Fomos ensinados a
pensar e não a sentir. "Engole o choro", "não demonstre
sentimentos", "seja uma pessoa racional", certo? Para a
fisioterapeuta com foco em Saúde Integrativa Frésia Sa, as consequências disso
são inúmeras doenças com fundo emocional, e uma dificuldade enorme de lidar com
o que sentimos.
Ao longo dos últimos séculos, tivemos um
desenvolvimento incrível no campo da ciência e da racionalidade. Chegamos à
Lua, descobrimos o poder atômico, desenvolvemos vacinas e tecnologia de ponta.
Em termos racionais, podemos ser considerados um sucesso. Em contrapartida, nos
afastamos cada vez mais do sentir. Nos tornamos mais frios, mais calculistas,
mais apáticos. Segundo Frésia Sa, fisioterapeuta com foco em Saúde Integrativa,
essa frieza toda é só ‘por fora’. “Os sentimentos continuam lá, se
multiplicando, se conectando aos acontecimentos, mas esquecidos e em
desarmonia”, lembra ela.
Segundo Frésia, fomos educados a engolir o choro, a
não demonstrar o que sentimos para não parecermos fracos. E acabamos, na
verdade, nos enfraquecemos com isso: “desenvolvemos síndromes, dores, doenças,
nos desconectamos da nossa essência, criamos relações mal resolvidas com nossas
famílias, que acabaram se alastrando por gerações. Desaprendemos a expressar
amor e descontentamento com naturalidade. E aprendemos a nos melindrar quando
somos contrariados”, reflete a fisioterapeuta.
Para ela, a consequência disso tudo foi que
desaprendemos a falar sobre o que sentimos: “conheço pessoas que fogem de
terapia, por exemplo, por terem receio de ter que expressar o que sentem, falar
sobre raiva, mágoa, ressentimentos. Ou mesmo admiração. Na dúvida sobre como
seremos recebidos, melhor nem mencionar sentimentos, certo”?
Frésia explica: “quando nos abrimos para entender
novamente nosso quociente emocional e nos permitimos abrir o coração e
expressar nossos sentimentos, uma mágica acontece na vida. Primeiro, é muito
difícil, não vou mentir. É preciso quebrar padrões enraizados, e nos distanciar
dos modelos perfeitos construídos através dos tempos. Por isso, algumas
técnicas, que buscam fragmentos guardados no inconsciente, crenças que nem
sabemos que temos e memórias traumáticas, podem ser um bom começo”.
A especialista sugere um trabalho para
descristalizar o modelo perfeito de comportamento, que nos afasta do sentir, e
que pode ser um ótimo primeiro passo para começarmos a expressar o que está na
esfera do sentir: “desenvolver a inteligência do coração, sem perder a
racionalidade, quando o momento pedir. Na verdade, para conseguir falar sobre o
que sentimos, é preciso começar a trilhar o caminho do meio entre a razão e a
emoção”, finaliza.
Biointegral Saúde
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