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terça-feira, 31 de outubro de 2017

Superando barreiras à amamentação no local de trabalho

Estudo aborda as políticas de amamentação no local de trabalho, nos Estados Unidos. A amamentação traz muitos benefícios importantes para as mães e os bebês, mas as barreiras no local de trabalho contribuem para baixas taxas de aleitamento materno


Para as mães de primeira viagem, voltar ao trabalho pode representar uma série de obstáculos para a continuidade da amamentação. As políticas do local de trabalho que afetam a capacidade de amamentar - e o papel dos profissionais de enfermagem para ajudar a superar esses obstáculos - são o tema de um artigo especial no The Nurse Practitioner, publicado pela Wolters Kluwer.

A amamentação  traz muitos benefícios importantes para a mãe e os bebês, mas as barreiras no local de trabalho contribuem para baixas taxas de amamentação. Os enfermeiros funcionam frequentemente como o primeiro ponto de referência para as novas mães e podem afetar positivamente as decisões sobre a amamentação.


Políticas no local de trabalho

“A amamentação é amplamente reconhecida como a melhor forma de nutrição para lactentes, proporcionando benefícios para a saúde dos bebês e das mães. Como tal, as medidas para incentivar a amamentação têm o potencial de reduzir os custos de saúde. A sociedade em geral se beneficia de mães e bebês mais saudáveis”, afirma o pediatra Moises Chencinski, criador e incentivador do movimento Eu apoio leite materno (#euapoioleitematerno).

Mas enquanto 75% das mulheres escolhem amamentar após o parto, apenas 40% continuam nessa intenção depois de voltarem ao trabalho. Nos Estados Unidos, o aleitamento materno é considerado como uma escolha pessoal e a legislação em apoio à amamentação no local de trabalho é mais limitada do que na maioria dos outros países.

“As políticas do empregador podem ter um grande impacto na possibilidade de as mulheres continuarem no aleitamento materno, após o retorno ao trabalho. Um estudo descobriu que as mulheres que trabalham em empresas com políticas de apoio à amamentação são mais propensas a continuar amamentando por pelo menos seis meses, conforme o recomendado pelas diretrizes atuais”, diz o pediatra, autor do blog #EuApoioLeiteMaterno.

O artigo identifica os elementos-chave de uma política de amamentação exitosa no local de trabalho, incluindo pausas adequadas e uma área adequada para as mulheres bombearem o leite materno, bem como uma instalação para o armazenamento do leite retirado (como uma geladeira). Os custos de tais políticas são relativamente baixos - e provavelmente serão compensados ​​pelas potenciais economias  relacionadas ao absenteísmo, menores custos de saúde e menor rotatividade de funcionárias.

Nos Estados Unidos, no entanto, é improvável que empregadores adotem programas de promoção  à amamentação, a menos que existam regulamentos para apoiá-los. O documento "Break Time for Nursing Mothers", uma Lei de Cuidados Acessíveis, abrange a proteção a alguns funcionários e locais de trabalho. Além disso, 28 estados (juntamente com Porto Rico e o Distrito de Columbia) possuem leis sobre a amamentação no local de trabalho. "Os profissionais de enfermagem devem manter-se atualizados sobre a legislação atual e os recursos da comunidade que estão disponíveis para apoiar a amamentação, uma vez que essas pacientes retornarão ao trabalho", defendem os autores do estudo.





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Ética no esporte: uma poderosa ferramenta de formação de caráter



Talvez você já tenha ouvido a expressão “o esporte forma caráter”. Porém, já parou para se perguntar de onde ela vem? Por que alguém ligaria o esporte ao caráter, a moral, a uma postura ética, em primeira instância? Para chegar a esse entendimento, o ideal é começar definindo as razões para a ética e para o esporte. A ética tem como sentido a condução da vida e tem seu propósito maior na conquista da felicidade. Já o esporte tem seu sentido na saúde e bem estar, e para o seu propósito a formação do sujeito ético.

O esportista busca a felicidade através da vitória, acima de tudo - o que já é o fim ético por si só. Porém, ele ainda é uma pessoa que tem seu meio de vida dentro de regras de conduta, trabalho em equipe, respeito aos adversários e torcida, ou seja, um comportamento que o leva à vitória de forma justa e coerente com as regras que escolheu seguir. Essas são as características de um sujeito ético, em quem o esporte acaba por potencializar a busca pela felicidade intrínseca ao indivíduo.

Olhando dessa forma, ética e esporte são extremamente ligados. O esporte é realmente um potente construtor do caminho ético. De acordo com os primeiros filósofos gregos, o ser humano nasce vicioso, com uma conduta baseada no erro, e a partir disso, os pais, mestres, professores, ou treinadores, nesse caso, têm o dever de identificar e corrigir esses erros de conduta. Temos no esporte um meio prático, coerente e potencializador desse aprendizado. Através da prática esportiva, o professor incute a boa conduta no indivíduo vicioso, tornando essa atividade extremamente importante na formação, sobretudo nos primeiros anos de vida.

Um indivíduo vicioso está sujeito a muito mais infelicidade em sua própria vida, o que o leva a lidar mal com o próximo e levar muito mais infelicidade para os que estão ao seu redor. O vício é o erro, a má conduta. Para nós, brasileiros, ou mesmo para os sul americanos, pode-se traduzir na forma da “malandragem” ou o tal do “Jeitinho Brasileiro”, por exemplo, que é uma má astúcia muitas vezes celebrada nos países da américa do sul (“la mano de Diós”, ou melhor: de Maradona), quando na verdade não passa de uma postura egoísta e sem méritos.

Isso, portanto, não é um defeito exclusivamente brasileiro. Os gregos, inclusive, já demonstravam isso em seus mitos, o que tem uma importante repercussão ao longo da história, como foi observado por Joseph Campbell em sua teoria da Jornada do Herói, um ciclo de atividades que representa ciclos comuns à vida de qualquer pessoa, e que eram alegoricamente narrados como histórias na antiguidade.

Para Campbell, a jornada de vida de todo ser humano repete alguns passos que são iguais, em vários pontos, para todo mundo, e eles sempre estão ligados ao enfrentamento e superação de um obstáculo, que quase sempre é interno e tem a ver com um vício moral. Na vida cotidiana, o esportista pode buscar um grande contrato, jogar uma competição mundial. Para os gregos, esse exemplo universal era bem definido e representado na Odisseia e nos Doze Trabalhos de Hércules. Essas são histórias famosas, nas quais os heróis, Odisseu em uma e Hércules em outra, passam por provações até superar seus vícios e só assim se qualificarem para alcançar a felicidade.

Dentro do campo (ou da quadra, da piscina, tatame, e etc...), o desafio não se limita a superar o(s) adversário(s), mas implica com igual importância a luta contra a conduta que só pensa em si mesma, que abandona o outro e só busca o lucro pessoal, seja ele financeiro ou desportivo: a vitória “de qualquer jeito”, através de atalhos ou trapaças. É o que acontece quando um atleta se aproveita de um erro de arbitragem, simula uma falta, induzindo a arbitragem em erro, ou se beneficia de qualquer infração das regras da modalidade desportiva. A conduta ética ideal é a da autocorreção, mesmo que haja um prejuízo desportivo imediato na disputa. Por exemplo, um jogador pode “cavar” um pênalti inexistente, e com essa marcação incorrera, ser beneficiado, potencialmente ganhando vantagem decisiva em um jogo difícil; ou prezar pela conduta ética correta e buscar a vitória sem esse artificio, assumindo o risco da derrota.

Talvez ele perca o jogo? Sim, mas a conduta vem em primeiro lugar. A intensão é o que conta dentro do campo. Isso tem um peso de responsabilidade e pressão dentro do jogo, tanto de adversário quanto de companheiros, e para o esportista tomar a atitude mais nobre é muitas vezes um dilema difícil de ser vencido. A condição se estende para fora do campo, quando o prejuízo afeta as torcidas, que quase sempre questionarão o jogador por ter escolhido ser ético e ter “perdido a chance de ganhar”, mesmo que se saiba que seria uma vitória injusta.

Muitas vezes, sobretudo em esportes populares, o inconsciente coletivo da sociedade, por vários segmentos, demandarão do esportista a conduta menos nobre, a da trapaça. Afirma-se que isso “faz parte do jogo”, quando na verdade a atitude diz muito mais sobre a condição ética daquela sociedade. Evidencia-se que a cultura abraça o erro, a corrupção, o crime, que é conivente com valores errados, sobretudo quando os traz vantagens, mesmo que em situações mais simples.

O peso do dilema ético é uma dificuldade do esportista, tanto quanto treinar seu corpo. Treinar sua mente e conduta é igualmente desafiador, pois só assim ele se desvincula de valores errados, perpetuados em uma sociedade falha, e busca através de seu modelo, incentivar uma conduta superior no jovem: sejam aqueles que vêm o atleta como exemplo e querem praticar a mesma modalidade desportiva, sejam aqueles que torcem pelo êxito do atleta. O caso é que atualmente a própria sociedade tem buscado uma proximidade maior com a conduta nobre dentro do esporte, e cada vez mais se cobra dos esportistas que se siga esse modelo positivo. É uma mostra da mudança social que vai de fora do esporte para ele, e vice-versa.

A emoção e a legitimidade do esporte, que fomenta a potência de praticar e torcer, está ligada à imprevisibilidade do resultado desportivo, que só é total e real quando as condutas são éticas, quando há igualdade de oportunidades agindo para que chances sejam igualmente adequadas em ambos os lados de uma competição. Assim, o esportista realmente melhor preparado é quem tem chances de vitória, mesmo com o acaso agindo como intensificador da emoção de se acompanhar o esporte. A espontaneidade não surge de um cenário onde há o vício agindo para trapacear. A verdadeira vitória está em justamente se superar os obstáculos competitivos dentro das regras da modalidade desportiva. O vencedor só é realmente vencedor se ele enfrenta de igual para igual seu adversário. O lucro maior está aí.

Uma questão relevante que se coloca nesse prisma é: qual a cultura ética a sociedade quer praticar, o que determina como introduzir a conduta ética aos jovens e, pois, usar o esporte, essa potente ferramenta, para desenvolver a conduta ética das novas gerações.

Queremos gerações mais éticas ou a competição pelo resultado independentemente do meio usado?






Samuel Sabino - fundador da consultoria Éticas Consultoria, filósofo, mestre em bioética e professor. 


Roberto Armelin - advogado, um dos fundadores do IBDEE, ex-diretor jurídico do São Paulo FC, presidente da Comissão de Direito Desportivo do IASP, professor de Direito Processual Civil e Processo Desportivo da PUC/SP, mestre e doutorando.


Instituto Brasileiro de Direito e Ética Empresarial:: http://www.ibdee.org.br  







A interferência humana nas mudanças climáticas



Estima-se que o planeta Terra tem, aproximadamente, 4 bilhões de anos. Durante esse período, ele passou por diferentes transformações que foram divididas em eras geológicas. Essas eras correspondem a grandes intervalos de tempo que foram divididos ainda, em períodos. Evidências demonstram que, durante todos esses períodos, aconteceu extinção em massa, isto é, o decréscimo da biodiversidade devido à extinção de vários grupos de seres vivos ao mesmo tempo. As causas dessas extinções podem variar, porém, são fortes as evidências que indicam que elas não sejam resultado de um fato isolado, mas da combinação de vários fenômenos. Entre os principais acontecimentos podem ser citados choques de asteroides, erupções vulcânicas, alterações climáticas, entre outros.

A história do clima da Terra nos mostra que as eras do gelo vêm e vão e são causadas por mecanismos naturais que a humanidade é incapaz de controlar. E que, ao longo da história, a extinção de espécies e mudanças climáticas são comuns. A raiz de muitos problemas ambientais, se não todos, nos coloca diante do problema “o tamanho da população humana”. Erroneamente, se diz que a população global tem crescido exponencialmente. No entanto, em uma população que cresce exponencialmente, a taxa de aumento por indivíduo é constante. Mas a população humana cresce a uma taxa em aceleração. Mais pessoas significa o aumento por demanda de energia e maior consumo de recursos não renováveis, como combustíveis fósseis, petróleo, carvão e gás natural. Esses combustíveis se originaram a partir de restos de seres vivos que foram se depositando ao longo de milhões de anos em camadas muito profundas da crosta terrestre e transformados pela ação da temperatura e pressão e, em curto prazo de tempo, o homem explora e os queima, liberando para a atmosfera grandes quantidades de carbono, quantidades estas que foram acumuladas há cerca de 65 milhões de anos.

Sem dúvida nenhuma, o uso de combustíveis fósseis tem fornecido energia para transformar grande parte do nosso planeta por meio do desenvolvimento industrial, da agricultura intensiva e da urbanização. Entretanto, é evidente a interferência das ações humanas sobre uma diversidade de problemas ambientais, entre eles, as mudanças climáticas. A compreensão das mudanças climáticas envolve muitos fatos, a evidência é bastante clara a partir de observações e análises, mas os fatos não são suficientes. O papel dos cientistas é apresentar os fatos, as perspectivas e as consequências, mas a decisão sobre o que fazer com eles envolve todos. Assim, os valores, a equidade entre nações e gerações, os interesses, o princípio da precaução, a ideologia e muitos outros fatores entram em jogo para decidir se não devemos fazer nada e sofrer as consequências, ou se devemos agir. O fato é que a mudança climática é um problema global com graves implicações: ambiental, social, econômica, política - e representa um dos principais desafios que a humanidade se depara nos dias atuais e, certamente, enfrentará em um futuro não muito distante. Os cientistas têm dois desafios urgentes: avançar no conhecimento científico e envolvê-lo integralmente nas políticas locais, nacionais e globais.



Leila Teresinha Maranho - bióloga, doutora em Engenharia Florestal, é coordenadora do Mestrado Profissional em Biotecnologia Industrial

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