O amor é um sentimento singular, e cada pessoa tem sua maneira não apenas de vivê-lo e senti-lo, como também demonstrá-lo e experienciá-lo. Infelizmente, nem sempre temos uma representação positiva desse sentimento: por vezes, seja em livros, filmes ou até mesmo nas redes sociais e nos nossos círculos de amizades, vemos e ouvimos frases do tipo “Vou te ajudar a conquistar tal pessoa".
Essa atitude, que pode parecer uma forma de apoio ou suporte bastante amigável — ainda mais se levarmos em consideração quando alguém muito próximo de nós se oferece para “nos ajudar” —, na verdade abre margens para uma atitude extremamente tóxica. Isso se dá porque o amor passa a ser uma “conquista” e não mais um sentimento a ser sentido, vivido e experienciado.
Trata-se de um comportamento que reforça estereótipos de gênero nocivos, ainda mais quando pensamos nas mulheres; sem perceber, elas passam a adotar padrões e aparências específicas para se encaixarem em padrões idealizados de feminilidade e atração, muitas vezes à custa de sua autenticidade e bem-estar. Elas param de ser elas mesmas, perdendo a capacidade de autoexpressão e autoaceitação, tudo para se moldarem às expectativas alheias.
Jogos e estratégias de conquista
ignoram a essência das relações humanas autênticas. Mais que isso, essa
abordagem desumaniza a pessoa desejada, transformando-a em um objetivo a ser
alcançado, e também subestima a importância da reciprocidade e do consentimento
nos relacionamentos. Perpetua-se, portanto, a ideia de que o amor e a atenção
devem ser "ganhos".
A ideia de “conquistar o amor” é errada
Tal crença incentiva uma cultura na qual o "não" é visto como um convite à insistência, em vez de ser respeitado como uma resposta final, levando ao desrespeito pela autonomia e liberdade de escolha das mulheres. Para desmistificar essa narrativa estereotipada, separamos os principais pilares que nos ajudam a construir relacionamentos baseados na igualdade, no respeito mútuo e na comunicação honesta.
1. O verdadeiro amor não
se trata de conquistar ou ser conquistada;
2. Relacionamentos
saudáveis florescem na presença de consentimento explícito, interesse
compartilhado e na celebração das individualidades de cada um;
3. Promover diálogos
sobre a importância de construir conexões genuínas, nos quais ambas as partes
se sintam valorizadas e respeitadas;
4. Desafiar a narrativa tóxica da conquista reflete em relações fundadas na autenticidade, na liberdade de sermos nós mesmas e no respeito mútuo.
É tempo de
redefinir o amor, afastando-nos de jogos de poder e nos aproximando de um
entendimento mais profundo e respeitoso do que significa amar e ser
amado.
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