Geriatra explica a importância de fazer atividades com o corpo nessa fase da vida
Muitos
mitos e suposições cercam o processo natural de envelhecimento. Mas se tem algo
que é unânime é que, para manter uma vida mais tranquila acima dos 50 anos,
bons hábitos são fundamentais e fazem toda a diferença. “Nunca é tarde demais
para começar uma atividade física. Tem gente que pensa que, se não começou até
agora, não dá mais tempo. Mas dá”, garante Felipe Bozi, geriatra da startup
Nilo Saúde.
O
médico explica que os benefícios de realizar atividades físicas existem
independentemente da idade em que se inicia a prática, contribuindo para a
melhora da qualidade do sono e do humor, maior controle de doenças como
hipertensão e diabetes, melhora da atenção e das funções cardiovascular e
respiratória, promovendo mais qualidade de vida e saúde física e mental.
A
partir da terceira e quarta década de vida, as pessoas apresentam uma redução
natural de massa muscular. A prática de exercícios físicos na juventude
consegue impedir ou ao menos atrasar essa perda. Mas, mesmo que esse hábito não
venha desde cedo, o início da prática de atividade física é capaz de melhorar a
saúde muscular e óssea.
“A
perda da massa muscular está associada a um maior risco de quedas, maior
desequilíbrio, o que pode aumentar as hospitalizações, reduzir a velocidade e a
força da pessoa, tirando a sua qualidade de vida. Hoje em dia se sabe que a
atividade física está associada também à prevenção de Alzheimer”, completa.
Para
essa faixa etária, o recomendado é que, antes de iniciar os exercícios, a
pessoa procure um médico para que seja feita uma avaliação minuciosa,
identificando se existe algum tipo de risco ou restrição, além da orientação do
melhor tipo de exercício a ser realizado.
Segundo
o geriatra, de forma geral, é indicado que os exercícios sejam feitos cinco
vezes por semana com duração de 30 minutos, intercalando entre atividades
físicas aeróbicas, com intensidade moderada, treino resistido, com o auxílio de
pesos e elásticos - para que haja uma resistência muscular -, e exercícios de
equilíbrio, que buscam manter o balanço do corpo.
Os
exercícios aeróbicos incluem caminhada um pouco mais acelerada, bicicleta ou
atividades na água, por exemplo. Os treinos resistidos devem ser feitos pelo
menos duas vezes por semana, alternando entre os grandes músculos dos membros
inferiores e superiores. Quanto às práticas de equilíbrio, indispensáveis para
evitar que as quedas ocorram, são indicados Tai Chi Chuan, yoga, pilates, entre
outros. Mas vale lembrar que os treinos devem acontecer sob supervisão de um
profissional educador físico que possa ajustar a prática para a especificidade
de cada pessoa.
Felipe
Bozi - médico formado pela Escola Superior de Ciências da Saúde em Brasília
(ESCS) e especializado em Clínica Médica e Geriatria pelo Hospital das Clínicas
da USP. Seu interesse pela geriatria começa ao perceber que o paciente idoso
precisa de um olhar diferenciado que respeite sua biografia e suas
expectativas, pois só assim é possível fazer um cuidado adequado de sua saúde.
Após terminar a residência de Geriatria, trabalhou por um ano como preceptor
dos residentes no HCFMUSP, contribuindo para a formação dos novos médicos
residentes em Geriatria. Depois, passou a integrar o time da Nilo, uma clínica
multidisciplinar digital especializada na saúde integrada do público 50+.
Nilo Saúde
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