O que antes era diferencial, hoje virou consenso. A inovação se tornou fundamental para empresas de quaisquer portes ou segmentos, um processo que só se acelerou com a pandemia. Permanecer com as mesmas estratégias, produtos, serviços ou modelos de negócio dificilmente trará resultados diferentes. Mas sair atirando para todos os lados, submeter-se a reuniões e encontros estressantes ou, ao contrário, ficar horas em ambientes de descompressão para tentar extrair uma única boa ideia não são os melhores caminhos para inovar.
A inovação deve caminhar de mãos dadas com a
gestão. Para além de uma metodologia que valoriza a criatividade e o
ineditismo, inovar requer processos, métricas, análises e muita tentativa e
erro, buscando sempre que eles sejam grandes fontes de aprendizagem.
Para isso, o primeiro passo é entender como essa
combinação funciona. Este processo é chamado de gestão da inovação e reúne as
melhores práticas de ambas as áreas, buscando estabelecer possibilidades de
acompanhar a inovação, de modo a entender como ela pode gerar valor para uma
empresa, sem engessá-la.
Para auxiliar as empresas nessa empreitada, foi
publicada a ISO 56002, que já certificou mais de 100 empresas em todo o mundo
apenas um ano. No Brasil, quatro companhias possuem o atestado de conformidade
à norma e há outras 85 interessadas em implementar esse modelo internacional de
gestão já no próximo ano.
A norma ajuda a estabelecer quais são os objetivos
da empresa ao inovar. Ela pretende atrair mais clientes por meio da melhoria de
um produto ou serviço? A inovação será implementada em apenas uma área que
precisa de otimização? Ou é hora de reinventar o próprio negócio antes que uma
tecnologia disruptiva o faça? Antes de dar qualquer passo, as metas precisam
estar bem claras – especialmente para os gestores.
Os líderes tem um papel fundamental, disseminando
todos os valores e propósitos da empresa para os colaboradores. A cultura de
inovação precisa permear todos os níveis hierárquicos e setores. É preciso
criar um ambiente favorável à geração de ideias e alguns fatores são
fundamentais para que isso se viabilize. O engajamento e a participação da
equipe são importantíssimos para que as estratégias tenham sucesso. Além disso,
um gestor precisa ser responsável por conduzir o projeto, extraindo o melhor de
cada colaborador e suas ideias.
Finalmente, é hora de estruturar os processos que
conduzirão a empresa aos melhores resultados. Nesse momento, será preciso
validar as ideias de forma multifatorial. Há tecnologia suficiente para
viabilizar o projeto? É financeiramente possível? A proposta tem aderência no
mercado? Apesar da demanda existente, de que forma é possível apresentar essa
ideia ao público de forma persuasiva e comerciável? Quando essas e outras
perguntas relacionadas tiverem sido respondidas, é hora de finalmente tirar a
ideia do papel e transformá-la em um MVP (Produto Minimamente Viável).
Durante todo o processo, é preciso ter em mente a
realização de valor. De nada adianta uma empresa ter a ideia mais inovadora do
mundo se ninguém quiser pagar por ela – ou ela for tão cara que ninguém possa
pagar por ela. Todo o processo deve ser tecnológica, financeira e humanamente
sustentável. Assim, a inovação se torna muito mais assertiva e rentável para o
negócio. É como sempre dizemos aqui na PALAS: inovação é a criatividade
emitindo nota fiscal!
Alexandre
Pierro - sócio-fundador da PALAS e um dos únicos brasileiros a participar
ativamente da formatação da ISO 56.002, de gestão da inovação.
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