Método também reduz a dor e
melhora a incapacidade em pacientes com dor lombar crônica
O Pilates tem um efeito favorável
para reduzir a cinesiofobia associada à dor lombar. Essa foi a conclusão de uma
revisão de 27 estudos e quatro meta-análises, publicada no Journal of Bodywork & Movement Therapies. A cinesiofobia é o medo de sentir dor ao executar
movimentos ligados à região afetada por uma doença ou condição, como a
lombalgia.
De acordo com esse estudo, realizado por pesquisadores brasileiros, os
pacientes com dor lombar crônica, com níveis mais elevados de cinesiofobia,
possuem um risco 41% maior de desenvolver alguma incapacidade física.
Segundo Walkíria Brunetti, fisioterapeuta especialista em Pilates,
os pacientes com dores crônicas param de realizar muitas atividades no seu dia
a dia e isso é muito prejudicial.
“Esses pacientes tendem a ficar mais tempo sentados ou deitados, como forma de
se proteger da possibilidade de sentir dor. Realizar um esporte ou uma
atividade física, por exemplo, é algo impensável para a maioria deles”.
Menos dor, mais mobilidade
A pesquisa apontou ainda que o método Pilates também contribui para reduzir a
dor, bem como melhora a incapacidade.
A dor lombar tem diversas causas. Entretanto, na maioria dos casos de lombalgia
crônica, não é possível identificar a causa da dor. “A dor lombar aguda é aquela
que dura menos de 30 dias e, normalmente, está ligada à hérnia de disco,
osteoartrose, má postura. Porém, quando tratada tende a desaparecer. Já a dor
lombar crônica, em 90% dos casos, é de origem inespecífica”, comenta Walkíria.
A cinesiofobia é um transtorno de ansiedade. Na verdade, o paciente muitas
vezes não está com dor naquele momento, mas só de pensar em fazer algum
movimento que ele já fez e causou dor, pode desencadear o medo.
O tratamento da dor crônica deve ser multidisciplinar. Além de um
fisioterapeuta, é interessante que esse paciente também seja acompanhado por um
psicólogo.
Por que o Pilates?
O Pilates é um método que praticamente não possui contraindicações. “É uma
atividade de baixo impacto que pode ser adaptada para as necessidades do
paciente, de forma individual e personalizada. Como respeita as limitações da
dor, pode dar mais segurança e reduzir o medo nessa população”, diz Walkíria.
“Eu sempre explico que é um ciclo vicioso: o paciente sente dor e não se
movimenta. A falta de movimento piora a dor. Caso esse ciclo não seja rompido,
será muito difícil vencer a dor crônica”.
Além dessas vantagens, o Pilates trabalha vários grupos musculares, com foco no
fortalecimento dos músculos que sustentam e dão estabilidade para a coluna. O
método também melhora a flexibilidade e a amplitude de movimento. Portanto, é
capaz de reduzir a incapacidade física resultante de um quadro crônico da dor.
Respiração
Outro benefício do Pilates para a dor crônica é o treinamento da respiração. “A
respiração profunda aumenta a circulação em todas as regiões do corpo. Isso
contribui no relaxamento muscular, que muitas vezes pode causar ou ainda piorar
a dor. A respiração também reduz o estresse e a ansiedade”, reforça a
fisioterapeuta.
Corpo e mente
O Pilates traz ainda benefícios para a saúde mental e isso já foi mostrado em
diversos estudos. “A dor crônica é um fator de risco importante para o
desenvolvimento de transtornos mentais, como depressão e ansiedade. O método
trabalha o corpo e mente, de forma integral. Como toda atividade física também
aumenta a liberação dos neurotransmissores que dão prazer e bem-estar”,
adiciona Walkíria.
Por fim, em tempos de pandemia, o Pilates feito em aparelhos, chamado de
Pilates Studio, pode ser uma opção mais segura, já que pode ser feito de forma
individual ou no máximo em duplas.
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