Especialistas das unidades do Americas Serviços Médicos no Rio de Janeiro e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) indicam a chamada cardiovigilância para quem enfrentou a doença
Conforme as informações da
Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), diversas pesquisas têm demonstrado
que pacientes que se infectaram com o novo coronavírus (SARS-CoV-2) podem
sofrer com problemas cardíacos. Um estudo da Universidade de Salamanca, na Espanha,
por exemplo, realizado com profissionais da saúde, indicou que inflamações no
pericárdio e no músculo do coração (pericardite e miocardite, respectivamente)
foram observadas em pessoas que tiveram a doença. No Brasil, a Universidade de
Campinas (Unicamp), em um trabalho com 500 pacientes, concluiu que 70% desse
total apresentou algum problema cardiovascular. Outra análise, feita por
alemães, apontou o comprometimento do coração em 78% dos pacientes, mesmo após
dois meses de recuperação. Para chamar a atenção da sociedade no mês marcado
pelo Dia do Coração (29/9), especialistas indicam uma cardiovigilância, ou
seja: um acompanhamento de perto da saúde do órgão, para as pessoas que
enfrentaram a COVID-19.
Alexandre Siciliano, diretor
médico do hospital Pró-Cardíaco, unidade do Americas Serviços Médicos no Rio de
Janeiro, diz que embora sejam estudos recentes, já indicam impactos relevantes
na saúde do coração e, alguns, demonstram associação de pessoas que nunca
tiveram problemas cardíacos antes. “É importante estar atendo aos sinais que o
corpo dá, como dor no peito, desmaios e falta ar, que podem ocorrer após a fase
aguda da COVID-19. Já há relatos na literatura médica de
encapsulamento do coração – o que pode gerar problemas ainda mais graves, se
não forem acompanhados de perto”, observa.
Evandro Tinoco, professor
titular da Universidade Federal Fluminense (UFF), educador do Centro de
Treinamento Edson Bueno e presidente do Departamento de Insuficiência Cardíaca
e da Universidade do Coração da SBC, indica que durante a pandemia,
instituições de saúde, relataram casos de internações de pacientes com dor
precordial (no peito) e que alguns casos exigiram internação. “Foi possível
observar situações menos graves, em que o acompanhamento ambulatorial foi
indicado. No entanto, infelizmente, em alguns casos exigiu o tratamento com
internação hospitalar, por representarem potencial de maior gravidade, como o
infarto. Ou seja: acompanhar esses pacientes, de uma maneira estruturada e
orientar que há necessidade de esclarecer esses sintomas, tendo em vista que a
COVID-19 é muito recente e faz parte das instituições comprometidas em
disseminar cuidados com a saúde”, alerta.
Celso Musa, coordenador do Serviço de Cardiologia dos hospitais
Vitória e Samaritano Barra, também integrantes do grupo Americas Serviços
Médicos (ASM), reforça que as doenças do coração estão cada vez mais presentes
nesses tempos de pandemia, seja por acometimento direto do próprio vírus no
músculo cardíaco ou por efeitos secundários na saúde mental dos
indivíduos. “ O isolamento social, a ansiedade e o medo da doença tem elevado
os níveis de quadros de stress e depressão, que podem representar gatilhos para
o desenvolvimento de distúrbios cardiovasculares como hipertensão arterial, insuficiência
cardíaca e infarto do miocárdio. É de suma importância a manutenção
do acompanhamento médico e a realização dos exames periódicos, pois a tão
esperada vacina ainda pode demorar muitos meses para um resultado eficaz e a
busca por qualidade de vida precisa diária”, finaliza Musa.
Americas Serviços Médicos
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