Pesquisar no Blog

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Evidências da neurociência sobre os efeitos positivos do bilinguismo na educação infantil


Falar duas ou mais línguas é considerado cada vez mais importante em um mundo globalizado e multilíngue, principalmente quando se trata de idiomas de prestígio, como inglês, francês ou alemão. Muitos pais acreditam que dar a seus filhos a oportunidade de aprender outras línguas, desde cedo, seja fundamental para assegurar êxito profissional e pessoal. A expectativa é de que esse investimento no potencial das crianças funcione como uma “fórmula de sucesso”, capaz de garantir excelentes oportunidades de emprego e lazer no futuro.

Entretanto, se por um lado é grande o número de pais que se preocupam em garantir que seus filhos comecem a aprender outras línguas, desde cedo, para evitar que as crianças passem pelas dificuldades que eles tiveram, por outro, o bilinguismo ainda é um tema que gera dúvidas e apreensão, muitas delas resultantes de décadas de desinformação e preconceito.

Muitos mitos e fake news foram criados com relação aos efeitos maléficos do bilinguismo na fase infantil, que implicaria em uma possível dificuldade no aprendizado da língua-mãe ou ainda em casos de déficit de atenção. No entanto, a Neurociência tem demonstrado, na prática, que se trata de equívocos e vem desmistificando alguns desses mitos. A verdade é que, em condições normais, as crianças aprendem a falar qualquer língua sem esforço, da mesma forma como aprendem a caminhar, andar de bicicleta.

O bilinguismo infantil funciona de modo distinto do que ocorre no aprendizado de uma língua adicional na idade adulta: é um processo espontâneo que acontece naturalmente, desde que a criança possua oportunidades amplas de ouvir as duas línguas e tenha motivação suficiente para usá-las. As pesquisas comprovam ainda que os estágios de desenvolvimento da linguagem são os mesmos, no caso das crianças monolíngues e bilíngues, independentemente da condição social das famílias e da quantidade de exposição que elas possuam de suas línguas.

Crescer com mais de uma língua pode trazer uma série de vantagens linguísticas e cognitivas. Uma dessas é justamente o maior conhecimento da estrutura e funcionamento da linguagem e uma maior habilidade de, precocemente, distinguir entre forma e significado das palavras, uma capacidade denominada consciência metalinguística, que é considerada essencial para o desenvolvimento bem-sucedido da leitura e da escrita.

Isso se deve, em parte, ao fato de os bilingues fazerem uso de palavras distintas para um mesmo objeto, uma em cada língua, sendo capazes de expressar um mesmo conceito de maneiras distintas. Além disso, as crianças bilingues parecem possuir uma maior capacidade de reconhecer que as pessoas podem perceber o mundo a partir de perspectivas diferentes, devido à prática constante que possuem de escolher a língua de acordo com o contexto que estão inseridas.

Há evidência, ainda, que as crianças bilíngues demonstram ser capazes de gerenciar o controle de atenção precocemente em relação às crianças monolíngues, focando a atenção e ignorando detalhes irrelevantes com mais facilidade, mostrando ter também mais sucesso ao executar tarefas simultaneamente ou ao mudar de tarefa rapidamente, uma habilidade conhecida como flexibilidade cognitiva.

Além disso, a “mistura” de línguas, chamada de code-switching, é um fenômeno que caracteriza a fala bilíngue em todas as idades e, de forma alguma, revela aquisição incompleta das línguas. Pelo contrário, o que as pesquisas atuais comprovam é que os bilíngues fazem uso otimizado de suas línguas, sempre considerando o contexto no qual estão inseridos, usando somente uma língua sempre que necessário ou usando duas quando a interação permitir essa alternância, não trazendo efeitos negativos para a compreensão da sua mensagem.

As crianças capazes de falar mais de uma língua com fluência são consideradas muitas vezes pequenos gênios superdotados. Entretanto, sabe-se que o domínio de duas ou mais línguas não resulta em maior inteligência. O fato é que o desenvolvimento das capacidades cognitivas decorrente da aprendizagem de línguas adicionais, em qualquer idade, traz vantagens aos bilíngues em muitas situações da vida cotidiana.

As vantagens bilíngues demonstradas por meio de estudos de neurociência derivam do fato de que o cérebro bilíngue deve, constantemente, gerenciar duas línguas que estão ativas ao mesmo tempo. O cérebro de uma criança não conhece a diferença entre línguas de prestígio, línguas minoritárias ou dialetos. Como é a coexistência de mais de uma língua no cérebro que traz vantagens, o aprendizado de qualquer idioma propicia o desenvolvimento das crianças, uma vez que todas as línguas são recursos linguísticos e cognitivos, além de sociais e culturais.





Profa. Dra. Ingrid Finger - coordenadora do Laboratório de Bilinguismo e Cognição da UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul


Escolas e universidades possuem uma verdadeira lição de casa para se adequar à LGPD, diz especialista


O setor de ensino precisa acelerar a implementação da lei para a coleta de dados pessoais em contratos e na renovação da matrícula dos alunos para o próximo ano.


O prazo é agosto de 2020, mas, alguns setores da economia brasileira precisam acelerar o passo para a implementação das exigências previstas pela Lei Geral de Proteção de Dados, ou simplesmente, LGPD. A normativa está causando grande repercussão entre as companhias, seja de pequeno, médio ou grande porte, e alguns setores precisam lidar com questões mais específicas, de acordo com o seu modelo de negócio. 

É o que acontece com as escolas e universidades. As instituições de ensino lidam com dados pessoais de alunos, funcionários e terceirizados, que, possuem aspectos importantes para serem observados pelas instituições de ensino, independentemente se os dados são tratados de forma física ou digital. O especialista em segurança da informação da Indyxa, empresa blumenauense especializada em soluções e serviços de tecnologia, Tiago Brack Miranda, explica que, no caso de crianças, menores de 12 anos, a lei exige o consentimento específico dos pais ou responsáveis legais para o tratamento dos dados pessoais. “Para os demais alunos, a pessoa responsável pelo controle dos dados poderá possuir a base legal da realização de suas atividades para o tratamento das informações. Já para os dados classificados como sensíveis, ou seja, uma informação que comprometa o seu titular, o consentimento deverá ser obtido antes de qualquer coleta”, diz.

A necessidade de revisão de todos os documentos contratuais existentes com seus alunos, funcionários e terceirizados, além da implementação de uma política de proteção de dados e de privacidade, são os principais aspectos previstos pela lei para o setor de ensino. “A lei também indica a necessidade de investimentos na camada de segurança da informação de escolas e universidades, que tenham como objetivo a proteção dos dados contra vazamentos”, explica Miranda.

Para o especialista, o principal passo que as instituições de ensino devem seguir é dar início ao projeto de governança sobre a privacidade e proteção de dados. “Por exemplo, é fundamental ter o mapeamento correto dos dados pessoais e sensíveis dentro da organização, para poder entender quais dados utilizamos, o motivo e a base legal para aquele tratamento. Além disso, é necessário o entendimento da maturidade sobre a segurança da informação, para que os investimentos apropriados em tecnologia sejam executados conforme indica a nova lei. Por último, a conscientização dos colaboradores será fundamental para que o projeto tenha sucesso e todos estejam engajados na proteção dos dados”, destaca Tiago.


Lição de casa para as instituições de ensino

As escolas e universidades precisam informar ao titular, que dados a instituição possui sobre aquela pessoa. Além disso, é necessário oferecer quando não houver base legal, a imediata retificação ou exclusão desses dados. Para isso, é fundamental possuir o mapeamento correto dos dados pessoais de seus alunos e funcionários.

Por último, camadas de segurança da informação aplicada conforme o que indica a lei, para excluir possíveis riscos que possam existir para a ocorrência de vazamento de dados ou outros incidentes de segurança da informação.

Miranda destaca que para as instituições de ensino, o principal investimento a ser feito é a capacitação dos funcionários. Ele alerta que o vazamento de dados pode acontecer de forma não intencional por um funcionário que não foi capacitado e informado sobre a proteção e privacidade dos dados pessoais. “Além disso, todos os alunos devem estar cientes sobre os termos de privacidade e de acordo para que a coleta possa ocorrer”, afirma.

Para os alunos, pais e responsáveis, a lei chega para proporcionar mais segurança. Com a entrada em vigor da normativa, as instituições de ensino precisam garantir que os dados coletados tenham bases legais. Ou seja, dados que não possuem uma base legal, não deverão ser mais coletados. “É importante que todos leiam com atenção os novos termos de consentimento que virão, para que de fato os dados autorizados para coleta e tratamento tenham uma justificativa coerente com a necessidade das instituições”, finaliza o especialista em segurança da informação, Tiago Brack Miranda.

Estudos comprovam que mindfullness melhora desempenho escolar



Prática da atenção plena pode ser treinada por crianças, com foco na respiração e nos cinco sentidos.


O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) divulgou dois estudos no fim de agosto sobre os benefícios da prática de mindfullness em crianças. Segundo as pesquisas científicas, que são as primeiras a avaliar os benefícios comportamentais e neurais da prática, alunos da Educação Fundamental podem ter benefícios acadêmicos e de bem-estar ao praticar meditação de forma rotineira.


O mindfullness é a habilidade de focar no presente, de maneira ativa, evitando distrações. Pode ser desenvolvida por meio de exercícios de concentração e respiração, em que, no caso das crianças, devem ser iniciadas aos poucos e, com o tempo, ir evoluindo. Além dos benefícios conhecidos pelo mundo corporativo – como maior foco e atenção – o universo escolar também sai ganhando. As pesquisas comprovaram que alunos do 6º ano que praticaram atenção plena com frequência afirmaram ter menos estresse e reagiram melhor diante de situações que poderiam indicar medo.  

No Colégio Marista Anjo da Guarda, em Curitiba (PR), a prática já está na rotina das turmas da Educação Fundamental Anos Finais (do 6º ao 9º ano) e em breve vai abranger também os alunos de 1º ao 5º ano. De acordo com a professora de Yoga da escola, Tatiana H. Nieweglowski, a atividade ajuda a diminuir a ansiedade e o estresse dos estudantes. “Assim como qualquer exercício, a meditação precisa de dedicação e prática, mas os resultados valem a pena e são bastante visíveis, especialmente em crianças”, comenta. Segundo ela, ter a capacidade de focar em algo e estar plenamente na execução de uma tarefa ou no momento presente, é algo que será útil para toda a vida e quanto antes for praticado, mais chances terá de ser incorporado aos hábitos de vida.

Confira dicas da professora para quem quer começar a praticar o mindfullness:

Prática na observação da respiração:

Observar a própria respiração, mesmo que por alguns instantes no dia, contribui positivamente para nos trazer para o momento presente. Pode-se aprofundar a prática de atenção plena sentando-se confortavelmente em um local tranquilo, com a coluna alinhada e colocando a atenção no ar que entra e no ar que sai pelas narinas, expandindo toda a região torácica. Realizar esta prática por um período de 5 minutos diários, irá gerar frutos muito positivos para a mente e o corpo físico, trazendo mais energia, equilíbrio e vitalidade no dia-a-dia.


Prática dos 5 sentidos:

Iniciar aos poucos e com itens do dia a dia é a melhor maneira de começar a praticar o mindfullness. A dica é escolher um sentido a cada dia e trabalhar nele por alguns minutos.

Visão – acender uma vela e observar a chama queimar por cerca de 3 minutos sem interrupções. Ou ainda, fixar o olhar em algum pequeno objeto e concentrar sua atenção, sem desviar seu foco.

Olfato – usando um aromatizador de ambientes, ou óleo essencial aromatizado, focar nos diferentes aromas que ocupam o ambiente.

Audição – com ajuda de um sino ou um instrumento que faça sons longos, observar as variações de volume e entonação dos sons emitidos, focando somente nesse sentido.

Paladar – escolher uma refeição do dia e se alimentar lentamente, mastigando bem os alimentos, fazendo pequenas pausas entre uma “garfada” e outra, sentindo todos os sabores na boca.

Tato – utilizando um pote com areia, farinha ou fubá, explore a textura do material em suas mãos, deixando de lado todos os outros pensamentos pelo período escolhido.





Rede Marista de Colégios (RMC)
www.colegiosmaristas.com.br

Posts mais acessados