As imagens impactantes do incêndio na Cinemateca Brasileira, que atingiu um depósito da instituição na zona oeste de São Paulo, no final de julho, provocaram grande comoção com perdas culturais inestimáveis. A destruição de parte significativa do acervo audiovisual do país aconteceu na mesma semana da reinauguração do Museu da Língua Portuguesa, outro importante tesouro cultural da capital paulista que foi consumido pelas chamas, em 2015, e precisou de quase seis anos para ser reconstruído e reaberto. Duas tragédias que poderiam ser evitadas com um serviço de armazenamento seguro adequado.
Proteger o legado e a história é fundamental para a
preservação da identidade de um povo e de suas manifestações artísticas, bem
como para caminhar rumo a um futuro que aproveita o aprendizado do passado para
acelerar a evolução do conhecimento. Com o avanço da tecnologia e a melhoria de
processos, os acervos podem ficar a salvo de acidentes desse tipo. Hoje em dia,
empresas especializadas em serviços de armazenamento e conservação abrigam as
coleções das maiores instituições culturais no mundo todo.
Salvaguardar esse patrimônio de forma correta e
segura representa uma missão para que as próximas gerações tenham acesso a essa
herança tão valiosa da humanidade. Filmes, roteiros em papel ou digitalizados,
gravações de músicas, composições, manuscritos, partituras e mídias variadas,
entre outras obras de arte, são guardados por décadas em cofres climatizados e
à prova de incêndios, com proteção ideal também contra temperaturas extremas, umidade,
poeira, ácaros, agentes contaminantes e danos causados pelo tempo.
Esse know-how torna-se essencial não apenas para o
setor cultural, mas para instituições e empresas de todos os segmentos, que têm
dificuldade para organizar os seus arquivos e precisam acelerar a transformação
digital. Algo ainda mais urgente no cenário atual, em que o volume de
informações geradas não para de crescer. O armazenamento seguro e o tratamento
correto dos dados são a solução ideal para otimizar tempo, ter maior domínio
dos próprios recursos e evitar perdas irreparáveis.
No entanto, enquanto as organizações corporativas
têm agilizado essa adaptação com o auxílio de parceiros especializados, vemos
com preocupação que grande parte das entidades culturais do país, notadamente
as administradas por órgãos públicos, ainda não se atentam para tal
necessidade. Nesse sentido, observa-se um ritmo bem mais lento em relação às
empresas, que se apressam em fazer a migração para sistemas mais modernos não
só para ganhar eficiência, mas também para eliminar
riscos de vazamento de arquivos confidenciais. Algo que agora se tornou
imperativo, por determinação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que
impõe penalidades, já a partir de agosto de 2021, para as organizações que não
cumprirem as regras de resguardo relativas a informações sigilosas de clientes
e usuários.
Os ganhos são muitos a partir desse passo. Graças a
novidades tecnológicas de última geração, os itens arquivados também podem ser
localizados rapidamente dentro das diversas plataformas, capazes de unificar a
guarda de bens físicos e digitais. Uma ferramenta poderosa para musicólogos,
historiadores, pesquisadores, artistas e o público em geral.
Por tudo isso, cada vez mais esse serviço, que
acumula setenta anos de experiência e evolução em armazenamento seguro,
desempenha um papel imprescindível na preservação de ativos e patrimônios
culturais. Trata-se de uma tendência para o futuro, afinal, a melhor forma de preservar
algo é compartilhá-lo com outras pessoas, mas com o devido cuidado, e sempre
amparado por uma efetiva infraestrutura contra todos os tipos de desastres.
Orlando Souza - presidente da Iron Mountain Brasil (líder global em armazenamento e gerenciamento de dados e
simplificação de processos)