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Especialista em neuropsicologia explica os principais hormônios responsáveis pelas sensações de paixão e amor
Desde os primórdios da humanidade, o amor e a
paixão tem sido objeto de fascínio e especulação, inspirando pensadores,
artistas e poetas ao longo dos séculos. No entanto, esses sentimentos ainda
representam um quebra-cabeça para a ciência, apesar disso, há alguns elementos
que já são conhecidos, especialmente, a sua essência
"neuroquímica".
A “neuroquímica do amor” é um campo que estuda as
bases biológicas e químicas por trás das emoções e vínculos afetivos. Esse
fenômeno é complexo e possui três estágios distintos, cada um com seus próprios
hormônios e características específicas, como esclarece Luciana Lima,
professora do Insper e especialista em neuropsicologia.
O estágio inicial é a paixão que representa a
intensa excitação, marcado por uma tempestade hormonal que domina nossos
sentidos e raciocínio. "Nesse fase, hormônios como testosterona, nos
homens, e estrogênio, nas mulheres, inundam nosso sistema de controle central
de racionalidade, desencadeando um desejo avassalador e muitas vezes
obscurecendo nossa visão da realidade", explica a especialista.
No estágio subsequente, entram em cena outros
atores neurotransmissores, como dopamina, norepinefrina e serotonina, que atuam
na sensação de excitação e até mesmo na capacidade de sacrificar necessidades
fisiológicas, como privação de sono e falta de apetite, em prol do
prazer.
Já no último estágio, o do amor, ou conhecido como
calmaria, a ocitocina e a vasopressina assumem o protagonismo. "Esses
hormônios são liberados a partir do contato físico, além de momentos de conexão
emocional e são essenciais para a construção de vínculos duradouros e relações
estáveis", afirma a neuropsicóloga.
Essa etapa também representa um momento de
autoconhecimento e crescimento emocional, à medida que aprendemos a equilibrar
os impulsos da paixão com as necessidades de um relacionamento. "É aí que
começamos a transitar da paixão para o amor, avaliando não apenas a atração
física, mas também aspectos mais profundos da conexão emocional", pontua
Lima.
Muitas vezes, o amor é erroneamente associado ao
coração, porém, seu verdadeiro início está diretamente relacionado ao nosso
cérebro e respectivo sistema neuronal. Compreender a neuroquímica por trás do
amor não apenas nos faz entender sobre os mecanismos que regem nossas emoções,
mas também pode nos auxiliar no desenvolvimento pessoal e interpessoal.
“Ao entender as transformações fisiológicas e
mentais desencadeadas pelo amor, nos tornamos mais conscientes de nossos
próprios sentimentos e comportamentos, possibilitando uma maior capacidade de
lidar com os desafios e as complexidades dos relacionamentos. Portanto,
investir no autoconhecimento nesse contexto pode ser fundamental para cultivar
relações amorosas saudáveis e duradouras”, conclui a especialista.
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