O maior fator
predisponente da doença é a obesidade
A Organização Mundial de Saúde (OMS)
classifica a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo.
A estimativa é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos apresentem
sobrepeso, e mais de 700 milhões estejam obesos. No Brasil, algumas pesquisas
mostram que mais de 50% da população está acima do peso e 80% dos pacientes com
sobrepeso têm esteatose hepática, doença caracterizada pelo acúmulo de gordura
no fígado.
O cirurgião gastroenterologista Dr.
Marcos Belotto, membro da Sociedade Brasileira de Gastroenterologia, alerta
sobre o aumento do número de pacientes que se tornam cirróticos por indução da
esteatose hepática. "O acúmulo de gordura nas células do fígado pode
gerar um processo inflamatório que ocasiona a morte dessas células e o fígado
começa a apresentar fibrose. Isso significa que a esteatose hepática evoluiu
para esteato-hepatite. Este estágio é bem mais preocupante, pois sem tratamento
adequado e rigoroso, o quadro progride para a cirrose hepática ou câncer de
fígado".
O especialista explica que, no
Brasil, a cirrose hepática é um problema de saúde grave que pode levar a óbito,
uma vez que o único tratamento é o transplante e a fila de espera é muito
grande.
Belotto ainda destaca que a esteatose
hepática é uma doença silenciosa, sem sintomas e basicamente tem quatro graus.
"Os hábitos alimentares dos brasileiros estão cada vez mais parecidos
com os da população americana. Nos Estados Unidos, entre 60 e 70% dos
americanos possuem algum grau de esteatose hepática. Para reverter o quadro ou
evitar a patologia é necessário controlar o colesterol alto e a glicemia,
adotando um estilo de vida saudável, incluindo alimentação equilibrada e
atividade física. Esta é única maneira de desinflamar as células, não existe
medicamento específico", esclarece.
De acordo com Dr. Marcos,
carboidratos brancos, gorduras e o açúcar são alimentos que devem ser evitados.
A patologia atinge pessoas de qualquer faixa etária. No entanto, a maior
incidência ocorre entre os pacientes acima dos 30 anos, pois nesta fase da vida
há aumento do nível de colesterol e do açúcar no sangue devido ao
envelhecimento.
O diagnóstico da doença é feito
através de exames de imagem e laboratoriais. Além da obesidade, outras
condições podem desencadear a esteatose hepática como, consumo de álcool,
diabetes mellitus e fatores genéticos.
Fonte: Dr. Marcos Belotto -
especialista em gastro-oncologia. Atua como médico chefe da cirurgia do
Hospital Sírio-Libanês e médico do Núcleo de Fígado, além de ter sua própria
clínica e ser professor na Santa Casa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário