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quinta-feira, 20 de junho de 2024

Infertilidade: qual a hora certa de buscar ajuda médica

 Sair da inércia e do medo para pedir ajuda especializada sobre uma possível infertilidade não é tarefa fácil. Uma das dicas dos ginecologistas tem a ver com o tempo de tentativas de concepção sem sucesso. Outros fatores também entram nessa ponderação

 

O Dr. Alfonso Massaguer, ginecologista especialista em reprodução humana, diretor clínico da MAE (Medicina de Atendimento Especializado) está acostumado em tratar de pessoas com dificuldades reprodutivas. A partir de sua experiência, ele entende que o casal deve procurar ajuda se estiver tentando engravidar há 1 ano. "A partir daí, inicia-se uma investigação sobre qual é a causa no casal", conta o médico. 

A regra de um ano tentando não vale para todas as pessoas. Caso a mulher tentante tenha mais de 35 anos, esse período deve ser reduzido para 6 meses, ou seja, a partir da sétima tentativa de aproveitamento do período fértil, o casal deve pedir ajuda profissional. "E se for após os 40 anos da mulher, é necessário fazer uma avaliação antes mesmo de começar as tentativas", detalha ele. 

Isso tudo porque o fator idade dos óvulos ainda carrega a maior responsabilidade pelos diagnósticos de infertilidade feminina, segundo afirma a Dra. Paula Fettback, Ginecologista especialista em Reprodução Humana pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo): "Após os 30 anos tudo começa a mudar no quadro de fertilidade feminina. Independentemente do que a mulher venha a fazer, o relógio biológico ainda é o fator mais importante", frisa a médica.

 

Há sinais que indicam a necessidade de acompanhamento médico? 

Na visão do Dr. Alfonso, qualquer pessoa com sintomas deve procurar um médico. "Uma mulher que não menstrua, ou que tem muito sangramento ou dor menstrual deve ser avaliada pelo ginecologista", exemplifica. Com relação aos homens, ele conta que dor nos testículos ou secreção pelo pênis são fatores que apontam a necessidade de uma consulta com o urologista. 

Como a infertilidade feminina e masculina são equivalentes, ou seja, nenhuma registra uma grande maioria de casos em relação à outra, o ginecologista recomenda a busca por ajuda tanto pelo lado da mulher, quanto pelo lado do homem. 

"Investigando, fazendo os exames devidos e cuidando juntos do assunto, há muitas chances de casais inférteis virem a conceber. Aliás, a imensa maioria deles conseguirá ter filhos com os tratamentos existentes atualmente", anima-se o especialista. 

A Dra. Paula resume os principais responsáveis pela infertilidade masculina e feminina:

 

Infertilidade masculina 

  • Varicocele (varizes nos testículos)
  • Uso de anabolizantes
  • Uso de alguns medicamentos
  • Uso de drogas
  • Tabagismo
  • Doenças genéticas
  • Alterações hormonais ou metabólicas
  • Obesidade
  • Infecções

 

Infertilidade feminina 

  • Fatores ovarianos, como queda da reserva
  • Distúrbios de ovulação, como o ovário policístico
  • Obesidade
  • Distúrbios metabólicos ou hormonais
  • Afecções nas tubas uterinas principalmente pela endometriose ou pós-infecções
  • Genética
  • Questões uterinas, como miomas
  • Doenças autoimunes
  • Trombofilias

 

Informação é vida! 

Dedicados ao assunto há décadas, a Dra. Paula e o Dr. Alfonso acabam de lançar o livro A Espera, que visa a normalizar o aprendizado sobre infertilidade e planejamento familiar com informações técnicas ilustradas por casos reais.

 

Dra. Paula Fettback - CRM 117477 SP - CRM 33084 PR. Possui graduação em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina - UEL (2004). Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP- 2007). Atua em Ginecologia e Obstetrícia com ênfase em Reprodução Humana. Estágio em Reprodução Humana na Universidade de Michigan - USA. Médica colaboradora do Centro de Reprodução Humana Mário Covas do HC-FMUSP (2016). Doutora em Ciências Médicas pela Disciplina de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM - 2016). Médica da Clínica MAE São Paulo – SP. Título de Especialista em Reprodução Assistida Certificada pela Febrasgo (2020)


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