O
ano de 2021 acabou, mas, o clima de incertezas, além das pressões no cenário
tributário por conta da Reforma, geram muitos reflexos para a economia
brasileira. De acordo com projeções do Banco Central, mesmo após um
crescimento próximo de 5% em 2021, o maior desde 2010, o PIB brasileiro deve
avançar no máximo 2% em 2022.
No
cenário atual, a redução da carga de impostos é uma importante aliada das
empresas para manterem-se competitivas no mercado, pois, de acordo com o Instituto
Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), cerca de 95%
das empresas pagam mais impostos do que deveriam. Uma das formas de reduzir
esses impactos é o planejamento tributário, ou seja,
utilizar um conjunto de métodos legais para pagar menos tributos.
O
planejamento tributário é uma ferramenta essencial para garantir uma gestão
fiscal eficiente. É nele que a empresa traça um plano delimitado de como agir
para conseguir reduzir ao máximo e de forma legal, o valor do imposto pago, ao
mesmo tempo que define estratégias para garantir que todas as etapas da gestão
tributária corram bem.
Não
existe momento errado para reavaliar as opções tributárias e em especial a
mudança do regime tributário, que na maioria dos casos ocorre durante o
ano-calendário. É importante que seja avaliada a carga tributária simulando os
cenários possíveis, analisando os resultados do ano anterior e fazendo as
projeções para o ano em curso. É um trabalho bem específico e detalhado, mas
que pode gerar excelentes resultados através da avaliação contábil.
Quanto
antes houver essa definição para a empresa, menos impactos irá causar, tendo em
vista que o resultado poderá influenciar nos custos, orçamentos e adaptação de
sistemas internos.
Quais
os principais tipos de tributação
No
cenário atual, existem três sistemas tributários, que são: Simples Nacional,
Lucro Presumido e Lucro Real.
Simples
Nacional: É o regime tributário que unifica os
tributos federais, estaduais e municipais e suas alíquotas são reduzidas em
comparação com as demais sistemáticas. Essa opção tributária pode ser realizada
pela pessoa jurídica que obtém receita bruta anual de até R$ 4.800.000,00
(quatro milhões e oitocentos mil reais), ou seja, as micro empresas e empresas
de pequeno porte.
Lucro
Presumido: É um regime tributário simplificado
para determinar a base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, através da presunção prevista na
legislação. Em geral, é o regime escolhido pelas empresas com alta
lucratividade.
Lucro
Real: É um regime tributário que se utiliza do lucro líquido do
período para determinar a base de cálculo do IRPJ e da CSLL, a periodicidade de
apuração da sistemática pode ser anual ou trimestral, conforme determina a
legislação, e a opção anual ou trimestral é realizada pelo próprio contribuinte.
É obrigatório para algumas atividades e empresas que faturam acima de R$ 78
milhões/ano.
O planejamento tributário envolve diariamente diversas operações da empresa, dentre elas outras mais complexas como avaliação de produtos, enquadramentos, operações fiscais, constituição de filiais, obtenção de regimes especiais, entre outras. Há uma gama de trabalhos que devem acompanhar diariamente as ações das empresas, e isso abrange todo e qualquer porte de empresa, bem como pessoas físicas, só em menor proporção, mas igualmente importante.
Um dos benefícios em acompanhar as operações e estratégias
de uma companhia é a redução da carga tributária, que se torna uma vantagem
competitiva em relação à concorrência, gerando assim, resultados melhores à
empresa. É importante lembrar que o planejamento tributário precisa ser feito
por um profissional da área para realizar todo o processo dentro da legalidade,
evitando risco ou prejuízos à empresa.
Debora
Correa Rebellato - Contadora e diretora da Contax Contabilidade e Planejamento
Tributário.
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