Grande parte dos acidentes acontecem dentro de casa. Ocorrências também são mais recorrentes durante as festas juninas
Os acidentes com queimaduras costumam ocorrer em diversos
contextos, a começar por situações rotineiras como cozinhar, acender
churrasqueira e passar roupa. Com a chegada de junho, mês marcado pelos
tradicionais festejos de Santo Antônio, São João e São Pedro, cresce ainda mais
a preocupação diante dos episódios gerados pela utilização de fogos de
artifício e fogueiras.
Estima-se que no Brasil, todos os anos, cerca de um milhão
de pessoas são vítimas de queimaduras. De acordo com os dados do Ministério da
Saúde, 77% dos casos acontecem em ambientes domésticos – sendo crianças e
idosos os mais vulneráveis. As hospitalizações também são frequentes, com
registro de 150 mil internações anuais causadas por lesões capazes de afetar a
pele, músculos, tendões e ossos.
Esses números revelam a importância da campanha que visa
trazer à tona os riscos e prevenir ocorrências, que geralmente são motivadas
pelo contato com agentes inflamáveis (álcool, gasolina, etanol, querosene,
diesel) e líquidos quentes, choques elétricos e fogo. No que diz respeito à
última causa citada, o cirurgião plástico do Hospital Mater Dei Premium Goiânia,
Sylverson Rassi, sugere impedir que as crianças frequentem a cozinha sozinhas
ou nos horários de preparo de comidas, sejam em fornos ou fogões. “Outra medida
auxiliar é que se busque utilizar mais frequentemente as chamas mais distantes
da frente do fogão, que são menos acessíveis, deixando sempre os cabos das
panelas virados para o fundo, ficando longe do alcance das mãos das crianças”,
orienta.
Outro vilão no que diz respeito às queimaduras é o álcool
líquido, pois além de inflamável, sua chama é comumente quase imperceptível,
fazendo com que o contato com esse líquido incandescente cause diferentes graus
de lesão térmica. Para prevenir esse tipo de queimadura, deve-se restringir o
acesso ao álcool líquido, principalmente por crianças, buscando-se utilizar
produtos mais adequados para o acendimento de churrasqueiras e fogueiras.
Tratamentos iniciais e especializados
Em lesões cutâneas causadas por agentes externos, como a
combustão de pólvora dos fogos de artifícios, o médico explica que o trauma pode
ser superficial ou profundo. A depender do tipo, ele orienta lavar o local com
água corrente fria, sem jatos fortes, e cobrir com um curativo ou pano limpo.
“O tratamento das queimaduras é determinado pelo grau de lesão térmica
produzida, que depende do tempo de contato com o fogo ou chama, superfície
quente ou líquido superaquecido, mas o ideal é procurar resfriar a área
imediatamente, evitando assim o aumento da extensão do dano térmico”, adverte.
Assim como as queimaduras de terceiro grau, que afetam todas
as camadas da pele e possuem aspecto esbranquiçado, as que resultam de choques
elétricos também demandam a ida imediata ao hospital; isso porque elas envolvem
fraturas ou retração de membros, amputações associadas e até a carbonização de
diferentes partes do corpo. “Existem também as queimaduras elétricas e as de
vias aéreas, que podem ser mais complexas e fatais. Mais uma vez, prevenir,
usando materiais isolantes e equipamentos de proteção individual, é sempre o
melhor remédio capaz de evitar sequelas, que podem ser altamente
estigmatizantes e de tratamento extremamente complexo”, diz o
cirurgião.
Independentemente da localização, extensão, profundidade e
causas, caso necessite de socorro, o indivíduo deve procurar um serviço de
saúde. Na Rede Mater Dei de Saúde, além da estrutura, a equipe está preparada
para atender casos de variada complexidade. “Estamos disponíveis para oferecer
agilidade e excelência, tanto no Pronto Atendimento quanto nas intervenções
cirúrgicas”, conclui Sylverson.
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