O mastologista Eduardo Millen, da
Sociedade Brasileira de Mastologia, explica a importância do procedimento, que faz parte do processo de identificação
da doença: “De cada dez biópsias, só duas ou três vão ser lesões malignas”
De acordo com o
INCA, o Instituto Nacional do Câncer, no Brasil há uma previsão de quase 60.000 casos
novos de câncer de mama em 2016. Além da
conscientização, a campanha Outubro Rosa traz
à tona discussões sobre a importância da prevenção e da detecção precoce
da doença que é uma das principais causas da morte de mulheres entre 30 e 69 anos, ainda segundo a
instituição.
Eduardo Millen, mastologista da Sociedade Brasileira de Mastologia,
ressalta o quanto a biópsia é fundamental para o diagnóstico definitivo da
doença. Segundo o especialista, de cada 100 mulheres que fazem a mamografia, de
20 a 30 podem ter o exame alterado.
“Quando existe uma alteração nos exames é necessária
uma biópsia, que é a única maneira de descartar as suspeitas
encontradas e diagnosticar o câncer de mama. Por isso
a biópsia é tão importante, além de ser uma forma rápida, eficaz e com baixo
custo para realizar o diagnóstico diferencial entre os tumores benignos e malignos”, esclarece o especialista.
Biópsia assistida a vácuo
Existem
basicamente quatro tipos de biópsias no Brasil: cirúrgica, PAAF (agulha fina),
core biópsia (fragmento) ou biópsia a
vácuo, cada uma indicada para um tipo de lesão ou caso.
O método
mais moderno é a biópsia assistida a
vácuo, que consegue evitar que 70% a 80% das mulheres com suspeita de câncer façam uma cirurgia desnecessária, já que retira para
análise uma amostra maior do tecido lesionado e, em alguns casos, pode remover
toda lesão. “Na prática, faz-se
anestesia local, um pequeno corte de 3-5 mm para introdução da agulha e através
da orientação visual da área suspeita na mamografia ou ultrassonografia,
colhe-se fragmentos de tecido mamário para análise do médico
patologista. A utilização do sistema a vácuo permite obtenção de
melhores fragmentos e evita perda de material”, explica o mastologista.
Fique atento ao falso-negativo
A recomendação
da mamografia no Brasil, de acordo com
a Sociedade Brasileira de Mastologia, é que mulheres acima
dos 40 anos façam o exame uma vez por ano para prevenção e
diagnóstico precoce do câncer de mama.
O que nem todo mundo sabe é que às vezes o exame pode dar o
resultado conhecido como falso-negativo,
que é quando a paciente tem a alteração, fez o exame, mas este não
foi capaz de detectar. “Com relação à mamografia, o falso-negativo
tende a ocorrer mais em mulheres jovens, abaixo de 50 anos, que
têm maior densidade mamária e isso acaba dificultando a
visualização de alguns nódulos”, esclarece o especialista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário