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quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Empresas devem se adaptar para contratar pessoas com deficiência

Gestora da Dr. Localiza aponta quais medidas são necessárias para as empresas acolherem colaboradores PCD


Segundo o último censo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem mais de 45 milhões de pessoas com deficiência (PCDs) no país. No mercado de trabalho, entretanto, a presença é baixa: apenas 418,5 mil têm carteira assinada, de acordo com dados apresentados em 2016 pelo Ministério do Trabalho.

A Lei 8.231/91, assinada em 1991 pelo presidente Fernando Collor, determina que empresas com mais de 100 funcionários guardem de 2% a 5% das vagas para PCDs. Apesar desse marco, ainda existem muitas dúvidas sobre o tema, o que cria dificuldades para o grupo ingressar no mercado de trabalho e é agravado pela falta de preparo dos empregadores.

“Existem muitas vagas por conta da cota, mas é necessário ter qualificação”, relata Paula Fernandes de Souza, de 41 anos, que tem deficiência auditiva bilateral e trabalha com vendas na Dr. Localiza, empresa de rastreamento de veículos.

“Depois que perdi parcialmente a audição, enquanto aguardava o aparelho, passei um período trabalhando como atendente de supermercado. Foi uma experiência positiva, mas faltava orientação e suporte. Não havia sinalização da minha deficiência, então eu precisava explicar para que os clientes entendessem a situação”, conta Paula.

A estrutura inadequada pode ser consequência do tabu da sociedade acerca do assunto, o que reflete também na esfera do trabalho. “Quando voltei para a Dr. Localiza, onde já havia trabalhado antes, eu estava com meu aparelho auditivo e isso facilitou minha adaptação. Hoje, consigo desempenhar minha função sem nenhuma dificuldade e atribuo isso à liderança da empresa, que sempre me apoiou”, conclui.

Hoje, uma das melhores formas de enfrentar o tabu é com a conscientização atitudinal, termo para o conjunto de ações de acolhimento e abertura para ouvir a pessoa com deficiência, sem preconceitos, estereótipos e discriminações.

Segundo a diretora geral da Dr. Localiza, Patrícia Jardim, a empresa busca selecionar seus candidatos sem estigmas. “É importante lembrar que, ao receber um funcionário PCD, é necessário adaptar a estrutura do local, os processos e até mesmo a rotina”.

Para que experiências como a de Paula se repitam, é importante educar a sociedade como um todo. Confira boas práticas para uma convivência melhor e mais consciente:

- Quando quiser ajudar uma pessoa com deficiência, pergunte antes se ela precisa de algo e como você pode auxiliá-la;

- Não ofenda-se caso a oferta seja recusada;

- Fale com naturalidade sobre a deficiência e tire dúvidas quanto à influência da limitação ou necessidade de acessibilidade;

- Bom senso é essencial no relacionamento com todas as pessoas e o mesmo vale para as com deficiência;

- Ao falar com uma pessoa com deficiência mental, não use tom de voz infantil, trate-a como adulta;

- Ao oferecer ajuda para uma pessoa cega ou com baixa visão, dê seu braço para ela se apoiar. Não a conduza puxando pelas mãos;

- O cão-guia é um cão de trabalho. Não o distraia de suas funções com brincadeiras e carinhos;

- Ao conversar com uma pessoa surda ou baixa audição, fale de frente para que ela possa acompanhar o movimento labial.

- Não toque ou empurre a cadeira de rodas sem ser solicitado. Ela faz parte do espaço pessoal do cadeirante;

- A deficiência é uma condição e não uma enfermidade, por isso, não trate a pessoa como se ela estivesse doente.

 

 

Fonte: https://diversa.org.br/tag/acessibilidade-atitudinal/

 

Dr..Localiza

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