Pandemia
contribui para aumento da busca por apoio psicológico
O estresse é uma reação fisiológica do organismo quando é preciso se adaptar a novas situações, porém, se for por um período prolongado ou um nível muito alto, pode começar a gerar problemas físicos e emocionais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o estresse atinge 90% da população mundial.
Nas Unidades Básicas de Saúde Jd. Coimbra e Jd. Nakamura, gerenciadas pelo CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim"), a procura por ajuda psicológica durante a quarentena aumentou significativamente. Diante do isolamento social obrigatório por conta da pandemia de Covid-19, houve uma incidência de estresse, principalmente, por não ser uma escolha pessoal.
Estresse X Pandemia
"A pandemia gera medo e o medo gera
ansiedade, logo, o estresse aumenta de forma brusca com a tentativa da pessoa
de se adaptar a essa nova realidade", explica a psicóloga Alessandra G.
Jacinto, que atua nas UBS Jd. Coimbra. e Jd. Nakamura.
"Praticamente 90% dos meus atendimentos
atuais estão relacionados ao estresse.
Pessoas que precisam trabalhar de casa e cuidar dos filhos, professores, crianças que não podem brincar com seus colegas, idosos que não podem participar dos seus grupos de convivência, entre outras diversas situações que geram o estresse por conta do isolamento social", exemplifica a especialista.
Taquicardia, hipertensão, tremor, dores de cabeça, tonturas, dores no corpo, queda de cabelo, cansaço constante, irritabilidade, alteração de humor, dificuldade de concentração, dificuldade para dormir, gastrite são alguns dos sintomas emocionais e físicos de quem procura por ajuda psicológica, e, que muitas vezes, não entende que esses sintomas são causados pelo estresse.
É importante diferenciar o estresse do cansaço. O cansaço se resolve com descanso, já o estresse, se não for bem administrado, pode ser perigoso, explica a psicóloga.
"Por ser um esforço exagerado, o organismo libera uma série de reações, produz alguns hormônios em excesso como o cortisol e adrenalina causando um descontrole emocional, fazendo com que a pessoa perca o interesse pela rotina diária, correndo o risco de desenvolver depressão ou transtorno de ansiedade", completa.
Como aliviar o estresse?
Thais Aparecida é paciente de uma das unidades
gerenciadas pelo CEJAM e faz tratamento para Síndrome de Burnout ou Síndrome do
Esgotamento Profissional. "Caminhar ouvindo música, me alimentar bem,
comer frutas, legumes e verduras, assistir séries, filmes, estar com a minha
família e continuar com o acompanhamento médico tem ajudado a combater o
estresse durante o isolamento social", destaca.
Ainda assim, Alessandra explica que é preciso ter consciência e entendimento do estresse e dos motivos que estão o causando, para que seja possível realizar atividades
que o aliviem, como, por exemplo:
● Ter momentos de lazer em família;
● Assistir programas, filmes ou séries que você
goste;
● Ouvir música;
● Manter uma alimentação saudável, diminuindo o consumo de açúcar, alimentos industrializados e cafeína e aumentando o de vegetais,
grãos, e até mesmo chocolate 70% cacau;
● Praticar atividade física como correr, dançar,
andar de bicicleta, nadar, alongar
e exercícios de respiração também;
● Tomar banhos aromatizantes.
Tipos de estresse
Existem alguns tipos diferentes de estresse, o agudo, que é uma reação do corpo diante de um fato estressante; o agudo episódico, quando os sintomas do estresse agudo se repetem com frequência; o crônico, quando já faz parte da rotina da pessoa; o pós-traumático, que se originaliza depois da pessoa ter sido vítima ou testemunha de situações violentas ou traumáticas e as lembranças desencadeiam alterações neurofisiológicas e o Burnout, que é uma síndrome resultante de um alto nível de estresse no ambiente de trabalho.
Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João
Amorim" - CEJAM
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