Iniciativa para monitorar a presença do
animal na Mata Atlântica conta com um time de peso e diversas expedições
Papagaio-chauá.
Foto: Carlos Garske
Apesar
da incrível diversidade de papagaios que habitam o território brasileiro - o
que nos coloca como medalhistas no cenário mundial -, somos recordistas em número
de espécies ameaçadas de extinção, resultado da degradação dos ambientes
naturais e da captura de filhotes para abastecer o comércio ilegal (nacional e
internacional) de animais de estimação. Segundo levantamento do
Ministério do Meio Ambiente, divulgado em 2014, três espécies de papagaios
estão ameaçadas.
Com
o objetivo de diminuir essas estatísticas, o Grupo Assessor do Plano de Ação
Nacional para a Conservação dos Papagaios da Mata Atlântica (PAN Papagaios),
que acompanha cinco espécies de papagaios, promove diversas ações de
monitoramento da espécie. “Ao fim de 2014, por exemplo, o PAN Papagaios iniciou
o Projeto Papagaio-chauá (Amazona
rhodocorytha), que é considerado o menos conhecido entre eles, o
que torna o projeto ainda mais relevante”, explica a coordenadora geral do
projeto, Gláucia Helena Fernandes Seixas. Em agosto de 2016, a iniciativa
passou a contar com o apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza
(FGB).
“Ainda
não há conhecimento sobre o tamanho e status populacional nas áreas de sua
distribuição natural (Rio de Janeiro e Minas Gerais). Mas, normalmente, a
espécie é vista em casal ou em bandos se alimentando de frutos, sementes e
brotos em topos de árvores na Mata Atlântica dos estados de Minas Gerais, Rio
de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, e historicamente, Sergipe e Alagoas”, frisa
Gláucia.
O
projeto é executado pela Fundação Neotrópica do Brasil e pelo Parque das Aves.
Além da Fundação Grupo Boticário, a ação conta com o apoio da Sociedade de
Pesquisa em Vida Silvestre e Educação Ambiental (SPVS) e Centro de Pesquisa e
Conservação de Aves Silvestres (Cemave).
Normalmente,
a espécie é vista em casal ou em bandos se alimentando de frutos, sementes e
brotos em topos de árvores na Mata Atlântica.
Foto: Fabiane Girardi
EXPEDIÇÕES
Após
contabilizar sete expedições desde o início do projeto, a espécie já foi
confirmada em mais de 59 municípios dos estados de Minas Gerais (19) e Rio de
Janeiro (40). Ao longo das visitas, foram realizadas entrevistas com a
comunidade, além do estabelecimento de importantes parcerias com instituições
locais. Somente em dezembro, o projeto somou visitas a nove cidades fluminenses.
A
iniciativa também prevê pesquisas sobre a biologia reprodutiva da espécie, além
de atividades de educação para conservação e geração alternativa de renda. “A
ideia é alertar a população contra os danos decorrentes do tráfico de animais
silvestres e mostrar a importância de manter a integridade dos ambientes onde
vivem”, concluiu Gláucia.
Fundação Grupo Boticário: a Fundação Grupo
Boticário de Proteção à Natureza é uma organização sem fins
lucrativos cuja missão é promover e realizar ações de conservação da natureza.
Criada em 1990 por iniciativa do fundador de O Boticário, Miguel Krigsner, a
atuação da Fundação Grupo Boticário é nacional e suas ações incluem proteção de
áreas naturais, apoio a projetos de outras instituições e disseminação de conhecimento.
Desde a sua criação, a Fundação Grupo Boticário já apoiou 1.510 projetos de 496
instituições em todo o Brasil. A instituição mantém duas reservas naturais, a
Reserva Natural Salto Morato, na Mata Atlântica; e a Reserva Natural Serra do
Tombador, no Cerrado, os dois biomas mais ameaçados do país. Outra
iniciativa é um projeto pioneiro de pagamento por serviços ambientais em
regiões de manancial, o Oásis. Na internet: www.fundacaogrupoboticario.org.br, www.twitter.com/fund_boticario e www.facebook.com/fundacaogrupoboticario.
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