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quinta-feira, 20 de junho de 2024

Dia Mundial do Vitiligo: doença pode ser controlada com tratamento adequado

 Tratamento individualizado é recurso mais eficiente para minimizar os impactos da patologia, que atinge um milhão de brasileiros

 

O Dia Mundial do Vitiligo, 25 de junho, foi criado, em 2011, pela Organização das Nações Unidas (ONU), para despertar a conscientização sobre a doença e combater o preconceito. Conforme o Ministério da Saúde (MS), a patologia atinge de 0,5% a 2% da população mundial. No Brasil, são mais de um milhão de pessoas (0,54%). Theodoro Habermann Neto, dermatologista do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), explica que a doença é caracterizada pela despigmentação da pele. “São lesões, em algumas regiões do corpo, de aparência esbranquiçadas, causadas pela diminuição ou ausência de melanócitos, as células que produzem a melanina, que dá a cor da nossa pele”, define. 

Segundo o MS, no Brasil o vitiligo acorre em 1,2% das pessoas brancas e 1,9% das pardas/negras, configurando entre as 25 doenças dermatológicas mais frequentes em todas as regiões do país. “A causa ainda não está bem definida, mas já sabemos que fenômenos autoimunes, traumas emocionais, estresse e ansiedade podem desencadear ou agravar a doença”, explica Habermann. 

O tamanho da lesão pode variar e acometer várias partes do corpo. “Normalmente, os pacientes têm diminuição de sensibilidade na região afetada ou podem ter dor. O vitiligo pode acometer a área segmentar (ou unilateral), ou seja, em apenas uma parte do corpo, também podendo ocorrer em pelos e cabelos, que acabam descoloridos; e a área não-segmentar (ou bilateral), que é o tipo mais comum, que manifesta dos dois lados do corpo, por exemplo, duas mãos, dois pés, dois joelhos, etc. Também pode surgir no nariz e na boca. A região afetada perde a cor, em algumas fases há o aumento da lesão e em outras há a estagnação. Esses ciclos podem correr durante toda a vida e a duração e as áreas pigmentadas tendem a se tornar maiores com o passar do tempo”.

 

Diagnóstico

Ao suspeitar de alguma mancha mais clara pelo corpo, o ideal é procurar um dermatologista. “O diagnóstico é feito clinicamente e, em alguns casos, é preciso realizar uma biópsia, que é a retirada de um pedacinho da pele, para confirma-lo. Exceto na borda da visão, que a gente faz um teste com a Lâmpada de Wood, que é uma luz negra, específica para ajudar na detecção da doença em pacientes com pele branca”. 

Segundo o dermatologista, exames de sangue também são comuns para avaliar se o vitiligo tem alguma doença autoimune associada, como hepatite, doença de Addison e problemas de tireoide. “Também é válido ressaltar que 30% dos pacientes têm algum familiar que já apresentou a doença. Então, é muito importante procurar um dermatologista habilitado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, que possa dar o diagnóstico, fazer o melhor tratamento e a melhor investigação do quadro”, ressalta.

 

Tratamento

Embora o vitiligo ainda não tenha cura, existem tratamentos bastante eficientes que devem ser adotados de forma individualizada. “O foco é cessar o aumento das lesões, estabilizando o quadro, e também promover a repigmentação da pele. Existem medicamentos à base de cremes que estimulam a produção de melanina, derivados da vitamina D e corticoides. Outra opção é a fototerapia, um banho de luz, com radiação ultravioleta, que é indicado para todas as formas de vitiligo com resultados muito bons, principalmente em lesões de face e tronco. Já o ultravioleta com UVA também pode ser adotado, desde que sejam tomados todos os cuidados com o risco de envelhecimento e câncer de pele. Há ainda tratamentos com laser e técnicas cirúrgicas, como transplante de melanócitos”. 

Segundo Habermann, algumas medicações imunobiológicas estão em fase de pesquisa na Europa e nos EUA e, em médio prazo, devem checar ao Brasil, representando mais um importante avanço no tratamento. Para melhores resultados, a orientação do dermatologista é para que o paciente com a doença tenha o acompanhamento psicológico. “Sabemos que as lesões de pele impactam muito na qualidade de vida e autoestima do paciente, por isso é importante que se tenha o suporte psicológico de um profissional, o que irá contribuir, inclusive, para os melhores resultados do tratamento e evitar que problemas como depressão e ansiedade, por exemplo, interfiram na terapêutica adotada”.

 

Sem receitas caseiras

O médico chama a atenção para os ditos “medicamentos milagrosos”, que muitas vezes são receitas dadas por pessoas leigas no assunto. “Podem levar a riscos de queimadura, deixar as áreas ainda mais brancas e causar reações mais graves. Portanto, o tratamento de vitiligo é individual, deve ser discutido sempre com o dermatologista e cada caso é um caso, não devendo-se passar uma coisa igual para todos. Depende da característica de cada pele, de cada paciente, e os resultados vão variar de uma pessoa para outra. Por isso, é importante procurar um dermatologista para saber qual é o melhor controle da doença e qual a repigmentação mais adequada”, orienta.

 

Cuidados importantes

Para as pessoas com histórico familiar da doença, algumas medidas podem ser adotadas. Tais como observar periodicamente a pele, evitar o uso de roupas apertadas que provoquem atrito e pressão sobre a pele, fazer uso diário de filtro solar e manter o controle em situações de estresse.

 

Vera Cruz Hospital


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