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quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Conheça a mononucleose: doença transmitida pelo beijo



As doenças contagiosas, ocasionadas por vírus ou bactérias, costumam ser motivo de preocupação; a boca pode ser a principal porta de entrada


Beijar estimula 29 músculos e queima em torno de 12 calorias. Porém, além do gasto de energia, o beijo pode ser a brecha para algumas doenças contagiosas como, por exemplo, a mononucleose, conhecida popularmente como doença do beijo. Causada por um vírus da família da herpes, chamado Epstein-Barr (EBV), sua transmissão ocorre através do contato com a saliva contaminada.

Segundo Paulo A. Sampaio, clínico geral, do Hapvida Saúde, quando contraída na infância, a patologia passa despercebida, já que a maioria das crianças não manifestam sintomas. “A maior incidência está entre os 15 e 24 anos, faixa etária que mais apresenta infecção sintomática.  Após os 30 anos, a ocorrência torna-se rara, uma vez que grande parte do grupo foi exposto ao vírus em algum momento da vida”, explica o clínico geral.

O período de incubação, intervalo de tempo desde a contaminação até o surgimento dos primeiros sintomas, acontece em média de quatro a oito semanas. Os indícios são similares a faringites, causadas por outros vírus e bactérias, e com a síndrome da fadiga crônica. “Os sintomas típicos englobam febre, cansaço, dor de garganta e crescimento dos linfonodos do pescoço (ínguas). A sensação de cansaço prolongado, normalmente, pode surgir por reativações mais fracas do vírus”, diz Sampaio.

A transmissão do vírus Epstei-Barr acontece de humano para humano, através do contato com a saliva. “Além do beijo, o contágio se realiza por intermédio da tosse, espirro e uso em comum de objetos de uma pessoa contaminada, como copos e talheres”, enfatiza.

De acordo com Sampaio, o tratamento baseia-se nos sintomas e requer repouso. “Não há medicamentos específicos para o vírus e o quadro costuma apresentar melhoras espontaneamente em duas semanas. Em virtude do risco de ruptura do baço, recomenda-se evitar exercícios físicos por pelo menos quatro semanas”.

Veja as formas de prevenção contra a doença:

  • Lavar bem as mãos sempre que estiver em locais públicos: o contato com a saliva e o muco infectado existe mesmo sem o ato do beijo. Basta colocar a mão contaminada próximo da boca. Por isso, recomenda-se lavar as mãos sempre que estiver em locais públicos. Isso pode ser essencial para evitar a contaminação;
  • Conhecer melhor as pessoas antes de se relacionar: mesmo que isso não lhe dê garantias, pode reduzir as chances de contágio;
  • Não compartilhar objetos pessoais como talheres, copos, escovas de dentes, entre outros;
  • Não beijar uma criança na boca: o costume pode ser um ato carinhoso, mas não é nada higiênico. O hábito permite a transmissão de vírus, bactérias e cáries;
  • Não colocar e/ou permitir que outras pessoas levem objetos infantis à boca, como chupetas, mordedores e mamadeiras;
  • Não tossir ou espirrar perto de outras pessoas: se não for possível, coloque o rosto contra um objeto de forma que crie uma barreira. Pode ser a manga de uma blusa, um lenço ou tolha.

Quatro hábitos evitáveis que contribuem para o aumento na incidência de câncer entre jovens






 No Dia Mundial do Câncer, especialista do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – Grupo Oncoclínicas alerta sobre comportamentos nocivos à saúde que têm lavado ao aumento na taxa de tumores entre adultos nascidos nos anos 1990



Estimativas apontam que a cada ano são feitos 12 milhões de diagnósticos de câncer no mundo. Se considerarmos apenas o Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), foram registrados em torno de 600 mil novos casos em 2016 – em 2015, eram 520 mil. Considerando total global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que uma grande parte dos casos estão relacionados ao nosso modo de vida. E mais: a entidade destaca a perigosa relação entre hábitos pouco saudáveis da nova geração e o aumento nos índices de tumores entre jovens com menos de 30 anos.

"O câncer é segunda maior causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos no país, perdendo apenas para óbitos decorrentes de acidentes e violência. Entre 2009 e 2013, de acordo com os dados mais recentes fornecidos pelo Inca, 17.500 jovens brasileiros morreram em decorrência de tumores malignos", diz o Dr. Andrey Soares, oncologista clínico do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – Grupo Oncoclínicas.

O especialista explica que a somatória destes dados resulta em um alerta importante: é preciso rever nossos hábitos de vida – ou a falta deles – para frear as estatísticas crescentes ano a ano. "O incentivo à prática constante de exercícios físicos, dieta equilibrada, consumo moderado de bebidas alcoólicas e outras medidas simples surgem não apenas como iniciativas essenciais para frear os índices aumentados do câncer como uma maneira de promoção à qualidade de vida e bem estar geral. Essas medidas contribuem também para a potencialização do processo de tratamento para pessoas diagnosticadas com a doença e outras condições como diabetes e hipertensão".

Para reforçar essa percepção, o Dr. Andrey ressalta que sobrepeso e sedentarismo estão no topo dos fatores que afetam especialmente a saúde da geração de adultos nascidos nos anos 1990. "Millennials têm o dobro de risco de desenvolver câncer no cólon (segmento do intestino grosso) e quatro vezes mais chance de receberem um diagnóstico de câncer no reto em comparação à geração Baby Boomers, indivíduos com 55 anos ou mais, apenas para citar mais um exemplo dos malefícios do sedentarismo e da ingestão de alimentos pobres em vitaminas e fibras", afirma o oncologista do CPO, citando estudo recentemente promovido pela Sociedade Americana de Câncer (ACS, sigla do inglês American Cancer Society).

E não são só os tumores intestinais que estão relacionados ao nosso comportamento diário. A obesidade já tida como importante contribuinte para o aparecimento de ao menos outros nove tipos de câncer: esôfago, vesícula, fígado, pâncreas, rins, útero, ovário, mama e próstata. "Fatores como sedentarismo, consumo aumentado de carne vermelha, fast food, comida processada, álcool e cigarro também são hábitos comuns entre os jovens que podem trazer malefícios à saúde. Se não atentarmos para os hábitos que colaboram para a redução do risco de câncer, teremos futuramente um contingente cada vez mais aumentado de pacientes nos consultórios oncológicos", finaliza.

Abaixo, Dr. Andrey Soares lista os principais fatores que podem contribuir para o surgimento do câncer:


Tabagismo: Antigamente, o hábito de fumar era visto com elegância e glamour, sendo incentivado até pelas propagandas que mostravam atores famosos tragando seus cigarros, o que estimulava esse costume entre as pessoas mais jovens. O cigarro era liberado nos restaurantes e até na sala de aula. Hoje, o uso do cigarro pela geração Millenials, na maioria das vezes, vem acompanhando de bebidas alcoólicas. Estimativas apontam que 75% dos casos de câncer de pulmão são decorrentes do uso do tabaco e os fumantes têm cerca de 20 vezes mais risco de desenvolver a doença. Além disso, o cigarro também é responsável pelo aparecimento do tumor na cabeça e pescoço.


Etilismo: O consumo exagerado de bebidas alcoólicas tem se mostrado um dos hábitos mais frequentes entre jovens adultos. Essa prática traz consequências para a saúde física, sendo um depressor do sistema nervoso central e gerando impactos nocivos a diversos órgãos, como o fígado, o coração e o estômago. Uma pesquisa publicada no Alcohol and Alcoholism mostra que as consequências podem ser ainda maiores: segundo o periódico basta uma dose de bebida alcoólica por dia para aumentar o risco das mulheres desenvolverem câncer de mama em 5%. A conclusão é parte de uma revisão de 113 estudos feita por pesquisadores da Alemanha, França e Itália. Para mulheres que bebem mais – três ou mais doses por dia – o risco de contrair a doença aumenta em 50%.


Sedentarismo: Pode parecer um pouco clichê relacionar a saúde com a prática de exercícios físicos diários, mas esse é um fator que pode diminuir bastante o risco de aparecimento da doença. Mais de um terço dos jovens brasileiros está acima do peso, de acordo com dados do Ministério da Saúde e, esse fato, leva a um risco maior de desenvolver doenças como colesterol alto, diabetes e hipertensão arterial. Com o avanço da tecnologia, os jovens passam mais horas em frente ao computador, plugados no celular ou tablets, deixando de lado as atividades físicas. Mas com pequenos ajustes na rotina, como pequenas caminhadas diárias e subir e descer escadas ao invés de utilizar o elevador, é possível dar um salto na qualidade de vida e prevenir inúmeras doenças, não apenas o câncer. A recomendação da OMS é que pessoas de 18 a 64 anos pratiquem pelo menos 150 minutos de exercícios moderados por semana – ou, em média, pouco mais de 20 minutos por dia.


Infecções Virais: A geração de jovens e adultos com menos de 30 anos preza e valoriza muito a liberdade sexual. Trata-se de um grupo que nasceu após o "boom" do HIV e, apesar de bem informada e consciente dos riscos envolvendo doenças sexualmente trasmissíveis, apresenta índices elevados de contágio pelo chamado papilomavírus humano – conhecido como HPV. Mais comum tipo de infecção sexualmente trasmissível em todo o mundo, o vírus atinge de forma massiva a população feminina - 75% das brasileiras sexualmente ativas entrarão em contato com o HPV ao longo da vida, sendo que o ápice da transmissão do vírus se dá na faixa dos 25 anos.

Após o contágio, ao menos 5% dessas brasileiras irá desenvolver câncer de colo do útero em um prazo de dois a dez anos, uma taxa alarmante. O tumor já é considerado um problema de saúde pública no Brasil e faz parte do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) no país, o que inclui a vacinação contra o HPV para meninos e meninas com idades entre 9 e 26 anos. Além do HPV, existem algumas infecções virais que também podem estar relacionadas ao aparecimento do câncer. A hepatite B e C, por exemplo, podem desenvolver o câncer de fígado. Já o HIV pode ser responsável por tumores hematológicos como linfoma.


Exposição Solar: Os jovens estão acostumados a se prevenirem contra o sol quando vão para a praia no verão. Porém, a exposição solar vai muito além, pois para pessoas que costumam ficar expostas aos raios solares, é preciso reforçar o uso do protetor diariamente, principalmente no rosto. Se a exposição for maior, como na praia ou piscina, por exemplo, é importante abusar do protetor no corpo todo, usar chapéus e evitar horários em que a incidência solar esteja mais forte. Em geral, as pessoas costumam relacionar os casos de câncer de pele exclusivamente ao melanoma, mas 95% dos casos de tumores cutâneos identificados no Brasil são classificados como não melanoma, um índice que está diretamente relacionado à constante exposição à radiação ultravioleta (UV) do sol.






Dia Mundial do Câncer: o passo entre as suspeitas e o tratamento



Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa era de que no Brasil fossem diagnosticados quase 600 mil novos casos de câncer só em 2017. Entre os mais comuns nos homens está o de próstata, com mais de 61 mil novos registros, e nas mulheres o de mama, com quase 58 mil. Por sua vez, as neoplasias de pele que não são melanoma equivalem a pelo menos 175 mil dessas ocorrências.

A mesma realidade é encontrada em todo o mundo, justificando a criação de datas voltadas para a conscientização da população acerca da importância de um diagnóstico precoce e de qualidade, bem como acesso ao tratamento. No dia 04 de fevereiro é marcado o World Cancer Day (Dia Mundial do Câncer), iniciativa da União Internacional pelo Controle do Câncer (UICC na sigla em inglês). Em 2018 se encerra a campanha global “Eu posso, nós podemos”, voltada às ações que podem ser tomadas em nível individual e coletivo contra a doença.

Uma pessoa pode ter uma suspeita de câncer em virtude de achados específicos, como nódulos perceptíveis no autoexame das mamas, ou sintomas mais inespecíficos, como fraqueza e mal estar, que exigem uma bateria de exames, além do olhar treinado de médicos especialistas para um diagnóstico correto. Independentemente do sintoma inicial, essa suspeita de câncer só será definida com precisão depois de passar por uma análise anátomo-patológica de qualidade, sendo este o exame diagnóstico mais específico na maioria dos casos.



Por trás do diagnóstico

Ainda desconhecidos pela população, existem especialistas que são responsáveis pelo pontapé inicial na luta contra o câncer, mas que geralmente não aparecem nas campanhas: os médicos patologistas, que precisam de pelo menos 3 anos de especialização após o curso de medicina e constantes atualizações internacionais. Eles podem até não ver os pacientes por inteiro, mas passam horas no microscópio examinando suas amostras de tecidos e órgãos suspeitos para alguma doença. Quando um câncer é detectado, os médicos patologistas descrevem seu tipo, se possuem características de agressividade, se foi totalmente retirado e, por vezes, informam até achados que indicam alterações genéticas nos pacientes. São essas as informações que são descritas em um laudo anátomo-patológico, que é utilizado pelos médicos assistentes para definir o tratamento mais adequado.

“São todos termos bem técnicos para análises que, em resumo, ajudam a indicar os rumos que serão tomados para o combate da doença. Em geral, é possível que a medicina personalizada seja o caminho para o tratamento da maior parte dos pacientes.”, explica o Dr. Clóvis Klock, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).

Entender as particularidades de cada tipo de câncer é fundamental para realizar um rápido diagnóstico com o tratamento mais preciso. Os câncers de mama e de próstata estão entre os casos mais comuns no Brasil e são exemplos de situações em que exames preventivos devem ser feitos evitando a redução das chances de cura. Um exame preventivo alterado, como um nódulo na mama identificado no autoexame ou uma área endurecida identificada no toque de próstata, não indica a presença de câncer, mas sim a necessidade de determinar se o achado representa doença maligna ou apenas uma alteração do tecido normal. “Quando há a incerteza é que entra em cena o médico patologista, pois só esse especialista é capaz de determinar o caráter da lesão. No auge da dificuldade é que submetemos aos exames mais profundos e especializados para o auxílio”, ressalta o presidente da SBP.






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