Inca aponta que doença afetará 40 mil brasileiros em 2020
A Campanha Setembro Verde agrega
instituições e especialistas em todo o país para informar sobre
o câncer de cólon, também conhecido como câncer de
intestino ou colorretal, que abrange os tumores que se iniciam na parte do
intestino grosso chamada cólon e no reto (final do intestino, antes do
ânus). A doença que causou a morte do ator norte-americano Chadwick Boseman mês
passado, de apenas 43 anos, repercutiu muito nas redes sociais, entre fãs do
cinema internacional e chamou atenção para a importância de
descobrir precocemente e iniciar o tratamento.
”Este tipo de neoplasia está diretamente
ligada ao excesso de peso, à inatividade física, ao tabagismo prolongado, alto
consumo de carne vermelha ou processada (salames e embutidos, em geral), baixa
ingestão de cálcio, consumo excessivo de álcool e alimentação pobre em frutas e
fibras, além de causas genéticas e hereditárias (familiares); e pode ser
descoberto no início", afirma Ricardo Cotta, cirurgião geral e do aparelho
digestivo, especialista em cirurgia oncológica e robótica,
ex-presidente do Capítulo do Rio de Janeiro do Colégio Brasileiro de
Cirurgia Digestiva.
A mais recente estimativa mundial, incluída no
levantamento divulgado este ano pelo Inca, aponta que nos homens ocorreu 1
milhão de casos novos de câncer do cólon e reto, sendo o
terceiro mais incidente entre todos os carcinomas. Para as mulheres,
foram 800 mil novos, sendo o segundo tumor mais frequente. No Brasil,
o mesmo levantamento mostra que serão 20.520 casos em homens e 20.470
em mulheres em 2020, crescimento de 10% em relação a 2018.
Na fase inicial, os sintomas não são aparentes.
Depois de algum tempo pode haver alteração no ritmo intestinal e aparecimento
de sangue nas fezes, inchaço abdominal, cansaço, fadiga e perda de peso sem
motivo específico.
DIAGNÓSTICO - O exame de colonoscopia é
recomendado para homens e mulheres assintomáticos e de acordo com as
orientações mais atualizadas deve ser realizado em indivíduos a partir dos 45
anos, quando antes a indicação era acima dos 50 anos. Neste exame o médico
observa todo o cólon, o reto e parte final do intestino delgado com
um tubo fino inserido pelo ânus (sob sedação), flexível, com uma pequena câmera
de vídeo na extremidade. “Vários estudos reforçam a colonoscopia como um exame
que salva vidas, e é preciso que a população tenha mais acesso e também perca o
preconceito de fazê-lo por causa da via de acesso”, orienta Cotta. Também
poderão ser requisitados exames de sangue, fezes e de imagem para a
detecção do câncer colorretal.
TRATAMENTO MINIMAMENTE INVASIVO - O tipo de
tratamento para o câncer de cólon depende do estágio em que é
descoberto. A doença é passível de intervenção cirúrgica e,
na maioria dos casos é curável. É importante que o tumor seja
detectado cedo e ainda não tenha atingido outros órgãos.
Grande parte desses tumores inicia-se a partir de pólipos, que são lesões
benignas que podem crescer na parede interna do intestino.
“Entre as cirurgias minimamente invasivas
se destacam a laparoscopia e a cirurgia robótica. Os procedimentos
provocam menor trauma cirúrgico, recuperação mais rápida e, em
muitos casos, menos tempo de internação. As principais vantagens
da cirurgia robótica são a câmera tridimensional, a
instrumentação que permite movimentos articulados, como do punho da
mão (Endowrist), e a interface computadorizada ”, afirma
o especialista.
Ricardo Cotta finaliza com o seguinte alerta:
“a melhor forma de evitar o câncer de cólon é adotar um estilo
de vida mais saudável e cumprir rotina de consultas médicas
regularmente, check-ups e exames com ou sem sintomas de
doenças”.
Ricardo Cotta
Instagram: @drricardocotta
Facebook: Clínica Cirúrgica Ricardo Cotta
Site: www.ricardocotta.com.br
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