Segundo o Instituto Nacional
de Câncer (Inca), 2018 encerrou com cerca de 59.700 novos casos de câncer de
mama no Brasil. O mesmo número é esperado para 2019. Pode acometer homens,
porém, é raro, representando apenas 1% do total de casos. Raro também antes dos
35 anos, mesmo entre mulheres. Acima disso, a incidência cresce
progressivamente, especialmente após os 50 anos. E de acordo com o Ministério
da Saúde, o número de cirurgias de reconstrução mamária cresceu 76,9%, entre
2010 e 2017, quando foram realizadas cerca de 3.700 cirurgias no Brasil. Neste
período, os investimentos federais passaram de 2,4 milhões de reais para 9,5
milhões de reais.
A reconstrução mamária é
realizada através de várias técnicas que tentam restaurar a mama, considerando
forma, aparência e o tamanho; após a mastectomia (retirada da mama, de forma
parcial ou total, para remover ou prevenir o câncer de mama). “A mama é uma das
principais marcas externas da feminilidade, e a sua perda, parcial ou total,
traz prejuízos na imagem corporal. Quando o cirurgião plástico realiza a
reconstrução mamária, atua de maneira significativa na melhora da autoestima da
mulher”, afirma Dr. Luís Felipe Maatz, especialista em Reconstrução Mamária
pelo Hospital Sírio-Libanês; Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica (SBCP).
Na reconstrução parcial, em
que as pacientes são submetidas a quadrantectomia, o maior avanço nos últimos
anos foi a cirurgia oncoplástica mamária, combinação de técnicas de mamoplastia
com técnicas oncológicas. Já nas mastectomias, além das próteses mamárias, que
têm sido cada vez mais empregadas na reconstrução imediata, existem as técnicas
de lipoenxertia, que têm melhorado os resultados em situações que, no passado,
pareciam insolúveis. Outro avanço importante foi a criação de uma matriz
dérmica, uma espécie de rede, que proporciona melhor sustentação para o
implante, ajuda a reduzir a contratura capsular e contribui para um
posicionamento mais adequado das mamas.
A reconstrução envolve vários
procedimentos realizados em múltiplos estágios. Saiba como são as etapas,
segundo as normas da SBCP:
Etapa 1 –
Anestesia
Medicamentos são administrados
para o seu conforto durante o procedimento cirúrgico. As opções incluem sedação
intravenosa e anestesia geral. Seu médico irá recomendar a melhor opção para
você.
Etapa 2 – Técnicas
de retalhos com músculo, gordura e pele próprios da paciente para criar ou
cobrir o local da mama
Às vezes, a mastectomia, ou o
tratamento com radiação, podem deixar tecido insuficiente na parede torácica
para cobrir e sustentar o implante mamário. O uso de implante mamário para
reconstrução exige quase sempre uma ou demais técnicas de retalho ou expansão
de tecido.
O retalho TRAM usa como doador
músculo a gordura e a pele do abdômen da paciente para reconstruir a mama. O
retalho pode permanecer com o suprimento sanguíneo original e ser tunelizado
(criar um acesso) para ser posicionado na caixa torácica ou ser completamente
separado para formar a nova mama.
Como alternativa, o cirurgião
pode escolher o DIEP, ou técnicas de retalhos SGAP, que não usam músculo, mas
tecido do tórax posterior ou da nádega. O retalho do latissimus dorsi utiliza
músculo, gordura e pele tunelizados no local da mastectomia, permanecendo com
seu suprimento sanguíneo original.
Ocasionalmente, o retalho pode
reconstruir a mama, mas, muitas vezes, fornece o músculo e o tecido necessários
para cobrir e sustentar o implante mamário.
Etapa 3 – Expansão
da pele saudável para dar cobertura a um implante mamário
Reconstrução com expansão do
tecido permite recuperação mais rápida que os procedimentos utilizando
retalhos. No entanto, é um processo de reconstrução mais demorado. Este
procedimento requer muitos retornos ao consultório, por 4 a 6 meses, após a
colocação do expansor, para enchê-lo através de uma válvula interna e expandir
a pele. Um segundo procedimento cirúrgico será necessário para substituir o
expansor, que não é concebido para servir como implante permanente.
Etapa 4 – Cirurgia
de colocação do implante mamário
O implante mamário pode ser um
complemento ou uma alternativa para técnicas de retalhos. Implantes de silicone
estão disponíveis para a reconstrução. O cirurgião irá lhe ajudar a decidir
qual alternativa é melhor para você. Reconstrução com implantes geralmente
requerem expansão de tecido
Etapa 5 – Enxertos
e demais técnicas especializadas para criar o mamilo e a aréola
A reconstrução da mama é
finalizada através de uma variedade de técnicas para reconstruir o mamilo e a
aréola.
Os resultados finais da
reconstrução pós mastectomia podem ajudar a minimizar o impacto físico e
emocional da mastectomia. Com o tempo, certa sensibilidade na mama pode voltar,
e as cicatrizes tendem a melhorar, embora nunca desaparecerão completamente. Há
algumas limitações, mas a maioria das mulheres acha que são pequenas em
comparação à melhoria em sua qualidade de vida. Monitoração cuidadosa da saúde
da mama através do autoexame, mamografia e demais técnicas de diagnóstico é
essencial para sua saúde a longo prazo.
“Vale lembrar que, antes de decidir realizar a reconstrução mamária, é fundamental buscar sempre um médico comprovadamente qualificado, experiente e que seja membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica”, finaliza Dr. Luís Felipe Maatz.
“Vale lembrar que, antes de decidir realizar a reconstrução mamária, é fundamental buscar sempre um médico comprovadamente qualificado, experiente e que seja membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica”, finaliza Dr. Luís Felipe Maatz.
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