupações com o contágio da Covid-19 tem sido a disseminação e a letalidade do coronavírus nessas comunidades, que se caracterizam por terem residências muito próximas, famílias vivendo em casas de cômodo único, dificuldade no abastecimento de água, pouco acesso ao saneamento básico e socialmente distantes de serviços de saúde adequados.

Paraisópolis é uma das maiores favelas do Brasil, com aproximadamente 60 mil habitantes e faz parte do grupo G10 - um bloco de líderes e empreendedores de impacto social que reúne as 10 maiores favelas do Brasil e que participa como parceiro logístico para a realização da triagem e dos testes aplicados pela Campanha Bora Testar nessa comunidade.

“Nossa preocupação, além de levar os testes aos que mais precisam para cooperar com a prevenção da doença, é poder contribuir com dados que ajudem a traçar políticas públicas para o atendimento de uma das populações mais vulneráveis de nossa sociedade”, complete Claudia Daré, diretora executiva da LatAm Intersect PR, também idealizadora da Campanha Bora Testar.

A metodologia aplicada na triagem também auxilia no combate à COVID 19 de maneira objetiva, pois relevou que os casos positivos estao concentrados em três unidades censitárias, com prevalência no quadrante seis, no setor um (ver mapa).

Segundo Gilson Rodrigues, coordenador nacional do grupo G-10 das Favelas, esta é a região central da comunidade, onde há maior concentração de pessoas, e próxima a um córrego, onde o esgoto corre a céu aberto. “Não resta dúvidas que essas condições são fatores propícios para a contaminação. Apesar de todo o esforço que dedicamos para dar melhores condições aos moradores, políticas públicas são ainda mais necessárias” afirma.

Outras ações da Campanha Bora Testar já estão programadas em São Paulo e no Rio de Janeiro. O projeto conta com apoio de empresas solidárias e também com uma plataforma de crowfunding para compra de testes e suporte logístico. A próxima comunidade a ser testada será Heliópolis, também em São Paulo. Para contribuir com a campanha, com qualquer valor a partir de 10 reais, basta acessar a plataforma.

 

Sobre a Campanha Bora Testar

Idealizada para levar testes de diagnóstico da Covid-19 às favelas do Brasil, o objetivo da campanha é ajudar a preservar a saúde dessa população, além de gerar dados que traduzam melhor a realidade desses locais.

Com quatro pilares básicos: informação, triagem, exames com sintomáticos e rastreamento, a campanha foi criada e desenvolvida pela Outdoor Social, Alchemy Strategy e Latam Intersect PR, empresas de comunicação que se uniram com suas diferentes especialidades para realizá-la.

 

Sobre os realizadores da Campanha


Outdoor Social

www.outdoorsocial.com.br  ou pelo Instagram @outdoorsocial. 

 

LatAm Intersect PR

https://latamintersectpr.com/

 

Alchemy  

http://www.alchemy-strategy.com/

 

Mais 12 unidades do Poupatempo reabrem nesta quarta-feira (23)

O atendimento será realizado mediante agendamento prévio no portal ou app Poupatempo 

 

A partir desta quarta-feira (23), as unidades de Aguaí, Andradina, Assis, Avaré, Dracena, Itapeva, Jacareí, Lins, Penápolis, Pindamonhangaba, Registro e Tupã retomam atendimentos presenciais. Assim como já ocorre nos postos já reabertos, todos os serviços serão realizados somente com agendamento prévio de data e horário, que pode ser feito no portal www.poupatempo.sp.gov.br ou pelo aplicativo Poupatempo Digital. As solicitações poderão ser feitas nesta terça-feira (22), às 07h da manhã.   

A reabertura gradual dos postos Poupatempo em todo o Estado começou em 19 de agosto e segue as diretrizes do Plano São Paulo. Até o momento 62 postos dos 75 existentes já voltaram a funcionar. 

Com medidas de prevenção e protocolos sanitários, a capacidade de atendimento no Poupatempo será de 30%. Serão priorizados serviços que necessitam da presença do cidadão para serem em concluídos, como a solicitação do RG e da primeira habilitação, por exemplo. Outros como a solicitação da Carteira de Trabalho, seguro desemprego, licenciamento e transferência de veículo, devem ser feitos de forma remota, pela internet, também pelas plataformas digitais.   

Atualmente, mais de 80 serviços podem ser realizados online, com agilidade e conforto, sem a necessidade de sair de casa.  

Para minimizar os riscos de transmissão e garantir a segurança da população e colaboradores, haverá controle de acesso às unidades. Só será permitida a presença de acompanhantes em casos de crianças, idosos ou pessoas com deficiência. O uso de máscaras de proteção é obrigatório, assim como a medição de temperatura e higienização das mãos com álcool em gel na entrada das unidades. A manutenção do distanciamento entre as pessoas foi reforçada com sinalização nos bancos de espera, marcações no chão e orientação.  

Todas as informações, endereços e horários de funcionamento dos postos podem ser consultadas no site www.poupatempo.sp.gov.br


Pandemia de Covid-19 e clima impactam na qualidade da água do rio Tietê

Eventos climáticos extremos, obras de saneamento e o comportamento da sociedade refletiram de formas diferentes sobre a bacia, interferindo na mancha de poluição do rio

 

Estudo da Fundação SOS Mata Atlântica, lançado no Dia do Tietê (22 de setembro), constata que as mudanças de comportamento da sociedade por conta da pandemia de Covid-19 contribuíram para a redução de poluição no rio Tietê, principalmente com a diminuição do lixo nas ruas e a fuligem de veículos. Por outro lado, acarretaram no aumento da pressão por uso da água pela população. Os dados apontam que, dos 83 pontos de coleta - distribuídos em 47 rios de 38 municípios -, 6 (7,2%) mantiveram qualidade de água boa de forma perene, 55 (66,3%) regular, 21 (25,3%) ruim e 1 (1,2%) péssimo. Nenhum ponto registrou qualidade de água ótima. Os dados são do relatório Observando o Tietê 2020 - O retrato da qualidade da água e a evolução dos indicadores de impacto do Projeto Tietê.

Clique aqui e veja algumas imagens do monitoramento do rio

A qualidade de água ruim, imprópria para usos e inadequada para a vida aquática, ficou dividida em dois trechos - diferente das manchas anteriores que eram contínuas -, totalizando 150 km. Isso equivale a 13% da extensão do rio, quase o dobro da marca histórica de 71 km, alcançada em 2014. Não houve registro de trechos com qualidade de água péssima ao longo do rio Tietê, apenas em um de seus afluentes, o Córrego José Gladiador, na cidade de São Paulo. Por outro lado, a condição de água boa e regular - que permitem vida aquática, abastecimento público, produção de alimentos, atividades de lazer e esportivas - estenderam-se a 382 km, o que representa 66,32% da extensão de 576 km do trecho monitorado do rio, que tem ao todo 1.100 km, da sua nascente até a foz.

A mancha de poluição mensurada neste ciclo é diferente das medições anteriores, por não ser contínua e por ter sido ampliada no trecho do Médio Tietê, em decorrência da transferência de lodo e de poluentes após operações de barragens do Sistema Alto Tietê para controle de cheias. Revisões nas regras operativas das barragens e a manutenção, desassoreamento e limpeza dos reservatórios teriam contribuído para que a mancha de poluição deste ciclo se aproximasse da menor medição obtida na série histórica.

Os especialistas destacam que, também em virtude da pandemia, um trecho de 44 km, correspondente a 4% da extensão do rio, não foi analisado neste ciclo. Esse trecho compreendido entre os municípios de São Paulo e Barueri, a partir da ponte da Rodovia Anhanguera, é bastante poluído e apresenta pouca variação na condição de qualidade da água nas séries históricas de monitoramento. Se fosse considerado com qualidade de água ruim, com base nos indicadores aferidos na Ponte das Bandeiras, até o subsequente em Santana de Parnaíba, a mancha de rio considerado poluído e em condições impróprias atingiria 194 km, ficando maior que no período anterior, de setembro de 2018 a agosto de 2019, quando estava contida, de forma contínua, em 163 km.

"O rio Tietê é muito impactado por variações climáticas que, neste período de monitoramento, foram bastante intensas. Porém, de certa forma temos algo a celebrar com estes dados, embora sejam muito atípicos e inéditos. Desde 2010, nunca tivemos qualidade de água boa nos reservatórios do Tietê no período de estiagem. Os indicadores das séries históricas ficavam na condição regular ou ruim, por conta da grande concentração de nutrientes e da proliferação de algas e plantas aquáticas. Se não fosse a abertura de barragens, em fevereiro e agosto deste ano, não teríamos qualidade ruim entre Porto Feliz e Laranjal. Ou seja, a mancha seria bem menor", afirma Malu Ribeiro, gerente da Fundação SOS Mata Atlântica.

Os dados apresentados foram medidos por grupos de voluntários do Observando os Rios, projeto da Fundação SOS Mata Atlântica que conta com o patrocínio da Ypê e apoio da Sompo. Os pontos analisados estão distribuídos nas bacias hidrográficas do Alto Tietê, Médio Tietê, Sorocaba e Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que abrangem 102 municípios das Regiões Metropolitanas de São Paulo, Campinas e Sorocaba.

As análises foram feitas pelos voluntários entre setembro de 2019 e fevereiro de 2020, e depois realizadas em agosto deste ano. A interrupção nas coletas entre março e julho se deu por conta da pandemia do novo coronavirus, que impossibilitou a saída a campo. Sendo assim, as coletas e análises consideradas essenciais para mensurar a evolução da qualidade da água foram feitas pela equipe técnica da Fundação SOS Mata Atlântica, em agosto, após a flexibilização das fases do programa de retomada das atividades no estado de São Paulo, seguindo protocolos de segurança especialmente elaborados para o monitoramento da água.

Dados também inéditos do Atlas da Mata Atlântica, monitoramento via satélite para identificar o desmatamento no bioma, feito pela Fundação em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), aponta que 79% (7.226.066 hectares) da Bacia do Tietê (9.172.066 hectares, abrangendo 265 cidades), faz parte do bioma Mata Atlântica. Restam hoje pouco mais de um milhão de hectares de florestas nativas e áreas naturais acima de 1 hectare (18%), incluindo a vegetação de várzea (66.183 hectares). As florestas mais preservadas (acima de 3 hectares) totalizam 856.043 ha (11,84%). Desde 2000, foi identificado o desmatamento de 6.206 hectares - área 4 vezes do tamanho do município de São Paulo.


Rio Tietê e eleições

Especialmente neste ano de eleições municipais, o monitoramento da qualidade da água é também um instrumento de cidadania e pressão em defesa de Água Limpa para todos. Como contribuição para avanços nessa causa essencial e ao direito humano de acesso à água de boa qualidade, a Fundação SOS Mata Atlântica incluiu no relatório seu manifesto Desenvolvimento para Sempre.

Nele, a organização pede por água limpa para todos, destacando: a proteção e recuperação dos rios, córregos e nascentes; a implantação do Plano Municipal de Saneamento e de parques lineares para a conservação de córregos urbanos; a integração dos municípios ao Comitê de Bacias Hidrográficas, com garantia efetiva de representação dos setores da sociedade; e a criação de áreas de proteção de mananciais e conservação hídrica.

"A sazonalidade intensa decorrente dos eventos climáticos extremos reforça a necessidade de atenção maior dos gestores públicos e da sociedade para as ações voltadas à segurança hídrica", reforça Malu Ribeiro, que ainda destaca como a melhora da qualidade da água e a proteção dos mananciais não dependem apenas dos necessários e urgentes investimentos em saneamento básico, mas também da gestão integrada das políticas públicas de meio ambiente e recursos hídricos.

"É urgente promover a requalificação ambiental das bacias hidrográficas paulistas, com envolvimento de todos os usuários e governos, com ações que começam pela recuperação e a proteção de corpos d’agua urbanos e rurais e que formam a vasta rede de drenagem das bacias hidrográficas da Mata Atlântica", reforça ela.

A exclusão social do acesso à água limpa devido à falta de saneamento básico e moradia também emergiram de forma mais evidente com o efeito da pandemia e precisam ser motivo de atenção das autoridades. Pesquisas científicas constataram a presença do RNA (molécula responsável pela síntese de proteínas das células) de Covid-19 na água dos esgotos domésticos. Isso não significa risco de contaminação, uma vez que essa doença não é de veiculação hídrica, mas, reforça a importância de reconhecer como os rios são espelhos da saúde das populações, do ambiente e dos ecossistemas. O monitoramento da qualidade da água é importante para prevenção e controle da saúde pública.

"Para que possamos alcançar resultados mais efetivos é estratégico aperfeiçoar a legislação que trata do enquadramento dos corpos d’água, de forma a excluir os rios de classe 4 dos padrões de qualidade da água. Essa classe de água, que permite a existência de rios mortos, que só servem para a diluição de esgotos, é um desrespeito ao direito humano de acesso à água em boa qualidade. É ainda uma das formas mais perversas de desperdício desse recurso natural, essencial à vida, que é a água", finaliza Malu Ribeiro, gerente da SOS Mata Atlântica.

Os dados do Índice de Qualidade da Água (IQA) apresentados no relatório foram elaborados com base na legislação vigente e em seus respectivos protocolos de coleta e medição. A metodologia do projeto utiliza 16 parâmetros do IQA: temperatura da água, temperatura do ambiente, turbidez, espumas, lixo flutuante, odor, material sedimentável, peixes, larvas e vermes vermelhos, larvas e vermes brancos, coliformes totais, oxigênio dissolvido (OD), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), potencial hidrogeniônico (pH), fosfato (PO4) e nitrato (NO3).


Sobre a Fundação SOS Mata Atlântica

A Fundação SOS Mata Atlântica é uma ONG ambiental brasileira criada em 1986 para inspirar a sociedade na defesa da floresta mais ameaçada do Brasil. Atua na promoção de políticas públicas para a conservação da Mata Atlântica por meio do monitoramento do bioma, produção de estudos, projetos demonstrativos, diálogo com setores públicos e privados, aprimoramento da legislação ambiental, comunicação e engajamento da sociedade em prol da restauração da floresta, valorização dos parques e reservas, água limpa e proteção do mar. Os projetos e campanhas da ONG dependem da ajuda de pessoas e empresas para continuar a existir. Saiba como você pode ajudar em www.sosma.org.br.


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