O estudo foi desenvolvido pela Onze, primeira PrevTech do Brasil, e mostra que apenas 18% dos entrevistados acreditam que terão uma aposentadoria confortável
Neste
mês de novembro, a Reforma da Previdência Social completa um ano. As novas
regras para a aposentadoria não atingem quem já estava aposentado. Entre as
mudanças, homens passam a ter direito à aposentadoria pública a partir dos 65
anos (com pelo menos 20 anos de contribuição), e mulheres, aos 62 (com 15 anos
de pagamento, no mínimo). O valor também passou a incluir a média de todo o
histórico do trabalhador, levando em conta as remunerações mais baixas.
Um
ano depois, o que se viu foi que, mesmo com a Reforma, os gastos
previdenciários do governo aumentaram em R﹩ 65 bilhões no primeiro semestre de
2020, o que representa um aumento de 23% em relação a igual período do ano
passado.
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Na
outra ponta, muita gente ainda tem dúvidas se terá uma aposentadoria tranquila.
Segundo a pesquisa "Estresse Financeiro do Brasileiro", desenvolvida
pela Onze, primeira PrevTech do Brasil, apenas 18% dos entrevistados acreditam
que terão uma aposentadoria confortável. O estudo ouviu 5.058 pessoas com
idades entre 18 e 32 anos e moradores de São Paulo, Minas Gerais, Rio de
Janeiro, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
O
mesmo estudo mostra que 73% dos entrevistados acreditam que a Reforma da
Previdência reduziu as chances para a aposentadoria. Porém, apenas 39% está
investindo e poupando para garantir o conforto para quando for preciso parar de
trabalhar.
"A
necessidade de uma nova reforma é bastante provável. Esse diagnóstico é
consolidado no meio financeiro devido a tendência demográfica do país e
dinâmica fiscal. O tempo para isso é incerto, mas estima-se que entre 5 a 15
anos teremos uma nova reforma. Nos próximos 2 anos acredito que esse tema não
voltará a ser pauta, pois devemos presenciar discussões sobre outras reformas
como a administrativa e tributária", afirma Jonas Chen, diretor de
investimentos da Onze.
De
fato: apenas 13% das pessoas que responderam à pesquisa acreditam que não
haverá uma nova reforma antes deles se aposentarem.
Entre
os brasileiros que estão se preparando para o futuro, há uma parcela que
resolveu investir na previdência privada. De acordo com a Fenaprevi (Federação
Nacional de Previdência e Vida), o número de investidores na Previdência
Privada Aberta continua crescendo: chegou a 13,5 milhões de investidores no
final de 2019, o que representa um aumento de 400 mil novos investidores em
relação ao mesmo período de 2018.
Por
outro lado, a pandemia trouxe consequências alarmantes, gerando o aumento do
desemprego, que já atinge quase 14% da população economicamente ativa (ou 13
milhões de pessoas), segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad). Resultado: os resgates dos fundos de previdência privada no primeiro
semestre deste ano bateram recorde, com R﹩ 40 bilhões. O volume representa um
aumento de 15% em relação ao mesmo período de 2019. Os dados são da Federação
Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi).
Outros
fatores podem também estar relacionados ao aumento de resgates da previdência,
como o fraco desempenho dos investimentos oferecidos pelos 5 maiores bancos -
onde estão 90% dos R﹩ 950 bilhões investidos hoje em
previdência privada no país.
Outro
levantamento da Onze traz um dado interessante. Foram reunidos os 10 fundos de
renda fixa e os 10 multimercado que pior performaram em 12 meses (de agosto de
2019 a agosto de 2020). Foram analisados apenas fundos que cobram, no mínimo,
1% de taxa de administração e que têm ao menos R﹩
20 milhões em patrimônio. Juntos, os esses fundos de previdência têm cerca de R﹩ 17 bilhões de patrimônio líquido e pertencem aos 5 maiores
bancos do país (Caixa, Santander, Bradesco, Itaú e Banco do Brasil). Segundo o
levantamento, os piores fundos de renda fixa renderam menos de 1,6% em 12
meses, ou 40% do CDI, enquanto que os piores fundos multimercado tiveram um
rendimento ainda pior: abaixo de 1,3%, ou 33% do CDI no período.
"Uma instituição financeira que tenha taxa de administração de 3% precisa entregar 250% do CDI para ter rendimento final de 100% do CDI para o cliente", afirma Jonas Chen.
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