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sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Pais devem estar atentos aos efeitos e mitos das vacinas


Pediatra explica que achismos disseminados na internet ainda prejudicam e aumentam o receito com as vacinas



Uma caderneta de vacinação preenchida corretamente mostra o quanto os pais são comprometidos com a saúde dos filhos. Apesar de as vacinas serem uma necessidade básica na vida do ser humano, mitos, dúvidas e processos, e até mesmo questões emocionais, envolvem esse tema, principalmente no público infantil. 

A pediatra Ana Fonseca explica que muitos pais ainda têm medo relacionados às vacinas. Ela comenta que a insegurança começa no modo de aplicação injetável. “Não é fácil segurar seu filho sabendo que ele sofrerá o desconforto e a dor da agulhada, embora alguns métodos de aplicação já diminuem esse desconforto”, diz, chamando a atenção também para o receito dos efeitos adversos e desinformações espalhadas pela internet. “Nas redes sociais, podemos encontrar dados que aterrorizam os pais, apesar de já terem sido cientificamente negados. Achismos, crendices e ‘aconteceu com o amigo do vizinho do meu primo’ tomam proporções surpreendentes no meio digital e, muitas vezes, são tomados como verdades.”  

A médica pondera que cada vacina pode apresentar efeitos adversos específicos, assim como tem contradições, apesar de pouco frequentes. No geral, são benignos, locais, autolimitados e extremamente de menor relevância do que a doença. Ela exemplifica o caso clássico que muitos pais trazem no consultório do resfriado que coincidentemente pode surgir no mesmo dia ou dias seguintes da vacinação da gripe. Ana destaca ainda que os eventos adversos podem ser classificados como inesperados e esperados; leves como febre, dor e edema local, ou mais graves e raros.

Existem dois calendários vacinais oficiais no Brasil. A pediatra destaca que o ideal é o preconizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que não é possível de ser feito de forma completa gratuitamente na rede pública. “Ambos, o da SBP e o Calendário Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde, possuem intervalos que precisam ser respeitados entre doses e idade específica que cada vacina deve ser aplicada. Esses conceitos estão bem definidos e documentados tanto na rede pública quanto na privada.” 

A médica explica que, como regra geral, as vacinas dadas em dose única são BCG, ao nascimento, e a febre amarela, a partir dos nove meses. O número de doses e a data de início da vacinação variam ao longo do tempo conforme o estado epidemiológico e disponibilidade da vacina e resposta vacinal.  Ana aconselha aos pais conversarem com o médico pediatra antes da data de vacinação para que dúvidas sejam esclarecidas. “Assim, é possível ter conhecimento quanto às vacinas aplicadas, seus possíveis efeitos adversos e as medicações que são seguras em caso de desconforto e dor. Geralmente, analgésico e antitérmico são utilizados com eficácia e segurança.” 

Ela destaca também que as vacinas vão além do consultório e a falta delas pode até mesmo prejudicar viagens. “Alguns países exigem comprovação da vacina de febre amarela, por exemplo, através do Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia.” 

Ana ressalta que a vacina não protege apenas quem a recebe, mas também a população que ainda não possui idade para se vacinar e a pequena parcela que apresenta contraindicação formal àquela vacina específica. “Quando deixamos de vacinar nosso filho que frequenta a escola, creche ou simplesmente a comunidade, estamos não apenas colocando-o em risco, mas também todas as pessoas que convivem com ele”, frisa, exemplificando o retorno do sarampo, que era uma doença considerada erradicada.  



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