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terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Quantidade de bebida alcoólica ingerida é determinante na intoxicação do organismo


O Carnaval se aproxima e, com ele, os exageros. Afinal, sair atrás do bloco, curtir os bailinhos e pular atrás do trio sempre combinam com cerveja gelada, bons drinks e coquetéis que ajudam a desinibir e refrescar no calor do verão.
Acontece que o limite de quantidade de bebida alcoólica a ser ingerido sem causar embriaguez é algo muito subjetivo e que, com alguns goles a mais na cabeça, pode ser ignorado. O resultado não demora muito a aparecer: RESSACA!
"Quem já teve uma forte ressaca, nunca esquece", brinca Carolina Novoa, Enfermeira Mestre em ciências da saúde pela Universidade de São Paulo (USP). Afinal, como ela pontua, os sintomas são bastante intensos: forte dor de cabeça, sensibilidade a ruídos e luminosidade intensa, tontura, náusea, vômito, palidez, tremores e sede significativa. 

E por que isso acontece?
"Já nos primeiros 10 minutos de ingestão de bebida alcoólica, o álcool chega à mucosa do estômago e começa a ser absorvido e transportado pela corrente sanguínea até o fígado. Ali, ele será metabolizado em uma substância chamada acetaldeído, tóxica para o organismo", conta Carolina.
Como nosso corpo é feito para se "autodesintoxicar", ele tenta se livrar do acetaldeído o quanto antes. "Quando a ingestão é baixa, o organismo consegue metabolizar a substância e transformá-la numa espécie de vinagre atóxica. Mas, se a pessoa exagerar, em 20 minutos após beber, o corpo não dá conta de neutralizar todo o acetaldeído - aí surgem os sinais da embriaguez", detalha.
A embriaguez ocorre quando o acetaldeído chega ao sistema nervoso central. O resultado é alegria, excitação ou depressão e tristeza, comprometimento do julgamento, perda de equilíbrio, fala mole, entre outros sintomas.
"Após cerca de 1 hora do início do consumo de álcool, o sistema de depuração que controla o hormônio antidiurético entra em ação e surge a forte vontade de urinar", explica a enfermeira, "como a pessoa não está ingerindo água, a desidratação ocorre mais rapidamente e agrava os sintomas da ressaca". É por isso que o indicado é sempre alternar uma dose de bebida alcoólica com outra de água ou água de coco. 

E quando a ressaca bater?
O ideal é prevenir este mal, bebendo de forma moderada, devagar e de estômago cheio para retardar a formação do acetaldeído.
Mas, se não deu para prevenir, dá para remediar!
Carolina conta que é preciso rehidratar o organismo para reduzir os sintomas ruins. Beber bastante água, chá, sucos é essencial! A alimentação também deve ser leve e não se deve ficar em jejum. A enfermeira orienta o consumo de carnes magras, verduras e legumes frescos, crus o cozidos e nada de frituras ou gorduras. 

Dicas importantes
A enfermeira alerta para alguns cuidados extras:
- nunca misture bebida alcoólica com energético. A cafeína e a taurina, substâncias estimulantes presentes nessas bebidas, fazem com que o consumo de álcool seja maior e o trabalho cardíaco também. "A pessoa pode evoluir para um quadro de infarto, parada cardiorrespiratória e até morte", alerta.
- o álcool é fator de risco para alguns tipos de câncer, como os de fígado, cólon e esôfago, lesões hepáticas e pancreáticas. Beba sempre com moderação.
- a substância também atrapalha a absorção de nutrientes, podendo causar desnutrição grave, alteração do metabolismo ósseo, causa de disfunção erétil e infertilidade, sobrepeso e dependência.
"Apesar de ser um tipo de droga legalizada e muito usada socialmente, o uso frequente de bebidas alcoólicas pode levar a situações de abuso e dependência química. Policie o seu consumo", conclui a enfermeira. 



CAROLINA NOVOA - Mestrado pela Universidade de São Paulo, MBA Executivo em Saúde pela Fundação Getúlio Vargas, Especialização em cardiologia e graduação em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo, Membro da Equipe de Pesquisa da Gastrocirurgia do Hospital do Rim, Enfermagem e Docência com ênfase em Enfermagem Das Seguintes áreas: Cardiologia, Enfermagem médico-cirúrgica, Unidade de Terapia Intensiva e Gestão em Enfermagem. Docente do departamento da saúde da Universidade São Judas, Consultora em Saúde (Cardiologia) da E-update - Cursos, Treinamentos e Consultoria em Saúde. 

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