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quinta-feira, 30 de novembro de 2017

O poder do mindset na execução



As organizações não são competentes em captar as capacidades plenas dos indivíduos. A prática mais comum é investir tempo e energia na busca de “talentos” idealizados


Peter Drucker, do alto de suas reflexões sobre os desafios da Administração, observou em uma de suas clássicas obras que “o propósito da Administração é permitir que pessoas comuns façam coisas incomuns”.

Reconhecer a validade desta declaração nos leva diretamente a, pelo menos, três constatações:  1) pessoas “normais” (que são a maioria nas organizações) podem dar resultados excepcionais em ambientes favoráveis; 2) uma metodologia de gestão consistente possibilita que isto aconteça; 3) administradores podem e devem ser treinados nessa metodologia.

No entanto, o que se constata é que as organizações não são competentes em captar as capacidades plenas dos indivíduos. Pior ainda, são irregulares ao aplicar metodologias de gestão que resultam em ambientes de alto desempenho.

A prática mais comum é investir tempo e energia na busca de “talentos” idealizados, heróis que rapidamente se frustram e partem para outra - quando não se acomodam e passam a não mais se distinguir da normalidade.

A consequência está registrada na história das organizações: apenas pequena parte delas subsiste aos seus fundadores e muitas desaparecem ainda na primeira geração, afogadas nas crises.

Cabe perguntar: onde está o problema? A resposta, evidentemente, não é simples.
Mas ao se investigar com mais profundidade a realidade das empresas chega-se a uma conclusão desconcertante: há um enorme gap entre o planejamento e a execução.

Pesquisas apontam que a maioria das diretrizes e estratégias planejadas não são suficientemente compreendidas e logo, implantadas. Há um abismo entre o plano e a ação, de difícil e tardia correção.

O gap de alinhamento pode ser gerado na distinção entre “os que pensam” e “os que fazem”. Tais práticas têm como premissa que o primeiro nível está melhor preparado para pensar o futuro, desconsiderando o fato de que os colaboradores que estão mais próximos aos clientes e aos mercados têm informações valiosas, pouco consideradas no planejamento de médio e longo prazos.

Não é raro se constatar diferenças importantes nos modelos mentais dos representantes de cada grupo, sendo que apenas parte da visão da realidade é compartilhada.

Como cada um traduz o que capta da realidade de modo autônomo, as priorizações são diferentes e os comportamentos só são aderentes por casualidade.

Além disso, independentemente do posicionamento na geografia da organização, os colaboradores (às vezes, nem tanto) costumam compartilhar crenças disfuncionais de natureza variada: sobre sua equipe, sobre a empresa e até mesmo sobre o negócio e o mercado no qual estão inseridos.

Raramente discutidas internamente, estas crenças refletem diferenças de percepções e contribuem para aumentar o não alinhamento.
Diferenças entre crenças são decorrentes de desvios nos processos cognitivos - mecanismos pelos quais os seres humanos aprendem, categorizam suas experiências e as utilizam para fazer julgamentos, inferências e projeções do futuro.

Um desvio cognitivo típico, por exemplo - “isto nunca funcionará por aqui” -  justifica os pensamentos negativos, compromete a ação e reforça uma percepção coletiva, ao ser compartilhado.

Eventualmente, estes desvios são reforçados por recortes convenientes da realidade percebida. A interpretação distorcida dos fatos é utilizada nos discursos manifestados, de forma aberta ou dissimulada. O comportamento coletivo se alinha às visões negativas, exigindo muita energia e esforço para sua reversão.

Em tese, sabemos que captar e integrar sistematicamente as informações disponíveis nas diferentes equipes é uma vantagem competitiva relevante.

É quase um contrassenso discordar da declaração de Pierre Levi, em A Inteligência Coletiva: “ninguém sabe tudo, mas todos sabem alguma coisa”. Mas, com crenças diferentes, a tarefa de construir um planejamento colaborativo se torna quase impossível.

Para que todo o processo de planejamento estratégico seja de fato colaborativo e de alta qualidade, é necessário primeiro nivelar as visões e alinhar as ações, a nível de cada participante do processo.

Um dos primeiros passos neste processo é a identificação e o questionamento das crenças disfuncionais, eliminando os bloqueios à ação e assegurando que tanto o indivíduo quanto o grupo passem a projetar o mesmo futuro e as mesmas estratégias.

A metodologia típica de intervenção pode ser resumida em três etapas: i) fase de levantamento e crítica dos desvios cognitivos nas diferentes equipes; ii) fase de reconhecimento das demandas do ambiente e iii) fase de construção do futuro desejado.

O compromisso com a sua realização vem como consequência, com a integração gradual de cada indivíduo ao processo de construção, de forma que cada um receba sua quota de responsabilidades integradas à visão comum.

Essa pratica disseminada por toda organização criará uma energia altamente positiva, com melhoria considerável no desempenho, além de dar visibilidade aos que realmente fazem diferença.




Ulrico Barini - sócio da Dex Advisors




Emancipar o pequeno produtor



A agricultura é o setor responsável por fornecer o nosso alimento. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em 2050 a população mundial será de 9,8 bilhões, 29% a mais do que o número atual, com um crescimento maior nos países em desenvolvimento.
 
Cerca de 70% da população será urbana, os níveis de renda serão maiores do que os atuais, e para alimentar essa crescente população, a produção de alimentos deverá aumentar em 70%.
 
O desafio se torna ainda maior diante da oportunidade do Brasil se tornar o principal fornecedor para atender à demanda global de commodities.
 
Para fortalecer o setor agropecuário é necessário investir em tecnologias modernas, capazes de auxiliar o produtor rural a aumentar a sua produtividade, preservando o meio ambiente. Hoje, as grandes empresas do setor agropecuário investem nessas tecnologias, que garantem a prática da agricultura de precisão, melhorando sua produção, gerando mais receitas e contribuindo para o desenvolvimento do setor. Porém, é preciso olhar para a ponta. Cuidar do pequeno e médio produtor e da agricultura familiar. Estamos falando de um segmento que representa 84,2% das propriedades rurais paulistas, 47% das brasileiras e respondem por 70% da produção de alimentos.
 
Com o apoio adequado do Estado, o agricultor familiar é capaz de empreender, de buscar alternativas de produção, driblar todas as dificuldades de crédito e de acesso à informação, que possibilitam o desenvolvimento do seu trabalho.
 
Em São Paulo, por orientação do governador Geraldo Alckmin, nós buscamos constantemente atender às necessidades do pequeno produtor. Os institutos de pesquisas da Secretaria de Agricultura não estão exclusivamente focados nos grandes. Boa parte das pesquisas impacta diretamente na atividade dos pequenos produtores e dos agricultores familiares.
 
Atenção a essa categoria, inclusive aproximando a pesquisa da extensão rural, foi um dos quatro pilares definidos para a Secretaria junto com o governador Geraldo Alckmin. Se o pequeno não produzir colocará em risco o abastecimento de alimentos. Será inaceitável a concentração fundiária e de renda.
 
Novas variedades de feijão IAC, para se juntar ao Carioquinha, tropicalização da fruticultura e produção sustentável de leite são exemplos de pesquisas realizadas pelos nossos institutos.
 
O Programa de Sanidade da Agricultura Familiar (Prosaf) já auxiliou mais de 2.300 produtores a melhorar a sanidade vegetal e animal. O controle biológico de praga reduziu em até 80% o uso de agroquímicos. O Programa Aplique Bem treinou mais de 60 mil aplicadores de agroquímicos, melhorando a eficácia, preservando a saúde e a qualidade dos alimentos.
 
A Secretaria desenvolveu o sistema de busca de editais “Edital Paulista”, facilitando ao pequeno agricultor a venda em compras públicas.
 
A atenção ao pequeno produtor não é conversa fiada! A Secretaria desburocratizou suas ações com o Programa Agrofácil. Com o Gedave, sem sair de casa é possível obter Guias de Transporte Animal e a Permissão de Trânsito Vegetal. Isso reduz tempo. E tempo é dinheiro! A nova legislação facilitou regularização ou desenvolvimento da piscicultura nas pequenas propriedades.
 
Demanda das Câmaras Setoriais, logo teremos nova Legislação para produtos artesanais, aumentando a participação de pequenas agroindústrias e agulizando o registro no rigoroso SISP, que zela pela qualidade dos alimentos.
 
O FEAP/Banagro incentiva e facilita a obtenção de créditos para a compra de equipamentos, tecnologias e máquinas. De 2011 a maio de 2017, foram R$ 765,4 milhões em empréstimos com juros zero ou subsidiados e subsídios a seguro rural.
 
O emancipador Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável - Microbacias II – Acesso ao Mercado tem ampliado a competitividade e proporcionado acesso ao mercado a agricultores familiares. Dede o início do Projeto, em 2011, já foram beneficiadas 268 organizações com 346 projetos, sendo 155 associações com 196 projetos; 80 cooperativas com 98 projetos; 8 comunidades indígenas com 10 projetos e 25 comunidades quilombolas com 43 projetos. Também já foram reformadas 74 Casas da Agricultura (CAs), sendo investidos mais de R$ 11,8 milhões.
 
Com o Microbacias II, foram beneficiados 82 municípios, com adequações em trechos de estradas rurais, totalizando a recuperação de 1.054,89 km, cujo valor total das obras foi de cerca de R$ 42,5 milhões.

O pequeno, muitas vezes, foi usado como tema de discursos ideológicos resultando em políticas assistencialistas sem efetividade. Por conta de sua área e trabalho familiar, não é “café com leite”. Tratamos de modo profissional. O que ele precisa e quer é respeito e condições de emancipação.





Arnaldo Jardim - secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e deputado federal PPS/SP (licenciado)





Como lidar com feedbacks negativos pós- entrevistas de emprego



Não se permita ficar com a autoestima abalada, encare o "não" como aprendizado


Nada soa melhor, para quem está na busca de uma recolocação, como um 'Parabéns, você foi contratado! ', porém, o feedback negativo também é importante para nossa carreira. Infelizmente nem sempre conseguimos processar as críticas com a devida sabedoria, por conta da frustração gerada.

Carolina Silva, Coordenadora de R&S da Luandre, uma das maiores consultorias de Recrutamento e Seleção do Brasil, lembra: "o principal objetivo do feedback negativo em um processo seletivo é cuidar da expectativa do profissional, os retornos negativos podem ser referentes a alguma ausência ou limitação de competência técnica ou comportamental necessária para a posição desejada e vale a pena a reflexão e um possível plano de ação. ".

"Ainda há mais procura que oferta de emprego e, consequentemente, os candidatos acabam passando por uma série de processos seletivos até conseguirem se recolocar no mercado", contextualiza Carolina.

A chave para contornar o desânimo, até conseguir a tão desejada recolocação, segundo a consultora, é não permitir que o "NÃO" o abale emocionalmente. Aqui ela explica como tirar proveito das negativas neste processo de busca por uma recolocação:


1. Atenção ao CV

Às vezes a empresa elimina candidatos ainda na fase de triagem. Por isso é importante também pensar no currículo como a "primeira impressão" que terão de você.

Cada empresa tem sua missão, visão e valores específicos. Portanto ajuste seu currículo de acordo com a oportunidade, ressaltando suas qualidades naquilo que é valorizado pela empresa na qual pretende concorrer a uma vaga. Desta forma, você consegue ser mais assertivo e se mostrar alinhado ao perfil da companhia.

Importante: não ressalte qualidades que você não possui. Seja honesto e verdadeiro em suas aptidões apresentadas no currículo.



2. Não leve para o pessoal

Muitas vezes, o candidato é escolhido não por ser o melhor tecnicamente, mas por ser o mais adequado para aquela vaga especificamente. Neste sentido, ter habilidades específicas, residência próxima ao local de trabalho, podem fazer a diferença. Por isso, esses critérios precisam ficar claros ao candidato no momento do feedback, para que ele não acredite que foi reprovado por falta de perfil ou de experiência na função.


3. Entenda a experiência como aprendizado

Se na vida quase tudo é uma questão de prática, receber um "não" pode ser só uma preparação para receber um "sim" no futuro. "A verdade é que as empresas mudam, os cargos variam, mas as entrevistas de seleção não diferem tanto entre si. Receber a negativa pode ser visto com um preparatório, uma oportunidade de adquirir mais confiança", diz Carolina.


4. Aproveite o feedback negativo e mude sua postura

Nem sempre o recrutador vai explicar ao candidato a razão de não ter sido aprovado, mas se isso ocorrer, aproveite! Se algum comportamento seu for apontado como prejudicial durante o processo seletivo, o melhor é identificar onde está errando, corrigir e mudar a postura nos próximos processos. Atenção: Chegar atrasado, falar mal do antigo emprego, não demonstrar interesse pelo possível novo trabalho, por exemplo, são posturas recorrentes que Andrea lista como possíveis atitudes desclassificatórias. 





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