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terça-feira, 26 de agosto de 2014


Você pode dizer se o seu filho vai crescer magro ou obeso?

Um vídeo, criado pela ONG Children’s Healthcare of Atlanta, rebobina a vida de Jim... Em uma dramatização chocante, o adulto Jim toma refrigerante, espera em um drive-thru de um fast-food... O bebê Jim é alimentado com batatas fritas, porque esse é “o único alimento que lhe acalma”....

Um viral, que começou a circular recentemente, coloca na nossa tela um personagem obeso, chamado Jim, que é levado às pressas ao hospital por causa de um ataque cardíaco.

O vídeo, criado pela ONG Children’s Healthcare of Atlanta, rebobina a vida de Jim para mostrar como ele acabou sem fôlego em uma maca. Em uma dramatização chocante, o adulto Jim toma refrigerante, espera em um drive-thru de um fast-food... O bebê Jim é alimentado com batatas fritas, porque esse é “o único alimento que lhe acalma”....

No final do filme, enquanto os médicos se preparam para operar Jim, uma mensagem toma conta da tela: "O futuro do seu filho não precisa ser como o de Jim. Ainda há tempo para reverter os hábitos pouco saudáveis que os nossos filhos levam para a vida adulta".

Apesar do tom dramático, a própria ONG faz questão de esclarecer que não fez o vídeo com a intenção de deixar nenhum pai culpado. A intenção é alertar, abrir os olhos e não culpar os pais.

“Nas redes sociais, as discussões sobre o vídeo são fervorosas. Alguns dizem que a ação da ONG é extrema, pois a maioria dos pais não alimenta seus bebês com batatas fritas em seus cadeirões. Outros consideram que o vídeo se destina a incentivar as mães e os pais a incutirem hábitos saudáveis ​​nas crianças desde cedo. Eu considero o vídeo uma oportunidade de discutir o tema além das portas do consultório. Há mais de três décadas travo essa discussão com as famílias quando o assunto é a prevenção e o tratamento da obesidade”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349), autor do Blog Mama que te faz bem.

 

Obesidade além das portas do consultório

 

Embora a genética desempenhe um papel relevante no peso da criança na idade adulta, existem algumas experiências na infância que as pessoas com IMC (Índice de Massa Corporal) mais baixos têm em comum. É o que defende um  estudo, realizado pela Universidade Cornell, publicado no PLOS ONE.

Conheça essas experiências:

  • Famílias que preparavam refeições com ingredientes frescos;
  • Famílias que faziam atividades físicas, ao ar livre, reunindo todos os membros;
  • Pais que conversavam com as crianças sobre Nutrição;
  • Crianças que tinham um bom número de horas de sono durante a semana;
  • Alguém que preparava uma merenda escolar saudável para as crianças.

 

Já as pessoas com IMC maior compartilhavam as seguintes experiências de infância:

  • Pais que usavam a comida como recompensa ou castigo para as crianças;
  • Pais que restringiam a ingestão de alimentos pelas crianças;
  • Pais e / ou avós eram obesos;
  • Crianças que bebiam mais suco ou refrigerante do que água;
  • Crianças que sofreram bullying dos colegas.

 

Fatores de risco modificáveis

Outro estudo, publicado The Journal Childhood Obesity, aponta que os três fatores de risco mais importantes para a obesidade entre pré-escolares também são modificáveis. São eles: ter uma mãe ou pai com um IMC indicativo de excesso de peso ou obeso, não dormir o suficiente e ter uma alimentação restrita pelos pais para fins de controle de peso.

"Diante do mapeamento de riscos para a obesidade apresentado pelo primeiro estudo, e da possibilidade de uma intervenção efetiva apresentada pelo segundo estudo, podemos concluir que a obesidade na idade adulta pode ser prevenida ainda na infância. Com esses dados em mãos, os pediatras podem se concentrar em convencer os pais a melhorarem o seu próprio estado de saúde, a mudarem a relação de alimentos saudáveis e não saudáveis que ficam disponíveis ao alcance da criança e a incentivarem seus filhos a dormir uma hora mais cedo”, afirma o pediatra.

O segundo estudo baseia-se nos resultados de visitas domiciliares a 329 pares de pais e filhos que faziam parte do STRONG, um programa infantil de pesquisas sobre obesidade e nutrição. Os pesquisadores examinaram 22 variáveis ​​diferentes que poderiam contribuir para a obesidade infantil e descobriram que os três fatores mencionados anteriormente foram os mais significativos para essa previsão, mesmo quando outros 19 fatores foram contabilizados.

“Especificamente, dormir por oito horas ou menos a cada noite foi associado a um risco 2,2 vezes maior de excesso de peso ou obesidade em crianças, ter um pai obeso foi associado com um risco 1,9 vezes maior de sobrepeso ou obesidade nas crianças. As crianças cujos pais restringiam a sua ingestão de alimentos para fins de perda de peso apresentavam 1,75 vezes mais risco de estarem acima do peso ou obesas”, afirma Moises Chencinski.

Força do exemplo

Nesse mesmo sentido, um terceiro estudo, publicado no American Journal of Clinical Nutrition, sugere que os padrões alimentares promovidos em casa são mais relevantes para o desenvolvimento da obesidade infantil do que o consumo de fast food.

Segundo os autores, crianças que consomem mais fast food tendem a ter pais que não têm os meios, o desejo ou o tempo de comprar ou preparar alimentos saudáveis ​​em casa. "Isso é realmente um dos fatores que está impulsionando a obesidade infantil e que precisa ser priorizado em qualquer solução de combate à obesidade”, diz médico, que também é membro do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

 


Moises Chencinski (CRM-SP 36.349) - http://www.drmoises.com.br - Email: fale_comigo@doutormoises.com.br -: https://www.facebook.com/tudosobrepediatria -  http://mamaquetefazbem.zip.net/

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