O outubro rosa é o melhor momento para aviso sobre as
predisposições genéticas
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres, depois do
câncer de pele não melanoma. Os tumores nas mamas são cerca de 28% de todos os
novos diagnósticos nesse público[i]. Apesar
da doença apresentar incidência progressiva a partir dos 35 anos e o principal
grupo de risco ter mais de 50, existe uma predisposição genética que faz com
que tumores se desenvolvam em pessoas ainda mais jovens: a mutação BRCA, que é
responsável por cerca de 10% do total de casos da neoplasia[ii].
“Falar sobre a predisposição genética durante uma época que todos
os olhares estão no câncer de mama, como o outubro rosa, é fundamental. É
importante que as mulheres, mesmo que novas, fiquem atentas, principalmente
aquelas que descendem de pessoas que têm ou tiveram a doença”, comenta o dr.
Felipe Ades, oncologista do Hospital Oswaldo Cruz.
Pesquisa realizada pelo Centro de Investigação Translacional em
Oncologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), mostrou que
aproximadamente 17% das mulheres jovens diagnosticadas herdaram a
característica[iii]. Segundo a
especialista, é necessário que o assunto seja disseminado para que mais pessoas
conheçam a possibilidade do teste genético. “O exame que verifica a
predisposição não é invasivo, podendo ser feito por sangue ou urina. O ideal
seria toda pessoa que tem casos de câncer de mama, ovário ou pâncreas na
família consultasse um oncologista ou oncogeneticista para avaliar o risco de
ser uma doença de caráter genético”, completa.
Em um organismo saudável, esses genes são responsáveis pela
proteção contra o desenvolvimento de cânceres. Mas, ao sofrer a mutação, perde
essa capacidade, tornando-se mais suscetíveis à manifestação de tumores
malignos, como câncer de mama, ovário, próstata e até mesmo câncer de pâncreas[iv].
Por isso, é importante que a paciente esteja, realmente, atenta
aos riscos, uma vez que cerca de 55% a 65% das mulheres com a mutação no BRCA1
e 45% das mulheres com a mutação no BRCA2 desenvolverão a doença até os 70 anos
de idade[v]. Nas mulheres com menos de 40 anos e
mutação no BRCA1, é comum a associação a um câncer triplo negativo (receptores
de estrógeno e progesterona negativos e baixa expressão da proteína HER2), o
que indica, em princípio, pior prognóstico5.
“O aconselhamento genético, com certeza, é um grande aliado para
identificar as mutações BRCA e traçar a melhor estratégia de prevenção e tratamento
destes tumores. Contudo, não é a realidade de muitos brasileiros, por
isso, indicamos que aquelas que têm casos de câncer na família notifiquem seus
médicos da necessidade de avaliar a possibilidade de ser uma doença hereditária
e fazer testes genéticos”, finaliza o especialista.
Mutação BRCA
A mutação nos genes BRCA ganhou a atenção do mundo todo quando a
atriz Angelina Jolie anunciou que era portadora da mutação genética, e retirou
suas mamas e ovários de forma preventiva, em 2013. “Ambos os sexos
possuem a possibilidade de ter mutações nos genes BRCA1 e 2, o que aumenta
significativamente a incidência para o desenvolvimento de tumores na mama e
ovário, e discretamente para câncer de pâncreas e próstata. Nós temos que
estabelecer um contato próximo entre médico e paciente, para o quanto antes,
para traçar a melhor estratégia de prevenção e diagnóstico precoce” explica
Felipe.
Informação faz diferença
O momento da descoberta de um câncer, ou até mesmo de uma mutação
genética que aumente a chances de desenvolver algum tipo de tumor, é
extremamente impactante. Nesse momento, é necessário empoderar o paciente com
informação de qualidade que a auxilie em suas decisões, como afirma Maria
Augusta Bernardini, Diretora Médica da AstraZeneca Brasil. “A partir do momento
que temos a conscientização sobre doenças sérias com o câncer, conseguimos
enfrentar uma mudança de paradigmas nos tratamentos desses tumores. Hoje em
dia, podemos contar com diversas terapias-alvo que os atacam de modo efetivo,
com menos efeitos colaterais, o que vêm a cada dia transformando o câncer em
uma doença crônica tratável e com perspectivas animadoras aos pacientes”
finaliza a executiva.
AstraZeneca
www.astrazeneca.com.br
[ii] Genética
Humana e Doenças Raras: https://dle.com.br/biologia-molecular-genetica-humana/mama-ovario-mutacoes
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