Dados são do Relatório do Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde, do IESS
A cadeia produtiva da saúde segue como grande destaque na criação
de empregos formais no País. Considerando os municípios analisados no
"Relatório do Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde", boletim mensal
do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), o emprego saltou de 436,3
mil pessoas em abril para 458,7 mil em julho deste ano, um crescimento de 5,1%.
Esses dados se referem a 264 municípios, que representavam 53% dos habitantes
do País, para os quais o IESS levantou informações em abril e julho de 2020. O
saldo positivo do setor privado em julho é o maior do ano.
José Cechin, superintendente do IESS, lembra que, ao longo de 2020, o setor
público seguiu contratando, mas, entre o emprego privado, o de saúde foi um dos
únicos que continuou apresentando números positivos. "A quantidade de
empregos formais no País continua sendo afetada pela crise econômica que
acompanha a crise sanitária desencadeada pelo novo Coronavírus. No entanto,
começamos a ver uma alteração nesse movimento. O saldo líquido de emprego no
mês de julho foi de 131.010, sendo o primeiro positivo desde fevereiro. Em
junho, o número foi negativo em 10.984", explica.
O saldo negativo do emprego no setor de Serviços segue puxado por subsetores
impactados diretamente pela crise econômico-sanitária, com destaque para o de
Alojamento e Alimentação, que inclui hotéis e restaurantes, com queda de
aproximadamente 25 mil contratações, seguido de Educação, com 19 mil vagas a
menos. O subsetor Saúde Humana e Serviços Sociais segue com resultado positivo.
O saldo de 13.649 em julho foi o maior de 2020 até o momento.
Já na saúde pública, os municípios seguem registrando o maior crescimento do
número de vagas com a alta de 5,1% em relação a abril deste ano. Esta é a
variação observada nos 264 municípios que tiveram seus dados coletados tanto em
abril quanto em julho de 2020. A região Sudeste possui 196,5 mil dos empregos
municipais em saúde, o que corresponde a 43% do total. Já a região Norte conta
com o menor número de postos na área, com 34,8 mil (8%).
"Interessante notar como os números estaduais e federais caminham na
direção oposta. A região Sul registrou crescimento nessas duas esferas.
Entretanto, as regiões Norte, Nordeste e Sudeste tiveram queda no âmbito
Federal e aumento no Estadual. Na região Centro-Oeste o movimento foi
contrário", nota Cechin.
Na saúde pública dos Estados, havia 376,3 mil pessoas empregadas no mês de
julho, o que representa um crescimento de 3,3% em relação a abril desse ano. As
regiões Nordeste e Norte tiveram os números mais expressivos de crescimento,
com 6,2% e 4,3%, respectivamente. Para se ter uma ideia, o emprego total nos
governos estaduais nesse mesmo período apresentou crescimento de 0,7%. Entre os
dados do estoque de emprego federal na área, o número de contratados na saúde
pública foi de 243,6 mil, tendo apresentado crescimento de 1,4% em relação a
abril. Enquanto nas demais regiões o emprego teve queda nesta esfera, o
Centro-Oeste registrou aumento de 12,8% e o Sul teve crescimento de 2,8%.
"A contabilização dos empregos públicos em saúde nesse período de pandemia
pela Covid-19 pode estar subestimada, dado que, para o rápido enfrentamento da
doença, estados e municípios recorreram à contratação de entidades privadas
para gestão de serviços públicos de saúde, sendo contabilizados no setor
privado", alerta José Cechin.
Vale lembrar que houve alteração no relatório neste ano. Desde janeiro, o
Ministério da Economia substituiu o uso do Sistema do Caged pelo Sistema de
Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas
(eSocial) para parte das empresas. Os dados do emprego formal no País ficam por
conta do Novo Caged, que é composto por informações captadas dos sistemas
eSocial, Caged e Empregador Web. A Secretaria de Trabalho também deixou de
divulgar o emprego por classe CNAE e adotou a classificação utilizada pelo
IBGE, o que impossibilita a extração dos dados da cadeia privada da saúde como
nos últimos anos. As mudanças não impactaram o setor público.
Na nova versão do Relatório do Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde, a análise
do segmento privado se restringe aos grupamentos de setores econômicos
disponíveis no Novo Caged. No que diz respeito ao setor público, o levantamento
do IESS é o único que coleta e divulga as informações de forma agregada. Por
isso, ampliou sua base e agora conta com dados de 292 municípios, cuja
população representa 56% do total nacional. Em abril, eram 264 municípios que
representavam 53% dos habitantes do país.
O boletim completo pode ser acessado por meio do link http://bit.ly/Emprego_IESS
Instituto de Estudos de Saúde Suplementar
(IESS)
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