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segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Novos medicamentos auxiliam a combater o diabetes tipo 2, que impacta 14 milhões de brasileiros


Descontrole da doença, além de gerar problemas cardiovasculares e insuficiência renal, pode ser fatal


De acordo com a International Diabetes Federation (IDF), o diabetes melitus tipo 2 atinge 425 milhões de pessoas pelo mundo. O Brasil ocupa o 4º lugar dentre os países com maior número de incidência da doença, com estimativa de 14 milhões. Nos últimos anos, novos medicamentos surgiram e ampliaram as opções para o tratamento desta enfermidade.

Entre os fármacos que podem ajudar no tratamento da doença estão os análogos do hormônio GLP-1 e os inibidores da SGLT-2, além de uma nova geração de insulinas. "Mesmo com essas novas associações de medicações e insulinas é fundamental que o paciente siga o tratamento. A adesão não é fácil", explica o Dr. Ricardo Cohen, coordenador do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

O diabetes tipo 2 é a principal causa de novos casos de cegueira, derrames cerebrais, infarto do miocárdio, amputações de membros, insuficiência renal e transplante renal no mundo. "O que pode levar o paciente a morte não é a descompensação da glicose no sangue, mas sim suas complicações".


Como agem os novos medicamentos?

Os fármacos análogos do hormônio GLP-1, - são injetáveis e fazem com que a medicação aja em receptores do organismo, melhorando a produção de insulina. Aumentam a saciedade, ajudam no controle da pressão arterial e melhora a esteatose hepática. Uma destas drogas, a liraglutida, já se mostrou eficaz na diminuição da mortalidade por eventos cardiovasculares. A liraglutida é a única aprovada para tratar também a obesidade.

Outro grupo de novos fármacos são os inibidores da SGLT-2, que aumentam a eliminação da glicose pela urina, melhoram o controle glicêmico e favorecem a perda de peso, além de reduzir o risco cardiovascular. As medicações são em comprimidos.

A combinação de insulina e análogos de GLP-1 na mesma injeção (caneta), é uma ferramenta terapêutica também recentemente disponível. A vantagem destas medicações, além da comodidade da aplicação conjunta, é o melhor controle da glicemia antes e após as refeições. Por ter doses menores de insulina, diminuem a chance de ganho peso, efeito colateral indesejado.

Uma nova geração de insulinas também tem melhorado a posologia para os pacientes. Elas têm ação 'ultralenta'. Portanto, reduzem as chances de hipoglicemia, com efeito de 24 horas ou mais. Enquanto as mais 'antigas' tem menor duração.


E quando o tratamento clínico não dá certo?

A adesão ao tratamento é fator fundamental para seu sucesso. De acordo com diversas pesquisas, seguir o tratamento à risca é uma dificuldade de pacientes de doenças crônicas, como o diabetes. "Cerca de 70% dos portadores de diabetes tem dificuldades em tomar medicações e manter o estilo de vida saudável", afirma Dr. Ricardo Cohen. Contar com o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, formada por endocrinologistas, nefrologistas, cardiologistas, nutricionistas, cirurgiões, e psicólogos e/ou psiquiatras também são peças chave no controle da doença.

Quando o tratamento clínico não consegue controlar adequadamente o diabetes, uma opção é a cirurgia metabólica. Atualmente no Brasil, o procedimento é autorizado em casos de IMC acima de 30 kg/m², desde que o diabetes não esteja controlado com o melhor tratamento clínico disponível. Após a cirurgia, o índice de remissão da doença chega de 70 a 80% dos casos, com suspensão ou diminuição da medicação.

O objetivo da cirurgia é controlar o diabetes e outros componentes da síndrome metabólica, como hipertensão e lípides (colesterol e triglicérides), através de mecanismos que independem da perda de peso, chamados de efeitos antidiabéticos diretos da cirurgia. "A perda de peso consequente é bem-vinda e melhora ainda mais os benefícios a longo prazo", completa o especialista.


O que é o Diabetes?

O Diabetes Mellitus tipo 2 tem origem na resistência insulínica, que acontece quando o organismo não consegue mais usar adequadamente a insulina, hormônio que controla a taxa de glicemia nas células, sobrecarregando o pâncreas. Ao longo do tempo, as células produtoras de insulina vão sofrendo 'morte celular', até que o pâncreas não consegue dar conta de produzir o hormônio em quantidade suficiente e a glicemia sobe.

Já o Diabetes tipo 1, geralmente é diagnosticado na infância ou na adolescência e acontece quando o sistema imunológico ataca as células do pâncreas, comprometendo a liberação da insulina e aumentando assim os níveis de glicose no sangue.






Hospital Alemão Oswaldo Cruz
www.hospitaloswaldocruz.org.br

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