Celebrado anualmente em 18 de junho, o Dia do Orgulho Autista é uma ocasião crucial para promover a conscientização e a compreensão sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
“No entanto, é fundamental
ressaltar que o objetivo desta data não é romantizar o TEA, mas sim educar a
sociedade sobre os desafios enfrentados pelas pessoas com essa condição e
incentivar ações concretas para apoiá-las. O TEA é um transtorno do
neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, a interação social e o
comportamento. Embora cada indivíduo com TEA seja único, essas pessoas
enfrentam dificuldades significativas em seu cotidiano”, ressalta Dr. Matheus Trilico, neurologista referência em Autismo e TDAH
em adultos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),
estima-se que existam mais de 2 milhões de pessoas com TEA no Brasil.
Para Dr. Matheus, é essencial entender que o TEA
não é uma escolha ou uma característica desejável, mas sim uma condição que
pode gerar prejuízos constantes na vida dos pacientes. As pessoas com TEA podem
enfrentar desafios na comunicação verbal e não verbal, na compreensão de pistas
sociais e na adaptação a mudanças em suas rotinas.
O neurologista, que dedica sua carreira para TEA em
adultos, enfatiza ainda que esses desafios podem afetar sua capacidade de
formar relacionamentos, alcançar independência e ter sucesso acadêmico e
profissional. Muitos, inclusive, estão desempregados. Além disso, o autismo
também pode se relacionar com problemas sensoriais, ansiedade e outras condições
de saúde mental.
“O Dia do Orgulho Autista serve para ampliar a
compreensão da sociedade sobre essas dificuldades e promover a empatia e o
apoio às pessoas com TEA e suas famílias. É um momento para destacar a
importância do diagnóstico precoce, da intervenção adequada e da inclusão
social. Também é uma oportunidade para celebrar as conquistas e os talentos
únicos das pessoas com TEA, reconhecendo que elas têm muito a contribuir para a
sociedade quando recebem o suporte necessário”, destaca o neurologista..
Trilico alerta para evitar a romantização do TEA.
Frases como "o autismo é um superpoder" ou "pessoas com autismo
são gênios" podem ser prejudiciais, pois minimizam os desafios reais
enfrentados por essa população. Embora algumas pessoas com TEA possam ter
habilidades excepcionais em áreas específicas, isso não é uma regra e não
diminui as dificuldades que elas enfrentam em outras áreas da vida.
A proposta do neurologista é, em vez de romantizar
o TEA, o Dia do Orgulho Autista deve ser um chamado à ação para a sociedade se
informar, oferecer apoio e criar um ambiente mais inclusivo e acolhedor para as
pessoas com essa condição. Isso inclui a promoção de políticas públicas que
garantam o acesso a serviços de diagnóstico, tratamento e suporte, bem como a
conscientização sobre a importância da neurodiversidade no local de trabalho e
na comunidade em geral.
Neste Dia do Orgulho Autista, vamos nos comprometer
a aprender mais sobre o TEA, a apoiar as pessoas com essa condição e suas
famílias, e a trabalhar juntos para criar uma sociedade mais compreensiva e
inclusiva.
“Somente através da conscientização e da ação
podemos fazer a diferença na vida das pessoas com Autismo e garantir que elas
tenham as mesmas oportunidades de sucesso e felicidade, que todos merecem”,
finaliza o Dr. Trilico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário