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terça-feira, 21 de agosto de 2018

Como unir a maternidade ao empreendedorismo?


Coach de mães dá dicas para mulheres que sonham com o empreendedorismo e muitas vezes não conseguem conciliá-lo com a atenção aos filhos


As mulheres chegaram a um patamar atual de não só apenas precisar trabalhar: a profissão também é uma maneira de sentir orgulho de si mesma.

E muitas, com a chegada da maternidade, recorrem ao empreendedorismo com a ideia de ter mais tempo para os pimpolhos. Mas será que essa é uma tarefa fácil?

Isabela Cotian, psicóloga e coach de mães, ressalta que suas pacientes sempre buscam um novo ofício para conseguirem acompanhar os filhos.

“Algumas vezes, a mulher também acaba perdendo a conexão com o trabalho que desempenhava antes da maternidade, e busca uma carreira com mais propósito”, explica.

Poder ver andar, o nascimento dos dentinhos, os primeiros passos, levar e buscar na escola, participar das atividades do dia a dia, sentir um abraço e ver seu sorriso, fazer registro de tudo e brincar são alguns dos motivos que fazem com que as mamães optem por novos horizontes profissionais.

E é nesse contexto que entra o empreendedorismo.

“Com certeza, ao empreender, a mulher consegue definir melhor a rotina, ter horários mais flexíveis e autonomia. O fato de poder estar perto do filho e participar das atividades diárias dele são os maiores motivadores”, confirma.


Como conciliar o empreendedorismo à vida de mãe?

Isabela ressalta que é preciso ter foco.

“Isso se consegue definindo prioridades, sendo assertiva e produtiva, além de criando ao invés de se ocupando”.

Ela aconselha que as mulheres tenham presença quando estão com os filhos, realmente se conectando a eles ao invés de estar no celular ou até mesmo pensando em outras coisas do trabalho.

“Quando se está em família, realmente ela deve curtir esse momento. E quando está trabalhando, focar nas responsabilidades  e resultados profissionais, sabendo delegar ou pedir ajuda quando necessário”, ressalta a psicóloga.


Trabalhar em casa é sinônimo de estar na ativa 24 horas?

A coach de mães salienta que é importante estabelecer uma rotina de blocos. E como seria isso?

“É quando cada dia da semana tem um bloco específico de cada área, como, por exemplo, na parte da manhã atividades com o filho, depois com a casa, e na parte da tarde as atividades profissionais. Agrupar as atividades de cada bloco específico faz ser assertiva, começando e terminando cada atividade dentro do tempo pré-estabelecido para aquele bloco”, esclarece.


Dicas para empreender e ter sucesso!

Isabela separou 10 sugestões para que não só as mulheres que sejam mães, mas todas, tenham mais êxito em sua jornada empresarial.

  • Trabalhe com o que você ama. Mesmo trabalhando muito mais, você se sentirá realizada;
  • Analise o mercado e a concorrência;
  • Busque um propósito inabalável e saiba exatamente o porquê você quer empreender;
  • Faça um planejamento detalhado;
  • Avalie quando exatamente você poderá investir;
  • Construa uma rede de relacionamento e faça networking;
  • Faça sua gestão do tempo e desenvolva sua rotina de blocos
  • ;Aprenda a cair e a levantar;
  • Dê um passo de cada vez;
  • Busque evolução pessoal permanente para você e para o seu negócio!




Isabela Cotian – www.isabelacotian.com


Sarampo pode cegar o bebê


Transmissão durante a gravidez pela placenta pode cegar o bebe. Nos primeiros meses de vida pode causar grave redução da visão. Saiba como prevenir


A OMS (Organização Mundial da Saúde)  coloca o Brasil entre os países com menor orçamento para a saúde. Pior, depois de eliminar em 2016 o morbillivirus que transmite sarampo, o país vive novo surto da doença.  O Ministério da Saúde informa que até agora a campanha de vacinação que termina em 31 de agosto só imunizou metade das 11,2 milhões de crianças com menos de 5 anos que formam o principal público alvo. 

 “As piores sequelas da doença acontecem na visão de crianças, especialmente quando o vírus é transmitido ao feto durante a gravidez, através da placenta”, alerta o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier. Isso porque, o bebê nasce com catarata congênita, doença que responde por 4 em cada 10 casos de perda da visão na infância. 

Por isso, ressalta,  mulheres em idade fértil que nunca tiveram sarampo ou que não sabem se foram imunizadas nos primeiros anos de vida e adultos que não tomaram a vacina devem procurar pela imunização e tomar as duas doses de vacina no intervalo de um mês. . Quem já passou dos 50 anos não precisa ser vacinado porque a maioria das pessoas nesta faixa etária já teve sarampo e por isso é imune à doença.  


Sequelas da catarata congênita

O médico explica que entre crianças ou idosos as características da catarata são idênticas: o cristalino do olho fica opaco e impede que as imagens cheguem à retina, levando à cegueira se não for tratada.

A diferença é que no caso da catarata congênita a visão está em desenvolvimento. Por isso a falta de diagnóstico logo no início da vida pode acarretar outras doenças. Uma delas é a ambliopia ou olho preguiçoso que acontece quando só um olho é atingido pela catarata. “O esforço visual para enxergar com o olho de melhor visão anula o desenvolvimento do outro”, afirma.  Outras sequelas oculares que podem estar associadas à catarata congênita são: nistagmo (movimentos não coordenados dos olhos), estrabismo (desalinhamento dos olhos), fotofobia (aversão à luz) e dificuldade de fixação do olhos. 


Diagnóstico

Queiroz Neto afirma que o diagnóstico da catarata congênita é feito através de um exame barato e indolor. Trata-se do teste do olhinho, que deve ser realizado logo que o bebê nasce e está em vias de se tornar obrigatório em todo o país. É feito com um oftalmoscópio, espécie de lanterna com a qual o médico joga luz sobre o olho do bebê. Quando a luz emite um reflexo vermelho contínuo significa que o olho é saudável. Se o reflexo for descontínuo ou não for emitido indica catarata congênita. 


Tratamento

O oftalmologista diz que a cirurgia com implante de uma lente intraocular que substitui o cristalino opaco também é indicada no tratamento da catarata infantil. O procedimento, comenta, deve ser só feito quando o bebê completa três meses. Isso porque, proporciona melhor recuperação da função visual e pode induzir ao glaucoma se for realizado antes .

Ele destaca que o comprometimento dos pais é essencial para que a criança tenha boa visão.  Isso porque, é necessário estimular o desenvolvimento da visão e ter acompanhamento com um oftalmologista a cada 3 meses após a cirurgia.


Lesão na córnea

“O sarampo contraído antes de tomar a primeira dose da vacina pode causar lesões na córnea e em alguns casos requer transplante para garantir a recuperação da visão”, alerta. A dica do médico para evitar sequelas mais graves nos bebês é manter atenção sobre os sintomas típicos do sarampo: manchas brancas na mucosa da boca, febre, tosse, coriza, febre alta e manchas vermelhas no rosto, atrás da orelha e depois no tronco. Bebês com estes sintomas devem ter acompanhamento de um oftalmologista, salienta.


Prevenção entre gestantes

O único remédio para sarampo é a vacina. As dicas do oftalmologista para gestantes se protegerem da doença durante a gravides são:

·         Lavar as mãos com frequência com água e sabão, ou então utilizar álcool em gel.

·         Não compartilhar copos, talheres e alimentos.

·         Procurar não levar as mãos à boca ou aos olhos.

·         Sempre que possível evitar aglomerações ou locais pouco arejados.

·         Manter os ambientes frequentados, sempre limpos e ventilados.

·         Evitar contato próximo com pessoas doentes.

·         Proteger a boca e o nariz quando espirrar ou tossir.



Campanhas de vacinação devem ser impositivas e punir as omissões


As notícias sobre campanhas de vacinação e seus resultados revelam sistematicamente que as metas não vêm sendo atingidas. Esse fato gera natural preocupação na saúde pública devido ao recrudescimento de doenças existentes e reaparecimento de outras que pareciam erradicadas. Além disso, há o surgimento de doenças novas que igualmente merecem atenção em termos preventivos. Até alguns tipos de gripes têm registrados casos fatais, segundo recentes informações. Dados oficiais revelam baixa cobertura nas regiões; no Sudeste, que apresenta o melhor desempenho registrado, não mais do que 77% do público-alvo foram cobertos.

Sem dúvida, há uma espécie de conspiração contra a mobilização pela saúde pública. Inacreditavelmente, há pessoas e grupos com ideias anti-vacinação que pelas redes sociais disseminam conceitos estapafúrdios que vão de crenças religiosas a posições ideológicas. Esses grupos criam mitos e boatos, como sobre a imunização contra a gripe, de que a vacina faz com que a pessoa fique gripada, quando na verdade ela previne infecções e pode salvar muitas vidas. Esta realidade tem feito que os médicos se mostrem vigilantes e dediquem mais tempo para o convencimento sobre a importância da imunização preventiva.

A vacinação é o meio de enfrentar o problema e isso depende de campanhas sociais, chamamento e efetivas ações. Se as campanhas não estão produzindo os resultados esperados devem ser revistas e reestudadas para se saber onde estão as falhas. Ultimamente, foram deflagradas campanhas contra poliomielite, sarampo, febre amarela, dengue, influenza, entre outras, com baixo nível de imunização, o que é preocupante. No final da semana passada ocorreu o chamado dia D de vacinação contra sarampo e poliomielite. O Ministério da Saúde informou que a cobertura ficou em torno de 40% do público-alvo e a mobilização foi estendida até o final do mês.

Essa dificuldade de resposta positiva não é problema atual, mas deve ser enfrentado com criatividade e rigor. Quando assumi o Ministério da Saúde, em 1987, ainda havia casos de poliomielite, principalmente no Nordeste. A população se mostrava refratária ao chamamento para comparecer aos postos de saúde. Foi necessário desenvolver uma campanha maciça, até o Exército colaborou indo às casas para vacinar a população e as metas foram cumpridas. Mas era preciso estimular a vacinação em todo o país. Então, o Ministério promoveu concurso nacional para criar um ícone, um personagem que influenciasse principalmente crianças. Surgiu a figura do “Zé Gotinha”, até hoje mantida, mas ultimamente muito pouco utilizada. Na época, o Brasil se tornou modelo em vacinação e a pólio foi erradicada. Em dezembro de 1987 assinei a portaria criando a figura do “Zé Gotinha”.

Atualmente a poliomielite é ameaça constante e somente pode ser barrada com imunização. De acordo com dados oficiais há risco de retorno da doença e que mais de 300 cidades estão abaixo da meta preconizada para vacinação, o que levará à formação de bolsões de pessoas não vacinadas, possibilitando, assim, a reintrodução do poli vírus e do sarampo.

O Ministério da Saúde reconhece que há dificuldade em cumprir as metas e foi feito novo alerta para a gravidade da situação. Na sequência, campanhas foram realizadas sem modificação do quadro.

Tenho notado que as campanhas acabam prorrogadas, por não alcançarem as metas previstas, há casos em que até sobram vacinas em alguns municípios. Parece que há desinteresse da população, das famílias, e as doenças vão se alastrando. Entendo que se campanhas educativas e de conscientização não estão surtindo efeito desejado, que sejam obrigatórias. Há que se buscar formas e meios para isso e estabelecer punição de pais e responsáveis que se mostrarem desinteressados ou omissos, algo como suspensão de benefícios sociais ou mesmo multa pecuniária. Não será nenhuma arbitrariedade, pois se trata de saúde pública, do bem-estar da população.

Para outras situações que colocam em risco especialmente crianças, como em educação e questões sociais, há instrumentos legais para chamar à responsabilidade e até punições previstas. Por que não adotar salvaguardas semelhantes quando se refere à saúde física? Somente a possibilidade de punição já seria suficiente para inibir eventuais omissões de responsáveis.
Não é admissível que doença que se supunha erradicada reapareça e que as endêmicas sigam a crescer, fazendo vítimas, causando preocupação e a passividade continue.

Os riscos são evidentes. A possibilidade de algumas doenças graves que já haviam sido eliminadas no Brasil voltarem a atingir a população é uma realidade preocupante. Diante da ameaça do retorno do sarampo e da poliomielite, que podem ser prevenidas a partir da vacinação, os dados de cobertura vacinal no País se mostram abaixo da meta. É evidente a importância de manter a vacinação em dia para evitar essas doenças e suas sequelas.

Enfermidade não é apenas quadro patológico que afeta a população, contamina também a produção laboral e onera o sistema de saúde pública. A vacina é a melhor forma para evitar o retorno de doenças eliminadas e para atacar as que estão assediando a população. É na saúde que mais vale a máxima de que é melhor prevenir do que remediar. Imunização vacinal é o caminho preventivo - todavia, com seriedade, responsabilidade e se necessário com rígida obrigatoriedade.






Luiz Carlos Borges da Silveira - médico. Foi Ministro da Saúde e Deputado Federal.  Como ministro foi o criador do “Zé Gotinha”.


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