Em parceria com ex-treinadora de golfinhos, organização mostra as mentiras no discurso da indústria do entretenimento
A
Proteção Animal Mundial, organização não-governamental que atua em prol do
bem-estar dos animais, lança hoje o documentário “Enganado por um Sorriso”, que
mostra a realidade em que vivem golfinhos mantidos cativeiro para o
entretenimento, rebatendo o discurso da indústria, que movimenta cerca de 5,5
bilhões de dólares todos os anos.
O
documentário conta com a participação de Lorena Lopez, ex-treinadora de
golfinhos no México que, após 10 anos trabalhando para o entretenimento, hoje
dedica a vida para defender os animais das barbaridades do setor. “A indústria
manipula as informações de forma que você acredita que os animais estão sendo
bem tratados, que eles estão felizes de performar para o público. Toda a
roupagem no discurso faz com que você acredite nisso. Mas, esses animais são
privados de comida, forçados a uma carga de treinamentos intensivos, obrigados
a se reproduzir, sofrendo de severo estresse físico e psicológico”, afirma a
ativista.
Segundo
pesquisa da Proteção Animal Mundial existem mais de 3 mil golfinhos em
cativeiro. No México, um dos principais polos de golfinhos em cativeiro do
mundo, são 240 golfinhos em 29 locais. O uso dessas espécies para
entretenimento arrecada anualmente cerca de 500 milhões de dólares com a venda
de ingressos.
Nessas
atrações cruéis, os golfinhos são usados como pranchas de surf, cercadas por
grupos de pessoas, sendo tocados, abraçados e fotografados, em um ambiente
barulhento, completamente diferente do habitat natural.
No
Brasil, entretenimento com golfinhos era muito comum nos anos 80, contudo,
desde 1987 há uma legislação que proíbe qualquer tipo de atração que mantenha
cetáceos em cativeiro. Ainda assim, o público brasileiro é um dos principais
nos parques dos Estados Unidos e nos resorts do México.
João
Almeida, gerente de vida silvestre na Proteção Animal Mundial, explica que,
enquanto na natureza os golfinhos ocupam uma área superior a 100 km², ao serem
aprisionados, esses animais vivem em tanques de concreto até 200 mil vezes
menor que o seu habitat natural. “Se estão em cativeiro, os golfinhos sofrem.
Estes tanques são minúsculos e monótonos, não oferecem a complexidade do
ambiente natural, ou seja, não atendem as necessidades destes animais. Além
disso, estes animais são separados das mães, expostos aos riscos de doenças,
drogados para enfrentarem o cárcere e expostos a cloro 100% do tempo. Os níveis
de estresse e agressividade são altos, apenas para divertir turistas”, afirma o
gerente.
“Estamos
trabalhando para que esta seja a última geração de golfinhos em cativeiro. Este
tipo de entretenimento significa sofrimento e crueldade para estes animais,
disfarçada de diversão familiar. Quando mantidos em tanques do tamanho de uma
tela de cinema, estes animais extremamente inteligentes são forçados a realizar
truques em troca de comida, é uma sentença de prisão perpétua”, finaliza
Almeida.
Para
assistir o documentário, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=WHNyQSH4HUg
Fim
do comércio de animais silvestres – Acabar com o comércio mundial de animais silvestres é
essencial para proteger a saúde humana e a economia de novas pandemias como a
Covid-19 e garantir uma vida sem sofrimento para os animais. Por isso, a
Proteção Animal Mundial lançou uma campanha global que pede que os líderes do
G20 trabalhem para a proibição permanente do comércio de animais silvestres no
mundo. Em abaixo-assinado, iniciado em maio de 2020, a organização pede que o
tema seja incluído na agenda da cúpula anual do G20 que acontece em novembro
próximo. Como parte do G20, o governo brasileiro tem o poder de influenciar as
superpotências globais a tomarem a atitude necessária para proteger os animais,
as pessoas – saúde e economia – e o planeta.
Sobre
a Proteção Animal Mundial (World Animal Protection)
A
Proteção Animal Mundial move o mundo para proteger os animais por mais de 50
anos. A organização trabalha para melhorar o bem-estar dos animais e evitar seu
sofrimento. As atividades da organização incluem trabalhar com empresas para
garantir altos padrões de bem-estar para os animais sob seus cuidados;
trabalhar com governos e outras partes interessadas para impedir que animais
silvestres sejam cruelmente negociados, presos ou mortos; e salvar as vidas dos
animais e os meios de subsistência das pessoas que dependem deles em situações
de desastre. A organização influencia os tomadores de decisão a colocar os
animais na agenda global e inspira as pessoas a mudarem a vida dos animais para
melhor. Para mais informações acesse: www.protecaoanimalmundial.org.br.
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