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Entenda os efeitos do estresse no desenvolvimento do
bruxismo e dos DTMs, e conheça estratégias para aliviar a dor e melhorar sua
saúde bucal
Nos últimos anos, diversos estudos têm investigado a
relação entre estresse e problemas de saúde, revelando que o impacto do
estresse vai além do emocional, afetando também a saúde física. De acordo com
dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 30% da população
mundial sofre de dores faciais relacionadas ao estresse, com uma prevalência
significativa de distúrbios temporomandibulares (DTMs). Esses distúrbios são
caracterizados por dores e dificuldades ao movimentar a mandíbula,
comprometendo atividades cotidianas como falar, mastigar e bocejar.
A articulação temporomandibular é uma das mais complexas do corpo humano, responsável por grande parte dos movimentos da mandíbula. Qualquer disfunção nessa região pode resultar em sintomas como dores de cabeça, zumbido no ouvido e dificuldades para abrir ou fechar a boca. O estresse crônico afeta diretamente essa articulação, causando inflamação e danos aos tecidos, intensificando os sintomas dolorosos.
O estresse é uma resposta natural do corpo a situações desafiadoras, mas quando se torna crônico, pode desencadear uma série de reações adversas no organismo. “Um dos sintomas da dor orofacial é a dor nos músculos da mastigação ou na articulação da mandíbula que pode ser desencadeada ou agravada por fatores psicológicos, como estresse e ansiedade. Atualmente, o estresse tem levado ao paciente a apertar e ranger os dentes, o que na odontologia chamamos de bruxismo”, destaca Bruno Vidigal, professor de odontologia na Newton Paiva.
“Para um correto diagnóstico é imprescindível uma consulta com especialista, realizando uma anamnese detalhada do paciente e identificando hábitos prejudiciais que possam ser fatores causais ou perpetuantes da DTM. Exames clínicos de toda a região orofacial, além de exames de imagem como tomografia computadorizada e ressonância da articulação temporomandibular (ATM), polissonografia, entre outros”, ressalta o especialista. A abordagem para tratar dores associadas ao estresse e à movimentação da boca deve ser multidisciplinar.
O tratamento pode incluir técnicas de relaxamento, terapia cognitivo-comportamental (TCC), fisioterapia e, em alguns casos, intervenções odontológicas específicas. A TCC, por exemplo, ajuda os pacientes a gerenciarem o estresse e modificar hábitos que contribuem para a tensão muscular e o bruxismo. A fisioterapia, por sua vez, pode incluir exercícios de alongamento e fortalecimento dos músculos da face e do pescoço. Além das terapias, mudanças no estilo de vida também são fundamentais para o alívio dos sintomas. Práticas como meditação, exercícios físicos regulares e uma alimentação balanceada contribuem para a redução do estresse.
Para evitar os distúrbios temporomandibulares, o professor Bruno
Vidigal oferece algumas dicas:
1. Gerenciamento do Estresse: Pratique técnicas de relaxamento como
meditação, ioga ou respiração profunda para ajudar a reduzir o estresse diário.
2. Exercícios Regulares: A atividade física regular ajuda a
liberar endorfinas, que são hormônios naturais do bem-estar, contribuindo para
a redução do estresse.
3. Boa Postura: Mantenha uma postura correta, especialmente ao usar o computador
ou ao assistir televisão, para evitar tensão adicional na mandíbula.
4. Evite Mastigar Goma: Mastigar goma pode aumentar a tensão
nos músculos da mandíbula.
5. Técnicas de Alongamento: Faça exercícios de alongamento e
fortalecimento para os músculos da mandíbula e do pescoço.
6. Alimentação Balanceada: Mantenha uma dieta equilibrada e evite
alimentos que exijam muita mastigação, especialmente se você já estiver
sentindo dor.
7. Evite Apertar os Dentes: Tente se conscientizar de momentos em
que você pode estar apertando ou rangendo os dentes, e faça pausas para relaxar
a mandíbula.
8. Rotinas de Sono: Mantenha uma rotina de sono regular e adequada, pois a
falta de sono pode aumentar os níveis de estresse.
A relação entre estresse e dores ao movimentar a boca é complexa e
multifacetada. “Compreender essa conexão é essencial para o desenvolvimento de
estratégias eficazes de tratamento e prevenção”, finaliza Bruno. Ao abordar
tanto os fatores físicos quanto emocionais, é possível melhorar a qualidade de
vida dos pacientes, aliviando as dores e restaurando a funcionalidade da
articulação temporomandibular.
Centro Universitário Newton Paiva
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