Em São Paulo existe
a preferência por unidades menores, já no Rio de Janeiro o sol da manhã que
bate no apartamento é mais valorizado
O Brasil é um país com vários países
dentro dele. Quem nunca ouviu essa frase? Apesar de compartilhar muitas
características em comum, cada região possui suas próprias particularidades. Muitas
vezes, isso impede que o mesmo projeto residencial possa ser replicado em
diferentes estados e que obtenha o mesmo sucesso. Pensando nisso, o Apto,
plataforma que conecta potenciais compradores de imóveis novos a construtoras e
empreendimentos em todo o Brasil, levantou alguns pontos importantes sobre como
diferentes aspectos regionais impactam nos projetos de cada estado.
1. Barreiras culturais: os traços e preferências de cada estado ditam a
direção que o projeto deve tomar. Por exemplo, no Rio de Janeiro, os cariocas
valorizam muito mais a face norte, ou seja, o sol da manhã. Em contrapartida,
não possuem a mesma objeção a banheiros sem ventilação natural.
2. Barreiras legais: as diretrizes legais também indicam as diferentes
direções de alguns mercados: São Paulo aprovou mudanças no último Plano Diretor
que encorajam a oferta de unidades pequenas e, em muitos casos, sem vaga de
garagem. Houve lançamento de unidades de 10m², por exemplo. Já no Rio de
Janeiro, mesmo com o Novo Código de Obras aprovado, o tamanho mínimo de unidade
se limita a 25m² e 25% das unidades precisam ter vaga.
3. Tamanho do imóvel: a unidade pequena é um conceito muito forte,
principalmente em São Paulo, mas que não é muito aplicado em Salvador, na
Bahia. O imóvel com essa estrutura visa atender o público solteiro e, por isso,
reduz o tamanho das áreas privativas. No entanto, em Salvador, esse modelo de
empreendimento não é o preferido.
4. Modelos de construção: o modelo construtivo de alvenaria estrutural,
aquele sistema em que as paredes do edifício fazem a função estrutural, ainda
não é muito conhecido pelo público do Norte e Nordeste. Assim como no uso do
drywall, que não é tão usual até o momento nessas regiões.
5. Ar-condicionado: em regiões mais quentes do país, como norte,
nordeste e centro-oeste é muito comum que os imóveis tenham infraestrutura para
colocar ar-condicionado. Isso porque o item é considerado necessário para esses
moradores. Por isso, é raro encontrar lançamentos sem esse espaço já
determinado.
6. Churrasqueira: a prova de que existem características únicas em cada
região são as churrasqueiras. Os gaúchos, por exemplo, valorizam muito esse
item, inclusive dentro da sala. "Fazendo um gancho com a questão regional
é interessante citar que, no Rio Grande do Sul, buscamos mostrar
empreendimentos que possuem churrasqueira no apartamento ou na infraestrutura
do condomínio. Nos casos em que a churrasqueira fica localizada dentro do
apartamento, a ideia é sempre tentar deixá-la o mais próximo possível da sala
de estar, de maneira que o churrasqueiro não fique isolado dos seus
convidados", analisa Alex Frachetta, CEO do Apto.
Mesmo com a
pandemia, a busca por imóveis novos continua. Segundo a Abrainc, Associação
Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, as vendas de imóveis novos somaram
10.085 unidades em maio, sinalizando uma alta de 2,7%. "O segundo semestre
promete ser de recuperação para o setor, em todo o país. Aos poucos, estamos
conseguindo retomar os lançamentos com segurança e estamos observando um
movimento maior de pessoas na busca por esses imóveis", explica o
executivo.
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