Empresas devem substituir cultura do
medo pela cultura de segurança psicológica, na qual os profissionais se sentem
seguros para se expressarem
Segundo a Organização Mundial da Saúde
-- OMS, a saúde mental é definida como “um estado de bem-estar em que o
indivíduo percebe suas próprias habilidades, pode lidar com as tensões normais
da vida, pode trabalhar de forma produtiva e frutífera e é capaz de dar uma
contribuição para sua comunidade”.
Neste Janeiro Branco, em que há um
olhar mais atento da humanidade para as questões relacionadas à Saúde Mental e
Emocional das pessoas e das instituições, torna-se fundamental levar essa
reflexão para as organizações.
Dados do INSS, de 2017, já apontavam as
doenças mentais como a terceira causa de afastamentos de trabalho. Esse triste
ranking se agravou com a pandemia, cujos impactos vêm em forma de importantes
sequelas emocionais para a sociedade.
Falar sobre saúde mental no trabalho
pode ser um primeiro passo para criar um ambiente de segurança psicológica, em
que as pessoas se sintam seguras para pedir ajuda.
Além de promover um ambiente de
trabalho adequado para seus funcionários, as empresas devem se preparar para
lidar com casos de doenças mentais. “O local de trabalho deve ser um espaço
aberto para discordâncias e conselhos. Se o trabalhador se sente confortável
para se expressar na empresa, é mais fácil identificar qualquer sinal de
sofrimento emocional”, afirma Kaká Rodrigues, especialista em desenvolvimento
humano e co-founder da Div.A -- Diversidade Agora, empresa de impacto social
com foco em Consultoria de Diversidade e Inclusão.
Ao mesmo tempo em que garante mais
bem-estar aos profissionais, por se sentirem mais acolhidos e protegidos, as
organizações começam a perceber que investir na criação de uma cultura de
segurança psicológica é investir também na sustentabilidade do negócio.
Renata Torres, especialista em
diversidade e liderança e co-founder da Diversidade Agora, explica que, não
raro, times inteiros são calados e impedidos de manifestar uma situação que se
vive na equipe, porque isso iria contra os interesses do chefe. A boa notícia,
ressalta, é que esse tipo de cultura, a do medo, vem perdendo espaço para a
cultura da segurança psicológica.
“Mas, para isso, é fundamental que as
lideranças embarquem nesta jornada e entendam que segurança psicológica não é
tarefa apenas da área de Recursos Humanos. É um desafio que depende de ações
coletivas, impulsionadas por líderes que premiam a vulnerabilidade, a
diversidade de pessoas e de ideias e enxergam o erro no processo de
aprendizagem como uma forma de crescimento e não como um problema a ser superado”,
conclui a especialista.
Times integrados, diversos e seguros em
seus ambientes de trabalho estão mais aptos a lidarem com suas questões
emocionais e esse cuidado proporciona bem-estar em todas as esferas.
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