Necessidade de trabalhar é a maior causa para evasão
escolar, segundo PNAD
O
desafio da evasão escolar precisa ser encarado ainda nos Anos Finais do Ensino
Fundamental, período que mostra altas taxas de abandono”, diz Sônia Dias, gerente de Desenvolvimento e Soluções
do Itaú Social e doutora em Educação
Nesta quarta-feira (12) é celebrado o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, data que mobiliza a população para a proteção da criança e adolescente. Segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), a necessidade de trabalhar é o principal fator que leva o estudante a sair da escola, com 41,7% das respostas. A falta de interesse é o segundo maior empecilho, registrando 23,5%, e a gravidez é o terceiro, com 9,7%.
“O programa Pé-de-Meia, do MEC
(Ministério da Educação), incentivo financeiro para estudantes do Ensino Médio,
pode ser encarado como uma das soluções para frear a evasão escolar. Porém,
também é preciso olhar com atenção para as altas taxas de desistência ainda nos
Anos Finais do Ensino Fundamental (do 6º ao 9º ano) e oferecer soluções para
garantir a permanência deste estudante que está na fase de transição da
infância à adolescência”, analisa Sônia Dias, gerente de Desenvolvimento e
Soluções do Itaú Social e doutora em Educação pela USP (Universidade de São
Paulo).
Conheça mais dados
sobre o tema:
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A trajetória regular entre estudantes negros (pretos + pardos) é
aproximadamente 20 pontos percentuais menor do que entre os brancos. Em relação
aos indígenas, esse número está em torno de 40 pontos percentuais;
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*fonte: A permanência escolar importa:
Indicador de Trajetórias Educacionais
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Os dados mostram que estudantes brancos possuem regularidade de 62%;
pardos, 46%; pretos, 41%; e indígenas, 23%;
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*fonte: A permanência escolar importa:
Indicador de Trajetórias Educacionais
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Apenas 52% dos estudantes brasileiros nascidos entre 2000 e 2005,
que se encontram atualmente na faixa de 19 a 24 anos, conseguiram concluir o
Ensino Fundamental na idade certa;
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*fonte: A permanência escolar importa:
Indicador de Trajetórias Educacionais
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Apenas 38% dos estudantes matriculados em escolas mais vulneráveis
conseguiram iniciar e finalizar o Ensino Fundamental na idade correta;
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*fonte: A permanência escolar importa:
Indicador de Trajetórias Educacionais
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Apenas 22% dos estudantes com deficiência têm trajetória regular
contra 53% dos sem deficiência, entre 2011 e 2019;
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*fonte: A permanência escolar importa:
Indicador de Trajetórias Educacionais
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Cerca de 58% das meninas têm trajetórias de nove anos regulares,
contra 46% entre os meninos;
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*fonte: A permanência escolar importa:
Indicador de Trajetórias Educacionais
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Cerca de 8,9 milhões de crianças e adolescentes podem
abandonar os estudos em troca de uma renda;
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A crise sanitária, aliada aos episódios de racismo no ambiente
escolar, fizeram com que estudantes negros trocassem a escola pelo trabalho;
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*fonte: artigo “O ensino médio na Amazônia “negra”
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Na região Norte do país, que têm baixos índices de desenvolvimento
humano, a inserção precoce no mercado de trabalho para estudantes negros se
tornou comum;
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*fonte: artigo “O ensino médio na Amazônia “negra”
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No Brasil, havia 1,9 milhão de crianças e adolescentes entre 5 a
17 anos em situação de trabalho infantil no país em 2022. Isso representa 4,9%
da população nessa faixa etária;
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*fonte: PNAD Contínua 2022
- Neste
período, 756 mil crianças e adolescentes exerciam atividades da Lista TIP,
que considera as formas de trabalho infantil que mais causam prejuízos ao
desenvolvimento infantil.
- *fonte: PNAD Contínua 2022
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Sonia Dias - gerente de Desenvolvimento e Soluções do Itaú Social. Graduada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUCSP e em Psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Mestre em comunicação e semiótica pela PUCSP, e doutora em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo - USP. É especialista em políticas de educação pela Universidade de Vanderbilt (Estados Unidos). Tem trabalhado com programas de formação de professores e gestores educacionais desde 2001 e atua no Itaú Social desde 2015.
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