Especialista
afirma: O tratamento deste Transtorno é interdisciplinar e depende de três
bases: Medicação, Psicoterapia comportamental e Suporte Escolar.
Sentir raiva, perder um pouco o controle, irritar-se vez ou outra ainda que “por motivos não muito sérios”, faz parte de todos nós humanos, sejamos adultos ou crianças.
Sim, crianças também podem ter seus momentos de
raiva, indignação e irritação e isso começa muito, muito cedo, quando ainda se
é um bebê. São as chamadas “birras infantis”.
O problema, no entanto, começa quando estas birras
começam a tornar-se graves e contínuas. É aí que devemos nos preocupar, pois a
criança pode estar desenvolvendo o Transtorno Opositivo desafiador- TOD e
precisará ser tratada.
O Transtorno Opositivo Desafiador é
um Transtorno Neuro Psiquiátrico, que está dentro de um grupo de Transtornos
Comportamentais Destrutivos da infância, sendo mais comum na pré-adolescência e
na adolescência, porém, pode surgir antes destas fases.
O TOD é uma condição responsável por comportamentos que são completamente restritivos em ambientes sociais. As crianças e os adolescentes incluídos neste quadro, costumam manifestar momentos de raiva, insubordinação, teimosia constante, hostilidade, sentimento de vingança e uma grande dificuldade em obedecer a regras quando solicitadas.
“É fundamental saber diferenciar o TOD da Birra ,
diz a Dra. Gladys Arnez, que explica: “A Birra”, é um
comportamento imaturo e transitório da criança, na procura de expressar o que
ela está sentindo ou conseguir o que ela quer, sendo mais comum em crianças com
idades entre 10 meses e 2 anos e normalmente estes episódios, passam
antes dos 4 anos, principalmente quando os pais dão menos importância.
De acordo com a Dra. Gladys Arnez,
o que difere o Transtorno Opositivo Desafiador da “birra” é que o TOD
caracteriza a criança como sendo sempre muito irritável, opositora e que o tempo
todo, com ou sem motivo, faz de tudo pra irritar os outros. “-É uma
criança que não reconhece regras. Ela é sempre do contra, está sempre testando
limites, não se importa com o sentimento dos outros, está sempre contra a
família, amigos e não assume a responsabilidade dos seus erros, além de não ter
medo de punição, fazendo com que tenha maior probabilidade de se envolver com
drogas ou apresentar comportamentos ilícitos mais tarde.”- diz a especialista.
Devido a este tipo de comportamento estas crianças
acabam sofrendo bullying por diversas vezes e/ ou perdendo oportunidades de
eventos de escola, passeios e até amizades. Infelizmente até mesmo entre os
pais e irmãos, eles são mal falados, tratados diferentes e vistos como “ovelhas
negras”
Estudos mostram que em 50% dos casos, a associação
com o TDAH é frequente e deve ser observada e investigada,
além de deficiência intelectual, transtorno Bipolar e muitos outros quadros, os
quais pode-se fazer o diagnóstico diferencial.
As Causas:
Quanto ao TOD, não se tem uma causa definida, mas
acredita-se que a base dos relacionamentos familiares parece ser um fator
importante para o desenvolvimento do distúrbio: violência doméstica, abuso
sexual, abuso físico, negligência, abuso de álcool e drogas pelos pais, bem
como conflitos familiares, podem desencadear o Transtorno na criança.
Para fechar um diagnóstico correto é necessário ter
no mínimo 6 meses de causa e apresentar pelo menos 4 dos sintomas principais
que são:
O tratamento deste Transtorno é interdisciplinar e depende de três bases: Medicação, Psicoterapia comportamental e Suporte Escolar.
A medicação ajuda na maioria dos pacientes e
melhora a auto regulação de humor frente às frustrações; a Psicoterapia tende
centrar em alterações comportamentais na família com medidas de manejo
educacional (conversar com a criança, dar bons exemplos, ter paciência ao
falar, explicar o motivo das ordens dadas, etc.); e, em relação ao Suporte
escolar, deve-se oferecer reforço, apoio e abertura para um bom diálogo, pois
esta abertura melhora o engajamento do aluno opositor às regras escolares.
Se o seu filho tem TOD, aí vão umas dicas:
-Tenha cuidado ao discutir algo da relação de casal perto da criança (caso more
c/ o cônjuge)
– Nunca use de agressividade e Violência;
– Fortaleça a autoestima da criança, fazendo-a sempre se superar em boas ações;
– Em absolutamente todas as situações utilize a boa conversa;
– Trabalho em equipe com Práticas de esportes e atividades em equipe geram
disciplina, assim como, cooperação e dinamismo;
– Repreender sempre, porém, com calma e sabedoria;
– E tenha Paciência!
Dra.
Gladys Arnez - médica Pediatra e Neurologista Infantil e da
Adolescência, especialista em Transtornos Escolares e Comportamentais,
mestranda em Neurociências com ênfase no Tratamento do autismo e está à frente
da Clínica Neurocenterkids, em São Paulo.
www.clinicaneurocenterkids.com.br
Instagram:
@clinica_neurocenterkids
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