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quinta-feira, 18 de abril de 2024

COALIZÃO VOZES DO ADVOCACY LANÇA CAMPANHA PARA COBRAR UMA RESPOSTA DO GOVERNO SOBRE A FALTA DE INSULINA, QUE FOI INCORPORADA PELO SUS EM 2019 E NÃO ESTÁ DISPONÍVEL PARA PESSOAS COM DIABETES TIPO 1

 


Campanha Cadê a Minha Insulina foi lançada pela Coalizão Vozes do Advocacy 

 

A Coalizão Vozes do Advocacy, que integra 26 organizações de diabetes no país, vem trabalhando na busca de um posicionamento do Ministério da Saúde com relação a disponibilização das insulinas análogas de ação rápida - que promove uma melhor efetividade no corpo, sem ter picos de ação, que podem provocar a baixa de açúcar no sangue (hipoglicemia) - para a população brasileira. Esta insulina tem um efeito mais estável quando comparada com a NPH, que é bem antiga e a que está atualmente disponível para os brasileiros. 

Para falar sobre o assunto, gostaríamos de sugerir Vanessa Pirolo, coordenadora da coalizão Vozes do Advocacy e pessoa com diabetes, que está lutando por esta causa há muitos anos. Sob sua gestão, a coalizão alcançou, em 2023, mais 800 mil pessoas e mais de 120 mil interações com os conteúdos, além de ter participado de 14 audiências públicas solicitadas e contempladas, 10 reuniões com a secretaria da saúde.

 

Entenda o caso 

Depois de muitas abordagens das Associações de Diabetes e da Sociedade Brasileira de Diabetes, o Ministério da Saúde reconheceu que a insulina análoga rápida é o medicamento mais indicado para tratar as pessoas com diabetes tipo 1 no país. Assim, em fevereiro de 2017, ela foi incorporada ao SUS, mas a compra só foi efetuada no segundo semestre de 2018. Os Estados começaram a ter acesso a ela somente em novembro de 2018. 

O Ministério da Saúde optou por disponibilizar a insulina análoga de ação rápida no Componente Especializado, ou seja, para as pessoas terem acesso, é necessário que passem por um endocrinologista e retirem em Unidades Dispensadoras Específicas. Dessa forma, gerou uma série de burocracias para as pessoas retirarem o produto. Como resultado foram adquiridas 7.921.005 canetas de 3ml, com estimativa de consumo em um ano, para contemplar 396.050 pessoas com diabetes tipo 1 no Brasil. 

Com todos os processos para a retirada da insulina, como: documento a ser preenchido pelo médico chamado de LME (demora de 40 minutos), ter acesso a um endocrinologista (é sabido que não existem estes profissionais em vários municípios brasileiros) e a renovação da receita médica em boa parte dos municípios precisa ser feita a cada seis meses, houve um grande desperdício de produtos. Foram jogadas no lixo entre 900 mil e 1,4 milhão canetas em 2021. Outro ponto importante e que prejudicou o acesso às canetas foi a falta de conhecimento dos médicos e das pessoas com diabetes a respeito desta nova "tecnologia". 

Depois disso, ao longo do ano de 2022 foram feitas mais de 13 reuniões para chegar ao consenso de que poderia ser feita a transferência da insulina análoga de ação rápida do Componente Especializado para a Atenção Primária (Básica). No final, não ocorreu esta transferência e todo o trabalho discutido não foi implementado por uma série de fatores, entre eles a falta de refrigeração nas Unidades de Saúde e de disponibilização do farmacêutico nas unidades de saúde.


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