O neurocientista, Fabiano de Abreu, explica o que há por trás do comportamento dos conhecidos ‘haters’ na internet
Desde que houve uma popularização massiva das redes sociais e do uso da internet, as pessoas ficaram cada vez mais familiarizadas com o termo ‘hater’, que designa pessoas que ficam online tecendo comentários maldosos sobre famosos ou outras pessoas comuns sem ter nenhum interesse aparente por trás disso. Esse comportamento já foi avaliado por diversos especialistas e personalidades importantes do mundo digital como Rafa Kaliman, Vivi Wanderley e Camila Monteiro já se pronunciaram publicamente sobre prejuízos físicos e emocionais desenvolvidos pelas constantes críticas, tendo o caso de Kaliman sido, inclusive, tema de reportagem exibida no Fantástico.
Para o neurocientista, PhD e biólogo Fabiano de Abreu, o ato de depreciar alguém esconde necessidades do próprio hater de chamar atenção. “Você pode depreciar aquele YouTuber ruim, pelo conteúdo inútil ou errado, ou seja, a maioria. Mas alguém com conhecimento vai perder tempo depreciando este YouTuber? Essas pessoas nem ao menos vão ter paciência para se fixar no canal. Pessoas inteligentes tendem a ser impacientes com conteúdos inúteis”, exemplifica.
De acordo com ele, mesmo que as pessoas justifiquem tais atitudes depreciativas como uma forma de manifestação para ‘mudar o mundo', não desconfigura a necessidade e a busca por atenção. “Pessoas auto suficientes ignoram o que não soma. Isso ocorre pela economia de energia do cérebro que opta por gastar em coisas mais eficientes e úteis. Quanto mais inteligente a pessoa, maior o gasto de energia no cérebro. Desvendar, aprender, raciocinar, prever, criar metas; tudo isso exige um alto gasto de energia. Essa condição também exige otimização do tempo, aproveitando-o ao máximo em todas as circunstâncias”, detalha.
O especialista afirma que ao acreditar ‘ter razão em algo’ o cérebro do hater pode liberar neurotransmissores relacionados ao comportamento instintivo, aceitação, narcisismo instintivo. “Isso tem vínculo com a sobrevivência já que, quando aceito, não se está só e, não estar só, aumenta as chances de segurança. O medo da solidão tem relação com a evolução do cérebro. Quanto mais desenvolvido o lobo frontal, menor o medo e maior a procura pela solidão”, pontua.
Para Fabiano de Abreu, a
sensibilidade para a empatia de quem não julga, está relacionada não apenas à
vontade, mas ao pensamento sobre as nuances da ação, principalmente de como
será visto o julgamento, assim como o quanto que afetará o atingido. “No fim,
toda ação tem uma reação e pessoas ocupadas, satisfeitas, que precisam otimizar
o tempo, sabem os riscos de um comentário depreciativo e suas consequências”.
Fabiano
de Abreu Agrela Rodrigues - PhD em Neurociências, Mestre em Psicanálise, Doutor
e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências com
formações também em neuropsicologia, licenciatura em biologia e em história,
tecnólogo em antropologia, pós graduado em Programação Neurolinguística,
Neuroplasticidade, Inteligência Artificial, Neurociência aplicada à
Aprendizagem, Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, MBA,
autorrealização, propósito e sentido, Filosofia, Jornalismo e formação profissional
em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises
Heráclito; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University
International, diretor da MF Press Global, membro da Sociedade Brasileira de
Neurociências e da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências
do mundo, nos Estados Unidos. Membro da Mensa e Intertel, associação de pessoas
de alto QI e especialista em estudos sobre comportamento humano e inteligência
com mais de 100 estudos publicados.
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