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segunda-feira, 10 de junho de 2024

Dia Contra o Trabalho Infantil

Necessidade de trabalhar é a maior causa para evasão escolar, segundo PNAD 

O desafio da evasão escolar precisa ser encarado ainda nos Anos Finais do Ensino Fundamental, período que mostra altas taxas de abandono”, diz Sônia Dias, gerente de Desenvolvimento e Soluções do Itaú Social e doutora em Educação


 

Nesta quarta-feira (12) é celebrado o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, data que mobiliza a população para a proteção da criança e adolescente. Segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), a necessidade de trabalhar é o principal fator que leva o estudante a sair da escola, com 41,7% das respostas. A falta de interesse é o segundo maior empecilho, registrando 23,5%, e a gravidez é o terceiro, com 9,7%.  

“O programa Pé-de-Meia, do MEC (Ministério da Educação), incentivo financeiro para estudantes do Ensino Médio, pode ser encarado como uma das soluções para frear a evasão escolar. Porém, também é preciso olhar com atenção para as altas taxas de desistência ainda nos Anos Finais do Ensino Fundamental (do 6º ao 9º ano) e oferecer soluções para garantir a permanência deste estudante que está na fase de transição da infância à adolescência”, analisa Sônia Dias, gerente de Desenvolvimento e Soluções do Itaú Social e doutora em Educação pela USP (Universidade de São Paulo).

 A pesquisa chama atenção para a desistência precoce, na idade dos Anos Finais do Ensino Fundamental, com uma taxa de 6,2% até os 13 anos e 6,6% aos 14 anos. Além disso,  revela que nove milhões de jovens, entre 14 e 29 anos, não completaram o Ensino Médio, seja por terem abandonado a escola antes da conclusão ou por nunca terem frequentado. O maior índice de evasão ocorre a partir dos 16 anos, entre 16% e 21,1%.

 

Conheça mais dados sobre o tema:

·         A trajetória regular entre estudantes negros (pretos + pardos) é aproximadamente 20 pontos percentuais menor do que entre os brancos. Em relação aos indígenas, esse número está em torno de 40 pontos percentuais;

·         *fonte: A permanência escolar importa: Indicador de Trajetórias Educacionais

 

·         Os dados mostram que estudantes brancos possuem regularidade de 62%; pardos, 46%; pretos, 41%; e indígenas, 23%;

·         *fonte: A permanência escolar importa: Indicador de Trajetórias Educacionais

 

·         Apenas 52% dos estudantes brasileiros nascidos entre 2000 e 2005, que se encontram atualmente na faixa de 19 a 24 anos, conseguiram concluir o Ensino Fundamental na idade certa;

·         *fonte: A permanência escolar importa: Indicador de Trajetórias Educacionais

 

·         Apenas 38% dos estudantes matriculados em escolas mais vulneráveis conseguiram iniciar e finalizar o Ensino Fundamental na idade correta;

·         *fonte: A permanência escolar importa: Indicador de Trajetórias Educacionais

 

·         Apenas 22% dos estudantes com deficiência têm trajetória regular contra 53% dos sem deficiência, entre 2011 e 2019;

·         *fonte: A permanência escolar importa: Indicador de Trajetórias Educacionais

 

·         Cerca de 58% das meninas têm trajetórias de nove anos regulares, contra 46% entre os meninos;

·         *fonte: A permanência escolar importa: Indicador de Trajetórias Educacionais

 

·         Cerca de 8,9 milhões de crianças e adolescentes podem  abandonar os estudos em troca de uma renda;

·         *fonte: Relatório do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e OIT (Organização Internacional do Trabalho)

 

·         A crise sanitária, aliada aos episódios de racismo no ambiente escolar, fizeram com que estudantes negros trocassem a escola pelo trabalho;

·         *fonte: artigo “O ensino médio na Amazônia “negra”

 

·         Na região Norte do país, que têm baixos índices de desenvolvimento humano, a inserção precoce no mercado de trabalho para estudantes negros se tornou comum;

·         *fonte: artigo “O ensino médio na Amazônia “negra”

 

·         No Brasil, havia 1,9 milhão de crianças e adolescentes entre 5 a 17 anos em situação de trabalho infantil no país em 2022. Isso representa 4,9% da população nessa faixa etária;

·         *fonte: PNAD Contínua 2022

 

  • Neste período, 756 mil crianças e adolescentes exerciam atividades da Lista TIP, que considera as formas de trabalho infantil que mais causam prejuízos ao desenvolvimento infantil.

·                    

Sonia Dias - gerente de Desenvolvimento e Soluções do Itaú Social. Graduada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUCSP e em Psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Mestre em comunicação e semiótica pela PUCSP, e doutora em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo - USP. É especialista em políticas de educação pela Universidade de Vanderbilt (Estados Unidos). Tem trabalhado com programas de formação de professores e gestores educacionais desde 2001 e atua no Itaú Social desde 2015.


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