Euroimmun
explica qual o teste correto nas diferentes fases da doença, e a importância da
testagem combinada de anticorpos para evitar o falso negativo
A maioria da população
brasileira desconhece a diferença entre os testes disponíveis para a detecção
da Covid-19. Somente a testagem rápida de anticorpos não é capaz de conter a
disseminação do vírus do país. Muitas pessoas estão confiando nos resultados
desses testes para voltar ao trabalho e visitar os pais ou parentes idosos, que
fazem parte do grupo de risco, mas desconhecem a possibilidade do falso
negativo. Nesses casos, o indivíduo continua circulando e disseminando a
doença.
É necessário estar
atento ao tipo de exame que será realizado para detectar a Covid-19, pois tudo
depende da fase de infecção do vírus. Para cada estágio da doença, é
recomendado um tipo de testagem. Após o contágio, o vírus pode apresentar um
período de incubação de até 14 dias e, durante esse período, as pessoas estão
assintomáticas, mas podem transmiti-lo. Para detecção direta do novo
coronavírus nesse estágio inicial da infecção, o teste recomendado é o RT-PCR,
por meio de amostras do trato respiratório superior (swab nasofaríngeo). Esse
exame é considerado o padrão-ouro no diagnóstico da Covid-19.
Segundo Michel Soane,
gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da EUROIMMUN, após o período de
incubação, o vírus começa a se replicar e a resposta do corpo para esse
"ataque" é a produção de anticorpos, que tem início em
aproximadamente dois dias após o aparecimento dos sintomas. "Nesse
estágio, a sorologia, diferentemente da PCR, verifica a resposta imunológica do
corpo em relação ao vírus, com um exame realizado a partir da amostra de sangue
do paciente."
De acordo com
pesquisas recentes realizadas pela EUROIMMUN, líder mundial em soluções para
diagnóstico laboratorial, o teste de detecção de níveis de anticorpos IgA é
mais eficaz quando comparado ao teste com anticorpos IgM. Isso ocorre porque,
em infecções respiratórias causadas pelo novo coronavírus, são observados altos
títulos de anticorpos IgA, que surgem precocemente, logo após o aparecimento
dos sintomas.
"A concentração
de anticorpos IgA é elevada quando comparada aos anticorpos IgM, que pode ainda
nem ter sido produzido ou estar em níveis indetectáveis, logo após o
aparecimento de sintomas. Desta forma, dependendo da fase da infecção em que a
pessoa se encontra, os anticorpos IgM podem ser indetectáveis, devido à sua
baixa concentração, levando a um resultado falso negativo", explica o
infectologista.
Além disso, para obter
um resultado mais confiável e assertivo, é recomendada a realização de testes
IgA e IgG combinados, já que essa identificação permite uma sensibilidade
elevada do diagnóstico, uma vez que anticorpos IgA surgem em aproximadamente
dois dias após aparecimento dos sintomas e anticorpos IgG aparecem somente por
volta do quinto dia, tendo seus títulos ampliados com o decorrer do tempo.
De acordo com a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é recomendado que a
população realize testes sorológicos depois de oito dias do aparecimento dos
sintomas, para que os indivíduos tenham concentrações detectáveis de
anticorpos. A Anvisa alerta que a principal função desses testes é avaliar a
disseminação do vírus em determinadas massas, de forma a apoiar ações públicas
de saúde. Por isso, é essencial realizar o teste adequado para cada fase da
doença, garantindo um resultado assertivo.
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