Especialista explicas como jogar remédios no lixo ou esgoto oferece riscos à saúde e ao meio ambiente
Existe uma farmácia no Brasil para cada 3.300 habitantes; e o país é o sétimo que mais consome medicamentos no mundo, segundo dados do Conselho Federal de Farmácia. Entre os fármacos mais ingeridos temos: anticoncepcionais, analgésicos, descongestionantes nasais, anti-inflamatórios e alguns antibióticos que não precisam de receita médica. A tradicional “farmacinha”, é comum na casa dos brasileiros, principalmente para lares que possuem crianças e idosos.
Com acesso facilitado aos remédios, o grande desafio do país é fazer o descarte correto dos medicamentos em desuso ou fora do prazo de validade. Cerca de 20% de todos os remédios que utilizamos são descartados de forma irregular. O lixo convencional ou rede de esgoto é o destino da maioria destas substâncias químicas.
“O descarte incorreto de medicamentos pode oferecer riscos à saúde e ao meio ambiente, afetando solo, águas superficiais ou lençóis freáticos e, principalmente, a saúde da população. Para se ter uma ideia, a cada quilo de medicamento descartado incorretamente pode contaminar até 450 mil litros de água. As substâncias químicas dos medicamentos podem transformar-se em substâncias tóxicas e afetar o equilíbrio ambiental”, alerta Henrique De Morais Clauzen, coordenador do curso de Farmácia da Faculdade Anhanguera.
O farmacêutico Clauzen, ainda traz algumas orientações de como fazer o descarte correto dos medicamentos vencidos e aqueles que não serão mais utilizados pelo paciente:
- Procurar a farmácia ou drogaria mais próxima de sua
casa e fazer a entrega de todo tipo de fármaco em desuso, sejam
comprimidos, cápsulas ou xaropes. O estabelecimento irá encaminhar esses
materiais ao seu destino sem risco de contaminação;
- Nos hospitais e postos de saúde é possível fazer a
entrega de agulhas ou lancetas usadas no tratamento de diabetes ou outras
doenças. É importante armazenar esses materiais em um recipiente rígido
que possa ser lacrado como garrafa pet;
- As bulas e caixas podem ser destinadas diretamente
pelos consumidores para a reciclagem junto ao lixo convencional;
- É necessário estar atento a validade e as condições de
armazenamento dos medicamentos para ter garantida sua eficácia. Tomar
medicamentos vencidos pode levar a complicações graves, inclusive risco de
intoxicação devido a substâncias químicas nocivas, formadas na degradação
do medicamento;
- A farmácia caseira não pode substituir a consulta com o
médico que é o profissional responsável pela prescrição de medicamentos.
No Brasil, já existem leis que
regulamentam o descarte de remédios pela indústria e estabelecimentos de saúde,
como as clínicas, hospitais e drogarias. Os medicamentos utilizados em casa
passam agora também a ter uma política estabelecida. Foram dez anos de
discussão, até que em julho do ano passado foi regulamentado em todo país o Decreto nº 10.388/2020.
As medidas, entraram em vigor no mês de dezembro e contam com um prazo de até o
ano de 2015 para todos os municípios, com população superior a 100 mil
moradores, ter pelo menos um ponto de coleta de medicamentos. Poderá ser
considerado crime ambiental o não cumprimento das regras de descarte de
medicamentos domiciliares.
Anhanguera
https://www.anhanguera.com/ e https://blog.anhanguera.com/category/noticias/
Kroton
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