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quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Outubro Rosa: biópsia não é sinônimo de câncer de mama, alerta especialista


O mastologista Eduardo Millen, da Sociedade Brasileira de Mastologia, explica a importância do procedimento, que faz parte do processo de identificação da doença: “De cada dez biópsias, só duas ou três vão ser lesões malignas”


De acordo com o INCA, o Instituto Nacional do Câncer, no Brasil há uma previsão de quase 60.000 casos novos de câncer de mama em 2016. Além da conscientização, a campanha Outubro Rosa traz à tona discussões sobre a importância da prevenção e da detecção precoce da doença que é uma das principais causas da morte de mulheres entre 30 e 69 anos, ainda segundo a instituição. 

Eduardo Millen, mastologista da Sociedade Brasileira de Mastologia, ressalta o quanto a biópsia é fundamental para o diagnóstico definitivo da doença. Segundo o especialista, de cada 100 mulheres que fazem a mamografia, de 20 a 30 podem ter o exame alterado. “Quando existe uma alteração nos exames é necessária uma biópsia, que é a única maneira de descartar as suspeitas encontradas e diagnosticar o câncer de mama. Por isso a biópsia é tão importante, além de ser uma forma rápida, eficaz e com baixo custo para realizar o diagnóstico diferencial entre os tumores benignos e malignos”, esclarece o especialista. 


Biópsia assistida a vácuo 

Existem basicamente quatro tipos de biópsias no Brasil: cirúrgica, PAAF (agulha fina), core biópsia (fragmento) ou biópsia a vácuo, cada uma indicada para um tipo de lesão ou caso.

O método mais moderno é a biópsia assistida a vácuo, que consegue evitar que 70% a 80% das mulheres com suspeita de câncer façam uma cirurgia desnecessária, já que retira para análise uma amostra maior do tecido lesionado e, em alguns casos, pode remover toda lesão. Na prática, faz-se anestesia local, um pequeno corte de 3-5 mm para introdução da agulha e através da orientação visual da área suspeita na mamografia ou ultrassonografia, colhe-se fragmentos de tecido mamário para análise do médico patologista. A utilização do sistema a vácuo permite obtenção de melhores fragmentos e evita perda de material”, explica o mastologista.

  
Fique atento ao falso-negativo

A recomendação da mamografia no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, é que mulheres acima dos 40 anos façam o exame uma vez por ano para prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. 

O que nem todo mundo sabe é que às vezes o exame pode dar o resultado conhecido como falso-negativo, que é quando a paciente tem a alteração, fez o exame, mas este não foi capaz de detectar. “Com relação à mamografia, o falso-negativo tende a ocorrer mais em mulheres jovens, abaixo de 50 anos, que têm maior densidade mamária e isso acaba dificultando a visualização de alguns nódulos”, esclarece o especialista. 


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