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quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Imóveis: como aspectos regionais impactam os projetos

Em São Paulo existe a preferência por unidades menores, já no Rio de Janeiro o sol da manhã que bate no apartamento é mais valorizado


O Brasil é um país com vários países dentro dele. Quem nunca ouviu essa frase? Apesar de compartilhar muitas características em comum, cada região possui suas próprias particularidades. Muitas vezes, isso impede que o mesmo projeto residencial possa ser replicado em diferentes estados e que obtenha o mesmo sucesso. Pensando nisso, o Apto, plataforma que conecta potenciais compradores de imóveis novos a construtoras e empreendimentos em todo o Brasil, levantou alguns pontos importantes sobre como diferentes aspectos regionais impactam nos projetos de cada estado.

1. Barreiras culturais: os traços e preferências de cada estado ditam a direção que o projeto deve tomar. Por exemplo, no Rio de Janeiro, os cariocas valorizam muito mais a face norte, ou seja, o sol da manhã. Em contrapartida, não possuem a mesma objeção a banheiros sem ventilação natural.

2. Barreiras legais: as diretrizes legais também indicam as diferentes direções de alguns mercados: São Paulo aprovou mudanças no último Plano Diretor que encorajam a oferta de unidades pequenas e, em muitos casos, sem vaga de garagem. Houve lançamento de unidades de 10m², por exemplo. Já no Rio de Janeiro, mesmo com o Novo Código de Obras aprovado, o tamanho mínimo de unidade se limita a 25m² e 25% das unidades precisam ter vaga.

3. Tamanho do imóvel: a unidade pequena é um conceito muito forte, principalmente em São Paulo, mas que não é muito aplicado em Salvador, na Bahia. O imóvel com essa estrutura visa atender o público solteiro e, por isso, reduz o tamanho das áreas privativas. No entanto, em Salvador, esse modelo de empreendimento não é o preferido.

4. Modelos de construção: o modelo construtivo de alvenaria estrutural, aquele sistema em que as paredes do edifício fazem a função estrutural, ainda não é muito conhecido pelo público do Norte e Nordeste. Assim como no uso do drywall, que não é tão usual até o momento nessas regiões.

5. Ar-condicionado: em regiões mais quentes do país, como norte, nordeste e centro-oeste é muito comum que os imóveis tenham infraestrutura para colocar ar-condicionado. Isso porque o item é considerado necessário para esses moradores. Por isso, é raro encontrar lançamentos sem esse espaço já determinado.

6. Churrasqueira: a prova de que existem características únicas em cada região são as churrasqueiras. Os gaúchos, por exemplo, valorizam muito esse item, inclusive dentro da sala. "Fazendo um gancho com a questão regional é interessante citar que, no Rio Grande do Sul, buscamos mostrar empreendimentos que possuem churrasqueira no apartamento ou na infraestrutura do condomínio. Nos casos em que a churrasqueira fica localizada dentro do apartamento, a ideia é sempre tentar deixá-la o mais próximo possível da sala de estar, de maneira que o churrasqueiro não fique isolado dos seus convidados", analisa Alex Frachetta, CEO do Apto.

Mesmo com a pandemia, a busca por imóveis novos continua. Segundo a Abrainc, Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, as vendas de imóveis novos somaram 10.085 unidades em maio, sinalizando uma alta de 2,7%. "O segundo semestre promete ser de recuperação para o setor, em todo o país. Aos poucos, estamos conseguindo retomar os lançamentos com segurança e estamos observando um movimento maior de pessoas na busca por esses imóveis", explica o executivo.

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