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Em
um ambiente de saudável e acirrada concorrência o diferencial é ter um
compromisso inegociável com a qualidade e o investimento contínuo no
desenvolvimento e aperfeiçoamento de soluções técnicas. Neste ambiente
empresas inovadoras ficam pesquisando, às vezes, por longos anos, para só
depois investirem no desenvolvimento de um produto.
Neste
cenário, as empresas de distribuição de energia declaram grande preocupação com
a eficiência de suas redes elétricas, mas então por que razão instalam produtos
de tecnologia ultrapassada e produtos com padrões de similaridade, porém de
qualidade e desempenhos diferentes? Será que esta busca para se ter um ambiente
de concorrência e buscar redução de custos não é o barato que sai caro? Na
análise comparativa do OPEX anual está havendo uma redução com esta política? É
certo que há outros fatores que incidem sobre este indicador, as severas
condições climáticas é uma delas, mas resguardando-se este fator há de fato uma
redução? Além de uma reflexão, uma análise mais detalhada pode surpreender e
demonstrar algo que não se quer ver.
O
mesmo raciocínio se aplica as usinas solares ao escolher um produto não
certificado e muitas vezes sem procedência e provocar sérios efeitos
colaterais. Há “cópias” que durante seu processo de manufatura não tem um
mínimo de padrão de qualidade, utilizam-se materiais “similares”, mas de baixa
qualidade e que não atendem requisitos mínimos de desempenho e segurança e o
resultado são prejuízos com retrabalhos e muitas consequências negativas. Não
se pode comprar um carro e trocar aleatoriamente o tamanho das rodas sem que
haja consequências no seu uso. Ocorre o mesmo no sistema elétrico.
É
bom ressaltar que em caso de falhas técnicas, antes do ressarcimento a
seguradora de um parque solar vai investigar se a queima de uma placa
fotovoltaica foi pela falta de qualidade de um conector não certificado. Quando
um conector tem certificação, além da proteção natural, o segurado paga um
valor mais baixo da apólice, então por que comprar dispositivos não
certificados? O cliente pretende economizar no conector ou no seguro? Qual o
custo de uma usina parada e não produzindo? O conector mais barato vale este
custo?
No
setor elétrico brasileiro, a pirataria de equipamentos e componentes elétricos
têm sido um sério problema. Além dos conectores, há falsificação de produtos
como conectores, disjuntores, cabos e outros vários componentes. Por essa
razão, tanto a indústria do setor elétrico precisa investir mais em proteção da
propriedade intelectual como os consumidores precisam aumentar sua consciência
em relação à importância de comprar apenas produtos originais.
Quando
há um projeto de uma peça produzida em um tipo de metal para o contato
elétrico, esta é uma decisão técnica sobre medida, tecnológica e científica, e
este pequeno detalhe pode ser um divisor, entre uma resposta final extremamente
satisfatória ou não. No caso do conector com o metal impróprio mal dimensionado
ou de baixa qualidade para sua destinação, o item já nasce com uma deficiência
técnica natural.
A
utilização de produtos genuínos na área elétrica é de fundamental importância
para garantir segurança, eficiência e durabilidade das instalações elétricas.
Ao optar por produtos originais, o usuário estará investindo em um sistema
elétrico mais confiável, seguro e no bom funcionamento dele como um todo.
Também protegerá pessoas, bens e muitas vezes o próprio meio ambiente.
A
escolha pelo gadget
genuíno pode também direcionar naturalmente para uma ‘certificação de
qualidade’, demonstra sobretudo ao mercado nacional ou internacional que a
indústria segue padrões de excelência e por isso tem um diferencial de mercado,
que é seu comprometimento com padrões de qualidade, cuidado ambiental, e até
com a saúde ocupacional e segurança do trabalho. Ela atesta também o
comprometimento com a progresso contínuo e a satisfação do cliente.
Diversos
acidentes já ocorreram, alguns com gravidade, envolvendo o uso de produtos
elétricos similares e/ou pirateados. A utilização de componentes e equipamentos
elétricos similares, falsificados e não originais representam sempre a
possibilidade de risco à segurança de trabalhadores e instalações. Os
dispositivos “copiados” e/ou pirateados muitas vezes não passam por testes de
qualidade rigorosos e por vezes mascaram testes, o que invariavelmente resultam
em produtos de baixa qualidade, peças defeituosas e isolamento inadequado. Como
não atendem também às normas técnicas e de segurança, aumenta a chance de
incêndios e descargas elétricas.
Em
geral os produtos pirateados não possuem ‘termo
de garantia’
do fabricante contra defeitos de fabricação, o que deixa o comprador
desamparado em caso de problemas técnicos. Como são uma cópia grosseira de
produtos originais podem resultar num produto anômalo, com componentes que não
se encaixam corretamente ou que sobrecarregam o sistema elétrico.
Todos
os produtos originais são projetados para funcionar com maior eficiência
energética, ajudando a reduzir o consumo de energia e os custos operacionais ao
longo dos anos. As cópias e os pirateados, por sua vez, podem ainda danificar
outros equipamentos conectados à rede elétrica, gerando custos adicionais com
reparos e substituições.
Os
modelos falseados têm boa chance de produzir avarias permanentes a outros componentes
ou sistemas, especialmente em instalações complexas. As “cópias” e os “piratas”
podem resultar em despesas pesadas de reparo ou até na substituição total dos
dispositivos. Embora produtos originais possam ter um custo inicial mais alto,
sempre proporcionam melhor desempenho e durabilidade, porque evitam
substituições frequentes e consertos, o que a longo prazo gera economia.
Há
players do mercado
eletroeletrônico que podem entender que copiar e piratear seja uma ‘forma
natural’ de engenharia reversa
ou retroengenharia
‘informal’. Esse pensamento está absolutamente errado, e pode ser usado até por
má fé. De acordo com especialistas, a engenharia
reversa é o processo que analisa um produto para entender como
é seu funcionamento, com o objetivo de criar um produto semelhante ou
compatível. Já a “cópia” mal feita com adoção de materiais similares para sua
fabricação e a pirataria consiste
na produção de uma cópia ou reprodução não autorizada de um produto patenteado,
registrado no INPI, com o objetivo de comercializá-lo ilegalmente.
O
fato é que a engenharia
reversa legal e a pirataria
ilegal podem ter uma linha tênue entre elas, principalmente
quando se trata de produtos complexos como são os eletroeletrônicos, mas a
legislação vigente tem que ser regiamente cumprida, sem falsas interpretações.
Neste cenário até o abuso da informação, ou seja, o levantamento exagerado de
elementos e dados para serem aproveitados na fabricação de produtos são também
uma prática ilícita, segundo especialistas do setor jurídico.
O
estudo Piracy in electrical
and electronic products - Anti-counterfeiting best practice and strategies – (Pirataria
em produtos elétricos e eletrônicos - Melhores práticas e estratégias
antifalsificação) publicado pela International
Electrotechnical Commission (Comissão Internacional Eletrotécnica)
revelou há 10 anos que os produtos elétricos e eletrônicos falsificados
ocupavam o segundo lugar em produtos falsificados só abaixo dos produtos
farmacêuticos. “De componentes como conectores, fusíveis, cabos e disjuntores a
equipamentos domésticos, ferramentas de trabalho profissionais e peças de
reposição automotivas e aviação, nada está salvo da falsificação”. Portanto, todos temos que fazer nossa
parte.
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