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quarta-feira, 5 de junho de 2024

Especialista alerta para riscos de rejeição à prótese no quadril

Médico ortopedista Cleber Furlan, especialista em cirurgia de quadril, aponta cuidados e quadros comuns a pacientes no pós-operatório

 

Mais de 30 mil próteses de quadril são implantadas anualmente no Brasil para tratar quadros de artrose e, nos Estados Unidos, são mais de 300 mil ao ano. Todos estes pacientes podem ter vida normal depois, mas precisam tomar cuidados especiais no pós-operatório. 

A artrose é um desgaste da articulação entre o fêmur e o acetábulo, responsáveis pela ligação da bacia e as pernas, resultando em dores crônicas que impedem movimentos básicos do dia a dia. No ano passado, o presidente Lula foi operado em função deste problema e, como muitos pacientes, realizou a chamada artroplastia de quadril. 

Segundo o médico ortopedista Cleber Furlan, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), o processo consiste em fazer um corte da cabeça do fêmur e implantar uma haste dentro do osso, que pode ser uma prótese, uma ferramenta ou um equipamento, além de fazer um novo encaixe da região acetabular. 

Mas o pós-operatório é um momento de cuidados, pois é possível que ocorra a soltura da prótese - cenário conhecido como rejeição - com a falha do material que não conversa mais com o corpo em que está instalado. Apesar dessa condição ser consequência principalmente de origens infecciosas, ainda é possível observar falhas agudas e crônicas do implante.

Dentre as formas de soltura, como falha do implante e mal posicionamento, dedica-se maior cautela às infecções bacterianas, que podem interromper a fixação da prótese ao osso, em razão de liberarem um óleo conhecido como biofilme. “Por isso que a gente se preocupa com infecções dentárias, infecções urinárias, infecções de unha no pós-operatório”, esclarece o ortopedista.

Com o passar dos anos, a prótese sofre do atrito comum ao uso e libera partículas chamadas de debris, que desencadeiam reações inflamatórias. Por esse motivo, recomenda-se o uso de materiais de maior durabilidade, de forma a minimizar os processos de desgaste e estender a vida útil do implante. “De tanto ter atrito, é como se eu passasse uma borracha num papel, que solta um pedacinho a cada vez. E a prótese também, numa quantidade muito menor, microscópica, vai se desgastando”, explica Furlan.


Mas e as dores no pós-operatório? 

Segundo o ortopedista, é necessário lembrar que qualquer cirurgia significa o corte e a manipulação de partes do corpo. “Se você vai ao dentista fazer uma limpeza, vai sentir um desconforto por alguns dias. Da mesma forma, a prótese vai gerar uma alteração local inflamatória, para depois ser uma alteração cicatrizante. Então é normal”, descreve o especialista.

No caso de pacientes que apresentam pouca ou nenhuma mobilidade do quadril ao longo dos últimos anos, após a cirurgia é indispensável se adequar a um processo adequado de reabilitação, principalmente muscular. 


Cleber Furlan - Médico ortopedista há mais de 20 anos, o Dr. Cleber Furlan é também Mestre em Ciências da Saúde pela FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) e Doutorando em Cirurgia pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Furlan é especialista em Cirurgia do Quadril, bem como membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Quadril.

https://www.cleberfurlanmedicina.com.br/



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