A classe de
psicoativos que tem o K9 como sua droga mais conhecida age no sistema nervoso
central e pode ser fatal, afirma especialista do HSPE
Os fármacos conhecidos como drogas K são uma
mistura de drogas produzidas na clandestinidade, que recebem nomes fantasia
baseados na aparência do produto a ser vendido, na preparação, nos efeitos
esperados, entre outros fatores, podendo ser consumidas de diversas formas.
“Quando aplicadas em papel ou papelão, a mistura K
costuma ser chamada de K2; misturada com tabaco, recebe o nome de K4;
pulverizada sobre porções de outras drogas, como cocaína, maconha, desomorfina
e fentanila, recebe o nome de K9. Outros nomes utilizados são spice, droga
zumbi, maconha sintética e supermaconha”, afirma o médico neurocirurgião José Oswaldo
de Oliveira Jr., do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE).
Todas as variações são compostas por misturas
químicas altamente tóxicas, sendo que a K9 busca mimetizar o efeito do THC, o
principal psicoativo da maconha. Segundo a Sociedade Brasileira de Toxicologia
(SBTOX), os canabinoides sintéticos são dezenas ou até centenas de vezes mais
potentes do que o princípio ativo presente naturalmente na maconha, podendo
provocar efeitos drasticamente mais intensos e perigosos para o usuário desta
droga.
O uso das drogas K é extremamente perigoso e pode
modificar o comportamento dos usuários, além de deixá-los irreconhecíveis.
Pequenas doses podem causar rapidamente intoxicações graves, dependência,
paradas respiratórias, danos ao sistema nervoso e até a morte.
O especialista explica que também pode acontecer
uma reação conhecida como anestesia dissociativa, que impossibilita a pessoa de
falar ou se mover, que podem ser associadas a alterações dermatológicas, como
descamação e mudanças de coloração da pele, que justificam o uso do termo
“zumbi” aos usuários dessas drogas.
Os efeitos imediatos podem ser extremamente
variados e imprevisíveis, podendo variar entre euforia, alucinações, paranoia,
ansiedade extrema, agitação, confusão e comportamento violento, além de
convulsões, problemas cardiovasculares e insuficiência renal aguda, além de
problemas psiquiátricos como psicopatia e depressão, colocando em risco a saúde
física e mental de quem as utiliza.
"Os danos a longo prazo nos usuários que
utilizam essas drogas ainda estão sendo estudados, mas incluem a condição de
adição com grande deterioração da personalidade e prognóstico reservado, ou
seja, com baixa probabilidade de melhora", alerta Oliveira Jr..
Instituto
de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo – Iamspe
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